A década de 1950 foi de extrema importância para a história do século XX, especialmente em termos culturais. Foi nessa época que o abismo entre gerações se tornou claro, causando profundas mudanças na sociedade ocidental. Os jovens passaram a ganhar poder econômico, social e, consequentemente, cultural, o que culminou na década de 1960. O mundo passou a perceber a diferença gritante entre pais e filhos, entre os jovens e os meia-idade e entre a juventude e os velhos. Estas duas gerações já não conseguiam mais se comunicar e pareciam estar completamente incomunicáveis.
Juventude Transviada possui um significado maior do que um simples filme. É um símbolo, uma declaração contundente de que o cinema é, sim, uma expressão artística. Na época, ainda havia controvérsias sobre se o cinema era realmente uma forma digna de arte ou apenas uma fabricação de produtos sem relevância artística. Essa obra veio para acabar com essa incerteza, demonstrando que o cinema atende à função social da arte.
O filme de Nicholas Ray, que foi elogiado pelos críticos da Nouvelle Vague, mostrou que Hollywood estava bem próximo das questões sociais da época. Ray percebeu a crescente presença de gangues juvenis em Los Angeles e pensou em aproveitar o movimento para criar um longa-metragem. Por trás daquela revolta juvenil, porém, havia um movimento mais profundo que estava mudando a paisagem: a juventude começava a se emancipar e a ter sua própria voz, diferentemente das gerações anteriores.
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