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A malvada (1950) ► [Resenha]


Um filme de 1950 visto em dias atuais pode parecer um tanto estranho. Digo isso pelo costume – não só meu, mas da geração nascida nos anos 1990 – de ter acesso fácil aos filmes de acordo com a difusão da internet, pela dinâmica das produções com os efeitos especiais e, até mesmo, pela duração do filme em si. ‘A Malvada’ é um desses filmes que num primeiro momento pode parecer estranho. Mas, nada mais que a primeira impressão. Escrito e dirigido por Joseph L. Mankiewicz e produzido por Darryl F. Zanuck, é um filme do gênero drama e indicado em várias categorias ao prêmio Oscar.

Podemos classificar o enredo como trágico e mecanicista, pois ao longo do filme percebe-se as sugestões de estados de divisão entre os homens, principalmente na personagem interpretada por Bette Davis - Margo Channing – e seu conflito com a idade e todos os medos e perigosos que essa reflexão lhe traz. Claro que a reflexão é feita levando como base o “ser atriz” e, portanto, os requisitos que a profissão exige em termos de aparência, por exemplo. Anne Baxter – no papel de Eve Harrington – aparece como o contraponto principal do enredo. É ela que instala o conflito que se desenvolve ao longo da trama para, entre outras coisas, promover a reflexão de Margo Channing citada acima. De acordo com White (WHITE, 1995, p. 25):

A queda do protagonista e o abalo do mundo que ele habita ocorridos no final da peça trágica não são considerados ameaçadores para aqueles que sobrevivem à prova agônica. Para os espectadores da luta houve uma aquisição de conhecimento. E pensa-se que essa aquisição consiste na epifania da lei regedora de existência humana que a pugna vigorosa do protagonista contra o mundo produziu.
É nessa perspectiva que entendemos a premiação de Eve Harrington que dá inicio ao filme e é explicada passo a passo, numa espécie de flashback, até chegar ao final do enredo.

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