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[RESENHA #495] O retrato de Dorian Grey, Oscar Wilde

WILD, Oscar: São Paulo: O retrato de Dorian grey, Civilização Brasileira. 248p, 2022 ISBN9786558020462

Clássico da literatura, esta nova edição O retrato de Dorian Gray conta com luxuoso projeto gráfico e textos auxiliares inéditos. “Não há livros morais nem imorais. Os livros são apenas bem ou mal escritos”, do prefácio de Oscar Wilde.

Publicado em 1890 na lendária revista Lippincott’s Monthly Magazine, O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, já nasceu escandaloso. O editor inclusive submeteu o original a cortes por considerar algumas passagens “indecentes”. O cultuado escritor irlandês revisou essa versão, excluindo alguns trechos, e acrescentou a ela um prefácio e sete capítulos. Com isso, buscou realçar alguns temas – como a tensão entre classes sociais na era vitoriana – e disfarçar outros – como as insinuações homoeróticas “libertinas”. A história foi lançada em livro em 1891. Mesmo após Wilde fazer alterações, buscando um tom mais comedido, ele e a obra foram tachados de “imorais”.

Nestas páginas, o artista Basil Hallward, o jovem e belo Dorian Gray e o lorde Henry Wotton, seu mentor, conduzem leitoras e leitores pelos prazeres do corpo e do espírito, propondo reflexões sobre os limites do hedonismo. As cenas e os diálogos revelam o próprio gênio de Oscar Wilde – por vezes paradoxal –, que não se furtou a imprimir nos personagens seus predicados pessoais.

Com intuito de pensar os afetos contemporâneos a partir deste clássico, a Editora Civilização Brasileira traz, nesta edição especial, textos inéditos de Fabio Akcelrud Durão, professor de teoria literária da Unicamp, e João Silvério Trevisan, escritor premiado e ativista LGBTQIA+. Além disso, foi mantida a apresentação do escritor Carlos Heitor Cony, presente na edição anterior.

“Tenho inveja de todas as coisas cuja beleza não pereça. Tenho inveja deste meu retrato que você pintou. Por que lhe é dado conservar o que hei de perder? Cada momento que passa tira-me alguma coisa e dá alguma coisa a ele. Oh, se fosse o contrário! Se o retrato pudesse mudar e eu ficar sempre tal qual sou agora! Por que o pintou? Ele zombará de mim um dia, zombará cruelmente.”

O retrato de Dorian Gray é […] o livro de ficção mais sensacional da Terra. A sua sedução persiste, é cada vez maior. Hoje passou a ser o credo de uma estética nova na Terra inteira.”
– João do Rio

“Wilde deixou evidente que sua intenção era mostrar não apenas as emoções e os prazeres de uma vida devotada à beleza, mas também seus limites e perigos.”
– The New Yorker

“Relido hoje […], O retrato de Dorian Gray se mostra uma parábola fascinante e prazerosa sobre o ideal estético da arte pela arte.”
– The Guardian


RESENHA

Sem dúvida, a obra-prima de Oscar Wilde "O Retrato de Dorian Gray" é um espelho dos tempos. A interpretação perfeita da Inglaterra vitoriana, o simbolismo do romance e o uso da obra como prova em um julgamento que condenou o autor à prisão por dormir demais são algumas das razões pelas quais essa história se tornou famosa. Especialmente. O romance apresenta o crescimento e o desejo de Dorian Gray de alcançar a juventude eterna, a beleza perfeita, mesmo sacrificando sua consciência e vida em prol da religião da beleza.

Assim, Dorian Gray, um jovem de extraordinária beleza e inocência, foi corrompido pelo caminho da entrega da carne, da hipocrisia e da hipocrisia. Ele era viciado em drogas, fazia sexo descontrolado com adolescentes, casou-se com mulheres, teve um caso, dormiu com vários homens e mulheres ao mesmo tempo, estava bêbado e menosprezava os outros em nome de um animal. interesse.

Nesse sentido, Dorian usa diferentes métodos para satisfazer sua busca incansável pela felicidade. Um desses tipos é o assédio sexual (artigo 216-A do Código Penal) que não se baseia no princípio da lei, mas no princípio do Estado de Direito nas relações privadas, com o objetivo de tirar vantagem de status econômico e político .sociedade popular. um processo criminal. . caso em que é de uso limitado e favores sexuais ou favores recebidos (crime visível). Outras infracções conexas relacionadas com os crimes contra a dignidade sexual podem ser a prostituição especial (Código Penal, artigo 228.º), sedução e sedução de prostitutas exploradas sexualmente, etc. Por fim, há a possibilidade de exploração sexual de pessoas vulneráveis ​​(possivelmente crime para Sibyl Vane, então menor), prevista no artigo 218-B do Código Penal para reduzir as informações sobre exploração sexual. Trabalhar.

Muito se especula sobre a possibilidade de Dorian Gray ser uma espécie de "outro" para o autor, conhecido por sua vida hedonista. Em sentido amplo, Dorian indicará os prazeres obscuros da vida, que existem em maior ou menor grau em cada pessoa. No final, porém, o arrependimento e as consequências de uma vida dedicada à liberdade, ao prazer e à sedução, sacrificada pela beleza.

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