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Annie Ernaux é uma das escritoras mais aclamadas da literatura contemporânea e sua obra merece ser explorada por todos aqueles que buscam uma leitura envolvente e profunda. Em seus livros, Ernaux aborda temas como memória, identidade, relações humanas e sociedade de uma forma única e cativante. Se você ainda não teve a oportunidade de conhecer o trabalho dessa renomada autora francesa, não perca mais tempo e mergulhe em suas narrativas intensas e fascinantes. Embarque nessa jornada literária e descubra por que tantos leitores se apaixonaram pelo universo de Annie Ernaux.
Existem várias razões pelas quais alguém que nunca leu Annie Ernaux deveria começar o quanto antes. Aqui estão algumas delas:
1. Ernaux é uma escritora aclamada pela crítica e reconhecida internacionalmente por sua prosa única e poderosa. Suas obras frequentemente exploram temas como memória, identidade, classe social e gênero, oferecendo uma profunda reflexão sobre a condição humana.
2. O estilo de escrita de Ernaux é cativante e envolvente, fazendo com que seus livros sejam leituras envolventes e emocionantes. Sua capacidade de capturar a essência da experiência humana e transmiti-la de forma autêntica e comovente é impressionante.
3. As obras de Ernaux são conhecidas por sua honestidade brutal e sua capacidade de revelar a complexidade e a fragilidade das relações humanas. Seus livros são frequentemente descritos como honestos e cruéis, mas também como poderosos e emocionantes.
4. Ao mergulhar no mundo literário de Annie Ernaux, os leitores podem ganhar uma nova perspectiva sobre suas próprias vidas e experiências, o que pode levar a uma maior compreensão de si mesmos e do mundo ao seu redor.
Em resumo, ler Annie Ernaux pode ser uma experiência transformadora e enriquecedora, que pode abrir novos horizontes e oferecer uma visão mais profunda e perspicaz da condição humana. Por isso, vale a pena começar a explorar sua obra o quanto antes.
Foto: G1 |
Algumas obras de Ernaux:
UMA MULHER
Cinco anos depois de recompor a vida e a trajetória do pai em O lugar, Annie Ernaux retorna à autossociobiografia, gênero que inaugurou e que a consagrou, para narrar as memórias que guarda de sua mãe, escritas nos meses seguintes à morte dela. Com a tarefa de articular uma narrativa “entre o familiar e o social, o mito e a história”, Ernaux parte da mesma “linguagem neutra” de outros livros para escrever sobre a própria mãe, mas também sobre a vida de uma mulher. No entanto, a dor e a fragilidade do luto alteram essa equação de forma sutil, porém fundamental: em contato com a perda materna, o estilo seco assume um contorno visceral que vai direto ao coração das lembranças. À flor da pele, ela atenta para as muitas facetas da dor, desde as mais ínfimas. “Alguns pensamentos deixam um buraco em mim: pela primeira vez, ela não vai ver a primavera.” Apesar disso, reconhece a dimensão social de seu luto: “perdi o último vínculo com o mundo do qual vim”. Nascida no início do século 20, sua mãe foi operária desde os doze anos. Tinha orgulho do ofício e de buscar a independência. “Ir longe”, assim Ernaux define o princípio que regeu a vida dessa mulher. Depois de se casar, abriu com o marido o café-mercearia onde trabalhou até a terceira idade. Leitora voraz e aberta para o mundo, estimulava os estudos da filha na tentativa de lhe prover o que nunca tivera. Quando, já viúva, vai viver com Ernaux e os netos, mãe e filha experimentam nas miudezas do cotidiano a distância que a ascensão social da filha singrou entre as duas. Com precisão cirúrgica, a autora recupera os detalhes dos gestos maternos, as expressões, a inquietude e a vivacidade que a mãe manteve até o fim da vida, numa casa de repouso, já acometida pelo Alzheimer. Sóbrio e comovente, este livro é peça central no quebra-cabeças do projeto da autora de escrever a vida. Nele é possível acompanhar não só a trajetória de uma mulher da classe trabalhadora, mas os sentimentos viscerais de sua filha: amor, ódio, admiração, ternura, culpa e um vínculo inabalável.
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