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[RESENHA #945] Gandhi e Churcill: a rivalidade épica que destruiu um império e forjou nossa era, de Arthur Herman

Nessa obra fascinante, finalista do Prêmio Pulitzer de Não Ficção, o historiador Arthur Herman constrói, com detalhes, uma biografia dupla de dois dos maiores líderes do século XX: Mahatma Gandhi e Winston Churchill. Gandhi e Churchill conta a história de duas importantes figuras políticas do século XX que até hoje impactam nossa era. Nascidos em mundos distintos - o primeiro em um lar religioso no interior da Índia, o segundo em uma família aristocrática britânica -, tiveram suas vidas e carreiras entrelaçadas ao protagonizar quarenta anos de rivalidade que selaram o destino da Índia e do Império Britânico.Durante sua longa carreira, Winston Churchill fez o necessário para assegurar que a Índia permanecesse sob o domínio britânico. Chegou a redesenhar todo o mapa do Oriente Médio e até pôr em risco a aliança com os Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Mahatma Gandhi, ao contrário, dedicou a vida à libertação de seu país, desafiou a morte e a prisão e criou um movimento político t...

[RESENHA #944] A Construção Social da Subcidadania: Para Uma Sociologia Política da Modernidade Periférica, de Jessé Souza

Pretende ser uma alternativa teórica às questões centrais da reflexão sobre a singularidade de sociedades periféricas como a brasileira, abordando os temas da subcidadania, da naturalização da desigualdade e da singularidade do processo de modernização entre nós. O objetivo é elaborar uma concepção teórica alternativa, tanto em relação às abordagens personalistas, patrimonialistas e hibridistas destes fenômenos, quanto em relação às percepções conjunturais e pragmáticas que perdem o vínculo com qualquer realidade mais ampla e totalizadora. RESENHA A proposta do livro é criticar a centralidade de categorias como personalismo, familismo e patrimonialismo na compreensão das "mazelas" sociais em países periféricos como o Brasil. O autor chama essas categorias de tradição "culturalista essencialista". O objetivo é construir um "paradigma alternativo" de interpretação que conserve o acesso a realidades culturais e simbólicas. O desafio é demonstrar como a desigu...

[RESENHA #943] A anatomia do fascismo, de Roberto O. Paxton

APRESENTAÇÃO : O autor demonstra que, para compreendermos o fascismo, temos que examiná-lo em ação - levando em conta o que ele fez, e não apenas o que ele dizia ser. Ele explora as falsidades e as características em comum do fascismo; a base social e política que permitiu que ele prosperasse; seus líderes e suas lutas internas; as diferentes formas pelas quais ele se manifestou em diferentes países - França, Grã-Bretanha, os Países Baixos, o Leste Europeu e até mesmo na América Latina, como também na Itália e na Alemanha; de que forma os fascistas encararam o Holocausto e, por fim, se o fascismo ainda seria possível nos dias de hoje. RESENHA O livro "A Anatomia do Fascismo", escrito por Robert O. Paxton, apresenta aos historiadores da história política e intelectual um argumento crucial sobre o papel das ideias nos movimentos políticos. Embora reconheça a importância das ideias por trás do fascismo para entender suas origens e estágios iniciais, Paxton defende que o que os f...

[RESENHA #942] O caçador da escuridão, de Donato Carrisi

APRESENTAÇÃO :  Marcus não possui identidade, memória, amor ou ódio. Ele só tem duas coisas: raiva e um talento que faz questão de esconder. Ele é o último dos penitencieiros: um padre com a capacidade de rastrear anomalias e vislumbrar os fios que tecem a trama de cada assassinato. Mas nem todas as tramas podem ser reconstruídas. Sandra é uma mulher tentando se recompor. Ela também trabalha em cenas de crime, mas, ao contrário de Marcus, não precisa se esconder, apenas atrás das lentes de sua câmera. Sandra é fotógrafa forense, e seu talento é registrar o nada para torná-lo visível. Mas desta vez o nada ameaça engoli-la. Uma série de mortes acontece em Roma num padrão terrível, mas sedutor. E, cada vez que Marcus e Sandra acham que entenderam parte da verdade, eles descobrem um cenário ainda mais perturbador e ameaçador. Um novo thriller literário sensacional do autor best-seller de  O aliciador  e de  O tribunal de almas ,  O caçador da escuridão  capta a...

[RESENHA #941] As sete luas de Maali Almeida, de Shehan Karunatilaka

APRESENTAÇÃO : Colombo, Sri Lanka, 1990. Maali Almeida descobre da pior maneira possível que existe vida após a morte: ele acorda no Interstício, um lugar cheio de almas confusas e perdidas. Nessa espécie de purgatório, ele descobre que foi assassinado e que seu corpo desmembrado está afundando no Lago Beira, mas não faz ideia de quem o matou. Numa época em que o acerto de contas é feito por esquadrões da morte, capangas e homens-bombas, a lista de suspeitos é enorme. Maali era fotógrafo de guerra, viciado em apostas e, apesar de ter se relacionado com muitos homens, nunca se assumiu gay. Antes de morrer, ele tirou fotos que poderiam abalar o seu país e as guardou em envelopes, cada um representado por uma carta de baralho. Para que a morte dele não seja em vão, ele precisa entrar em contato com as pessoas que ama, guiá-las até o esconderijo das fotografias e dar sua cartada final. Só tem um problema: se ele quiser ir para a Luz, precisa fazer isso antes da sétima lua. As sete luas de ...

[RESENHA #934] Dom Quixote, de Miguel de Cervantes

Dom Quixote é uma obra-prima da literatura mundial escrita por Miguel de Cervantes. Publicado pela primeira vez em 1605, o livro é considerado um dos mais importantes da história da literatura e um marco na literatura espanhola. Com uma narrativa rica e complexa, Dom Quixote retrata a história de um cavaleiro errante que busca justiça e aventura em um mundo que ele próprio cria em sua mente. A história de Dom Quixote é ambientada na Espanha do século XVII e gira em torno de um personagem chamado Alonso Quijano, um homem de meia-idade que enlouquece após ler muitos livros de cavalaria. Convencido de que é um cavaleiro andante, ele decide adotar o nome de Dom Quixote e parte em busca de aventuras, acompanhado por seu fiel escudeiro Sancho Pança. A narrativa de Cervantes é extremamente rica em detalhes e apresenta uma variedade de personagens e situações. Ao longo da história, Dom Quixote se envolve em uma série de episódios cômicos e trágicos, nos quais ele enfrenta moinhos de vento que ...

[RESENHA #933] A alma encantadora das ruas, de João do Rio

“A Alma Encantadora das Ruas” é uma obra-prima da literatura brasileira escrita por João do Rio, pseudônimo de Paulo Barreto. Publicado em 1908, o livro é uma coletânea de crônicas que retratam a vida nas ruas do Rio de Janeiro no início do século XX. Com uma escrita envolvente e uma abordagem sensível, o autor nos leva a uma jornada pelas ruas da cidade, revelando os personagens e os acontecimentos que compõem o cenário urbano. João do Rio é um observador atento da cidade e das pessoas que a habitam. Ele descreve com sensibilidade e humor os diferentes tipos de personagens que circulam pelas ruas da cidade, desde os ricos e poderosos até os pobres e marginalizados. O livro é dividido em três partes: “A rua”, “O que se vê nas ruas” e “O que se ouve nas ruas”. Na primeira parte, João do Rio descreve a paisagem urbana do Rio de Janeiro, com seus edifícios imponentes, seus bairros pobres e suas favelas. Na segunda parte, ele retrata as diferentes profissões e atividades que se realizam na...

[RESENHA #835] Maré de mentiras, de Roberto Campos Pellanda

Sinopse : Anabela Terrasini vive em Sobrecéu, a mais poderosa das cidades marítimas. A vida previsível que ela leva chega ao fim com a notícia: o pai, o duque de Sobrecéu, está morto. No vazio de poder, em meio a conspirações que transformam velhos aliados em inimigos, Anabela compreende que o perigo que ela — e Sobrecéu — correm é muito real. Theo, o garoto sem sobrenome, vive sob o mantra: Nunca se envolver e nunca tomar partido. Mas quando a pequena Raíssa, uma menina muda que é a sua companheira de golpes nas ruas de Valporto, é sequestrada, Theo decide tomar para si a missão de resgatá-la. Na jornada, talvez ele encontre mais do que imagina e descubra que é hora de enterrar o passado — e o seu mantra — de uma vez por todas. Em Tássia, o comandante reformado Asil Arcan vive assombrado pelo conflito perdido vinte anos antes. Para Asil, a conta dos mortos é sua — e apenas sua. Em meio à miséria de uma existência sem sentido, ele passa a ser atormentado por estranhas visões: em um sal...

Portal Fazia Poesia abre chamada para equipe de poetas de 2024

Uma das referência no cenário da poesia independente contemporânea, o portal Fazia Poesia está com inscrições abertas para a sua equipe de poetas, que integrarão sua plataforma no Medium, a partir de 2024. Os interessados podem participar pelo edital disponível no site faziapoesia.com.br , até o dia 1 de dezembro, ou até atingir o limite de 300 inscrições. O resultado será divulgado no dia 15 de janeiro de 2024 pelo Instagram do portal (@faziapoesia) e os selecionados também serão informados por e-mail. "Este ano vamos selecionar cerca de 50 pessoas. Para a inscrição ser concluída é necessário preencher o formulário oficial, disponibilizado tanto no edital quanto no artigo publicado no portal, no qual o inscrito deverá enviar seus dados, responder algumas breves perguntas e submeter quatro poemas", explica o editor-chefe do portal, Alex Zani. A participação será permitida apenas a pessoas com mais de 18 anos que possuam uma conta na plataforma Medium, onde o portal é hospeda...

[RESENHA #797] Grande sertão: Veredas, de Guimarães Rosa

Grande sertão: veredas é um romance publicado em 1956 pelo escritor mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967), considerado um dos mais importantes da literatura brasileira e universal. A obra faz parte da terceira fase do modernismo, caracterizada pela experimentação linguística e pela abordagem de temas existenciais. O livro narra a vida de Riobaldo, um ex-jagunço que conta suas aventuras, seus conflitos, seus amores e suas angústias ao longo de uma extensa conversa com um interlocutor desconhecido. Riobaldo vive no sertão, um espaço geográfico e simbólico que representa o cenário das lutas entre os bandos de jagunços, mas também o palco das reflexões sobre o bem e o mal, o destino e a liberdade, Deus e o diabo. A obra se destaca pelo estilo inovador de Guimarães Rosa, que cria uma linguagem própria, baseada na oralidade, na inventividade, no uso de arcaísmos, neologismos, regionalismos e estrangeirismos. O autor também explora os recursos sonoros, rítmicos e imagéticos da língua, crian...