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Resenha: Campo geral, de João Guimarães Rosa

Foto: Arte digital APRESENTAÇÃO A infância é o tempo de descobertas. É a fase da vida em que o ser humano recebe e retribui os sentimentos à sua volta com maior vigor e integridade. Com Miguilim, menino que protagoniza esta novela de João Guimarães Rosa, não é diferente. Contudo, a visão de mundo repleta de sensibilidade que vinca a personalidade da criança transforma o conjunto de situações que ela experimenta num redemoinho sem precedentes de sensações. Os leitores de Campo Geral naturalmente se envolvem e se emocionam ao tomar contato com as impressões e conclusões do menino sobre o mundo que o cerca. Tanto os medos mais profundos de Miguilim quanto seus sonhos mais intensos são concebidos pelo pincel multicor de Guimarães Rosa. O convívio familiar, o cultivo das amizades, a dura vida no sertão e a necessidade incontornável de encarar os desafios que a condição humana apresenta são elementos centrais desta narrativa. Neste livro, tem-se o privilégio de captar o âmago da vida no sert...

Entrevista com Raquel Lopes, autora de 'Leveza do efêmero'

  Foto: Arte digital Nesta coluna, teremos o prazer de mergulhar ainda mais fundo na poesia e na sensibilidade da autora Raquel Lopes, que nos presenteia com seu livro "Leveza do Efêmero". Através de seus poemas, somos convidados a refletir sobre a beleza da vida, a importância de apreciar cada momento e a esperança que nunca deve se apagar dentro de nós. Com uma escrita delicada e inspiradora, Raquel Lopes nos guia por um universo de emoções e reflexões, nos lembrando da efemeridade da vida e da importância de vivermos de forma plena. Conheceremos mais sobre a trajetória e inspirações da autora, além de nos encantarmos com alguns dos belos poemas que compõem esta obra . Prepare-se para se emocionar e se encantar com a leveza e a profundidade das palavras de Raquel Lopes. Foto: Arte digital Confira a entrevista na íntegra: 1. Qual foi sua inspiração para escrever o livro "Leveza do Efêmero"? A inspiração surgiu quando li um certo livro de contos da escritora portugu...

Resenha: Escreva muito e sem medo, de Albert Camus e Maria Casarès

Foto: Arte digital APRESENTAÇÃO Em 19 de março de 1944, Albert Camus e Maria Casarès se conhecem na casa de Michel Leiris. A ex-aluna do Conservatório de Arte Dramática de Paris, nascida em Corunha e filha de um político espanhol forçado ao exílio, tem apenas 21 anos. Ela havia começado a carreira em 1942, no Théâtre des Mathurins, mesmo ano em que Camus publicara O estrangeiro pela Gallimard. Na época, o escritor morava sozinho em Paris. Por causa da guerra, acabou afastado da esposa, Francine, que havia ficado em Orã, na Argélia. Sensível ao talento da atriz, confiou-lhe o papel de Martha na estreia de O mal-entendido, peça de sua autoria, em junho de 1944. Em 6 de junho do mesmo ano, na noite do Dia D, Albert Camus e Maria Casarès tornaram-se amantes. Esse era só o preâmbulo de uma grande história de amor que só deslancharia de fato em 1948. Tendo como pano de fundo a vida e as atividades criativas dos amantes (livros e congressos no caso do escritor; a Comédie-Française, turnês e o...

Resenha: A cor púrpura, de Alice Walker

Imagem: Arte digital APRESENTAÇÃO A cor púrpura , ambientado no Sul dos Estados Unidos, entre os anos 1900 e 1940, conta a história de Celie, mulher negra, pobre e semianalfabeta. Brutalizada desde a infância, a jovem foi estuprada pelo padrasto e forçada a se casar com Albert, um viúvo violento, pai de quatro filhos, que enxergava a esposa como uma serviçal e fazia dos sofrimentos físicos e morais sua rotina. Durante trinta anos, Celie escreve cartas para Deus e para a irmã Nettie, missionária na África. Os textos têm uma linguagem peculiar, que assume cadência e ritmo próprios à medida que Celie cresce e passa a reunir experiências, amores e amigos. Entre eles está a inesquecível Shug Avery, cantora de jazz e amante de Albert. Apesar da dramaticidade do enredo,  A cor púrpura  é uma história sobre mudanças, redenção e amor. A partir da vida de Celie, a aclamada escritora Alice Walker tece críticas ao poder dado aos homens em uma sociedade que ainda hoje luta por igualdade en...

Resenha: O preço do amanhã (2011)

Imagem: Will ganha mil horas em um cassino, reprodução Em um futuro próximo, o envelhecimento passou a ser controlado para evitar a superpopulação, tornando o tempo a principal moeda de troca para sobreviver e também obter luxos. Assim, os ricos vivem mais que os pobres, que precisam negociar sua existência, normalmente limitada aos 25 anos de vida. Quando Will Salas (Justin Timberlake) recebe uma misteriosa doação, passa a ser perseguido pelos guardiões do tempo por um crime que não cometeu, mas ele sequestra Sylvia (Amanda Seyfried), filha de um magnata, e do novo relacionamento entre vítima e algoz surge uma poderosa arma com o sistema e organização que comanda o futuro das pessoas. Imagem: Sylvia, personagem de Amanda Seyfried, reprodução RESENHA O filme, "O Preço do Amanhã", de 2011, narra a vida de Will Salas, um trabalhador comum que vive nos guetos de uma cidade rica e recebe como pagamento o tempo referente a um dia de vida. Desta forma, todos os pobres retratados no...