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Resenha: Noites cruas, de Jean Soter

Divulgação / Mandawa Estúdio APRESENTAÇÃO Expulsa de casa após uma briga com a mãe, Karina conhece a garota de programa Rose em um posto de gasolina na rodovia. Naquela mesma noite, saem com dois caminhoneiros. Noites Cruas centraliza seu enredo na trajetória errática dessas duas mulheres, com seus sonhos, frustrações e esperanças, e tem como cenário a rua, o bordel, a rodovia. RESENHA Em “Noites cruas”, Jean Soter nos mostra que a vida acontece mesmo quando a maioria não está prestando atenção. Focado na trajetória de duas personagens, Karina e Rose, esse romance leva o leitor para a beira da estrada. Mas essa história não é uma road trip divertida de duas amigas universitárias fazendo um mochilão para descobrir o que querem fazer da vida, Karina e Rose são prostitutas que têm seus destinos costurados uma a outra em um banco de posto de gasolina. “Mulher de vida fácil”, diz a cultura popular para se referir às putas. “Mulher perdida” também. Jean Soter, ao retratar essa face da vida n...

Escritora e roteirista carioca Luiza Conde explora o tempo e a morte por meio do fantástico e do terror em “Relógios partidos”

Comtato / Divulgação / Acervo Pessoal Rituais longínquos, maldições pregadas na parede e amigos monstruosos. Um ônibus para lugar nenhum, um metrô infinito e uma coleção sanguínea. Esses são cenários que atravessam  “Relógios partidos”  ( Editora Litteralux, 114 páginas ), o primeiro livro da roteirista carioca Luiza Conde  (@ luizacma) . Com uma carreira profícua no roteiro, Luiza agora se lança na literatura fantástica com 12 contos sobre o tempo e os principais medos que acometem a humanidade: envelhecer, ficar só, errar, escolher, morrer, viver.  A obra tem texto de orelha assinado pelo escritor e pesquisador Leonardo Villa-Forte. Dividido em três partes que remetem ao passado (“Tempos que foram”), presente (“Tempos que são”) e futuro (“Tempos que podem ser”),  “Relógios partidos”  é influenciado pelas obras de autoras que conversam com o insólito e o terror, como Mariana Enriquez, Lygia Fagundes Telles, Silvina Ocampo e Socorro Acio...

Veronica Botelho lança “Inverno”, uma reflexão sobre os relacionamentos que moldam a personalidade a partir de uma família inter-racial

Acervo Pessoal / Divulgação / Comtato Fruto de uma relação interracial, mas criada unicamente pela parte branca da família, Isabel é uma mulher em busca de sua própria identidade. A piauiense Veronica Botelho   (@verobotelho)   apresenta  “ Inverno”   (e- Galáxia, 178 págs.), seu novo livro de “As Estações”, série não sequencial que começou com o romance “Verão”, publicado em 2023.  O racismo desde o ambiente familiar é o ponto de partida da história de Isabel. Longe de ser apenas um artifício ficcional, o preconceito em famílias inter-raciais é uma realidade presente em muitas casas brasileiras. A psicóloga social Lia Vainer Schucman, especialista em estudos de branquitude,  investiga as tensões entre cor e amor a partir da ideologia do embranquecimento  que aponta branco como “melhor” ou superior e determina também a hierarquia do indíviduo negro no ambiente familiar. Em “Inverno”, Isabel sente na pele essas tensões. Na relação com avó branca, por ex...

Escritor mineiro Breno Ribeiro retrata em “thriller familiar” as dores da perda de um filho em meio à desigualdade social

Duas famílias distintas. Uma de classe média alta e outra de periferia. Em uma delas, um casal de elite com seus dois filhos, a típica família perfeita para os que veem de fora. Na outra, um casal de periferia que luta para conseguir pagar os medicamentos da mãe de um deles. Este é o ponto de partida do breve romance  “cicatriz”  (112 págs.), do escritor mineiro Breno Ribeiro, recém-lançado pela Caravana Editorial.  Atualmente vivendo no Rio de Janeiro, o autor é formado em Letras e professor de Língua Inglesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com  mestrado em Estudos da Linguagem na PUC-Rio e um curso livre de Formação em Roteiro pela Academia Internacional de Cinema do Rio.  Breno traz em seu segundo romance uma história que reúne três dos mais imponentes sentimentos humanos: a justiça, a vingança e a culpa. Através da história de poucos mas inesquecíveis personagens, retrata um quadro não incomum em nossa sociedade.  Estruturada em três...

“Diário de Amélia”, livro fruto da Aldeia Literária, pretende ser um farol para adolescentes que cresceram em ambientes tóxicos

Foto: Comtato / Acervo Pessoal / Divulgação A personagem-título de “ O Diário de Amélia ” (109 pág), mais recente livro da escritora e empreendedora paulista  Camila Veloso , compartilha com outras jovens da mesma idade os dramas dessa fase da vida, como a escolha profissional, interesses amorosos e questões familiares. Antenada com o linguajar, as práticas e dilemas dos adolescentes dessa nova geração, a autora apresenta uma obra que funciona também como guia prático para problemas do mundo adulto e rota de fuga de ambientes tóxicos.  A obra é fruto da  Aldeia Literária , negócio idealizado pela autora, que fomenta a formação de uma nova geração de escritores, utilizando a  Cohort Learning Method , uma metodologia a base de mentorias e jornadas coletivas de aprendizado. Os encontros online oferecem acompanhamento do processo criativo e conversas com especialistas na área literária. Já passaram pelo processo cerca de 400 pessoas de novembro de 2023 até agora.  P...