RESENHA DO FILME “OS MISERÁVEIS”
CREDENCIAIS DO AUTOR
Bille August, cineasta responsável pela adaptação para o cinema da obra “Os Miseráveis” (1998), escrita pelo escritor francês Victor Hugo, nasceu no dia 9 de Novembro de 1948, na Dinamarca. Iniciou sua carreira no cinema como diretor de fotografia e estreou na direção com In My Life (1979) e com Pelle, o Conquistador (1987), daí então, é apresentado ao mundo quando ganha a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1988. Bille também teve o prazer de ganhar uma estatueta dourado do Oscar e do Globo de Ouro, com a indicação de Melhor Filme Estrangeiro. Dirigindo mais um novo sucesso, do roteirista Ingmar Bergman, venceu pela segunda vez a Palma de Ouro com As melhores Intenções, no Festival de Cannes 1992. Além de cineasta, o adaptador da obra de Victor Hugo, também era diretor de televisão e atuou em alguns filmes, como Coragem: Perfis de Criatividade em 1998; En sang fra Bille de 2001, Besser als mein Haus je war em 1993, entre outros. O filme “Os Miseráveis” apresenta uma história baseada no clássico de Victor Hugo, dirigida por Billie August e produção de James Gorman e Sarah Radclyffe. O roteiro não modificou muito em relação à obra original, o que não levou a grandes surpresas para quem já conhecia a obra por outras adaptações.
RESUMO DA OBRA
O filme é baseado no romance Os Miseráveis de Victor Hugo, relata a trajetória de Jean Valjean, um ex-presidiário que foi condenado ao trabalho forçado por roubar pães para saciar sua fome; cumpriu sua pena durante 19 anos. Ao sair da prisão foi totalmente discriminado por ser ex-detento, somente o padre lhe recebeu e lhe deu alimento e um local para dormir.
Apesar de grato pela ação do sacerdote, roubou-lhe talheres e castiçais de Prata e fugiu. Logo foi apanhado por alguns policiais e levado de volta à casa do padre. Então, o ente religioso disse aos policiais que estava havendo um engano, porque aquela prataria havia sido dada a Jean. A partir da ação de bondade e generosidade oferecida pelo padre Valjean tornou-se outro homem, agora chamado de Medeleine e para ocorrer essa transformação foi preciso que ele se disfarçasse. Logo seu empreendorismo fez dele um empresário e prefeito da cidade de Montreuil – Sur – Mer.
No decorrer do romance, são retratadas interligações históricas de vários personagens entre os quais Javerd tido como o antagonista neurótico por perseguir Jean Valjean até o fim da história, conseguiu descobrir a identidade do prefeito e o denunciou, o mesmo depois do falecimento de Fantine, fugiu para resgatar Cossette da vigarista família Thernardeier que explorou Fantine com a desculpa de estar cuidando bem da sua filhinha Cossette. Com a ajuda do carroceiro Falicheevent, este em retribuição por ter salvado sua vida em um acidente de carroça, esconde os fugitivos em um convento que trabalhava.
Depois de anos morando no convento, Valjean agora com o disfarce de Fauchelevent vai morar em Paris com Cossete; ela então conhece o revolucionário Marius, e logo se apaixonam. Em seguida, mais uma vez Javerd descobre novamente Valjean, e diante das ciladas do destino, o perseguido salva o perseguidor da morte. O inspetor inconformado em não prender ou matar Jean Valjean por esta ter salvado sua vida, mas ao mesmo tempo consciente que esta perseguição nunca acabará, se mata, e deixa Valjean livre para viver sua vida em paz sem mais perseguições.
DADOS SOBRE OS PERSONAGENS PRINCIPAIS
- Jean Valjean: Condenado por roubar um pão, ele é posto em liberdade após dezenove anos de prisão. Rejeitado pela sociedade por ser um ex-presidiário, o bispo muda sua vida. Ele assume uma nova identidade para seguir uma vida honesta, tornando-se proprietário de uma fábrica e prefeito. Ele adota e cria a filha de Fantine, Cosette.
- Fantine: A costureira abandonada com uma filha pequena. que deixa sua filha Cosette aos cuidados de terceiros. ela encontra trabalho numa fabrica, mas a supervisora descobre que ela é uma mãe solteira e a demite. Para atender às exigências de dinheiro dos que cuidam de sua filha, ela vende o seu cabelo, finalmente, acaba na prostituição. Valjean tem conhecimento de sua situação e ajuda-a. Ela morre antes que Valjean possa reuni-la com Cosette.
- Cosette: A filha de Fantine . quando criança, ela é espancada e obrigada a trabalhar. Após a morte de Fantine, Valjean a resgata e ela se torna a sua filha adotiva. Ela é educada por freiras do convento. Mais tarde, ela cresce até tornar-se muito bonita. Ela se apaixona por Marius.
- Javert: Um inspetor de polícia obsessivo que sempre persegue Valjean, que tem a chance de matar Javert, mas o deixa ir. Mais tarde, Javert permite que Valjean escape. Pela primeira vez, Javert está em uma situação na qual ele desrespeita a lei. Seu conflito interior leva-o a tirar sua própria vida, saltando para o rio
- Marius: Um aristocrata de segunda geração. Estuda direito, se junta aos estudantes revolucionários do ABC e depois se apaixona por Cosette.
MOMENTO HISTÓRICO DO ENREDO
A história se passa na França do século XIX entre duas grandes batalhas: a Batalha de Waterloo (1815) e os Motins de Junho de 1832. Fantine era um personagem que, descaradamente, testemunhava a miséria deste século.
CONTRAPONDO COM AS DISCURSSÕES EM SALA DE AULA
Fazendo um paralelo entre o filme Os Miseráveis e os textos que discutem os assuntos referentes a moral e a ética, é bastante notório os preceitos existentes entre as imposições morais estabelecidas pelos personagens e as discursões impostas. Onde cabe-se indagar até que ponto vai as atitudes humanas para o não infligimento das normas morais?
No entendimento da ética como o pensar as ações humanas e seus fundamentos parte-se do pressuposto que as atitudes impostas pelos personagens do filme, vinculam-se ao não descumprimento das normas estabelecidas pelas leis da sociedade, fato que precede aos anceios de que é preferivel tirar a propria vida no tocante do entendimento que quebrou a sua moralidade, numa simples e decisória atitude.
Vale lembrar que as atitudes estabelecidas pela grande maioria dos personagens disviculam os preceitos éticos e morais, não são tornados por suas próprias vontades, mas pela real necessidade de ter que opitar por seguir conceitos estabelecidos ou descumprir tal ato e assim estabelecer um bem para sua vida. Por isso não deve-se julgar as atitudes que não são ditas certas, pois não tem-se o entendimento do que se passa no intimo de cada ser humano.
CRÍTICA DO RESENHISTA
O filme Os Miseráveis realmente é muito interessante. Nele, Victor Hugo como autor da obra que foi adaptada por Bille August, sabe abordar de maneira clara e objetiva o que todos nós devemos aprender que é respeitar os limites da cultura e da ética. É bastante relevante como o autor nos mostra como os juízos de valor, e a moral podem influenciar na vida de uma pessoa.
A obra nos proporciona um vasto enriquecimento intelectual, pois nos faz ver as coisas bem além de suas verdadeiras fronteiras. Victor Hugo e Bille August conseguem de uma forma bem estimulante levar o leitor/telespectador a ver que a questão da injustiça e desigualdade social que assolam a humanidade desde muito tempo.
Na verdade é importante destacar que a época histórica em que se passa o filme não foi bem enfatizada, assim alguns fatos ficavam soltos, aos olhos de quem não é bom entendedor de história. Para tanto, o filme discorre bem rápido, no que diz respeito à cronologia, pois adianta muitos anos de uma cena para outra.
INDICAÇÕES DO RESENHISTA
Os Miseráveis é um filme muito bom. É uma boa indicação para as pessoas que estarão dando início ao estudo do tema, no caso, a ética e a moral. O enredo possui uma cinemática bem didática, de fácil compreensão, sendo uma importante base para futuras discussões sobre as diversas maneiras de compreender a moral e de como podemos lidar com as suas interpretações, juízos de valor e com os problemas práticos que somo submetidos a todo o momento. Para nós, como profissionais da saúde, e até mesmo para qualquer outra área de conhecimento, trata-se de uma obra que muito irá acrescentar para o nosso crescimento, tanto pessoal, como profissional.
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