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Resenha: Dom Quixote, de Miguel de Cervantes


ISBN-13: 9788563560551
ISBN-10: 8563560557
Ano: 2012 / Páginas: 1268
Idioma: português
Editora: Penguin Companhia

Dom Quixote de La Mancha não tem outros inimigos além dos que povoam sua mente enlouquecida. Seu cavalo não é um alazão imponente, seu escudeiro é um simples camponês da vizinhança e ele próprio foi ordenado cavaleiro por um estalajadeiro. Para completar, o narrador da história afirma se tratar de um relato de segunda mão, escrito pelo historiador árabe Cide Hamete Benengeli, e que seu trabalho se resume a compilar informações. Não é preciso avançar muito na leitura para perceber que Dom Quixote é bem diferente das novelas de cavalaria tradicionais - um gênero muito cultuado na Espanha do início do século XVII, apesar de tratar de uma instituição que já não existia havia muito tempo. A história do fidalgo que perde o juízo e parte pelo país para lutar em nome da justiça contém elementos que iriam dar início à tradição do romance moderno - como o humor, as digressões e reflexões de toda ordem, a oralidade nas falas, a metalinguagem - e marcariam o fim da Idade Média na literatura. Mas não foram apenas as inovações formais que garantiram a presença de Dom Quixote entre os grandes clássicos da literatura ocidental. Para milhões de pessoas que tiveram contato com a obra em suas mais diversas formas - adaptações para o público infantil e juvenil, histórias em quadrinhos, desenhos animados, peças de teatro, filmes e musicais -, o Cavaleiro da Triste Figura representa a capacidade de transformação do ser humano em busca de seus ideais, por mais obstinada, infrutífera e patética que essa luta possa parecer.

RESENHA/ANÁLISE:

O livro “Dom Quixote de La Mancha” é uma obra literária escrita por Miguel de Cervantes Saavedra que nasceu no dia 29 de setembro de 1547 em uma cidade espanhola chamada Alcalá. Não se sabe ao certo se Cervantes cursou a escola ou a universidade, mas o mesmo estudou gramática e retórica em Madri por volta de 1566. Começou seus escritos literários com poesias sobre a vida e morte de D. Isabel que foi a terceira esposa do rei Felipe II.


Em 1571 Miguel de Cervantes participa da famosa batalha de Lepanto, na qual os turcos tentavam invadir a Europa e acabaram derrotados pela Espanha e Republica de Veneza na Grécia, nesta batalha Cervantes se destacou como soldado e com isso ganhou a consideração do rei D. João da Áustria.


Quatro anos depois Cervantes voltava para Espanha quando o navio em que estava foi atacado por turcos, que o aprisionaram por cinco anos na Argélia, o mesmo só saiu de lá após os amigos e familiares se juntaram para pagar o resgate pedido pelos turcos. Quando chega à Espanha Cervantes tem problemas para se estabelecer economicamente e então começa a trabalhar no setor público, e alcança o cargo de coletor de impostos e por conta disto em 1957 é acusado de corrupção e condenado a prisão da qual saiu em 1598 com a primeira parte de seu grande clássico literário o famoso "Dom Quixote de La Mancha".


Cervantes sai da prisão pobre e então em 1604 é publicado Dom Quixote, que acaba por ser um grande sucesso, nesta época Cervantes tinha 58 anos e empolgado com a bem sucedida publicação de seu livro, lança suas novela, escreve peças de teatro, nas quais não se identifica muito. Em 1615 Cervantes abandona os gêneros anteriormente mencionados e escreve a segunda parte de Dom Quixote, que não lhe rende bens materiais, pois o mesmo se recolhe em um mosteiro franciscano e morre pobre em 22 de abril de 1916, sua morte é registrada no dia 23 e é esse um dos motivos da Espanha comemorar o dia do livro nesta data.
O que resumi muito bem a vida de Miguel de Cervantes é a frase do Padre Antônio Vieira: “Somos o que fazemos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos e nos outro somente duramos.”
A obra, um clássico da literatura.

Dom Quixote de La Mancha é uma crítica que Miguel de Cervantes faz a política Espanhola dos séculos XVI e XVII. Em que o belo e magro fidalgo Dom Quesada ou Quixano, mais conhecido como Dom Quixote, representa a queda do Império Espanhol. É importante ressaltar que toda essa decadência da economia espanhola se refletiu muito na vida de Miguel de Cervantes. O livro traz a idéia de magia e feitiçaria, com pouca ou nenhuma piedade religiosa, pois como pode se notar 

durante um jantar Dom Quixote é visto com maus olhos por um padre.
Dom Quixote de La Mancha apresenta muito bem a seguinte idéia de Iran Ibrahim Jacob: “Seja você mesmo. Não se preocupe com o que vão dizer de você. Seja autêntico e aja obedecendo a suas vontades e impulsos. Entretanto, saiba controlar seu ímpeto para não incomodar as pessoas. O ser humano é livre para ser como realmente é.”


A temática do livro é bem simples, Cervantes traz como protagonista Dom Quixote que é um fidalgo fascinado por histórias de cavaleiros medievais e por conta disto tem uma idéia espetacular de viver sua vida como um cavaleiro andante que busca de qualquer forma provar o amor que sente por uma linda donzela, no caso Dulcinéia de Toboso.
Um dos problemas de Dom Quixote é que tudo na sua história é como nos livros, sua amada diz respeito a um amor platônico, seu fiel escudeiro na verdade é um grande amigo e seu lindo cavalo é o singelo Rocinante. São com todos esses figurões que as idéias de Cervantes vêm à tona, envolvendo os mesmo em diversas aventuras por toda a Espanha, como por exemplo, o capitulo que fala sobre “Calvilenho, o cavalo de madeira.”, em que os protagonistas vivem uma história lúdica criada pelo duque, que já conhecia Dom Quixote devido ao livro que corria na Espanha sobre suas histórias malucas sobre lutas com moinhos de vento que eram gigantes, leões preguiçosos e etc.


Toda essa loucura vivida por Dom Quixote é vista pela sociedade como muito engraçada e inofensiva para eles, pois como se sabe cada um sempre se preocupa consigo mesmo e não com o outro, e como se pode notar Dom Quixote estava totalmente influenciado pelas histórias e que no final o mesmo nota que tudo foi uma grande fantasia, criada em sua cabeça e vivida em seu próprio mundo.
Conclusão.

Assim como cita Dom Quixote, o mundo precisa compreender que: “Onde uma porta se fecha outra se abre.” A única coisa que se precisa para que isto se confirme é a vontade humana de ir em frente sem medo do que possa acontecer, mas como Sancho Pança mostra, o receio deve ser levado em conta, pois nem tudo são flores sem espinhos ou verdade sem mentira, na qual a liberdade de maneira geral não é um pedaço de pão.
Com isso é válido se fazer uma reflexão sobre o pensamento de Augusto Cury: “Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.”


Apesar das loucuras que Dom Quixote vive, ele se tornou uma pessoa única, como uma pérola que estava presa dentro de uma ostra que no caso seria a sociedade espanhola, que o reprimia por suas vontades, idéias e pensamentos. Que para ele era normal, pois os seus amigos eram os livros e os seus melhores amigos eram as histórias que o faziam acreditar que ele era como um diário vivo, que deveria fazer o mundo relembrar do que realmente era importante e que agia com justiça acima de tudo e de todos.
O sonho mencionado no pensamento de Cury faz referência a Sancho Pança que sonha em ter uma ilha assim como Dom Quixote havia prometido, independente de qual seria o seu desempenho que poderia ser um verdadeiro fracasso ou um sucesso tremendo como se pode perceber na leitura do livro, em que Sancho Pança se mostra um governador muito mais justo do que outros que dizem e pareciam saber muito mais que ele. Um atenuante para todo esse sucesso deve-se a vivência de Sancho e ao uso muito bem empregado da lógica casado com o senso comum, sabedoria que não fora aprendida em livros ou com professores.


Os princípios adotados por Dom Quixote mostram que a razão é algo com uma existência objetiva que tem com um caráter subjetivo, em que cada um tem a sua como uma verdadeira digital, que acaba estereotipando o caráter, a conduta, a cultura, o poder, o ser humano como uma peça na sociedade que deve desta forma se ajustar e assim formar um grande quebra – cabeça.


A morte é tratada no livro como algo que salva, fazendo com que a pessoa se transforme no que a sociedade quer que ela seja, assim como aconteceu com Alonso Quixano, o Bom. “Tão bom tão puro e tão honesto que sua vida e sua história trespassarão os séculos, enaltecendo suas virtudes e louvando sua loucura. (Miguel de Cervantes/ Dom Quixote p. 134)”, que na verdade é um velho amigo de Miguel de Cervantes sendo popularmente conhecido como Dom Quixote de La Mancha ou o Cavaleiro da Triste Figura.

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