Dois romances de um dos grandes patriarcas da literatura brasileira, "Iracema" e "Cinco minutos" são clássicos do nosso Romantismo. "Iracema" é mais do que um romance sobre "a virgem dos lábios de mel", a índia cujo nome é um anagrama que simboliza a própria América. "Iracema" representa o nascimento lendário do Ceará. Trata-se de uma alegoria genial à história da colonização do Brasil pelos invasores portugueses, e, por que não dizer, à história da colonização de toda a América pelo povo europeu. "Cinco minutos" é um romance urbano da primeira fase do Romantismo - e o primeiro de José de Alencar -, que revela o ideal de amor romântico: puro, casto e regenerador, sentido por duas almas que lutam e enfrentam obstáculos aparentemente intransponíveis para que possam concretizá-lo.
RESENHAResenha: Iracema, de José de Alencar
Iracema estava a ser banhar a sobra da oiticica, ao sair do banho ela se depara com uma guerreiro observando-a, ele tinha o rosto branco e olhos azuis. A jovem índia rapidamente atira uma flecha no guerreiro acertando ele, o guerreiro caiu e Iracema correu ao seu encontro arrependida. Ela com sua mão estancou o sangue e quebrou a flecha. Esse ato para os indígenas era uma maneira simbólica de estabelecer a paz. Iracema o leva a cabana de seu pai, o velho pajé Araquém que recebe o guerreiro com todo a hospitalidade e carinho. No outro dia a índia leva Martim pelo bosque de jurema sagrado, em certo ponto ela faz gesto para que ele espere em silencio e penetra ainda mais no bosque, ao anoitecer ela volta com uma folha cheia de gotas verdes e manda Martin tomar, ele sente o sono da morte, mais a luz enche sua alma e seu coração e reviveu o passado, ele estava sonhando.
De repente Iracema pega seu arco e ver uma sombra, era Irapuã, um espirito mau da floresta, ele queria beber o sangue do estrangeiro branco mas Iracema jamais permitiria isso, ela rapidamente atinge o chefe guerreiros no coração antes que ele acertasse seu tacape em Iracema. Ele fala que ela não conseguirá proteger Martim e some na floresta. O amor deles é forte mais eles não podem ficar juntos.Ao acordar Martim encontra Iracema na saída do bosque e ele o fala que seu irmão Caubi logo chegará e ele poderá voltar pra casa. O guerreiro Caubi guia Martin de volta pra casa mas no meio do caminho são atacados por guerreiros liderados por Irapuã, e eles voltam para a cabana do pajé. Quando Irapuã entra na cabana o pajé Araquém diz que se ele der mais um passo a ira de Tupã o esmagarão mais Irapuã não acredita, então o velho pajé vai ao meio da cabana e ergue uma grande pedra e bate o pé no chão abrindo-se uma rachadura no chão por onde sai das profundezas da terra um gemido horroroso e Irapuã não sentiu medo mais sentiu luz dos olhos tremerem e ele sai e vai embora. A noite ouve-se o grito da gaivota, logo Martim sabia que era seu amigo Poti. Iracema foi ao encontro dele para lhe dizer que Martim iria com ele, antes ela ouve de seu pai a recomendação de que se os guerreiros de Irapuã tentassem matar Martim ela o escondesse no subterrâneo da cabana. Quando Iracema volta do encontro com Poti ela percebe várias sombras na floresta, depois de contar a Martim o que seu amigo lhe disseram o guerreiro Caubi entra avisando que os guerreiros de Irapuã vem chegando. Iracema remove a grande pedra e entra no esconderijo com Martim e Caubi fica de guarda. A noite Iracema se deita mais Martim, logo ela havia envergonhado sua tribo, pois ela era a virgem que guardava o segredo da jurema. No momento que ela perdeu sua virgindade ela perdeu o direito sobre o segredo. Ao decorrer da história Iracema vai para uma caba afastada com Martim e Poti. Eles viviam em harmonia e tranquilos. A gravida Iracema se banhava todo dia no lago da beleza que tinha esse nome porque ela se banhava lá. A alegria reinava na cabana de Iracema até o dia que Martin teve que ir ajudar seus irmãos, ele saiu sem se despedir mais deixou a flor do maracujá símbolo da lembrança. Martin não voltou logo, Iracema ficou muito triste por dias e dias. Certo dia seu filho nasceu e ela o deu nome de Moacir, filho da dor. Um dia ao acordar ela se deparou com seu irmão Caubi que veio em paz visita-la, ele admirou a criança mais se surpreendeu com a tristeza da irmã e a chamou pra voltarem juntos para casa. De tanto chorar pela saudade do seu amado e do seu pai, Iracema perdeu o leite para alimentar seu filho, então ela foi a mata e amamentou alguns cachorrinhos que retiram dela o leite grosso, depois que os cachorrinhos sugam de Iracema o leite sujo ela amamenta seu filho deixando ele nutrido, então ele é agora duas vezes seu filho da dor. Quando Martim volta com Poti ele se enche de alegria ao ver sua esposa amada, ao ver seu filho ai que ele fica ainda mais alegre, então Iracema o entrega seu filho e morre. Seu último pedido foi que fosse enterrada ao pé do coqueiro. Martim enterrar sua amada e parti com seu filho e as terras em que ela foi enterrado passaram a se chamar Ceará.
O livro Iracema é uma obra bem interessante mais um pouco complicado de entender, porque ele tem uma linguagem muito formal diferente da linguagem que estou acostumado a ver nos livros. Nos primeiros capítulos ele não envolve muito o leitor mais fiquei tentado a ler ele porque eu queria descobrir o segredo da jurema que a índia Iracema era guardiã. Pelo que conseguir entender apenas uma virgem poderia preparar o licor da jurema, esse licor era uma espécie de alucinógeno que quem o bebesse tinha um sono delirante mais bom. No momento que Iracema perdeu sua virgindade ela envergonhou sua tribo e não podia mais guarda o segredo, Tupã que era o Deus dele abandono a jovem índia.
Uma coisa interessante foi a esperteza do pajé Araquém: “Araquém proferindo essa palavra terrível avançou a o meio da cabana, ali ergueu a grande pedra e calcou o pé com força no chão; súbito, abriu-se a terra. Do antro profundo saiu um medonho gemido, que parecia arrancado das entranhas do rochedo.” A cabana do pajé ficava no alto de uma colina que tinha uma galeria subterrânea que se comunicava com a floresta por uma estreita abertura, o pajé tampara as duas aberturas com grandes pedras, quando ele retirou uma das pedras o barulho que eles ouviram semelhante ao de um trovão era apenas os ar passando. O pajé foi esperto e utilizou isso para fazer medo ao guerreiro Irapuã.
O amor de Iracema e Martim era algo forte, tanto que quando Martim saiu para a luta com Poti sem se despedir dela, ela ficou muito triste que nem se banhava mais no seu lago mas passava o dia todo na praia esperando seu marido volta. Para Iracema saber que ele voltaria ele usou símbolos que ela saberia o significado: “...da aljava de setas que Iracema emplumara com penas vermelhas e pretas e suspendera aos ombros do esposo, tirou uma. O chefe pitiguara vibrou o arco; a seta rápida atravessou um goiamum que discorria pelas margens do lago; só parou onde a pluma não a deixou mais entrar. Fincou o guerreiro no chão a flecha com a presa atravessada e tornou para para Coatiabo”. “...Martim sorriu; e quebrando um ramo do maracujá, a flor da lembrança, o entrelaçou na haste da seta, e partiu enfim, seguido por Poti”. Ao ver o que o marido deixará ela sabia que ele queria que ela voltasse pra casa e guarde a lembrança dele e que ele voltará.
Algo que eu gostei muito no livro foi o ato de amor de Iracema com seu filho, de tanta tristeza ela ficou com o leite dos seios sujo e amamentou um cachorrinhos para que eles tirassem o sangue dos seus seios e que ficasse somente o leite puro, isso doeu muito nela, quando ela amamentou seu filho ela já estava muito fraca e não se alimentava mais, ela morreu de tão fraca, pois ela preferiu nutrir seu filho do que vê-lo morre e isso custou a própria vida dela.
Alencar deu a Iracema o nome de virgem dos lábios de mel. Ele queria retratar o índio como seres bonitos e não que o que a maioria dos viajantes descrevia, como povos decadentes.
O livro pode ser considerado um romance indianista e regionalista. Ele retrata os costumes dos índios e o índio como herói. No livro Iracema enfrenta Irapuã pra proteger Martim e isso é um ato de heroísmo. Ele é regionalista pois o romance acontece longe da cidade, destacando características da região.
Na minha opinião alguma editora deveria pegar o livro e reescreve-lo utilizando palavras de fácil entendimento, algumas pessoas achariam que isso tiraria a essência de certo modo sim, mas ajudaria as pessoas a lerem sem se preocuparem em terem que procuram em dicionários ou na internet o significado de várias coisas. E acho que os livro deveria virar filme.
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