É após a morte que Brás Cubas decide narrar suas memórias. Nesta condição, nada pode suavizar seu ponto de vista irônico e mordaz sobre uma sociedade em que as instituições se baseiam na hipocrisia. O casamento, o adultério, os comportamentos individuais e sociais não escapam à sua visão aguda e implacável, nesta obra fundamental de Machado de Assis.
ISBN-13: 9788572322942
ISBN-10: 8572322949
Ano: 1999 / Páginas: 224
Idioma: português
Editora: Principis
RESENHA
MACHADO, Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ed, 2009. Brás Cubas é um defunto autor que resolve escrever sua história depois de morto, contando de forma irônica suas regalias e privilégios da elite de sua época.
A obra é dividida em mais de cem capítulos, não obedecendo a mesma regra dos outros romances, pois a mesma não apresenta (início, meio e fim) sem seguir uma ordem temporal, a sua morte é contada antes do seu nascimento. Narração em primeira pessoa Brás Cubas é o narrador e ao mesmo tempo observador e protagonista de sua história.
O livro nos surpreende com um defunto autor que resolve depois de morto escrever sobre sua vida. Ele começa dedicando suas memórias ao primeiro verme que roeu seu cadáver. O autor fala de sua infância e seus privilégios patrocinados pelos seus pais. Em sua juventude teve um caso com Marcela, uma prostituta de luxo no qual Brás Cubas fala que lhe amou por quinze meses e onze contos de réis. Apaixonado por Marcela Brás Cubas gasta o dinheiro de seu pai lhe dando presentes caros. Seu pai tentando acabar com essa situação resolve mandar o filho para Coimbra na Europa para estudar.
Depois de se formar Brás Cubas volta ao Brasil e conhece Virgília seu segundo amor. Virgília era parente de um membro da corte, porém desta vez seu pai apoia o namoro dos dois com interesse na carreira política de Brás Cubas. Ele não se casa com Virgília, ela se casa com Lobo Neves e os dois se tornam amantes. Os personagens da obra são: Brás Cubas, filho abastardo da família Cubas, narrador da história; Virgília o grande amor de Brás Cubas; Marcela que foi seu amor na adolescência; Eugênia outra namorada do autor a qual não foi levada a sério; Nhã Lo Ló pretendente de Brás Cubas mas morre aos 19 anos de febre amarela; Lobo Neves marido de Virgília e político; Quincas Borba seu amigo de infância; Dona Plácida representante da classe média e Prudêncio que foi escravo de Brás Cubas na infância.
Esse romance é caracterizado pelas não realizações de Brás Cubas, nascido em família rica da classe burguesa, mas teve poucas realizações. Brás Cubas não se casa, não consegue concluir o empasto e não tem filhos. Mas o diferencial da obra é exatamente às suas não realizações.
Esta obra machadiana revolucionou o romance brasileiro, escrita em 1880 faz parte do período literário do Realismo. O Realismo é uma reação contra o Romantismo, novas formas de pensamento, é a crítica do homem. A obra caracteriza bem este período literário por conter claramente todos os aspectos necessários do estilo de época no qual o romance foi escrito. Uma obra riquíssima de extrema importância na composição da literatura brasileira.
Memórias Póstumas de Brás Cubas recomenda-se sua leitura para jovens que tenham concluído o ensino fundamental. A obra é uma narrativa lenta e de linguagem culta e direta. Sendo necessária conhecer o objetivo do autor e as características do estilo da época para o seu total entendimento. Por conter palavras que não estão em nosso cotidiano, palavras que não estamos mais acostumados a ouvir, sua leitura se torna um pouco mais complicada. Por isso a obra é indicada para jovens que já estejam cursando o ensino médio ou jovens que estejam acostumado com esse tipo de leitura.
Memórias Póstumas de Brás Cubas foi escrito por Joaquim Maria Machado de Assis, que nasceu no dia 21 de junho de 1839 na cidade do Rio de Janeiro. Foi um dos principais autores do Realismo brasileiro, escreveu diversas obras que fazem parte da nossa literatura dentre elas estão: “A mão e a Luva”, “Helena”, ”Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e etc. além das obras compôs poemas, contos e peças teatrais. Considerado um dos maiores gênios da história da literatura. Machado de Assis morreu no dia 29 de setembro de 1908.
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