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Resenha: O sertanejo, de José de Alencar

Foto: Arte Digital

Num Brasil desconhecido, de paisagens coloridas e exuberantes contrastando com uma pobreza evidente, um amor proibido dá início a uma saga de lutas e aventuras. Arnaldo — um sertanejo de hábitos simples, filho de um local onde o sol queima e a água falta — apaixona-se por Flor — filha de seu patrão; um fazendeiro capitão-mor, conhecido como o maior homem do Ceará. Apesar de simples, Arnaldo é destemido e determinado e lutará contra diversas barreiras para viver seu amor genuíno. Em O Sertanejo , publicado em 1875, José de Alencar nos leva para um local de natureza bruta, ainda pouco desbravado no final do século XIX: o sertão no nordeste do país. Alencar povoa nossas mentes, mexendo o caldeirão de nosso imaginário com seus ricos personagens e locais detalhadamente descritos. ¨*¨

O Sertanejo, Num Brasil desconhecido, de paisagens coloridas e exuberantes contrastando com uma pobreza evidente, um amor proibido dá início a uma saga de lutas e aventuras. Arnaldo – um sertanejo de hábitos simples, filho de um local onde o sol queima e a água falta – apaixona-se por Flor – filha de seu patrão; um fazendeiro capitão-mor, conhecido como o maior homem do Ceará. Apesar de simples, Arnaldo e destemido e determinado e lutará contra diversas barreiras para viver seu amor genuíno.



RESENHA 

Foto: Arte digital


Nos primeiros capítulos do livro, o narrador descreve a paisagem árida do sertão antes de introduzir o personagem principal e o enredo. A história de "O Sertanejo" se desenrola no nordeste do Brasil, com Severino sendo o protagonista-narrador que representa o povo sofrido da região. Arnaldo Loureiro, um humilde vaqueiro cearense, é o personagem principal que luta incansavelmente por seus ideais e pelo amor. Trabalhando para o capitão-mor Arnaldo Campelo, ele enfrenta desafios e perigos para conquistar o coração de Dona Flor, a meia irmã do capitão-mor. 

Arnaldo é retratado como um homem simples, arredio e bondoso, cuja submissão é reconhecida como digna. Seu único rival é Marcos Fragoso, enquanto Dona Flor está prometida a Leandro Barbilho. No dia do casamento, uma reviravolta trágica ocorre quando Leandro é morto durante um tiroteio causado por inimigos do capitão-mor. Arnaldo consola Dona Flor em seu luto, revelando-se como um homem corajoso e digno de respeito. A história se passa nas terras áridas de Quixeramobim, no Ceará. No desfecho, o capitão-mor reconhece a bravura de Arnaldo e permite que ele adote seu sobrenome, Campelo.


O romance "O Sertanejo", de José de Alencar, nos transporta para o interior nordestino do século XVIII, onde conhecemos a história de Arnaldo, um vaqueiro cearense corajoso e determinado, que enfrenta todos os desafios por amor e por seus princípios. Através de sua jornada, somos apresentados a um painel completo do Nordeste do Brasil, com todos os seus costumes e peculiaridades.

Seu companheiro de narrativa, Severino, tenta se definir ao longo do texto, representando de forma genérica o povo sofrido pelas dificuldades da região, como a fome, sede e miséria. Junto a eles, encontramos outros personagens marcantes, como o enigmático Arnaldo Loureiro, o poderoso capitão-mor Gonçalo Pires Campelo, e as belas Dona Genoveva, Dona Flor e Alina.
Cada personagem contribui para a riqueza da trama, que retrata com cores vivas a paisagem e o folclore sertanejo. Com Alencar, a prosa se enche de vida, capturando não apenas a beleza natural da região, mas também as relações pessoais e os desafios enfrentados por aqueles que habitam o sertão brasileiro.

Na região do nordeste, a comitiva do capitão-mor, uma figura importante no Ceará, retornava à fazenda com sua esposa Genoveva e sua filha Flor. Quando Flor decidiu tomar outro caminho, ela foi surpreendida por um incêndio e desmaiou. Arnaldo, um sertanejo que não seguia as ordens do capitão, mas que zelava por sua família, salvou a jovem e a levou para casa, partindo logo em seguida.

A mãe de Flor, preocupada com a situação, encontrou a filha em segurança em casa. Enquanto Arnaldo procurava pelo responsável pelo incêndio na mata, Jô foi erroneamente culpado. Arnaldo confrontou Moirão, alertando-o sobre as consequências de qualquer ameaça à família do capitão.

Moirão tentou se justificar, dizendo que fora humilhado pelo pai de Flor por uma questão de amor. Arnaldo não aceitou as desculpas e avisou que o mataria se tentasse qualquer vingança. Os homens do capitão interrogaram Arnaldo sobre Jô, mas ele se recusou a falar sem a presença do capitão.

Quando o capitão retornou, exigiu saber quem provocara o incêndio, mas Arnaldo permaneceu em silêncio, desobedecendo-o. Com a intervenção de Flor, o capitão ofereceu perdão se Arnaldo pedisse desculpas, mas ele se recusou. Por muitos dias, ele permaneceu afastado da fazenda, sem dar notícias.

O novilho de Flor também havia sumido e foi assim que Arnaldo voltou à fazenda trazendo o animal de volta. Ao chegar, o capitão-mor o nomeou vaqueiro da fazenda, cargo vago desde a morte do pai de Arnaldo, que fora o melhor vaqueiro daquela época, superado apenas por seu próprio filho.

Enquanto isso, Marcos Fragoso, dono da fazenda vizinha, veio para se instalar na região com o objetivo de se casar com Flor. Arnaldo, informado por Jó, vigiava a casa de Fragoso e estava a par de tudo o que lá se passava. O capitão-mor e Genoveva resolveram que Marcos Fragoso seria um bom noivo para Flor.

Marcos convidou todos para um almoço, e o capitão aceitou para não perder o pretendente de Flor. Na comitiva, além de Arnaldo e do capitão, estavam Flor, Genoveva e Alina. Durante o caminho, surgiu a história do boi Dourado, o mais valioso da região, que ninguém ainda havia conseguido capturar.

Fragoso se ofereceu para capturar o boi e fazer sandálias de seu couro para a moça mais bela. Arnaldo não participou da caçada, apenas observava. Durante a perseguição ao boi, Flor e outros membros da comitiva se divertiam com a caça de pequenos novilhos. Arnaldo acabou salvando Flor de um boi desgarrado e depois se lançou na busca pelo Dourado.

Conseguiu capturá-lo, mas sabia que um animal daquele porte não podia ser mantido cativo, então deixou sua marca no boi como um símbolo de Flor. Ao retornar para o almoço, Arnaldo descobriu que Fragoso planejava sequestrar Flor caso sua proposta de casamento fosse rejeitada. Jó e Arnaldo agiram juntos para desarmar a emboscada.

Após libertar o Dourado e frustrar o plano de Fragoso, Arnaldo narrou suas ações para o capitão-mor, que apoiou suas decisões. Em seguida, o grupo partiu, deixando Fragoso para trás. Quando este finalmente pediu a mão de Flor em casamento, o capitão recusou a proposta, o que enfureceu o poderoso homem.

Fragoso deu o sinal para que Flor fosse sequestrada, mas Jó e Arnaldo agiram prontamente para frustrar seus planos e proteger a donzela.

No entanto, Arnaldo testemunhou tudo e foi ele quem respondeu ao sinal, fazendo com que Fragoso e seus homens acreditassem que tinham Flor em seu poder. Entretanto, a jovem chegou em segurança em sua casa. Furioso com o ocorrido, Fragoso elaborou um novo plano.

Rosinha, uma das empregadas, e José foram até a casa do capitão, e lá inventaram uma história sobre Flor ser viúva, tendo seu marido sido assassinado por glorificar o capitão que o odiava.

O plano consistia em fazer o capitão sair à procura do homem inventado para evitar ser desonrado, mas ele enviou a maioria de seus homens em seu lugar. Enquanto isso, Fragoso retornava com uma armada para capturar a moça. Em uma manhã, Rosinha, por quem Flor desenvolvera afeto, convidou-a para um passeio, enquanto José avisava aos homens na floresta que era hora de agir. No entanto, Arnaldo, que sempre vigiava Flor, conseguiu salvá-la.

Fragoso chegou à fazenda com quatrocentos homens, prontos para capturar a moça, mas o capitão-mor só tinha cinquenta homens, pois o restante estava em busca do homem inventado por Rosinha. Preocupados com o perigo iminente, Jó foi procurar a tribo Jucás, enquanto Arnaldo avisava aos homens do capitão para retornarem o mais rápido possível, pois a família estava em perigo.

Após duas tentativas frustradas de ter a mão de Flor de forma pacífica, Fragoso recebeu uma carta do capitão-mor prometendo uma resposta na manhã seguinte.

A resposta foi o casamento de Flor com seu primo Leandro Barbalho. Antes que o casamento fosse consumado, Fragoso percebeu o que estava acontecendo e iniciou o combate armado. Enquanto isso, o padre Teles realizava a cerimônia, mas foi interrompido por uma flecha que o matou. Arnaldo aproveitou o momento para agir, pedindo ajuda à tribo Jucás e aos recém-chegados empregados para derrotar Fragoso e seus homens.

Ao final, o capitão-mor reconheceu a ajuda de Arnaldo na vitória e ofereceu-lhe o que desejasse. Em vez de pedir a mão de Flor, Arnaldo solicitou a mão de Alina para Agrelaum, um dos empregados da casa, e apenas isso.

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