Escritos antigos refletem a cultura de um povo ou um período da história humana. Seus autores são verdadeiros artistas, dedicados a trabalhar a linguagem de forma única e a pensar temas que sempre farão parte de nossas vidas.
Mas mesmo com sua importância percebida, os clássicos são deixados de lado até mesmo por leitores diligentes. Muitas pessoas têm dificuldade de aprender, antes mesmo de entrar em contato com a profissão.
Neste post, vamos quebrar estereótipos sobre a antiguidade e contar os motivos que justificam o estudo dessas obras ultrapassadas, além de mostrar como esse conhecimento pode ser útil para seus alunos e sua trajetória dentro e fora da sala de aula. Confira!
Iracema
Uma das histórias de amor mais aclamadas da literatura brasileira, Iracema apresenta o romance do herói branco com a virgem dos lábios de mel. A bela índia Iracema detém o segredo da Jurema, que lhe cobra virgindade. O valente guerreiro português Martim tem a missão de fiscalizar a costa cearense contra invasões estrangeiras. Desse amor proibido nasce o primeiro mestiço, símbolo do povo brasileiro. Obra mais conhecida da literatura romântica nacionalista de José de Alencar, Iracema é uma aventura épica recheada de lirismo poético.
Senhora, de José de Alencar
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O cortiço, de Aluísio Azevedo
Pobreza, corrupção, injustiça, traição são elementos integram O cortiço, principal obra do Naturalismo brasileiro. Nela, Aluísio Azevedo denuncia as mazelas sociais enfrentadas pelos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro no século XIX. É um romance que convida a analisar por meio da observação crítica do cotidiano das personagens a animalização do ser humano, questão que se mostra, mais do que nunca, atual.
Dom Casmurro, de Machado de Assis
Dom Casmurro, de Machado de Assis, é uma das obras mundialmente célebres da literatura brasileira. O romance trata das memórias do narrador-personagem Bento Santiago, o advogado recluso e calado que recebe e adota o apelido mencionado no título da obra. Com a sutileza que lhe é própria, Machado de Assis explora as incongruências desse personagem, deixando transparecer sua insegurança e ciúme. As ambiguidades de Bentinho moldam o mais famoso “narrador não confiável” da nossa literatura.
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Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto
Sátira impiedosa do Brasil oficial, Triste Fim de Policarpo Quaresma narra o destino tragicômico de um nacionalista ingênuo e idealista, completamente alucinado pela ideia de fazer do Brasil um país grandioso. Para isso, ele bola estratégias amalucadas, prega o retorno do tupi-guarani e insiste em redigir documentos oficiais nessa língua. Com uma narrativa leve e cômica, recheada de críticas a vários aspectos da sociedade, a obra faz uma descrição política do Brasil da Primeira República, enfocando fatos históricos do governo de Floriano (1891 - 1894), e traça um rico painel social e humano dos subúrbios cariocas na virada do século. Considerado expoente do Pré-Modernismo brasileiro, Triste Fim de Policarpo Quaresma é uma história farsesca e extremamente divertida.
Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida
Único romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias (1854) foi publicado no auge do Romantismo, mas se distanciou dos traços idealizados e sentimentalistas que prevaleciam na época. Com estilo objetivo e realista, semelhante ao das crônicas históricas e de costumes, a obra destaca a população anônima das ruas do Rio de Janeiro nos tempos de D. João VI, sobretudo das zonas pobres da cidade, e ironiza regras, vícios e atitudes amorais da sociedade no início do século XIX.
Nestas Memórias, um narrador onisciente relata com humor e dinamismo os esforços do personagem Leonardo para sobreviver e driblar as adversidades de sua condição social. Ao se deixar levar pela esperteza, pelas mentiras e pelas confusões e aproveitando-se dos episódios de sorte que tem na vida, o anti-herói Leonardo, “filho de uma pisadela e de um beliscão”, torna-se o primeiro grande malandro da literatura nacional.
Macunaíma, de Mário de Andrade
Pense em um personagem preguiçoso e sensual, a um só tempo índio, negro e branco. Esse é o nosso herói, Macunaíma, símbolo de um povo em formação. Ele nasce negro, em uma aldeia indígena. Já na infância, manifesta sua principal característica: a preguiça, e desde tenra idade sofre uma pulsão sensual que não conhece limites. Sua saga envolve a busca pela muiraquitã, um amuleto de pedra, que o leva a São Paulo, onde, após banhar-se em águas encantadas, se torna branco, louro e de olhos azuis. Festejada pelo estilo inovador da linguagem e da narrativa, a obra traz uma combinação de espaços, dialetos e elementos populares bem ao gosto do programa modernista. Sua ordem não é cronológica ou racional. Sua trama é surrealista, onde tudo pode acontecer. Com Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, publicado em 1928, Mário de Andrade dá um mergulho na alma nacional. A intenção dele era sair do padrão. Sua ideia era provocar, inquietar, chocar. E conseguiu.
Ursula, de Maria Firmina dos Reis
A Edições Câmara traz mais um volume da série Prazer de Ler, a coletânea com as obras de Maria Firmina dos Reis, primeira escritora negra de que se tem notícia em nossa literatura e pioneira na denúncia da opressão a negros e mulheres no Brasil do século XIX.
Pássaros sem ninho, de Clorinda Matto de Turner
Com Pássaros sem ninho, Clorinda Matto de Turner elevou a figura do índio a protagonista na literatura da América Latina. Também foi ela quem reivindicou o reconhecimento do quéchua como uma língua portadora de cultura. Defensora radical da tradição andina, a escritora sempre trabalhou para as principais publicações culturais do Peru. Acreditava que o quéchua deveria ter um papel constitutivo na vida da nação peruana e que os povos andinos tivessem uma posição central em um projeto político-nacional.
Conto de crianças chinesas, de Sui Sin Far
A voz da esperança, de Castro Alves
Cartas de um defunto rico, de Lima Barreto
A espera, de Lygia Fagundes Teles
Publicado pela primeira vez em livro, "A espera" é a história do fugaz reencontro de um casal de namorados dez anos após uma abrupta separação. Nikos, o grego, saíra para dar uma volta antes de buscar Marghí para, juntos, assistirem à Missa do Galo. Ele não voltou. Em vez disso, decidiu sair pelo mundo. Um conto que retoma um tema caro à autora: amor versus liberdade.
Leviatã, de Joseph Roth
As roupas fazem as pessoas, de Gottfried Keller
As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
A porta no muro, de H.G Wells
Escrito por H. G. Wells, conhecido como pai da ficção científica moderna, e publicado pela primeira vez em 1906, “A porta no muro” nos levará ao mundo de lembranças do nosso protagonista, que certa vez encontrou uma misteriosa porta verde numa parede branca. Cada decisão tomada por ele em diferentes momentos da vida é uma porta que se abre. E cabe a nós confiar no narrador enquanto ele nos guia através dessa jornada cheia de alegorias sobre o conflito da humanidade, entre atender ao chamado dos nossos sonhos ou a expectativa da sociedade.
Os sertões, de Euclides da Cunha
Considerada uma das obras-primas da literatura brasileira, descreve as batalhas entre os homens liderados por Antonio Conselheiro e o exército brasileiro, de acordo com a visão de Euclides da Cunha. Com seu apurado estilo jornalístico-épico, traça um retrato dos elementos que compõem a guerra de Canudos: a Terra, o Homem e a Guerra. Euclides da Cunha foi o único jornalista que atentou para a valentia dos jagunços.
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