Os livros de autoajuda podem até mudar a sua vida, mas não necessariamente para melhor... Em Autoajude-me!, Marianne Power narra sua hilária e comovente trajetória em busca do autoaperfeiçoamento e do autoconhecimento a partir da leitura dos clássicos desse gênero literário. Marianne Power era viciada em literatura de autoajuda. Suas prateleiras eram repletas de livros dos clássicos aos mais recentes lançamentos sobre como encontrar a melhor versão de si mesma. No entanto, aos 36 anos, se sentia perdida, como se sua vida estivesse empacada. Ela percebeu que, apesar de ter lido tantos guias de auto-aperfeiçoamento, nunca havia seguido à risca nenhum deles. Então, um dia, decidiu mudar tudo. A autora escolheu finalmente ir atrás da vida perfeita que os livros prometiam aquela na qual não havia dívidas, ansiedade, ressacas ou horas intermináveis na frente da TV; aquela em que ela andava pela cidade com autoconfiança e dentes perfeitos, e conhecia o homem dos seus sonhos. Marianne [...]
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Estranho como este livro me lembrou Bridget Jones, ele é engraçado ao ponto de que você não consegue parar de ler. Confesso, eu, ao contrário da autora, detesto todos os livros possíveis de autoajuda, mas este...me pegou de uma forma com a qual eu não estava preparado. O roteiro e a ideia da autora me surpreenderam, eu não achei que algum dia alguém escreveria um livro contando suas experiências e avaliações pessoais acerca da escrita de outras pessoas dentro do universo de autoajuda. A ideia é simples e direta: seguir durante um ano os conselhos dos livros de autoajuda, para tal, ela selecionou doze livros para acompanhar um por mês e testar os efeitos de seus conselhos em sua vida privada. Power conta-nos como foi sua experiência seguindo à risca conselhos como: faça uma coisa na qual tem medo todos os dias, controle suas finanças, diga foda-se à seus problemas, dentre outros, e ela o faz com maestria e muito bom humor.
A ideia veio prontinha: ler um livro por mês, segui-los ao pé da letra, checar se os livros de autoajuda poderiam mudar a minha vida. Eu faria isso por um ano - logo, leria 12 livros. Então eu superaria um problema de cada vez: dinheiro, preocupações, meu peso...E, no fim do ano eu seria...perfeita! (p.23)
A cada capítulo do livro a autora aborda um livro de autoajuda diferente e narra os acontecimentos acerca dos aprendizados. O primeiro livro, por exemplo, tenha medo e siga em frente, de Susan Jeffers, o conselho era pegar alguma atividade a qual temos medo, e assim assim, fazê-la. Power então decidi investir um tempo em tudo o que ela jamais pensou em fazer: paraquedismo, modelagem, stand-ups, dentre outros, o que acaba a levando para segunda etapa: terapia de rejeição, o que a leva a conversar com estranhos e pedir coisas grátis em cafés, dentre outros. Ao que parece, alguns conselhos parecem funcionar, ainda que temporariamente.
Depois de muitas semanas de experiência, a autora percebe que está frustrada. Ela prejudicou-se no trabalho, afastou pessoas, gastou mais dinheiro do que podia e causou tensão em seus relacionamentos.
A cada livro, as minhas expectativas para vida aumentavam. Eu não queria apenas uma vida feliz, queria uma vida fenomenal. Quanto mais alto a meta era posta, mais eu sentia que estava falhando. Quanto mais perseguia a Eu Perfeita, mais ela fugia de mim. Quanto mais desesperada em ser feliz eu me tornava, menos feliz ficava (p.343)
porém, foram experiências que transformaram a autora, ela nos revela que falar com estranhos sobre assuntos com os quais ela normalmente não compartilharia, a deixou assustado e feliz ao mesmo tempo
[...] isso marcou o inicio de um novo mundo para mim (p.343)
O livro em si, depois de todos os conselhos, nada mais é do que um ensaio da autora em prol da vida bem vivida, daquela que não nos lembramos atentamos ou vivemos. Viver a vida, talvez este seja o conselho mais sábio de toda obra, a autora nos traz reflexões poderosas, fruto de suas experiências com os livros e com o passar dos dias, ela tornou-se mais atenta aos acontecimentos da vida, narrando sua visão acerca do mundo novo que se formava ao seu redor. A autora transformou sua visão por meio de todas nuances que foram encontrando-se à sua frente.
É como eu me sinto agora. Estou vivendo a vida no presente. Cada momento parece pronto para explodir em sua perfeição. Até mesmo as coisas banais como pendurar roupa lavada, ou lavar pratos, parecem carregada de significados. Não sei porquê. Acho que acabou de chegar ao fim de uma jornada apenas para me dar conta de que não há outro lugar onde eu quisesse estar (p.342)
Autoajude-me é um olhar efervescente e ponderado sobre a autoajuda e da busca pela felicidade. Power nos ensina através de sua escrita uma receita prática que não está escrito em nenhum livro: VIVA, seja feliz e faça seu caminho sem medo de errar. A segunda Briget Jones, repleta de humor.
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