Debora Sapphire fala sobre o processo de criação de seu segundo livro, bem como do seu primeiro na categoria juvenil, intitulado “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”. A autora, também conhecida pelo romance “O Mistério da Mansão Walker”, revela detalhes sobre as novidades editoriais, futuros lançamentos, seu processo criativo e sua nova personagem.
1. Como surgiu a ideia para escrever “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”?
A ideia de escrever “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta” surgiu a partir de um edital da Lura Editorial para uma antologia de contos de fadas que aquecem o coração. Decidi seguir caminhos diferentes para a publicação do conto e encontrei na Amazon uma forma de dar mais destaque à história.
2. Qual foi a inspiração por trás da personagem Ruby, a pequena bruxa ruiva?
A inspiração para criar Ruby veio do desejo de escrever uma personagem que a Debora adolescente ou criança gostaria de ler. Visualizei uma protagonista mirim com personalidade única para estrelar uma história cativante.
3. Como você abordou a temática do luto e da autodescoberta na história?
Abordei as temáticas de forma sensível e natural, pois são assuntos comuns na vida humana. O luto é uma experiência que todos enfrentamos em algum momento, e a autodescoberta é essencial para o crescimento e formação de um indivíduo.
4. Em sua opinião, qual é a importância de trazer personagens femininas fortes e independentes em livros infantojuvenis?
É fundamental trazer protagonistas femininas fortes e independentes na literatura infantojuvenil. Muitas vezes, os livros dessa faixa etária são escritos por homens e apresentam personagens masculinos como principais. É importante que meninas inteligentes, independentes e cheias de personalidade se vejam representadas nas histórias, independentemente da idade delas.
5. Como você equilibrou a magia e a realidade na trama do livro?
Busquei equilibrar a magia e a realidade na construção da narrativa. A ficção se apoia na realidade, mesmo sendo uma criação imaginária. Nesse sentido, trouxe influências da cultura wicca e abordei temas como violência doméstica, preconceito e diferenças culturais presentes em nossa sociedade.
6. Qual é a mensagem principal que você gostaria que os leitores tirassem de “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”?
Embora haja uma mensagem central, acredito que cada leitor pode interpretar e tirar diferentes mensagens preciosas dessa história. No entanto, acredito que a principal seja valorizar o que já temos em vez de idealizar algo diferente, e que o autoconhecimento é fundamental para encontrar nosso lugar no mundo.
7. Como foi o processo de criação dos personagens secundários, como a raposa e o caçador?
Apesar de serem personagens secundários, a raposa desempenha um papel importante na história, sendo o espírito familiar da pequena bruxa. O processo de criação desses personagens foi tranquilo, pois ambos têm relevância na trama do conto, seja de forma direta ou indireta.
8. Quais são os desafios de escrever para o público infantojuvenil?
Escrevi o livro pensando em um público amplo, incluindo jovens e adultos. Não houve limitação em escrever apenas para o público infantojuvenil, pois desejava que a história pudesse ser apreciada por todas as idades.
9. Como você acredita que a literatura pode contribuir para o desenvolvimento das crianças e adolescentes?
Acredito que a literatura desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças e adolescentes. Essa fase é decisiva para a construção psicológica e emocional de um indivíduo, e os livros podem contribuir para a formação de caráter, além de estimular a criatividade e a imaginação.
10. Quais são as suas maiores influências literárias ao escrever um livro do gênero fantasia?
Como leitora ávida de histórias de fantasia, minhas maiores influências vêm das leituras que fiz ao longo de minha vida. Essas influências moldaram minha escrita e meu amor pelo gênero fantástico.
11. Você teve que fazer alguma pesquisa específica para escrever sobre bruxas e magia?
Confesso que criar histórias sobre bruxas e magia se tornou uma especialidade minha. Por isso, é um tema confortável para mim escrever sobre. No entanto, mesmo sendo uma parte característica das minhas histórias e trazendo essa identidade como escritora, eu sempre faço pesquisas antes de compor uma trama para construir uma narrativa verossímil.
12. Como você desenvolveu a narrativa reflexiva e acolhedora presente em “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”?
Para desenvolver a narrativa reflexiva e acolhedora em “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”, sem dúvida, foi preciso me colocar no lugar do leitor. Eu queria transmitir emoções e sensações ao leitor durante a leitura dessa história, e para isso, eu precisava sentir essas emoções primeiro.
13. Quais são as suas técnicas para criar um mundo de fantasia envolvente e cativante?
Olha, eu não tenho técnicas específicas para criar um mundo de fantasia envolvente e cativante. Como mencionei anteriormente, a história precisa me conquistar e cativar antes, enquanto me coloco no lugar do leitor. Uma vez que isso acontece, sei que as chances desse mundo ser capaz de envolver e cativar outros leitores são altas.
14. Você já tinha em mente que “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta” seria um livro infantojuvenil desde o início do processo de escrita?
Sim, primeiramente porque é um gênero em que eu já tinha interesse em me aventurar. Minha mãe é pedagoga e professora do ensino infantil, então eu já tinha o desejo de escrever um livro que ela pudesse usar em sala de aula. Com certeza, ainda haverá versões ilustradas e adaptação em quadrinhos do livro no futuro. Além disso, assim que surgiu a oportunidade de embarcar nesse projeto, eu não perdi tempo. E quando falo em oportunidade, também me refiro a investimento financeiro.
15. Como você lida com o feedback dos leitores, especialmente quando se trata de um livro voltado para crianças e adolescentes?
Eu procuro lidar com o feedback dos leitores das minhas obras de forma aberta, compreendendo que cada experiência de leitura é única. Gosto da frase: "cada leitor só consegue ler com os olhos que tem". A experiência de leitura, tanto positiva quanto negativa, depende exclusivamente do leitor. Meu trabalho como escritora já foi entregue e passou pelas mãos de diversos outros profissionais para oferecer um resultado de qualidade aos leitores. Geralmente, a recepção dos livros voltados para o público infantojuvenil é mais acolhedora. São os adultos arrogantes que costumam complicar as coisas em relação ao feedback (risos).
16. Quais são os seus maiores desafios ao escrever um livro para essa faixa etária?
Penso que um dos maiores desafios ao escrever um livro para essa faixa etária é manter a linguagem acessível e moderada para estimular a imaginação e a memória afetiva dos jovens leitores. Hoje em dia, é necessário ter cuidado ao abordar temas sensíveis. Também há a proposta de trazer diversidade e aprendizados ao introduzir reflexões relevantes de maneira lúdica.
17. Como você acredita que “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta” se diferencia de outros livros do mesmo gênero?
Acredito que “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta” se diferencia, em primeiro lugar, por ser escrito por uma escritora que é uma bruxa de verdade. Portanto, trouxe muito da filosofia da cultura wicca para esse livro, apesar da mistura de fantasia e magia presente na história. Em segundo lugar, mesmo sendo uma obra infantojuvenil, o livro possui uma complexidade que apenas os adultos serão capazes de entender melhor. Ou seja, aqueles que lerem o livro quando crianças ou adolescentes e relerem quando adultos irão compreender muito mais coisas presentes entre as linhas dessa história. Isso se dá pela expansão do repertório do leitor.
18. Quais são seus planos futuros como autora? Podemos esperar mais histórias envolvendo a personagem Ruby?
É interessante dizer que, como escritora, costumo publicar surpresas, pois gosto de surpreender meu público com uma nova história. Apesar de meses e até anos de planejamento por trás de uma publicação, eu sou mais reservada no sentido de não revelar muito para as pessoas. No entanto, se houver novas histórias envolvendo a personagem Ruby, isso dependerá da recepção do público.
Posso revelar que ainda haverá a publicação física do meu livro de estreia do ano passado, “O Mistério da Mansão Walker”. E já estou trabalhando no segundo livro dessa duologia, que será o desfecho. Aqui, em primeira mão, revelo que essa sequência de "O Mistério da Mansão Walker" já tem título: “O Segredo de Forestland”, com lançamento previsto para 2024.
19. Que conselho você daria para jovens escritores que desejam entrar no mundo da literatura infantojuvenil?
Um conselho que eu daria para jovens escritores que desejam entrar no mundo da literatura infantojuvenil (e não só para eles), é que se eles têm uma história para contar e acreditam que ela fará diferença na vida de alguém, de um leitor ou leitora, então contem essa história da melhor maneira possível, sempre escrevendo de forma responsável.
20. Qual é a importância da literatura infantojuvenil na formação de leitores e na promoção do hábito da leitura desde a infância?
Essa é uma questão muito importante, pois, como eu já disse anteriormente, a literatura infantojuvenil é essencial na formação do caráter dos novos leitores. Incentivar a leitura de bons livros e criar o hábito de ler desde a infância é fundamental para construir uma sociedade mais empática, criativa, benevolente, bem informada, justa e tolerante.
A AUTORA
Debora Sapphire é o pseudônimo de uma influencer literária, resenhista e colunista. Bacharel em Comunicação Social. Mora no interior de SP.Atualmente, ela fecha trabalhos de publicidade como profissional freelancer no mercado editorial. É uma jornalista entusiasta da literatura e leitora beta nas horas vagas.
Além de trazer consigo um senso crítico considerável para abordar com autoridade assuntos sociais e temas atemporais necessários a fim de levar reflexão importante aos leitores
Escritora de "O Mistério da Mansão Walker". Adora escrever sobre protagonistas complexas e em suas histórias reina o empoderamento feminino.
Aos 26 anos, já realizou diversas parcerias e entrevistas com autores nacionais ao longo dos últimos cinco anos. E segue em sua página do blog Amante da Arte da Literatura e nas redes sociais como @sapphiredebbie, divulgando autores nacionais contemporâneos em prol da valorização de toda a ampla literatura nacional. Curadora @clubeliteraturanacional.
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