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Como escreve: J.F Moreno, autor de ❛Gemini: o signo da liberdade❜


Na matéria de entrevista de hoje, temos o prazer de conversar com J.F. Moreno, autor de "Gemini: o signo da liberdade". Nesta obra, somos levados para a pacata vila de Massana Tukana, localizada no coração da Amazônia brasileira, onde o cético e incrédulo Kadu vive com uma família indígena que prometeu protegê-lo do mal. Após a terceira guerra mundial, a Terra sofre com os atos impensados da ganância humana, e o mundo é unificado sob a bandeira dos Filhos da Luz. Mas os zodíacos foram perdidos entre as guerras ideológicas, exceto a lenda dos indígenas, que afirma que apenas o Geminiano, nascido sob o signo da liberdade, pode mudar essa realidade. Nesta saga emocionante, o destino do mundo está nas mãos de um Geminiano leviano e racional, cuja astuta dualidade em perfeito equilíbrio poderá salvar a raça humana e todos os universos conhecidos da completa aniquilação pelas mãos do senhor da Antimatéria. J.F. Moreno, um escritor estreante nas prateleiras do Brasil, nos apresenta um mundo literário que busca explicar a origem de tudo, numa escrita inovadora e ousada que facilmente se conecta com o leitor, formando, informando e divertindo ao nos conduzir ao universo extremo da diversão oferecida letra a letra nesta obra épica.


Foto: Divulgação

1. Quando decidiu que se tornaria um escritor?

R.: Olha, a jornada foi longa, pois devido a muitas outras decisões tomada ao decorrer da minha vida eu acabei por me distanciar da minha essência, da minha cerne que é a Arte. Mas como todos os rios desembocam no mar, eu acabei por me reencontrar e então decidi não mais me perder de mim e nem deixar que me roubem mais de mim custe o que custar. Daí, como a escrita é meu principal canal de comunicação com o mundo, decidir me tornar um Escritor foi só uma questão de constatação e aceitação de tudo o que penso e o que sou: Um contador de histórias; um construtor de realidades capaz de construir e de mudar mundos.


2. Qual foi o seu primeiro livro escrito? Você chegou a concluí-lo? Já abandonou algum projeto de escrita?


R.: O meu primogênito é o Gemini – O Signo da Liberdade, fora ele eu produzia mais poesias, cartas e crônicas espalhados em cadernos e mais cadernos. Uns perdidos, outro eu taquei fogo mesmo em um desses acessos de fúria fomentado pela crise de identidade típica do ser humano e mais recorrente nos artistas. Desde que me assumi escritor, eu não posso dizer que abandonei algum projeto, mas como tenho a mania de trabalhar em vários escritos simultaneamente, acabo por deixar alguns na geladeira, marinando por algum tempo até voltar neles. Dos que iniciei e concluí tem: Gemini, até já publicado de forma independente e o primeiro volume da Saga Elohim -  O despertar de um Deus que já encaminhei o manuscrito para algumas editoras. Vai que compram minha ideia.


3. Como você escolhe os temas e o enredo dos seus livros?

R.: Isso é bem misterioso até mesmo para mim. A inspiração pode vir de algo que li, de algo que assisti; de uma música, de uma pintura, de uma discussão ou situação da minha ou da vida de outrem. Mas posso dizer com certeza que meu cérebro/imaginação literária se alimenta mais do audiovisual, até porque esse é o meu principal canal de aprendizado seguido da sinestesia, pois nada mais me faz bem aprender do que uma boa experiência imersiva de um bom audiovisual e o bom e velho “mão na massa”. Ah, claro, considero ainda como fonte o que me causa mais estranheza e curiosidade costumando ganhar palco na hora de escolher meus enredos. Mas tudo depende...


4. Você se inspira em algum autor ou obra específica para escrever?

R.: Outra pergunta complicada, pois eu tenho uma ideia um pouco fora da ortodoxia do universo literário comum no que tange inspirar-se em outros autores. Na minha jornada para estabelecer a minha escrita, tendo a buscar informações e formações mais em livros de técnicas de escrita (não ficção), do que em obras dos nossos mestres de ficção. Meus heróis da literatura são em sua maioria esmagadora poetas. Li muitos livros de poesia e poucos romances. Por uma questão de estilo e até mesmo autonomia, evito ao máximo me apoiar nesse ou naquele autor para me inspirar para não correr o risco de reproduzir o já utilizado e assim imprimir a minha própria assinatura quanto a escrita. Claro que não ouso desprezar a máxima “Na Arte nada se cria, tudo se transforma”, porém o meu transformar é embasado em matéria prima o máximo possível “virgem”.


5. Existe algum ritual para se escrever um livro? Qual funciona para você?

R.: Eu não tenho um  ritual específico não, está mais para ambiente adequado e práticas contínuas. Por exemplo: eu só consigo escrever com a companhia do máximo silêncio possível e sem a presença de ninguém. Daí eu coloco o fone de ouvido para tocar música clássica (solos de piano) e deixo fluir. Sempre começo a escrever às 06:00hrs da manhã (quando todos em casa estão dormindo e daí tenho meu ambiente perfeito ou quase já que tem “alguéns” por perto mais ainda dormem) e faço isso todos os dias de segunda a segunda. Talvez isso possa soar como um ritual...rs Então que seja, eis o meu ritual!


6. Quais são seus livros publicados atualmente? Qual foi o mais complexo?

R.: Bom, são eles de não ficção: “Curso de Escrita Criativa Livros I e II”; “OAB Sniper - Método para passar no Exame de Ordem”, e de ficção “Gemini - o Signo da Liberdade”. Desses, o mais complexo foi o curso de escrita criativa. Mas o mais complexo de todos ainda não foi publicado, que é a saga Elohim, o qual considero a obra da minha vida, o meu legado literário.

7. Você utiliza rascunhos, anotações ou esboços para não se perder na escrita?

R.: Sim, uso sim! Eu monto o dossiê do livro contendo a descrição do World Building, definição do Conflito, ficha individual das personagens (características, personalidade, etc.), composição dos núcleos (protagonistas e antagonistas), capitulação onde anoto a intenção de cada capítulo e por fim um gráfico com o desenho da Curva Perfeita de Eventos. Assim fica mais prático seguir com a escrita, identificar furos, inconsistência além de ser uma vacina definitiva contra a falta de coesão e coerência.


8. O que não pode faltar durante seu processo criativo? Como você lida com a ausência de inspiração?

R.: Olha, não pode faltar minha Ritalina de cada dia, Vodka e energético kkk Uma que vez que tenha tudo isso, vai que vai. OBS.: Remédio controlado para tratar meu TDAH. Quanto à falta de inspiração, o tal bloqueio criativo, eu confesso que ainda não o experimentei, pelo menos não de forma aguda a me paralisar na escrita. Coisas da vida, situações humanas sociais podem até refletir na minha vontade de escrever (quando estou puto ou muito chateado num dá pra produzir nada...rs), mas quando eu defino  minha escrita (dossiê formulado), o processo flui de forma contínua, pois quando estou escrevendo tudo no mundo faz sentido, é o único momento que me sinto conectado com a realidade, com o mundo e com essa dimensão e com outras ao mesmo tempo. Escrever é sinônimo de vida para mim. Ou seja, a situação é inversa, me sinto bloqueado criativamente quando não estou escrevendo, quando tenho de conviver e vivenciar a minha personagem nesse mundo, aí é difícil e é quando sinto o peso dos grilhões da realidade. Já quando escrevo sou livre e dá pra faltar inspiração e criatividade ao exercer a nossa liberdade?


9. O que podemos esperar para os seus próximos livros?

R.: Como eu gosto de sempre fazer novas experiências, posso dizer que os próximos livros sempre virão acompanhados de novidades (óbvio que cada novo livro é uma novidade...rs mas me refiro a segmento mesmo). Tenho três romances (tradicional muito amor e paixão...rs), a produzir, não ficção no estilo autoajuda, mais ficção com Elohim (aí é um mix de ciência, religião, filosofia, ciência política, ação, arte da guerra, romance, etc.), estou produzindo uma sequência de crônicas (também embasada em várias temáticas). Enfim, podem esperar de tudo um pouco, inclusive nada!


10. Como você enxerga a vida dos autores no cenário político atual?

R.: Então, dos novos autores a vida não é nada fácil já que não bastasse a luta comum para se destacar no mercado editorial, ainda temos de superar a ultra valorização dos autores internacionais o que acaba por deixar com eles a maior fatia do mercado nacional. Outra batalha a se vencer é contra a leitura como parte da cultura do brasileiro médio que, em geral, lê muito pouco e isso afeta tanto os novos autores como os já consagrados. No geral, a vida dos autores é sempre aquela aventura de montanha russa, afinal escritor é artista e como artista, sofre como tal ante a realidade nacional e pouco (ou nada) nos valorizam.


11. Que conselho você daria para alguém que quer escrever o primeiro livro?

R.: Foco. Aprimore-se tecnicamente a cada dia, pois é fato que Escrita é Arte, Arte é Dom, Dom é poder, mas poder não é nada sem controle (técnica); Dom não é sinônimo de sucesso, sucesso é resultado da soma do seu Dom, com sua técnica e com o uso adequado das ferramentas oferecidas pelo mercado editorial. Acredite em você e em sua escrita. As críticas ajudam, mas só você sabe o que é melhor para sua obra e qual o seu verdadeiro valor; Acredite em você acima de tudo e seja o seu maior fã! Eu acredito em você e saiba sempre: Você não está sozinho!

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