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Crítica: Aquarius, 2016


SINOPSE
Não recomendado para menores de 16 anos

Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaça para que mude de ideia.

CRÍTICA

"Aquarius", dirigido por Kleber Mendonça Filho, é um drama brasileiro de 2016 que conta a história de Clara, uma mulher de 65 anos que se recusa a vender seu apartamento para uma construtora que pretende demolir o edifício e construir um novo empreendimento no local. O filme retrata a luta de Clara contra a pressão e corrupção do mercado imobiliário, enquanto reflete sobre temas como memória, resistência e identidade. A trama de "Aquarius" é cativante e envolvente. A história é bem desenvolvida, com um ritmo adequado que permite ao espectador se envolver emocionalmente com os personagens. O filme aborda questões relevantes da sociedade contemporânea, como a especulação imobiliária, a preservação do patrimônio cultural e a resistência dos indivíduos frente ao poder corporativo.

As atuações em "Aquarius" são convincentes e emocionantes. Sonia Braga entrega uma performance excepcional como Clara, transmitindo toda a complexidade e força de sua personagem de forma brilhante. O elenco coletivo também se destaca, com atores e atrizes talentosos que trazem vida aos demais personagens da trama.

Do ponto de vista técnico, o filme é impecável. A direção de Kleber Mendonça Filho é precisa e hábil, conduzindo a história de forma inteligente e sensível. O roteiro é bem estruturado e as cenas são cuidadosamente planejadas e executadas. A cinematografia é deslumbrante, captando os detalhes da vida cotidiana e da arquitetura da cidade de Recife com maestria. A trilha sonora complementa perfeitamente a atmosfera do filme, enquanto a edição, figurino e design de produção são impecáveis. Em relação à análise estilística, "Aquarius" reflete o estilo autoral de Kleber Mendonça Filho. O diretor utiliza uma abordagem realista e íntima para retratar a vida de Clara, criando uma conexão emocional com o espectador. As escolhas estéticas, como a fotografia detalhada e os enquadramentos cuidadosamente selecionados, contribuem para a experiência de assistir ao filme, tornando-o visualmente deslumbrante e impactante.

Em termos de conteúdo, "Aquarius" aborda questões sociais e políticas relevantes, como a preservação da memória e o enfrentamento do poder corporativo. O filme provoca reflexão sobre o valor das lembranças individuais e coletivas, além de destacar a importância da resistência e da luta pelos direitos e pela justiça. Em comparação com outros filmes do mesmo gênero, "Aquarius" se destaca pela sua abordagem única e pelo retrato verossímil de uma batalha pessoal em meio a questões sociais mais amplas. O filme traz uma visão autêntica da cultura brasileira e oferece uma experiência cinematográfica rica e significativa.

Em minha opinião pessoal, "Aquarius" é um filme brilhante que merece ser visto. É uma obra de arte emocionante, que nos envolve e nos faz refletir sobre temas importantes da sociedade contemporânea. As atuações, a direção e os aspectos técnicos são de alta qualidade e contribuem para uma experiência cinematográfica excepcional. Recomendo fortemente a visualização de "Aquarius" para todos os amantes do cinema e para aqueles que buscam filmes que promovam reflexão e engajamento.

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