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Crítica: Cidade de Deus, 2002

SINOPSE
Não recomendado para menores de 16 anos

Dadinho (Douglas Silva) e Buscapé são grandes amigos, que cresceram juntos imersos em um universo de muita violência. Na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos do Rio de Janeiro, os caminhos das duas crianças divergem, quando um se esforça para se tornar um fotógrafo e o outro o chefe do tráfico. Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, que vive amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, e acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, enquanto Dadinho, agora Zé Pequeno (Leandro Firmino), se torna o temido chefe do tráfico da região, continuando com o legado de violência que remonta a décadas anteriores - e parece ser infinita. Considerado um dos melhores filmes da história do cinema brasileiro.

CRÍTICA

torne o texto único: "Cidade de Deus" (2002), dirigido por Fernando Meirelles e co-dirigido por Kátia Lund, é uma obra-prima do cinema brasileiro que narra a história do crescimento e desenvolvimento do crime na favela carioca que dá nome ao filme. A trama apresenta uma abordagem não linear, mostrando diferentes personagens e suas histórias entrelaçadas ao longo de décadas.

A narrativa de "Cidade de Deus" é cativante e envolvente desde o primeiro momento. A história é bem desenvolvida, permitindo ao espectador mergulhar no universo retratado de forma crua e realista. A maneira como os eventos são apresentados faz com que o público crie empatia pelos personagens e se envolva emocionalmente com suas jornadas.

As atuações em "Cidade de Deus" são de excelente qualidade. O elenco é composto não apenas por atores profissionais, mas também por moradores reais da comunidade, o que confere autenticidade e veracidade às performances. Destacam-se as atuações de Alexandre Rodrigues como Buscapé, personagem principal, e de Leandro Firmino como o impiedoso Zé Pequeno. As performances individuais e coletivas são convincentes, emocionantes e feitas com maestria.

Os aspectos técnicos de "Cidade de Deus" são impecáveis. A direção de Meirelles e Lund é precisa e habilidosa, conduzindo a narrativa de forma dinâmica e impactante. O roteiro, escrito por Bráulio Mantovani, é bem estruturado e consegue combinar momentos de tensão, ação e drama com maestria. A cinematografia de César Charlone é uma das mais marcantes do cinema brasileiro, utilizando planos sequência e enquadramentos criativos para intensificar a experiência visual.

A trilha sonora de Antonio Pinto e Ed Cortês é outro ponto alto do filme, criando uma atmosfera única que dialoga com a história e o ambiente retratado. A edição, o figurino e o design de produção são igualmente competentes, reforçando a imersão na realidade das favelas cariocas.

A análise estilística de "Cidade de Deus" revela um diretor com uma visão autoral bem definida. Meirelles utiliza de recursos estéticos que enfatizam a violência e o contraste social, mesclando uma estética crua e explosiva com momentos de beleza visual. Essas escolhas estilísticas fortalecem o impacto emocional do filme e permitem que ele se destaque na indústria cinematográfica mundial.

Refletindo sobre o conteúdo, "Cidade de Deus" aborda questões profundas e relevantes como pobreza, violência, desigualdade social e as influências negativas do ambiente na vida dos jovens. O filme provoca reflexão sobre a responsabilidade social e o papel do Estado na prevenção da violência e no investimento em educação e oportunidades para os jovens das comunidades marginalizadas.

Ao comparar "Cidade de Deus" com outros filmes do mesmo contexto e gênero, fica claro o seu valor e relevância. Mesmo sendo lançado há quase duas décadas, o longa-metragem ainda é uma das obras mais aclamadas do cinema brasileiro e é amplamente reconhecido internacionalmente. Sua narrativa original, atuações marcantes e abordagem social o tornam uma referência no cinema mundial.

Em minha opinião, "Cidade de Deus" é um filme que merece ser visto por todos. Seu impacto emocional, seus temas relevantes e sua qualidade técnica o tornam uma obra-prima do cinema brasileiro. A forte representação da realidade das favelas cariocas e o retrato contundente da violência tornam o filme um verdadeiro soco no estômago, mas também uma mensagem de esperança e resiliência. Recomendo fortemente a sua visualização.

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