Publicado pela primeira vez em 1997, no livro Cinco escritos morais, esta nova edição chega aos leitores em um momento de ascensão mundial do flerte com o fascismo ― que, como denuncia Eco, longe de ser apenas um momento histórico vivo na Itália, na Europa (e no Brasil) do século XX, é uma ameaça constante à nossa sociedade. Esta reflexão, importante e necessária, ensina a pensar sobre o sentido da história e a importância da memória.
"O Ur-fascismo, ou fascismo eterno, ainda está ao nosso redor, às vezes em trajes civis. Seria muito confortável para nós se alguém surgisse na boca de cena do mundo para dizer: 'Quero reabrir Auschwitz, quero que os camisas-negras desfilem outra vez pelas praças italianas!'. Infelizmente, a vida não é tão fácil assim! O Ur-fascismo pode voltar sob vestes mais inocentes. Nosso dever é desmascará-lo e apontar o dedo para cada uma de suas novas formas - a cada dia, em cada lugar do mundo." - Umberto EcoFascismo Eterno é um livro escrito por Umberto Eco, renomado intelectual italiano, que retrata de forma brilhante os aspectos históricos, sociais, políticos, geográficos e antropológicos relacionados ao fenômeno do fascismo. Publicado originalmente em 1995, esse ensaio provocativo é uma análise profunda e perspicaz sobre o fascismo e suas vertentes.
RESENHA
O enredo do livro gira em torno da ideia de que o fascismo não é apenas uma memória distante e um episódio isolado da história, mas sim uma ideologia intrinsecamente ligada aos aspectos humanos. Eco explora diferentes períodos históricos e exemplos emblemáticos de regimes fascistas, como o fascismo italiano de Mussolini e o nazismo de Hitler, para demonstrar como o fascismo pode se manifestar de diferentes formas em diferentes contextos.
Os personagens principais dessa obra são os próprios regimes fascistas e suas lideranças. Eco analisa detalhadamente suas características, simbologia e manipulação de massa, destacando a importância da propaganda e do culto à personalidade na manutenção do poder.
A simbologia é um dos aspectos mais marcantes do livro. Eco discute amplamente o uso de símbolos e ícones nas ideologias fascistas, como a suástica nazista e a águia romana, e como esses símbolos podem ser usados como ferramentas de manipulação.
A mensagem principal que Eco busca transmitir em Fascismo Eterno é que o fascismo não é um evento isolado e distante, mas uma ameaça constante que pode surgir novamente a qualquer momento, especialmente em ambientes de crise política e social. Ele argumenta que é necessário estar constantemente vigilante para evitar a recorrência de ideologias totalitárias e autoritárias.
Umberto Eco nasceu em 1932, na cidade de Alessandria, na Itália. Além de escritor, foi professor universitário, filósofo, linguista e semioticista. Ele se destacou pela sua vasta obra literária, que mescla ficção e ensaios, e por sua análise afiada sobre fenômenos sociais e culturais.
Comparando Fascismo Eterno com outras obras de Eco, podemos perceber uma abordagem semelhante em relação à análise profunda de temas complexos. Em obras como "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault", Eco utiliza o suspense e a trama fictícia para explorar questões filosóficas e históricas.
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