Quem foi Kaspar Hauser
Kapar Hauser foi um jovem, que, segundos relatos históricos viveu os primeiros dezessete anos de sua vida preso em uma cela sem nenhum contato com outros humanos até ser abandonado no centro da cidade de Nuremberg, na Alemanha em 1828. Acredita-se, que, Hauser tenha vivido sob a tutela de um homem que o alimentou até decidir por seu abandono. Hauser foi encontrado nas ruas tendo consigo apenas um bilhete endereçado ao capitão do 4º esquadrão do 6º regimento de cavalaria , Capitão von Wessenig.
Inicialmente, imaginava-se que Hauser fosse uma criança selvagem vinda das florestas. Durante várias conversas com o prefeito Binder, Hauser começou a revelar uma versão diferente de sua história de vida, que ele mais tarde detalharia por escrito. Segundo esse relato, Hauser passou a maior parte de sua vida preso em uma cela escura e solitária. Ele descreveu a cela como tendo aproximadamente dois metros de comprimento, um metro de largura e um metro e meio de altura. Nesse espaço reduzido, sua única mobília era uma cama de palha e ele tinha apenas quatro brinquedos de madeira para se entreter: dois cavalos e um cachorro.
Hauser relatou que todas as manhãs encontrava pão de centeio e água ao lado de sua cama. Em algumas ocasiões, a água tinha um sabor amargo que, ao ser consumida, fazia-o dormir mais profundamente que de costume. Nessas situações, ao despertar, ele notava que sua palha havia sido trocada e que seu cabelo e unhas estavam cortados. Hauser afirmou que o primeiro ser humano que conheceu foi um homem que o visitou pouco antes de sua libertação, tomando muito cuidado para não mostrar o rosto. Esse homem o ensinou a escrever seu nome, guiando sua mão. Depois que Hauser aprendeu a ficar de pé e caminhar, ele foi levado para Nuremberg. O homem misterioso também lhe ensinou a frase "Eu quero ser um cavaleiro, como meu pai foi", em um antigo dialeto bávaro, embora Hauser alegasse que não compreendia o significado das palavras.
No dia 14 de dezembro de 1833, Hauser retornou para casa com um grave ferimento no peito esquerdo. Conforme seu relato, ele tinha sido atraído até o Ansbach Court Garden, onde um desconhecido o atacou com uma faca enquanto lhe entregava uma bolsa. Tristemente, Hauser sucumbiu ao ferimento três dias depois, em 17 de dezembro de 1833.
O enigma de Kaspar Hauser
O filme retrata meticulosamente a história verdadeira de Kaspar Hauser, utilizando textos de cartas autênticas encontradas com ele e mantendo fidelidade aos detalhes do seu confinamento e libertação. Personagens como o Professor Daumer e Lord Stanhope são inspirados em figuras históricas reais, respectivamente Georg Friedrich Daumer e Philip Henry Stanhope, o 4º Conde Stanhope.
Dúvidas dos especialistas
A ideia central da história de Hauser é alvo de diversos debates e comparada à histórias como Tarzan ou Mogli, figuras que foram criadas por animais e adquiriram uma certa repulsa aos padrões normativos de comportamento, não sendo assim, domesticados com facilidade, apresentando em sua essência dificuldade de compreensão ou desenvolvimento sócio-cognitivo, o que dificulta até certo ponto o desenvolvimento de um vocabulário e de um comportamento social. Podemos observar no desenvolvimento do enredo do filme que poucos aspectos da vida de Hauser são revelados de fato, isso ocorre pela ausência de documentações acerca de sua origem e vida, o que provocam debates acerca de como o seu desenvolvimento de fala e sua capacidade de andar.
A história de Hauser é discutida nos meios acadêmicos buscando uma compreensão mais assertiva acerca de como o seu desenvolvimento se tornou possível, se levarmos em consideração suas alegações de cárcere por toda a sua vida. Uma criança recém-nascida, por exemplo, se desenvolve através dos estímulos recebidos por outros adultos, como a fala, o caminhar e o desenvolvimento cognitivo e social acerca do comportamento e educação recebidos, relevando uma proximidade mais continuada com os responsáveis por sua criação até certa fase quando estão prontos para viverem em sociedade e estabelecer vínculos de afeto e desenvolver suas competências sociais e emocionais. Hauser é descrito como um homem ausente dos princípios básicos da convivência, sobretudo, na obra cinematográfica, onde ele revela possuir uma incapacidade de caminhar por conta própria nos primeiros meses de sua liberdade, ele também revela uma dificuldade em se expressar em falas e frases que elucidem de fato o que se deseja, tornando assim a tarefa de educa-lo ou compreendê-lo ainda mais complicada, se levarmos em consideração a ausência de proximidade dele com as novas pessoas e a nova atmosfera após seu abandono.
A história de Hauser pode ser acompanhada em sua obra cinematográfica que está disponível integralmente no Youtube.
Assista ao filme:
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