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10 motivos para ler "Althusser e o materialismo aleatório"

1. Compreender a última fase do pensamento de Louis Althusser

O livro "Althusser e o materialismo aleatório" se debruça sobre a última fase da obra deste influente filósofo marxista, explorando os desdobramentos de suas reflexões sobre encontro, forma e materialismo aleatório na década de 1980. Entender essa etapa final do pensamento althusseriano é fundamental para acompanhar a evolução de suas ideias e sua contínua relevância para o debate marxista contemporâneo.


2. Analisar a relação entre encontro e forma na política e no direito

Um dos eixos centrais da obra é a investigação da relação entre encontro e forma, que perpassa a produção de Althusser e atinge seu ápice em textos como "A corrente subterrânea do materialismo do encontro". Os autores demonstram como essa temática ilumina questões cruciais da política e do direito, revelando a importância da forma jurídica para a compreensão da sociabilidade capitalista.


3. Compreender a crítica althusseriana à noção de gênese

Ao explorar os conceitos de encontro, conjunção e ausência determinada introduzidos por Althusser, a obra evidencia sua contundente crítica à noção de gênese, que pressupõe uma teleologia e um sujeito unificado da história. Essa problematização revela-se fundamental para pensar as transições entre os modos de produção de maneira não linear.


4. Dialogar com o debate da derivação do Estado e do marxismo jurídico

As análises desenvolvidas no livro estabelecem um profícuo diálogo com os debates da derivação do Estado, representados por autores como Joachim Hirsch, bem como com a tradição do marxismo jurídico, exemplificada pela obra de Evguiéni Pachukanis. Essa interlocução evidencia a atualidade do pensamento althusseriano para a compreensão crítica das formas políticas e jurídicas.


5. Acompanhar a trajetória interpretativa de Vittorio Morfino

O segundo capítulo do livro apresenta um minucioso exame da própria trajetória interpretativa de Vittorio Morfino sobre o "materialismo aleatório" de Althusser. Essa retrospectiva permite ao leitor acompanhar o desenvolvimento das leituras deste importante comentador, revelando as nuances e tensões presentes nos escritos althusserianos dos anos 1980.


6. Refletir sobre as tendências lucreciana e escatológica nos textos de Althusser

A partir da hipótese interpretativa de Morfino, o livro identifica a presença de duas tendências distintas nos escritos de Althusser na década de 1980: uma de inspiração lucreciana, proveniente dos anos 1960, e outra de caráter escatológico ou messiânico. Essa constatação abre caminho para uma compreensão mais aprofundada da evolução do pensamento althusseriano.


7. Compreender a articulação entre determinação e acaso na constituição das formas sociais

O livro demonstra como Althusser, ao explorar a temática do encontro e do aleatório, consegue pensar a constituição das formas sociais para além de qualquer teleologia ou determinismo. Essa abordagem revela-se fundamental para a análise crítica do capitalismo e de suas contradições.


8. Situar o pensamento de Althusser no contexto do "novo marxismo"

As reflexões apresentadas no livro dialogam diretamente com a distinção proposta por Ingo Elbe entre o "velho" e o "novo" marxismo. Nesse sentido, a obra permite compreender a contribuição de Althusser para a emergência de novas perspectivas teóricas no campo marxista, superando os limites do "marxismo ocidental".


9. Estabelecer conexões entre a obra de Althusser e autores contemporâneos

O livro insere-se em um movimento mais amplo de resgate e atualização do legado althusseriano, estabelecendo diálogos com trabalhos de pesquisadores como Ingo Elbe, Márcio Bilharinho Naves, Celso Naoto Kashiura Júnior e Stefano Pippa. Essa rede de interlocuções evidencia a relevância do pensamento de Althusser para os debates teóricos e políticos contemporâneos.


10. Aprofundar a compreensão do capitalismo e das formas de subjetivação

Ao explorar a articulação entre encontro, forma e direito, a obra de Mascaro e Morfino oferece ferramentas teóricas valiosas para a análise crítica da sociabilidade capitalista e das formas de subjetivação que lhe são inerentes. Trata-se de uma contribuição fundamental para aqueles interessados em compreender os desafios do presente a partir de uma perspectiva marxista.

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