Bem-vindo à segunda seção do curso gratuito de escrita e escrita criativa, oferecido por Vitor Zindacta, idealizador e CEO do Post Literal. Após encontrar sua ideia e definir objetivos claros na primeira seção, agora é hora de transformar essa visão em um plano estruturado. Planejar sua história ou estrutura é como desenhar o mapa de uma jornada: ele guia cada passo, evita desvios desnecessários e garante que você chegue ao destino. Nesta seção de aproximadamente, exploraremos como criar um esboço robusto, desenvolver personagens (para ficção) ou organizar argumentos (para não ficção), conduzir pesquisas, utilizar ferramentas de planejamento e validar a viabilidade da sua ideia. Com um plano sólido, você estará pronto para escrever com confiança e direção.
A Importância do Planejamento
Muitos escritores iniciantes caem na tentação de começar a escrever sem um plano, acreditando que a inspiração os guiará. Embora essa abordagem possa funcionar para alguns, ela frequentemente leva a bloqueios criativos, tramas inconsistentes ou argumentos desorganizados. Um bom planejamento economiza tempo, reduz frustrações e ajuda a manter o foco. Como Vitor Zindacta destaca: “Um esboço é como a fundação de uma casa. Sem ele, tudo pode desmoronar, não importa quão belas sejam as palavras.
O planejamento também permite que você teste sua ideia antes de investir meses na escrita. Ele ajuda a responder perguntas como: “Minha história tem um início, meio e fim claros?” ou “Meu argumento é convincente o suficiente para sustentar um livro?” Nesta seção, você aprenderá a construir essa fundação, seja para uma obra de ficção ou não ficção.
Criando um Esboço: A Espinha Dorsal do Seu Livro
Um esboço é um roteiro que organiza sua narrativa ou ideias em uma estrutura lógica. Ele não precisa ser rígido — você pode ajustá-lo conforme a escrita avança — mas deve oferecer uma visão clara do caminho à frente. A abordagem varia dependendo do tipo de livro que você está escrevendo.
Esboço para Ficção
Para romances, contos ou qualquer narrativa ficcional, o esboço geralmente segue uma estrutura em três atos, popularizada por roteiristas e romancistas:
Ato 1 (Início): Apresenta o mundo, os personagens principais e o conflito inicial. Exemplo: Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, conhecemos Harry, o mundo mágico e o mistério da pedra.
Ato 2 (Meio): Desenvolve o conflito, com desafios crescentes e momentos de tensão. É o coração da história, onde os personagens enfrentam obstáculos. Em Harry Potter, Harry e seus amigos investigam a pedra enquanto enfrentam perigos.
Ato 3 (Fim): Resolve o conflito, culminando no clímax e na conclusão. Harry enfrenta Voldemort e salva a pedra.
Para criar seu esboço:
Defina o conflito central: Qual é o problema principal que move a história? Exemplo: “Um jovem deve impedir um vilão de destruir sua vila.”
Divida em cenas ou capítulos: Liste os eventos principais de cada ato. Por exemplo, no Ato 1, você pode ter “Protagonista descobre seu poder” e “Primeiro encontro com o vilão.”
Inclua pontos de virada: Momentos que mudam a direção da história, como uma traição ou uma revelação.
Esboço para Não Ficção
Para livros de não ficção, como memórias, autoajuda ou ensaios, o esboço organiza ideias em seções ou capítulos temáticos. Por exemplo, um livro de autoajuda sobre produtividade pode ter:
Introdução: Por que a produtividade é importante.
Capítulo 1: Os mitos da multitarefa.
Capítulo 2: Técnicas de gerenciamento de tempo.
Capítulo 3: Como superar a procrastinação.
Para criar seu esboço:
Identifique a mensagem central: Qual é a ideia principal do seu livro? Exemplo: “Produtividade é sobre foco, não sobre fazer mais.”
Divida em tópicos: Liste os argumentos ou histórias que sustentam sua mensagem. Cada tópico pode se tornar um capítulo.
Crie uma progressão lógica: Organize os capítulos para que as ideias fluam naturalmente, do geral ao específico ou do problema à solução.
Exercício Prático
Escolha sua ideia de livro e crie um esboço inicial. Para ficção, escreva uma frase para cada ato e liste 3-5 eventos principais por ato. Para não ficção, escreva a mensagem central e divida-a em 5-7 capítulos, com uma frase resumindo cada um. Exemplo para ficção: “Ato 1: Uma jovem descobre que é herdeira de um reino perdido; Eventos: 1) Encontra um mapa misterioso, 2) É atacada por mercenários, 3) Conhece um mentor.” Reserve 20 minutos para este exercício.
Desenvolvendo Personagens (Ficção)
Personagens são o coração de qualquer história de ficção. Leitores se conectam com personagens bem desenvolvidos, cujas ações e escolhas parecem autênticas. Para criar personagens memoráveis:
Protagonista: O herói ou figura central. Dê a ele um objetivo claro (ex.: salvar o mundo) e uma falha (ex.: arrogância). Exemplo: Katniss Everdeen (Jogos Vorazes) quer sobreviver, mas luta com sua relutância em liderar.
Antagonista: A força oposta ao protagonista. Um bom vilão tem motivações próprias, não é apenas “mau”. Exemplo: Voldemort busca poder, mas sua motivação vem do medo da morte.
Coadjuvantes: Personagens secundários que complementam a trama, como amigos, mentores ou rivais. Cada um deve ter um papel definido.
Fichas de Personagem
Crie uma ficha para cada personagem principal, incluindo:
Nome, idade, aparência.
Objetivo principal e motivação.
Maior medo ou falha.
Como ele muda ao longo da história (arco de personagem).
Exemplo:
Nome: Ana, 17 anos, cabelo castanho, olhos verdes.
Objetivo: Proteger sua família de uma invasão.
Motivação: Sente-se responsável após a morte do pai.
Medo: Falhar e perder quem ama.
Arco: Passa de insegura a líder confiante.
Exercício Prático
Crie fichas para seu protagonista, antagonista e um coadjuvante. Escreva um parágrafo descrevendo cada um em uma cena cotidiana (ex.: Ana preparando o jantar enquanto pensa na invasão). Isso ajuda a dar vida aos personagens antes de escrever o rascunho.
Organizando Capítulos (Não Ficção)
Para livros de não ficção, a organização dos capítulos é crucial para transmitir sua mensagem de forma clara. Cada capítulo deve ter um propósito específico e contribuir para o argumento geral. Aqui estão algumas estratégias:
Introdução envolvente: Comece cada capítulo com uma anedota, estatística ou pergunta que capte a atenção. Exemplo: Um capítulo sobre produtividade pode começar com “Você sabia que 80% das pessoas nunca cumprem suas metas anuais?”
Estrutura clara: Divida o capítulo em subseções com títulos descritivos, como “Por que procrastinamos” ou “Técnicas para começar hoje.”
Conclusão impactante: Termine com um resumo ou um chamado à ação, como “Aplique uma dessas técnicas amanhã e veja a diferença.”
Exemplo de Capítulo
Capítulo 2: Os Mitos da Multitarefa
Introdução: História de um profissional que tentou fazer tudo ao mesmo tempo e falhou.
Seção 1: O que a ciência diz sobre multitarefa.
Seção 2: Por que focar em uma tarefa é mais eficaz.
Seção 3: Exercícios para treinar o foco.
Conclusão: Desafio para o leitor praticar monotarefa por uma semana.
Condução de Pesquisas
Pesquisa é essencial para embasar sua narrativa ou argumentos. Para ficção, ela adiciona autenticidade (ex.: descrever uma cidade medieval com precisão). Para não ficção, ela valida suas ideias com fatos. Dicas para pesquisar:
Fontes confiáveis: Use livros, artigos acadêmicos, sites respeitáveis (ex.: JSTOR, Google Scholar) e evite fontes duvidosas.
Entrevistas: Converse com especialistas ou pessoas com experiências relevantes. Exemplo: Para um livro sobre saúde mental, entreviste psicólogos.
Organização: Crie um sistema para salvar notas, como pastas no Evernote ou um caderno dividido por temas.
Exercício Prático
Identifique um aspecto do seu livro que exige pesquisa (ex.: vida em uma nave espacial para ficção científica, ou estatísticas sobre produtividade para não ficção). Pesquise por 30 minutos e anote 3-5 fatos úteis.
Ferramentas de Planejamento
Ferramentas certas podem simplificar o planejamento. Algumas opções:
Scrivener: Ideal para organizar capítulos, fichas de personagem e notas.
Trello: Use quadros para gerenciar cenas ou tópicos.
Notion: Crie tabelas e bancos de dados para ideias e pesquisas.
Cadernos físicos: Perfeitos para mapas mentais ou esboços rápidos.
Experimente pelo menos uma ferramenta e veja qual se adapta ao seu estilo.
Validando a Viabilidade da Ideia
Antes de começar a escrever, teste se sua ideia é forte o suficiente. Pergunte-se:
Minha premissa é clara e envolvente?
Tenho material suficiente para sustentar 40.000-100.000 palavras?
Minha história/argumento oferece algo novo ou único?
Peça feedback a amigos ou membros de comunidades como o Post Literal. Apresente sua premissa em uma frase e veja se ela desperta interesse. Ajuste conforme necessário.
Nesta seção, você aprendeu a criar um esboço, desenvolver personagens ou organizar capítulos, conduzir pesquisas, usar ferramentas de planejamento e validar sua ideia. Com esse mapa em mãos, você está pronto para começar a escrever seu primeiro rascunho na próxima seção. Como Vitor Zindacta diz: “Planejar é como afiar o machado antes de cortar a árvore. Dedique tempo agora, e a escrita será mais fluida.” Continue comprometido, e sua história começará a ganhar vida.
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