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Orgulho & Preconceito: As principais diferenças entre filme e obra


O livro Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, publicado em 1813, é um dos clássicos da literatura inglesa, que narra a história de amor entre Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, em meio às questões de classe, moral e casamento na sociedade da época. O livro é narrado em terceira pessoa, mas com foco na perspectiva de Elizabeth, que é a protagonista e a mais inteligente e independente das cinco filhas do Sr. e da Sra. Bennet. O livro explora os conflitos entre o orgulho de Elizabeth, que se ofende com a arrogância de Mr. Darcy, e o preconceito de Mr. Darcy, que se sente superior à família de Elizabeth por sua origem e fortuna. O livro também acompanha as histórias de amor e desilusão das outras irmãs Bennet, especialmente Jane, a mais velha e mais bonita, que se apaixona por Mr. Bingley, o amigo de Mr. Darcy.

O filme Orgulho e Preconceito, de 2005, dirigido por Joe Wright, é uma das várias adaptações cinematográficas do livro, que tenta trazer a história para o público contemporâneo, com algumas mudanças e simplificações. O filme é estrelado por Keira Knightley como Elizabeth Bennet e Matthew Macfadyen como Mr. Darcy. O filme altera o período histórico do livro, de 1813 para 1790, para mostrar a influência da Revolução Francesa na Inglaterra e para usar um estilo de vestuário mais natural e menos rígido do que o da Era Regência. O filme também muda a linguagem do livro, que é mais formal e refinada, para uma linguagem mais coloquial e acessível, que aproxima os personagens do espectador. O filme ainda acrescenta cenas que não estão no livro, como as que mostram o ponto de vista de Mr. Darcy, para torná-lo mais humano e simpático.

O filme também corta ou condensa alguns personagens e subtramas do livro, para se adequar ao tempo e ao ritmo do cinema. Por exemplo, o filme elimina os personagens do Sr. e da Sra. Hurst, os cunhados de Mr. Bingley, que são pouco relevantes para a trama principal. O filme também reduz a importância da personagem de Lady Catherine de Bourgh, a tia de Mr. Darcy, que é uma antagonista mais presente e influente no livro. O filme ainda simplifica a história de Lydia Bennet, a irmã mais nova e mais imprudente de Elizabeth, que foge com o vilão Mr. Wickham, causando um escândalo na família. No livro, essa história é mais complexa e envolve a intervenção de Mr. Darcy para resolver a situação, o que contribui para a mudança de opinião de Elizabeth sobre ele.

O filme, portanto, é uma adaptação que privilegia o romance entre Elizabeth e Mr. Darcy, em detrimento dos outros aspectos do livro, como a crítica social, o humor irônico e a profundidade psicológica dos personagens. O filme busca ser mais realista e emocionante, enquanto o livro é mais sutil e sofisticado. O filme é uma obra que se inspira no livro, mas que tem sua própria identidade e proposta. O filme pode ser visto como uma homenagem ao livro, mas também como uma interpretação livre e criativa da história de Jane Austen.

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA OBRA

Eu posso te falar um pouco sobre a história de Jane Austen, uma das mais famosas escritoras da literatura inglesa, que viveu entre 1775 e 1817. Ela escreveu seis romances, entre eles Orgulho e Preconceito, que retratam a vida da classe média alta da sua época, com ênfase nas questões de amor, casamento, moral e classe social. Ela usou uma linguagem elegante, irônica e realista, que criticava os costumes e as convenções da sociedade inglesa do final do século XVIII e início do século XIX.

Jane Austen nasceu em uma família de clérigos e recebeu uma educação básica, mas leu muito e escreveu desde cedo. Ela nunca se casou, mas teve alguns pretendentes, entre eles Tom Lefroy, que inspirou o personagem de Mr. Darcy. Ela viveu com seus pais e sua irmã Cassandra, que foi sua confidente e amiga. Ela também teve uma boa relação com seus irmãos, especialmente Henry, que a ajudou a publicar seus livros.

Jane Austen enfrentou alguns problemas e dificuldades em sua vida, como a falta de reconhecimento literário, a dependência financeira da família, as mudanças de residência, as guerras com a França, a morte de seu pai e sua própria doença, que a levou à morte aos 41 anos. Ela também teve que lidar com as limitações impostas às mulheres da sua época, que tinham pouca autonomia e liberdade, e que eram julgadas principalmente pela sua aparência, fortuna e casamento.

Os romances de Jane Austen refletem o contexto histórico e social em que ela viveu, que foi marcado por transformações políticas, econômicas e culturais. Ela testemunhou a Revolução Americana, a Revolução Francesa, as Guerras Napoleônicas, o início da Revolução Industrial, o surgimento do Romantismo, os movimentos abolicionistas e feministas, entre outros eventos. Ela também retratou os costumes, as modas, as leis, as religiões, as artes e as ciências da sua época, mostrando como eles influenciavam a vida das pessoas.

Os personagens de Jane Austen são complexos e variados, e representam diferentes tipos e classes sociais. Ela criou protagonistas femininas fortes, inteligentes e independentes, como Elizabeth Bennet, Emma Woodhouse e Anne Elliot, que se destacam por sua personalidade e opinião. Ela também criou personagens masculinos atraentes, nobres e sensíveis, como Mr. Darcy, Mr. Knightley e Capitão Wentworth, que se apaixonam pelas heroínas. Ela ainda criou personagens secundários divertidos, caricatos e críticos, como Mr. Collins, Mrs. Bennet e Lady Catherine de Bourgh, que representam os vícios e defeitos da sociedade.

As implicações históricas da construção do enredo de Orgulho e Preconceito estão relacionadas à forma como Jane Austen abordou os temas do amor, do casamento, da classe social, da moral e da educação na sua época. Ela mostrou como o orgulho e o preconceito podiam atrapalhar ou favorecer o relacionamento entre as pessoas, e como o amor podia superar as barreiras impostas pela sociedade. Ela também mostrou como o casamento era uma questão de sobrevivência e de status para as mulheres, e como elas podiam escolher entre se casar por conveniência ou por afeto. Ela ainda mostrou como a classe social determinava o comportamento, o prestígio e o poder das pessoas, e como elas podiam ascender ou decair socialmente. Ela também mostrou como a moral e a educação influenciavam o caráter, a conduta e o julgamento das pessoas, e como elas podiam ser virtuosas ou viciosas, racionais ou emocionais, cultas ou ignorantes.

Assim, Jane Austen criou uma obra que é ao mesmo tempo um retrato fiel e uma crítica sutil da sua época, que revela os conflitos, os valores e as mudanças da sociedade inglesa do final do século XVIII e início do século XIX. Ela também criou uma obra que é atemporal e universal, que encanta e emociona os leitores de todas as épocas e lugares, que se identificam com os personagens, as situações e as lições de Orgulho e Preconceito.

AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A OBRA X FILME

O filme Orgulho e Preconceito, de 2005, dirigido por Joe Wright, é uma adaptação do romance homônimo de Jane Austen, que fez algumas mudanças para tornar a história mais realista e romântica. O filme tem como protagonistas Keira Knightley, como Elizabeth Bennet, e Matthew Macfadyen, como Mr. Darcy. O filme segue a trama principal do romance, que é o amor entre Elizabeth e Mr. Darcy, que enfrentam as barreiras do orgulho, do preconceito, da classe social e da moral. O filme foi elogiado por combinar elementos tradicionais de filmes de época com uma linguagem e uma estética mais modernas.

O filme altera o período histórico do romance, de 1813 para 1790, para mostrar uma Inglaterra mais rural e menos refinada, influenciada pela Revolução Francesa. O filme também usa uma linguagem mais simples e coloquial do que o romance, que é mais formal e elegante, para aproximar os personagens do público. O filme ainda acrescenta cenas que não estão no romance, como as que revelam os sentimentos de Mr. Darcy, para torná-lo mais humano e atraente.

O filme corta ou simplifica alguns personagens e subtramas do romance, para se adaptar ao tempo e ao ritmo do cinema. Por exemplo, o filme exclui os personagens do Sr. e da Sra. Hurst, os cunhados de Mr. Bingley, que não são essenciais para a história. O filme também diminui a importância da personagem de Lady Catherine de Bourgh, a tia de Mr. Darcy, que é uma antagonista mais forte e presente no romance. O filme ainda resume a história de Lydia Bennet, a irmã mais nova e mais irresponsável de Elizabeth, que foge com o vilão Mr. Wickham, causando um escândalo na família. No romance, essa história é mais detalhada e envolve a ajuda de Mr. Darcy para resolver o problema, o que faz Elizabeth mudar de opinião sobre ele.

O filme, portanto, é uma adaptação que prioriza o romance entre Elizabeth e Mr. Darcy, em detrimento dos outros aspectos do romance, como a crítica social, o humor irônico e a profundidade psicológica dos personagens. O filme busca ser mais realista e emocionante, enquanto o romance é mais sutil e sofisticado. O filme é uma obra que se inspira no romance, mas que tem sua própria identidade e proposta. O filme pode ser visto como uma homenagem ao romance, mas também como uma interpretação livre e criativa da história de Jane Austen. O filme é uma adaptação melhor do que as anteriores, pois consegue captar o espírito e a essência do romance, ao mesmo tempo que o atualiza e o renova.


MUDANÇAS DE TRAJES E DAS AMBIENTAÇÕES

Joe Wright optou por ambientar Orgulho e Preconceito 2005 na década de 1790, em vez de 1813, que foi o ano em que o romance de Jane Austen foi publicado. Ele fez isso para mostrar o contraste entre a Inglaterra e a França pós-revolucionária e explorar como a aristocracia inglesa estava assustada com as mudanças sociais 


AS DIFERENÇAS NA FAMÍLIA BENNET

No livro de Austen, a família Bennet é nobre, mas não tem muita sorte. Eles ainda têm alguma riqueza e status na sociedade. No filme Orgulho e Preconceito (2005), a família Bennet parece muito mais pobre do que no livro. Isso se deve em parte à escolha de Joe Wright de fugir da imagem formal da Era da Regência e mostrar a família vivendo em um lugar mais rural. As irmãs Bennet vestem roupas velhas e descombinadas, e a casa da família está mal cuidada.

O filme também mudou a personalidade do Sr. Bennet para torná-lo mais agradável. Ele é um pai carinhoso e atento, que se diverte com as loucuras da Sra. Bennet. A família Bennet pode ser bagunçada, mas no filme eles se amam muito. Porém, Jane Austen mostra a família como infeliz e problemática. Ao colocar a família Bennet em uma situação financeira difícil, mas mostrando o afeto e a união entre eles, o filme de Joe Wright os torna mais próximos do público de hoje.


MUDANÇAS NO FINAL DO ENREDO

Joe Wright decidiu terminar o filme Orgulho e Preconceito de 2005 de forma diferente do livro de Jane Austen. Ele não mostrou o casamento de Elizabeth e Darcy, mas sim uma cena romântica entre eles em Pemberley, depois de casados. Esse final é parecido com o de Fire Island , uma versão LGBTQ+ do livro.

Essa escolha provocou a indignação da Sociedade Jane Austen da América do Norte, que criticou o filme antes de ele estrear. A cena também foi retirada do filme na Inglaterra, por causa das reclamações do público que assistiu antes (via The New York Times ). Em vez disso, o filme na Inglaterra mostrou uma cena em que o Sr. Bennet dá a sua bênção para o casamento de Elizabeth e Darcy, seguindo o último capítulo do livro que conta como eles ficaram depois do final da história. Mas depois o público pediu para ver o final verdadeiro, e o filme voltou a ter a cena original de Wright.

Análise do filme “Coach Carter – Treino para a vida”


Em 1999, Ken Carter retorna para sua antiga escola em Richmond, Califórnia, aceitando se tornar o treinador do time de basquete para colocá-lo em forma. Com muita disciplina e regras duras, ele consegue fazer a equipe vencer. Mas quando as notas dos jogadores começam a baixar, Carter fecha o ginásio e interrompe o campeonato. O treinador é criticado pelos jogadores e seus pais, mas está determinado a fazer com que os jovens sejam vencedores tanto na escola quanto na quadra.


NOTAEsta publicação tem por finalidade a análise das Relações Humanas, utilizadas pelo Coach Carter, aceitas como campo de investigação da história que se passa no filme “Treino para a vida”. O filme mostra como um treinador comanda sua equipe e por meio de suas ações os jovens conseguem superar desafios e assim mudar sua realidade. O treinador enfrentou problemas, mesmo perante a desconfiança e desconfiança da comunidade escolar, conseguiu treinar a equipa e ao mesmo tempo quebrar as barreiras criadas, promover a união da equipa, possibilitando assim a equipa alcançar a vitória. O enredo do filme destaca os modos dos liderados e o que eles aprendem no treinamento e na convivência.

O desafio dos relacionamentos interpessoais é que precisamos interagir bem com as pessoas, apesar de nossas diferenças de ideias, pontos de vista, comportamentos, origens, culturas, nacionalidades. Não é fácil, mas se basearmos a forma como são nossos relacionamentos em outros pilares, como: autoconhecimento, empatia, compaixão, percepção humana, sabedoria emocional, conseguiremos nos relacionar melhor uns com os outros. O objetivo principal deste trabalho é demonstrar a pesquisa analítica buscando simplificar. Como exemplo, será apresentada uma análise do filme “CoachCarter – Training for Life”.

Os filmes geralmente retratam elementos reais que podem ajudar a analisar os comportamentos humanos e suas várias interações. Com base no exposto, este trabalho é utilizado para assistir e analisar o filme “Coach Carter – Training for Life”, com o objetivo de determinar a relação entre as pessoas do grupo por meio de cenas que mostram o comportamento das pessoas do grupo. . time de basquete e o que aprenderam praticando e morando juntos.

Para atingir os seus objetivos, o treinador tem de enfrentar problemas, enfrentando mesmo a apatia da comunidade escolar e a má vontade dos jogadores. Ele treinou a equipe, quebrando barreiras, impulsionando o desenvolvimento da equipe e mudando a cultura e a sociedade no subúrbio da Califórnia, EUA.

O filme foi escolhido por entender que proporciona um excelente laboratório de pesquisa, pois os atores são mais comunicativos e as situações de grupo são reforçadas justamente pelo envolvimento dos papéis e dos atores de outros grupos formalmente estabelecidos.

Várias cenas permitem observar a formação do grupo, o crescimento pessoal induzido pela comunicação e principalmente a transformação de um grupo díspar, distante, sem esperança e desmotivado em um grupo de pessoas capaz de realizar tarefas rotineiras e retornar ao sonho. Dentre os diversos aspectos relacionados ao processo de equipe, este trabalho foca na contratação, coesão e liderança da equipe.

Na sequência, este trabalho está organizado: um breve relato do filme, identificação e análise dos processos grupais, que explicam as cenas relacionadas às questões colocadas como objeto do estudo.

RELATO

"Coach Carter - Training for Life", uma coprodução germano-americana de 2005, dirigida por Thomas Carter e Samuel Jackson. Na verdade, é ambientado na Raymond School, uma área muito pobre e violenta, no estado da Califórnia, EUA.

Treinador, Sr. White (Mel Winkler) quando se aposentou, convidou o Sr. Carter (Samuel Jackson), um ex-aluno do ensino médio, assume o cargo de técnico do time de basquete do qual foi jogador. Na adolescência, conquistou vários campeonatos pelo time, com muitos recordes que na época permaneciam ininterruptos.

O desafio para o novo treinador é enorme. A equipe na última temporada venceu apenas quatro jogos e perdeu 22. Os jogadores discutiam, não havia disciplina e nem regras.

No entanto, Carter acredita que pode transformar esses alunos em pessoas dedicadas, usando o esporte e a educação como ferramentas. A partir daí, inicia-se um processo de mudança cultural, que atinge os jogadores, toda a comunidade escolar e o entorno.

Para Carter, o basquete não é uma desculpa para ir à escola, mas o sucesso dos alunos que tiram boas notas e se mantêm positivos em sala de aula.  Desta forma, o treinador decide impor certas regras, que a princípio assustam alunos, pais, professores e gestores, e algumas até não fazem sentido. Mas não se deixa influenciar, pois sabe o que tem que fazer para chegar onde quer.

Entre as regras ampliadas, o treinador prefere ser tradicionalmente referido como "Sr. Carter", exige também a assinatura de contratos assinados entre os jogadores e treinador. Este contrato estabelece regras que devem ser seguidas por todos jogador: desempenho acadêmico completo, frequência regular, uso frequente de Smoking. Se essas regras não forem seguidas, o time será suspenso de todos os jogos, até que os objetivos sejam alcançados.

Para Carter, o time é formado por "estudantes", o que significa para ele, que o mais importante é ser um bom aluno. Atrair jovens jogadores comprometidos sempre foi o objetivo principal de um treinador. O objetivo é dar a eles a chance de fazer faculdade, mostrar ao grupo a importância da educação como forma de acabar com a criminalidade e as drogas no mundo.

O conflito é evidente no início do filme, assim como os outros membros do grupo.

eles não têm disciplina. Porém, com o tempo, os atletas se dedicaram aos treinos e o time de basquete superou as expectativas. Começou a sequência de vitórias do time.

Com o agravamento da situação, o treinador tomou uma medida drástica que chocou tanto os alunos quanto a comunidade de Richmond: fechou o ginásio e cancelou todos os jogos do time de basquete até que os alunos saíssem, cumprindo as regras definidas pelo contrato assinado entre eles.

Carter, quando procurava jogadores, começou a colocá-los nas posições mais adequadas, e podia exigir resultados, porque sabia que era possível. Afinal, ele estudou na mesma escola, passou pela mesma situação daqueles meninos. Ser toca-discos, e isso o ajudou a entrar em boas faculdades e alcançar bons resultados na vida.

Agindo dessa forma, Carter fez esses meninos começarem a imaginar que vieram de outro mundo, tiveram a oportunidade de fazer faculdade,

deixando o mundo do qual seus pais e muitos amigos faziam parte: o mundo das drogas e do crime. Em última análise, o treinador abre as portas para que os jovens se tornem verdadeiros cidadãos e profissionais.

É analisado do ponto de vista dos processos grupais e baseia-se em características comportamentais resultantes da interação humana, apesar de o filme oferecer outras oportunidades de pesquisa, como mencionado anteriormente. Este trabalho enfoca: contratos de equipe, coesão e liderança.

O filme combina elementos para representar os papéis e estilos de liderança utilizados pelo treinador, que prepara os meninos para deixar os limites e as drogas, por meio do esporte e da educação. Nesse sentido, esta abordagem olha para a liderança utilizada pelos treinadores, com o objetivo de mudar a vida de meninos que jogam há um ano sem ir às aulas. Os jogadores são desafiados a aprender e entender a vida como uma prática para resultados duradouros, não apenas um jogo de sucesso.

2.1 Acordo das partes

A estrutura do grupo é determinada pelo padrão das relações internas do grupo e sua organização ou estrutura. Demonstra como as pessoas e seus papéis podem estabelecer essas relações em um nível formal e informal.

Zimerman disse:

Uma recomendação importante da estratégia de grupo é estabelecer uma estrutura e a necessidade de manter essa estrutura, vista como a soma total de todos os processos de organização, controle e habilitação das atividades do grupo, leva a um conjunto de regras, atitudes e associações como um lugar . de reuniões, horários, horários, taxas, número de participantes, etc., que forneçam contexto - uma forma de estabelecer os limites necessários sobre funções e cargos, direitos e obrigações e restrições [...] entre o que é desejável e o que é possível (1997, pág. 35).

Em geral, podemos pensar em padrões sociais como padrões ou expectativas de comportamento compartilhados por membros de um grupo que usam esses padrões para avaliar a conformidade ou o valor de sua análise, sentimentos e comportamento. Toda equipe, independentemente do tamanho, precisa estabelecer regras para funcionar de forma eficaz. Se voltarmos ao filme, a história do contrato do time fica clara quando o técnico Carter assina um contrato no qual estão definidas as regras que todos os jogadores devem seguir: ir à escola, frequentar a escola regularmente, usar uniforme regularmente. . A violação dessas regras resultará em suspensão.

As normas sociais facilitam a vida dos membros do grupo. Eles não são realmente óbvios, mas são compartilhados, conhecidos e seguidos pelos membros da equipe. Normalmente, quem não aceita as regras é separado dos demais participantes da equipe... Outro exemplo de problema contratual da equipe pode ser visto quando o personagem de Cruz, ao discordar das diretrizes estabelecidas pelo técnico, saiu eles para fora e vai embora. grupo. Neste artigo, o treinador deu um forte posto moral, colocou condições para quem queria permanecer na equipa e estabeleceu novas regras onde todos os jogadores devem aceitar a decisão da equipa.

2.2 coesão

Para Cartwright e Zander (1967, p. 90), “a coesão do grupo é o resultado de todas as forças exercidas sobre os membros para permanecerem no grupo”. Portanto, a coesão é um conceito que se refere à qualidade de um grupo e inclui o orgulho de um indivíduo por seus membros, comprometimento, camaradagem e capacidade de superar problemas e dificuldades.Sobrevivência a longo prazo.

De acordo com Cartwright e Zander, a coesão é a chave para criar uma equipe "saudável". Faz com que os membros trabalhem duro, dispostos a fazer muitos sacrifícios pelo bem do grupo, celebrar as boas qualidades, sentir-se mais felizes juntos, estimular a comunicação regular e buscar a "comunicação". traduzir" com maior comprometimento. Ainda pode-se dizer que um grupo coletivo pode ser considerado como um só quando todos os seus membros trabalham juntos para atingir o mesmo objetivo, quando estão prontos para assumir a responsabilidade pelo trabalho coletivo (CARTWRIGHT; ZANDER). , 1967, p. 84) .

Os autores também mostram que a disposição de um grupo para suportar a dor ou desapontamento e protegê-lo de críticas e ataques externos também são indicadores de maior ou menor coesão do grupo. No filme, a solidariedade fica evidente no momento em que os alunos se recusam a jogar as correntes na porta fechada do ginásio de Carter, que são cortadas sem sua permissão. Mas ao entrar no ginásio, o treinador se surpreendeu quando os alunos ao invés de treinar aprenderam em campo. Foi um momento para toda a equipa ver o quanto o treinador se preocupava com eles e o quanto a sua atitude era do interesse dos jogadores.

Em caso de conflito entre os jogadores e a comunidade local, é necessário que eles façam seu trabalho e mudem seu estilo de acordo com as aulas. Descobrimos que o bom comportamento do treinador acabou afetando o desempenho do aluno e do professor e resultou em crescimento. Outro momento-chave do filme que promove a união é quando um dos jogadores (Cruz) não consegue fazer o número de exercícios exigidos (flexões e levantamento de peso), e seus companheiros se propõem a fazer o número necessário de exercícios. , expressando assim o espírito. cooperação, grupo e cooperação.

Por décadas, as pessoas acreditaram na imagem de um líder nato que possui as seguintes características: intelecto, criatividade, persistência, confiança e conexão social. É verdade que muitas dessas características ajudam uma pessoa a desenvolver habilidades de liderança, mas não se pode dizer que uma pessoa se tornará um líder quando exibir essas características. É importante que esses e outros aspectos estejam alinhados com os objetivos perseguidos pela equipe. Neste filme, o treinador e líder Carter ama as pessoas e acredita que todos podem jogar com seus pontos fortes, incentivando a autoconsciência e desafiando seus jogadores a atingirem seus objetivos, limites de corpo, mente e alma. Sua comunicação é clara e significativa, sua atitude é totalmente transparente, não tem medo de ofender, mudar, perder seus atletas. Em um papel de liderança, o coach trabalha por meio do processo de feedback inteligente, "o que você faz bem... o que você não faz e como pode fazer".

Segundo Moscovici (2002, p. 129), a base conceitual mais moderna das teorias situacionais é chamada de metas de liderança. Esta teoria utiliza o modelo de expectativas da teoria do processo motivacional, no triângulo liderança, motivação e poder, que são os fatores compostos de mudanças na liderança e, portanto, a necessidade do grupo.

Vamos nos concentrar na liderança atual. Segundo Moscovici (2002, p. 129), os aspectos contextuais da situação passaram a ser percebidos com igual importância, ou talvez até maior, do que os aspectos individuais e individuais dos modelos, características e grupos. Para Fela Moscovici (2002, p. 131), a linha de meta busca explicar o comportamento do líder em termos de motivação, satisfação e desempenho dos membros da equipe, ou seja, a orientação conceitual dos esforços do líder para tornar o caminho até a meta um bom caminho. 1. melhor para os líderes.

De acordo com essa teoria, outros estilos de liderança são identificados, vendo essa mudança como uma parte importante da construção da equipe. Diretivo ou autocrático quando os líderes aceitam ordens sem modificação; Esse estilo de liderança pode ser visto porque Carter se mantém firme em suas regras e normas. Tranque a quadra e te encontro na biblioteca. O comportamento profissional atual é o de um líder autoritário que decide e não permite que sua equipe contribua por meio de outras estratégias, o que ainda serve para fortalecer uma posição de liderança estabelecida. Acreditamos que esse estilo de gestão funciona perfeitamente porque a equipe precisa de limites. O estilo autoritário, em nossa opinião, refere-se ao poder coercitivo.

Além disso, segundo Moscovici (2002, p. 136), o poder coercitivo inclui a capacidade de usar sanções ou ameaças de punição, muitas vezes associadas ao poder legal. Ameaças de retirar afeto, reconhecer ou considerar, escrutinar, remover, reduzir a atenção e a comunicação são exemplos de poder coercitivo nas relações humanas. Na questão em questão, percebe-se que o especialista é obrigado a ter uma direção independente, há uma ditadura em que as regras são ditadas, pois só assim se consegue o controle das condições hostis do grupo necessário. isto. limitações.

Liderança de apoio quando há amizade do líder e preocupação com os subordinados; Um excelente exemplo de liderança solidária pode ser visto na cena em que o jogador Cruz, após a morte de seu primo, procurou um técnico no meio da noite onde morava e foi apoiado mentalmente. Liderança participativa quando o líder consulta os subordinados, mesmo sendo ele o tomador de decisão; Podemos ver a cena que nos lembra desse estilo de liderança quando o treinador encontra os atletas na biblioteca e eles buscam a melhor maneira de atingir seus objetivos que estão aprendendo a competir.

Liderança orientada para o sucesso, onde o líder demonstra confiança nas habilidades dos liderados. Numa situação em que existe a possibilidade do time perder a competição, o técnico vai pressionar os jogadores para deixar claro em seu discurso a importância de cada um, tratando assim os jogadores como vencedores, o melhor homem. Essa atitude faz com que toda a equipe se una e faça de tudo para vencer o jogo, apesar das dificuldades que enfrenta. Assim, em diferentes situações, o grupo e o líder influenciam-se mutuamente; porque a liderança inclui o líder, o grupo e a situação. Um verdadeiro líder é aquele que muda as pessoas e o ambiente em que vive. Por isso você tem que querer se conhecer e conhecer as pessoas com quem você se relaciona para ajudá-las a crescer e se destacar e saber lidar com isso. Quando as pessoas encontram seu caminho e sabem que para obter resultados melhores (mais intelectuais) precisam de outras pessoas, um líder pode construir uma equipe de verdade. Vemos essa situação claramente na cena em que Carter pergunta a Cruz sobre seus medos. Depois de um tempo, Cruz encontrou a resposta para esta pergunta - Qual é o seu maior medo? Temos medo de nossa luz. Nosso maior medo não é não sermos suficientes. Nosso maior medo é termos poder ilimitado, nossa luz e não a escuridão que nos amedronta. Ser pequeno não torna o mundo maior. Não há nada de extremo em ser pequeno, para que os outros não se sintam inseguros perto de nós. Estamos todos destinados a brilhar, assim como as crianças. Não apenas alguns de nós, mas todos nós. E quando liberamos nossa maravilhosa luz interior, involuntariamente permitimos que outros façam o mesmo. E quando liberamos nosso medo, nossa presença libera automaticamente o medo dos outros. (Nelson Mandela, em seu primeiro discurso como presidente da África do Sul.

Fela Moscovici (2002, p. 126) aponta que existe uma diferença entre "líder" e "líder". Um líder é uma pessoa em um grupo atribuído, formal ou informalmente, o papel de dirigir e coordenar as atividades relacionadas ao trabalho. "Estilo de liderança" é a forma como uma pessoa, quando em posição de liderança, influencia os outros membros da equipe. Podemos registrar os "estilos de liderança" de Fela (2002, p. 126), em que "a pesquisa sobre liderança enfoca o relacionamento e o comportamento entre líderes e subordinados, entre influenciadores e pessoas. os afetados.” O poder inclui a capacidade de uma pessoa fazer com que outra pessoa ou grupo aja da maneira que a primeira pessoa deseja, o que causa uma mudança de comportamento, ou seja, uma pessoa que tem o poder atribuído mudará o comportamento dos outros, influenciando-os pelo exemplo. . Nesse sentido, são os iniciadores que fazem valer o poder no iniciador, por meio do processo visto como resultado de muitos fatores pensantes e emocionais. tarefa legítima de gerir um grupo. líder que influenciou e geriu atletas pelo seu exemplo de vida e determinação, com o reconhecido direito de exigir certos hábitos e comportamentos que estabeleceu para alcançar resultados. A tarefa do líder é dar direção, mostrar que é possível e acompanhar o grupo nesse processo, caso contrário, o poder do líder O líder começa a declinar e os subordinados não o seguem. É raro um líder investir o poder que lhe é dado com uma atitude que faz com que as pessoas o sigam automaticamente com base apenas em sua influência pessoal.

Percebemos que isso acontece onde Carter fala sobre sua vida, que vem da mesma comunidade e supera os mesmos obstáculos que os jogadores. O modelo apresentado sugere que diferentes estilos podem ser utilizados pelo mesmo líder em diferentes situações. A eficácia de um estilo de liderança, autoritário ou participativo, depende de muitos fatores contextuais, incluindo a natureza do trabalho, a estrutura de recompensa e o ambiente da organização, habilidades, personalidade e expectativas.líder e membros do grupo. Situações e grupos influenciam os estilos de liderança, sendo um incentivado em detrimento do outro. O líder precisa de alguma flexibilidade para usar diferentes estilos sem chegar a contradições extremas, da mesma forma que responde às expectativas de diferentes papéis sociais, age com comportamentos mais ou menos adequados devido à sua versatilidade, motivação e experiência. “Comportamo-nos diferentemente de acordo com papéis e situações, sem perder a unidade interna ou ser 'nós mesmos' (MOSCOVICI, 2002, p. 131). Uma teoria abrangente da liderança real. inclusão de líder, grupo e situação ou contexto (idem, p. .132).

Considerações finais

A análise trouxe uma série de considerações, mas o aspecto que mais nos chamou a atenção foi a influência do treinador Carter na equipe, que exerceu muita influência no desempenho e na estrutura da equipe, gerando mudanças na vida dos jogadores /alunos. Podemos imaginar que as mudanças vindas do grupo também geram mudanças nas escolas, nos bairros e nas cidades, para superar o racismo e a violência. Olhando para essas opiniões, pensamos que o estilo de liderança utilizado pelo especialista, indo além dos diferentes estilos de liderança, representa os pontos fortes do líder e a motivação gerada pela liderança, mudança da realidade até aquele momento. A liderança feita dessa forma, usando o estilo certo todas as vezes que a equipe passou por ela, ajudou a formar novos líderes, como vemos no filme.

Análise | A Excêntrica Família de Antônia


Análise psicológica do filme “A Excêntrica Família de Antônia”, fazendo uma relação teórica com os seguintes autores – Perls, Rogers, Jung, Reich, Adler, Maslow, Horney e Fromm. 

"O tempo não cura uma ferida, mas embota a dor e embota a memória." A verdade é que o tempo não perdoa nada nem ninguém. E perceber seus efeitos pode ser bem triste. Nada escapa dele, embora todos vivam suas vidas sem perceber. É assim que A Excêntrica Família de Antonia, filme dirigido por Marleen Gorris, conta a história de quatro gerações da família dessa mulher generosa, moderna e meiga que viveu a vida de forma tão simples e amorosa que quando chegou a hora de partir , ela simplesmente reuniu a família, se despediu, fechou os olhos e morreu...

O título condiz com a história do filme, é uma família realmente excêntrica aos padrões de sua época, segundo Erich Fromm, as pessoas encontram as raízes mais satisfatórias e saudáveis em um sentimento de afinidade com os outros. E que buscamos ter um senso de identidade pessoal, sendo indivíduos únicos, mas, quando não se consegue alcançar a meta por meio do esforço individual, podemos obter o objeto desejado com outra pessoa ou através do grupo. É o que iremos verificar no decorrer da história, onde cada um tem sua singularidade, mas se completam. É um filme cujo foco é o questionamento de conceitos e comportamentos ultrapassados que foram estagnados socialmente. Fromm relata que quando se faz exigências à sua natureza, a sociedade deforma e frustra os seres humanos, aliena-os em sua situação negando-lhes o cumprimento das condições da existência.

A história tem início com a volta de Antônia ao vilarejo que morava, logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, Antônia, viúva, retorna à sua terra natal, após vinte anos, com sua filha Daniele. Seu retorno foi para acompanhar os últimos momentos de vida da sua mãe. Antônia e Daniele se instalam na antiga casa da família. Com a morte da mãe de Antônia, elas assumem as terras, passando a cuidar do arado e plantações da fazenda. Antônia se apresenta como alguém a frente de seu tempo e desenvolve relações um tanto fora dos padrões do vilarejo. Apoia sua filha em uma gravidez independente e também em sua homossexualidade. Sempre age de forma a derrubar a influência do pensamento religioso da vila. Acolhe uma vizinha que foi estuprada pelo irmão mais velho, um “deficiente mental” que é maltratado por um fazendeiro carrasco, um ex-padre que não suporta a pressão da doutrina religiosa e uma mãe solteira com suas crianças.

É possível verificar que a família de Antônia vai se compondo como um grupo aberto de pessoas excluídas por suas vivências, limitações psicológicas, cognitivas e pela maneira de pensar contrária aos moradores daquele lugar e da sua época. O filme permite analisar vários aspectos da psicologia, como a construção de estereótipos, os valores culturais, a comunidade e as relações estabelecidas por ela, a diversidade e sujeitos com necessidades especiais, a relação do sujeito na construção de sua personalidade e etc. O filme expõe ainda questões filosóficas pertinentes ao tempo e à proximidade da morte, abordando também valores ético e morais, como a moral religiosa que é fortemente conservadora e preconceituosa. A Igreja, aliás, o padre na imagem da Igreja ditava para todos o que era o bem, o mal e a felicidade e consequentemente estipulava as normas de como as pessoas deviam agir. A família de Antônia caracteriza-se principalmente pelas ações que representam a ruptura com formas tradicionais em alguma instância social, familiar, sexual e religiosa, essa ruptura expressa à realização da ação livre de cada sujeito.

Segundo Horney, as pessoas internalizam estereótipos culturais negativos na forma de ansiedade básica e de conflitos internos, de tal maneira que o indivíduo com o problema emocional é “um enteado da nossa cultura”, ou seja, não se enquadram nas regras e “padrões” regidos pelo vilarejo. E estes personagens rotulados podem ser facilmente encontrados como a Madonna uivante, Dedo torto, o protestante, o doido. Ao tratarmos de Dedo Torto, como também de Boca Mole, e outros personagens, nos vem em questão os estereótipos e sua influência na construção da avaliação psicológica de cada um. É possível que pensemos quanto diferentes eles seriam, caso não fossem marcados por estes nomes, que de alguma forma os excluíam da sociedade. E Antônia os acolhe, e eles passam a ser respeitado cada um dentro de suas diferenças.

Para Jung, arquétipos são estruturas do inconsciente coletivo, que podem ter várias “formas” e que servem para organizar ou canalizar o material genético. No filme, o arquétipo de “sábio” pode ser observado com o personagem “Dedo torto” e o de “mãe/cuidador” em Antônia. A mesma também demonstrava uma ânima e ânimus muito fortes, assim como sua filha, que era uma artista; além disso, o processo de individuação é presente em todos os membros pertencentes àquela família. Uma cena que chama a atenção para esse processo de individuação é a que Danielle disse que queria ter um filho, mas sem casar. E outra cena foi quando a mesma percebeu que era homossexual e que estava apaixonada pela professora da sua filha. Pode-se compreender a partir dessas cenas, e com o estudo da teoria de Jung, que a personagem Danielle tem a questão de individuação bem definida, ou seja, tornar-se a si mesma, aceitou ser como ela realmente é. Antônia, Danielle e Sarah são bem intuitivas e sentimentais, enquanto que Therese era bem mais racional e sensitiva (sensorial). A questão de “personas” também está presente no filme, Antônia mostrava ser uma pessoa muito determinada e atualizada para sua época e assumia vários papéis na sua família: de provedora, de cuidadora, de amiga, mãe, avó, etc.

À luz da teoria de Adler, que em seus estudos trazia a questão da importância do individuo estar bem em três pontos da vida; no amor, amizade e trabalho, e que isso é uma das tarefas mais difíceis que o sujeito se depara. No filme, fica evidente que é válido o amor puro e de todas as formas, não apenas na relação heterossexual ou homossexual, mas contando com tudo: dedicação, companheirismo, afeto e união. Pontos esses que servem para fortificar uma amizade e uma relação de casal; isso foi muito importante, servindo como base dessa família de Antônia. No filme também é notável como a cultura machista levava os homens a se sentirem superiores frente às mulheres daquele vilarejo, demonstrando um complexo de superioridade por parte do pai e irmão mais velho de Dedee, e um complexo de inferioridade por parte da mesma e de sua mãe. Segundo Adler os seres humanos são motivados primariamente por impulsos sociais e que o estilo de vida explica a singularidade de cada pessoa, podemos analisa Antônia como uma pessoa que buscava a superioridade através da busca social, já que a mesma sempre estava preocupada com os problemas sociais dos outros, na cidade em que moravam todos fechavam os olhos para os problemas que aconteciam para não se envolverem, enquanto Antônia abrigava em sua casa aqueles que necessitavam de ajuda, foi assim quando aceitou Dedee em sua casa, logo depois que Danielle descobriu que ela era abusada sexualmente por seu irmão Pitte. Antônia também recebeu em sua casa Letta com seus dois filhos que não tinha para onde ir, aceitou o padre que abandonou a batina, todos aqueles que eram rejeitados pela a sociedade por não seguirem seus padrões, Antônia recebia e acolhia em sua casa formando assim uma grande e excêntrica família. Antônia procurava sua superioridade através do interesse social que tinha pelas pessoas.


Enquanto muitos na cidade achavam que Antônia era uma louca, na verdade ela era a mais normal e preocupada com o próximo e com causas superiores, um exemplo disto é o relato dela de quando estava acontecendo à guerra, Antônia e seu marido escondem em sua casa uma família do exercito narzista. Enquanto muitos abusavam e desrespeitavam boca mole, porque ele tinha problemas cognitivos, certo retardo mental, Antônia o respeitava com todo direito que ele tinha como qualquer outra pessoa, isso fica bem claro na cena em que boca mole está passando pela estrada com seu patrão e uma criança acaba abusando dele e então Antônia pega a criança e a deixa pendurada numa arvore, naquele mesmo momento boca mole da meia volta e a segue, pois ele ali percebe que ficar com Antônia vai ser a melhor escolha pra ele.

Com base na teoria de Reich, percebemos dois personagens que fica clara suas posturas com relação à couraça e a perda da mesma. Dedee é uma jovem que acaba criando uma couraça, uma proteção psíquica, tornando-se uma jovem reprimida, sem opinião própria e isto é visto na cena do bar onde o pai a exibe de maneira grosseira para os homens que ali estão, e o seu irmão Pitte aperta seus seios para mostrar que ela está apta para o casamento, outra cena é quando Danielle passa em frente da fazenda da família de Dedee, e percebe que as mulheres da família são reprimidas, na própria narrativa do filme mostra que as mulheres daquela família não tem voz, segundo a teoria de Reich pode supor que esse comportamento de Dedee é consequência dos abusos sexuais sofridos por ela, onde o seu abusador é o seu próprio irmão Pitte, e esses abusos criam nela repressão sexual em seu comportamento, pois a repressão não acontece só no psíquico, mas também em nosso corpo e comportamentos, Dedee quando vai morar com Antônia, se mostra totalmente diferente, não deixando de ser tímida, reprimida, mas mostrando que é feliz e superando o abuso sofrido, sabendo conviver com isso, Dedee se casa com boca mole, com quem tem um filho. E o outro personagem é Bas, viúvo e com muitos filhos, apresentava-se em sua maneira de vestir-se sempre de terno, muito formal, encontrava dificuldades no relacionamento com a comunidade por não ser natural do vilarejo. Pode se dizer que sua maneira de se vestir era uma forma de defesa era a sua couraça. Conhece Antônia e passados algum tempo ao se envolverem a princípio como o espírito de troca de favores, mas passam a se relacionar também afetiva e sexualmente, logo após este envolvimento fica nítida a quebra da couraça através da nova forma que Bas passa a se vestir.

Vemos também no filme o fato da incongruência tanto no padre que prega que a prática sexual fora do casamento é pecado e em um sermão na igreja acusa Danielle de pecadora junto com Antônia, onde o próprio Padre tem a prática sexual escondido dos seus fiéis, onde vemos como ele pode condenar outros quando ele mesmo também está condenado. Também há incongruência do padre na questão que ele se mostra infeliz usando a batina, quando isso deveria ser motivo de felicidade, já que era parte da sua motivação como sacerdote. Ele vem ficar feliz e livre quando abandona a batina. Outra cena em que vemos a incongruência é no protestante com a Madonna, onde ele mostra para as pessoas que não suporta ela com seus uivos para a lua, quando na verdade é apaixonado por ela, e quando a Madonna morre vemos isso na cena em que ela morta está nos braços dele e ele está uivando para a lua, e logo depois de sua morte ele também morre, onde os dois acabam dividindo a mesmo tumulo.

Ainda dentro da teoria de Reich podemos notar que com o acolhimento que Antônia realizou em sua casa a todos, cada um com sua subjetividade, seja na homossexualidade sua filha Daniele, um ex-padre que não aceitava a opressão vivida e pregada na Igreja, uma mãe solteira, um viúvo com seus filhos, uma garota que sofreu abusos sexuais de seu irmão mais velho e tanto outro. Fica nítido que as couraças foram dissolvidas e tinham um grande prazer genital o que significa que tudo o que faziam e realizavam era com prazer, seja no trabalho comunitário, nas artes, na música, na forma de se relacionar nas reuniões realizados no quintal, ou seja, tinham prazer em estar jutos. Ainda nesta ideia pode-se notar que a teoria de Adler também se encaixa quando ele fala do “sendo de solidariedade humana... senso de fraternidade na comunidade” e fica clara a relação da comunidade cooperativa baseada no amor.


Perls, a escola gestáltica fala de estímulos e percepções e das diferentes formas de se perceber a figura e o fundo, em que o organismo seleciona o que é do seu interesse para o momento, ou seja, a percepção do que é figura e do que é fundo modifica-se de acordo com as necessidades e interesses dominantes. Identificamos no personagem Boa Mole estes interesses e necessidades. A figura seria o seu chefe fazendeiro e carrasco e o fundo tudo o que se passava ao redor, maus tratos dos garotos a passagem de Antônia com seu cavalo do seu lado, mas logo a figura muda e passa a ser o fundo que acontece no momento que está sendo maltratado pelos garotos e Antônia volta para defendê-lo, então ele seleciona seu interesse e modifica a figura para fundo que se dá no momento em que ele deixa seu chefe e acompanha Antônia. Segundo a teoria de Perls na perspectiva da Gestalt-Terapia, pode-se perceber a necessidade de completar o Ciclo Homeostático a partir da atitude de Antônia e sua filha em retornar à sua cidade natal, para atender as necessidades daquele determinado momento de suas vidas, associando a Auto-Regulação Organísmica, na qual as mesmas sabiam lidar com as situações no seu tempo, respeitando seus limites, onde diante de um mesmo cenário, cada uma tinha sua figura, seguindo em busca de seus próprios objetivos, vivendo, sobretudo o “Aqui e Agora”. Nesse caso, identifica-se a maneira intensa com que Antônia e Danielle queriam viver cada dia de suas vidas em seu tempo presente, sem se prenderem a questões passadas - muitas vezes impostas na comunidade pelas normas, histórias e modos de vidas tradicionais passadas de geração a geração - e nem as coisas do porvir, podendo assim suprir e identificar com mais clareza suas reais necessidades entrado em contato com seu próprio “eu”. Por exemplo, quando Danielle sente desejo de ser artista ou quando quis ser mãe solteira.

Já partir da abordagem de Carl Rogers, o filme apresenta a valorização da história centrada na pessoa, pois todos os personagens receberam um olhar individual diante da sua situação, ode cada um deles procurou condições facilitadoras no sentido de manter suas sobrevivências que representam, por sua vez, a tendência Auto – Atualizante para auxiliar no processo de crescimento de vida. Evidencia-se no filme o conceito de Congruência proporcionado e vivenciado no espaço familiar de Antônia, onde todo entorno favorecia a todos os que nele viviam uma sintonia entre os sentimentos, pensamentos e ações. Também se percebe que todos da família excêntrica têm seu “self” condizente ao “self ideal” em seu campo de experiência. Em oposição a estes conceitos, é clara a Incongruência pelas imposições de valores religiosos, nas normas e nos costumes vividos muito fortemente pelos habitantes da vila que impediam das pessoas terem consciência de si mesmas, exemplo disso é um dos padres que tanto criticava Antônia e foi flagrado “pecando”.

A imagem da natureza humana de Maslow é otimista, crê na escolha consciente, na singularidade, na bondade inata e na capacidade do ser humano de superar experiências de infância. Tendo como objetivo a auto atualização, como um modo de vida, uma forma de relacionar-se com o mundo. As pessoas auto atualizadoras, tem características como: aceitação de si e dos outros, autonomia, independência à cultura e ao meio, relações interpessoais mais profundas e intensas, estrutura de caráter democrático e resistência a pressões sociais, transcendendo a sua cultura. Antônia relaciona todas essas características citadas, pois mesmo com uma mãe repressora e crítica e sendo viúva, retornou a cidade natal para a morte da mãe, sabendo que não era aceita naquela comunidade. Decidiu ali permanecer, se relacionando com os marginalizados daquela sociedade, como dedo torto, Dedee e Boca Mole. Enquanto muitos abusavam e desrespeitavam boca mole, porque ele tinha certo retardo mental, Antônia o respeitava, isso fica bem claro na cena em que boca mole está passando pela estrada com seu patrão e uma criança acaba abusando dele, ela pega a criança e a deixa pendurada numa árvore, naquele momento, boca mole dá meia voltar e segue Antônia pois, percebe que ficar com ela será a melhor escolha pra ele.

Em volta dela se forma uma família diferente, pois os que não encontravam respaldo naquela sociedade sentiam-se acolhidos naquela família. Ela estabelece um relacionamento de amizade e anos depois um relacionamento sexual com o fazendeiro Bas, mas nunca aceitou o seu pedido de casamento, apoia a maternidade independente e a homossexualidade de Danielle. Faz uso de chantagem com o padre e contém a sua ira com estuprador da sua neta.

Todos esses relatos mostram que a personalidade de Antônia e aqueles a sua volta foram afetados pela sua forma de ver a vida. Se tornando conscientes de si mesmo, fazendo de cada escolha uma opção para o crescimento. Sendo de morte, de tragédia ou de vida, a mensagem é de que devia continuar caminhando. A cena que mostra os diversos casais do filme, fazendo sexo poderia ser uma forma de retratar a busca de cada um, a sua auto realização, sendo o ato sexual, um simbolismo disto.

Segundo Maslow temos uma hierarquia de cinco necessidades inatas que ativam e direcionam o nosso comportamento: fisiológicas, segurança, afiliação, estima e auto atualização. Os comportamentos para a satisfação dessas necessidades são aprendidos e variam de pessoa para pessoa, mas no núcleo de Antônia eles foram estimulados e aprendidos, mostrando que as suas necessidades mais básicas foram sendo supridas, os levando a busca da auto atualização. O padre que largou a batina, Letta que teve vários filhos, o nascimento de Sara, a morte de Antônia, a continuidade da família.

Concluímos verificando o quão se fazem necessárias as discussões e a reflexão a respeito de vários questionamentos evidenciados em todo o roteiro do filme e dos teóricos, o papel da ética, da moral, da inclusão, da exclusão, estereótipos, a liberdade, para que possamos superar as concepções engessadas e excludentes. Para tal necessidade, a arte, educação e trabalho se apresentam como formas possíveis para que seja promovido o ideal de ascensão dos grupos desfavorecidos. É preciso que novos padrões éticos sejam promovidos por todos, seja em quaisquer instâncias, familiar, religiosa, econômica, política, na busca de uma sociedade mais justa e menos excludente. Podemos observar que, ao longo da história as experiências de segregação não resultam em nada benéfico para a comunidade ao contrário, só atrasaram seu desenvolvimento. Uma das demandas de alguém comprometido com a complexibilidade atual é a de ter a responsabilidade de “desfazer a escuridão”, respeitando as diversidades, mas aspirando à realização da igualdade, buscando instrumentos para guia-los por um caminho que possibilite a realização das potencialidades humanas e do ideal de uma sociedade mais justa e igualitária. E isso, podemos verificar claramente na pessoa Antônia. A matriarca com sua livre, aberta para viver e vivenciar com o seus. Onde quebra padrões e rompe barreiras de preconceitos acolhendo a todos com suas diferenças.

Referências

A Excêntrica Família de Antônia – www. youtube.com/watch?v=rTT5fYmtFLs
Calvin S. Hall, Gardner Lindzey, John B.Campbell Teorias da personalidade - 4 ed - Artmed, 2000.
Fadman, J.L. & Froger, R. (1986). Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra.

Análise: Memórias de um sargento de milicias, Manuel Antônio de Almeida


Memórias de um sargento de milícias apresenta uma galeria de personagens dos mais diferentes tipos: o menino malandro, a alcoviteira, o barbeiro, o compadre, a comadre, o mestre de cerimônias, a cigana... O protagonista da história é o malandro Leonardo, filho de Leonardo-Pataca e Maria-da-Hortaliça, que vive livremente praticando travessuras. As malandragens de Leonardo são o centro da narrativa e isso só tem fim quando ele é escolhido pelo chefe de polícia para ocupar o cargo de sargento de milícias.

Contexto histórico e social

Memórias de um Sargento de Milícias foi publicado em 1853, durante o período do romantismo no Brasil. Essa fase literária foi marcada por um nacionalismo exacerbado, uma valorização da natureza e da cultura popular, e um interesse pela história e pelas lendas do país.

O contexto histórico da obra é o Rio de Janeiro do início do século XIX. A cidade era uma mistura de culturas, com uma população composta por portugueses, brasileiros, africanos e indígenas. A sociedade era marcada por desigualdades sociais, com uma elite rica e poderosa e uma maioria pobre e marginalizada.

Gênero e estilo

Memórias de um Sargento de Milícias é um romance de formação, pois narra a trajetória de um personagem, Leonardo Pataca, desde a infância até a vida adulta. O livro também é uma obra de humor, com uma linguagem leve e descontraída.

O estilo de Almeida é marcado pelo uso de uma linguagem coloquial e popular. O autor também utiliza elementos do folclore brasileiro, como lendas e superstições, para compor a narrativa.

Personagens

Os personagens principais da obra são:

  • Leonardo Pataca: O protagonista da história, um menino pobre e travesso que sonha em se tornar um sargento de milícias.
  • Maria das Hortaliças: A mãe de Leonardo, uma mulher forte e batalhadora.
  • Tião Coruja: O melhor amigo de Leonardo, um menino esperto e aventureiro.
  • D. Joana: A amada de Leonardo, uma jovem rica e bonita.

Estrutura e enredo

A obra é dividida em três partes. A primeira parte narra a infância e a adolescência de Leonardo. A segunda parte narra sua vida adulta, incluindo seu casamento com D. Joana e sua ascensão social. A terceira parte narra sua morte.

O enredo da obra é marcado por uma série de aventuras e peripécias. Leonardo é um personagem azarado, mas sempre consegue sair das enrascadas.

Narrador e ponto de vista

A obra é narrada em primeira pessoa por Leonardo Pataca. Esse ponto de vista permite ao leitor conhecer a história do personagem de forma íntima e subjetiva.

Estilo de escrita

O estilo de Almeida é marcado pelo uso de uma linguagem coloquial e popular. O autor também utiliza elementos do folclore brasileiro, como lendas e superstições, para compor a narrativa.

Período histórico

Memórias de um Sargento de Milícias é um marco na literatura brasileira. O livro é considerado o primeiro romance genuinamente brasileiro, pois retrata a vida cotidiana da sociedade brasileira do início do século XIX.

Importância e relevância social

Memórias de um Sargento de Milícias é uma obra importante por diversos motivos, entre eles:

  • É uma obra de humor e crítica social. O livro satiriza os valores da sociedade brasileira da época, como a desigualdade social e a corrupção.
  • É uma reflexão sobre a natureza humana. A obra explora temas como o amor, a amizade, a família e o destino.
  • É um clássico da literatura brasileira. O livro continua a ser lido e apreciado por leitores de todas as gerações.

Biografia do autor

Manuel Antônio de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em 1831. Foi um escritor, jornalista e político brasileiro.

Almeida começou sua carreira literária aos 22 anos, publicando poemas e contos em jornais e revistas. Em 1853, publicou seu primeiro romance, Memórias de um Sargento de Milícias, que se tornou um sucesso imediato.

Almeida morreu em 1861, aos 30 anos. Seu legado é marcado por sua obra inovadora, que ajudou a moldar a literatura brasileira.

Resenha crítica

Memórias de um Sargento de Milícias é uma obra-prima da literatura brasileira. O livro é uma crônica da vida cotidiana da sociedade brasileira do início do século XIX, mas também é uma obra de humor e crítica social.

O livro é narrado em primeira pessoa por Leonardo Pataca, um menino pobre e travesso que sonha em se tornar um sargento de milícias. A narrativa é leve e descontraída, mas também é marcada por uma crítica mordaz aos valores da sociedade brasileira da época.

O livro é importante por diversos motivos. Em primeiro lugar, é o primeiro romance genuinamente brasileiro, pois retrata a vida cotidiana da sociedade brasileira. Em segundo lugar, é uma obra de humor e crítica social, que satiriza os valores da sociedade brasileira da época. Em terceiro lugar, é uma reflexão sobre a natureza humana, que explora temas como o amor, a amizade, a

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