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[RESENHA #514] Técnicas da Comunicação Escrita, de Izidoro Blikstein


Quais são os segredos para escrever bem? Basta ter as regras gramaticais na ponta da língua? É suficiente ser craque em ortografia? É isso e muito mais. Neste livro, o professor Izidoro Blikstein – um dos maiores especialistas em comunicação do país – desvenda os mistérios do escrever bem para todos aqueles que sentem calafrios só de pensar que precisam redigir desde um simples e-mail até um relatório complexo.Em linguagem leve, com exemplos didáticos, o autor mostra que redigir um bom texto, qualquer que seja, não é nenhum bicho de sete cabeças. Mas é preciso atenção e esforço, pois escrever bem significa comunicar-se com eficiência. E uma boa comunicação é essencial para o progresso no mundo corporativo.

No livro Técnicas de Comunicação Escrita, o professor Izidoro Blikstein fala sobre a importância de uma boa redação.

No primeiro capítulo, intitulado "Quem escreve mal... Perdeu o trem!", conta a história de um chefe que às pressas mandou a mensagem errada para a secretária, acabando por perder um momento importante e até mesmo o trem. é ele.

No segundo capítulo, intitulado "Segredos da Comunicação Escrita", o autor mostra onde os gerentes erram ao fazer anotações, dá dicas para uma boa redação e fala sobre a importância do que é importante. Izidoro também fala sobre o tripé da comunicação escrita, onde aponta três erros dos maus escritores e três segredos dos bons escritores.

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No terceiro capítulo, “A estrutura e função da comunicação”, o autor fala sobre as três partes importantes da comunicação, ou seja, o remetente, o destinatário e a mensagem. Quando escrevemos uma mensagem, não estamos escrevendo apenas para nós mesmos, mas também para o destinatário, então temos que pensar no que essa pessoa vai entender, nesse caso, precisamos saber as informações da pessoa que vai ler a mensagem. . .

No quarto capítulo, apresentamos “Discípulo Atrai Leitores”, o autor conta a história de outro gestor, então dá os ganchos que o redator da mensagem deve usar. Primeiro, Izidoro explica como “suavizar” a mensagem, mostrando que se você usar poucas palavras e de fácil compreensão, você irá engajar mais facilmente seus leitores e eles entenderão melhor o seu texto. Outro gancho fácil é usar imagens ou ilustrações para o que está escrito no texto, como o próprio autor disse "uma imagem vale mais que mil palavras". E o último gancho, se você mexer ou assustar o leitor de alguma forma, ele prestará mais atenção ao texto.

"A Fórmula para uma Comunicação Escrita Eficaz" é o título do quinto capítulo, no qual ele sintetiza tudo o que foi dito no livro e oferece sugestões para escrevê-lo bem.

Por fim, no sexto capítulo, Vocabulário Básico, Izidoro traz algumas das palavras utilizadas no livro e seus significados, o que é bom porque o significado pode variar de pessoa para pessoa. Livro muito bom, muito indicado para quem realmente quer escrever bem.

Técnicas da Comunicação Escrita, de Izidoro Blikstein, é uma obra preciosa para quem quer se aprofundar na área de comunicação escrita. O livro aborda os principais temas relacionados ao assunto, como elaboração de textos, redação, uso da linguagem e formatação.

O autor começa explicando o processo de produção textual, abordando desde a escolha dos temas até a estruturação do conteúdo. Ele também ensina o uso adequado da linguagem, com dicas sobre o emprego de palavras, frases e parágrafos para criar um texto coerente.

Além disso, Izidoro Blikstein dá conselhos sobre a formatação do texto, como a colocação de títulos, subtítulos, parágrafos e margens. O autor explica ainda o uso de recursos de formatação, como letras em negrito, itálico e sublinhado.

O livro ainda aborda temas como ortografia, estilo de redação e argumentação. As explicações são detalhadas e bem fundamentadas, com exemplos práticos.

Em suma, Técnicas da Comunicação Escrita é uma obra essencial para quem deseja aprimorar seus conhecimentos em comunicação escrita. O autor apresenta os principais temas do assunto de maneira didática e bem explicativa, permitindo que leitor absorva todo o conteúdo de maneira rápida e fácil. Uma leitura obrigatória para quem deseja se destacar no mundo da comunicação.

Resenha: O Guarani, de José de Alencar


No cenário monumental e selvagem do Brasil do século XVII, encontram-se Peri e Ceci para viver uma envolvente história de amor neste romance indianista de José de Alencar. Expressão épica maior do nacionalismo romântico, O Guarani é essencial para a compreensão das origens da prosa de ficção em nosso país.

ISBN-13: 9788508040797
ISBN-10: 8508040792
Ano: 2003 / Páginas: 320
Idioma: português
Editora: Ática

RESENHA
O Guarani é uma história, de romance e aventura. Narrada no ano de 1604, no interior do Brasil onde vivem dois jovens com realidades distintas. Peri cacique da tribo goitacá e Cecília uma portuguesa de bom coração, que cativa a todos a seu redor, em especial ao aventureiro Álvaro e a um dos vilões da trama Loredano um ex-frade.

A história inicia quando Peri salva a vida de Ceci, e se torna seu escravo. A partir daquele instante o jovem herói decide colocar sua vida em risco, para satisfazer as vontades de sua senhora. Mesmo que no início ela não aprovava a sua presença. O índio devoto à Ceci seguia a todos os lugares, até mesmo quando ela e sua prima Isabel iam se banhar. Em uma destas idas ao rio as moças caíram em uma armadilha de dois guerreiros da tribo Aimorés, que foram mandados para vingar a morte de uma indiazinha de sua tribo, que foi morta acidentalmente por dom Diego irmão de Cecília.
No entanto a vingança dos Aimorés não era a única preocupação de Peri. Porque dias antes do atentado a vida de Ceci, ele havia ouvido Loredano e dois membros da bandeira combinarem raptar Cecília e matar seu pai Dom Antônio de Mariz. Nosso herói então decidiu ficar de guarda perto da casa para proteger Ceci e a família. Mas por medo de não conseguir proteger a todos, Peri decidiu pedir a Álvaro que caso ele morresse Dom Antônio deveria ser avisado do perigo.

O fidalgo imaginando que o ataque dos índios era eminente, decidiu enviar Dom Diego e quatro aventureiros para a capital pedir ajuda. O chefe da bandeira Álvaro ficou encarregado de escolher quem seriam estes quatro homens. Dentre eles Loredano foi escolhido com a intenção de impedir o plano do vilão. No entanto o ex-frade arrumou uma desculpa para voltar. E assim como o planejado, sem que ninguém na casa notasse ele invadiu o quarto de Ceci, mas foi surpreendido por Peri que disparou uma flecha que atravessou a mão do vilão que fugiu de tanta dor.

Ao mesmo tempo o ataque dos Aimorés já havia começado. E todos na casa sabiam que a morte era inevitável. Os homens da casa ficaram de prontidão, esperando a chegada dos inimigos. No entanto Peri tinha outro plano. Como conhecia a fúria dos inimigos, sabia que a única forma de acabar com aquilo seria matando todos. E foi por este motivo que ele tomou um velho veneno guarani, que era mortal quando ingerido. E como os Aimorés eram canibais nosso herói planejou ser devorado pela tribo, envenenando assim todos que de sua carne provassem.

Quando Ceci soube que seu amigo havia sido pego pelos canibais, pediu a Álvaro que fosse salva-lo. No entanto ele foi ferido, e Peri foi obrigado a esquecer seu plano e salvar seu amigo. Depois deste ocorrido os Aimorés voltaram mais bravos, e agora com a intensão de matar todos. Peri não podia permitir que sua amada morresse, por isso pediu a Dom Antônio que permite-se que ele a leva-se embora, mas antes ele precisa se batizar.

Antes da chegada dos selvagens, Peri e Cecília fugiram pela floresta, mas o perigo ainda não havia terminado, pois no fim da tarde Peri percebeu que uma tempestade estava avançando. De repente um barulho quebrou o silêncio. Uma tempestade caiu e para se salvarem Peri e Ceci se seguraram em uma palmeira, que fugia arrastada pelo torrente, e sumiu no horizonte.

Sobre o Autor

Biografia, estilo e obras

O escritor brasileiro José de Alencar nasceu no Ceará, região nordeste do Brasil, no ano de 1829. Antes de iniciar sua vida literária, atuou como advogado, jornalista, deputado e ministro da justiça. Aos 26 anos publicou sua primeira obra: “Cinco Minutos”. Podemos considerar Alencar como o precursor do romantismo no Brasil dentro das quatro características: indianista, psicológico, regional e histórico.

Este autor brasileiro utilizou como tema o índio e o sertão do Brasil e, ao contrário de outros romancistas de sua época que escreviam com se vivessem em Portugal, Alencar valorizava a língua falada no Brasil. Escritor de obras com estilos variados, este escritor cearense criou romances que abordam o cotidiano. Deste estilo literário, também conhecido como romance de costumes, destacam-se os livros: Diva, Lucíola e A Viuvinha. Foram também de sua autoria os romances regionalistas: O Sertanejo, O Tronco do Ipê, O Gaúcho e Til. Dos romances históricos fazem parte: As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates.

No romance indianista de José de Alencar, o índio é visto em três etapas diferentes: antes de ter contato com o branco, em Ubirajara; um branco convivendo no meio indígena, em Iracema e o índio no cotidiano do homem branco, em O Guarani. É dentro do estilo indianista do escritor José de Alencar que está sua obra mais importante: Iracema. Outra obra também considerada de grande valor literário é O Guarani, pois aborda os aspectos da formação nacional brasileira.

Apesar de ser mais conhecido por suas obras literárias, o escritor brasileiro José de Alencar fez também algumas peças de teatro: Nas Asas de um Anjo, Mãe, O Demônio Familiar. Faleceu aos 48 anos de idade, em 1877, deixando inúmeras obras que fazem sucesso até os dias atuais.

Resenha: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus


Do diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus surgiu este autêntico exemplo de literatura-verdade, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. Com uma linguagem simples, mas contundente e original, a autora comove o leitor pelo realismo e pela sensibilidade na maneira de contar o que viu, viveu e sentiu durante os anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com seus três filhos. Ao ler este relato-verdadeiro best-seller no Brasil e no exterior- você vai acompanhar o duro dia a dia de quem não tem amanhã. E vai perceber que, mesmo tendo sido escrito na década de 1950, este livro jamais perdeu sua atualidade.

ISBN-13: 9788564296015
ISBN-10: 8564296012
Ano: 2013 / Páginas: 200
Idioma: português
Editora: Ática

RESENHA:

Carolina com seu diário nada confidencial vem nos mostrar a realidade da favela do Canindé em São Paulo, as margens do rio Tiete, iniciando sua historia 15 de julho de 1955, relatando o aniversário de sua filha e o que pretendia comprar, mas o custo de vida atual em que vivia a impossibilitava. Ela em seu livro faz reflexões e criticas sobre a favela e sobre a politica, denunciava as condições desfavoráveis, representava a voz deste povo miserável. Com grande esforço ela busca o pão de cada dia, para ela e seus três filhos, Vera Eunice, João José e José Carlos o primogênito, ia cedo buscar água na torneira para evitar as filas e os comentários maldosos das mulheres da favela, mas nem sempre conseguia, a fila era grande comentavam de tudo e de todos, Fazia o café para as crianças, sempre faltava o pão, comiam o que tinha e às vezes era a fome que os acompanhavam, os meninos vão à escola e Vera a acompanha nesta jornada, a menina não tem sapatos e não gosta de andar descalço, Carolina se desdobra para criar seus filhos e tenta não deixar faltar o principal, “comida”, pois é de partir o coração para qualquer mãe, ver seu filho lhe pedir alimento e você não ter o que oferecer, faz 2 anos que ela pretende comprar uma máquina de moer carne e uma máquina de costura, mas pelo jeito só vai ficar na vontade.


A vizinhança não dava sossego, brigavam e implicavam com seus filhos, quando as mulheres furiosas invadiam seu barraco para espancar suas crianças, elas se defendiam jogando pedras nas vizinhas, Carolina nem se envolvia abrigava as crianças no barracão e dizia às mulheres que iria escrever um livro referente à favela e citaria tudo que se passa e o que elas fazem e as cenas desagradáveis que as fornecem á ela. Carolina tolera criança, não encontra defeitos nelas, dirigia a elas com palavras agradáveis, mesmo aquelas que eram influenciadas pelas mães a falar mal.


Carolina guerreira catava papel, ferros e estopas, pegava alguns alimentos no lixo, com receio, mas de fome ela não queria morrer, na feira catava os legumes que eram desprezados e no Frigorifico ganhava alguns ossos, se virava como podia. Faz 8 anos que catava papel, mas seu desgosto era residir na favela e seu sonho era morar numa casa de alvenaria.


As brigas entre os casais da favela eram constantes, o show sempre ao ar livre, as mulheres desnudas e o bate boca muitas vezes varavam a noite, a diversão na favela para muitos era a bebida, bebiam por tristeza ou alegria e assim as brigas mudavam o rumo, era entre vizinhos, aqui tudo se resolvia na violência, Carolina era contra, para ela o dialogo bastava, como não resolvia ela apelava para Rádio Patrulha, para ela a melhor coisa a fazer era escrever em seu diário ou ler um livro.


Ela não se casou, porque as condições que os homens impunham eram horríveis, e muitas mulheres casadas da favela são obrigadas a pedir esmolas e são sustentadas por associações de caridade, enquanto seus maridos estão em casa dormindo ou curando-se de embriaguez.


Na época de eleição os políticos visitavam a favela para pedir votos e fazer promessas que nunca eram cumpridas, os problemas sociais estavam presentes, faltava saneamento básico, atendimento médico, moradias dignas, sem falar da alimentação adequada para este povo. Quando procurava o serviço social ela se sentia triste, com o descaso com que os pobres eram tratados.


A prostituição de menores, o abuso sexual e o uso de drogas são os outros problemas citados por ela, comparava também a vida na favela onde havia excremento e barro podre com a da cidade, que era a sala de visita e a favela era um objeto fora de uso. O dono do Centro Espirita da Rua Vergueiro 103 dava auxilio os pobres favelados, ajudava-os com comida e agasalhos.
Frei Luiz administrava a catequese para as crianças, passava filmes bíblicos para os demais interessados e tinha também um carro capela, de onde fazia as missas para os favelados, tudo isso a fim de transmitir um ar cristão para este povo tão descrente com a vida que leva.


As Editoras do Brasil que Carolina tentou enviar seu livro, não deram esperanças a ela, então resolveu enviar seu livro para uma Editora nos Estados Unidos. Sua mãe formou seu caráter, ensinou a gostar dos humildes, então ela sempre tinha uma palavra amiga ou de sabedoria para falar a alguém que esta desenganada pela vida.
No correio ao retirar seus cadernos que retornaram dos Estados Unidos, ficou muito decepcionada com a devolução de sua obra original, sua vontade foi de queimá-los.
Tinha alguns pretendentes, mas os esquivava, seu Manoel era o que ela tinha o maior respeito, relata que era um homem gentil e educado, ia de casa para o trabalho e do trabalho para casa e não se via envolvido em escândalos. Teve cena de ciúmes da parte do senhor Manoel, pois Carolina estava muito ligada com um cigano viúvo que recém residia na favela, mas com o passar do tempo Carolina percebeu as intenções do cigano e não deu muita importância ao vê-lo partir e as coisas melhoraram com o senhor Manuel.


O repórter Audálio Dantas ficou impressionado com os relatos dela no diário, marcou uma entrevista e pontualmente chegou a casa de Carolina, tomaram um taxi e foram para o Largo do Arouche, tiraram varias fotos para a revista Cruzeiro. Carolina várias vezes indisposta, sem forças, trabalhando com fome, quase desmaiando, não podia desanimar tinha que levar comida para o lar, era desiludida com os homens, seus filhos eram de pais diferentes, ela relatava que o pai de Vera é bem de vida, dono de oficina, ajudava pouco a menina e sempre atrasava o depósito da pensão, mas mesmo assim nunca revelou seu nome no livro, a pedido dele.


Sua reportagem saiu dia 10 de junho de 1959 na revista Cruzeiro, leu e ficou contente, pensou em agradecer o repórter, só algumas mulheres da favela não gostaram, pois acham que esta desmoralizando o local onde vivem. As pessoas a reconheciam na rua e a parabenizavam, uma moça loira veio a sua casa com a revista nas mãos, levou-a no Diário para conseguir um auxilio.
Carolina com sua rotina interminável, parecia nunca mais ter fim esta vida miserável, encerrou seu livro 1 de Janeiro de 1960, com a mais usada das frases “Levantei as 5 horas e fui carregar água.”

CONCLUSÃO

O diário de Carolina é narrado por ela, e é totalmente de linguagem coloquial, apresenta alguns erros ortográficos, de escrita simples e objetiva, para uma pessoa que possuía pouco estudo e recurso, pode se dizer que esta bem colocada.
A ideia que ela passa da pobreza e da miséria projeta-se na mente, como uma pessoa que era empregada doméstica pode acabar na favela catando materiais reutilizáveis para sobreviver? Isto é uma incógnita.
A vida indigna era de revolta, mas nem isso e nem as brigas na favela a desviaram do caminho, preferia escrever ou ler, a se revoltar. Lutou para sobreviver e criar seus filhos, é um ato de amor e acreditou na publicação de seu livro, ganhou algum dinheiro, o suficiente para deixar a favela, mas não o bastante para abolir a pobreza. A lição que se aprende neste livro é de superação, valores e amor à família.

REFERÊCIA BIBLIOGRAFICA

JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada.
6ª edição. São Paulo: Editora Ática, 1997.

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