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Resenha: Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto


Sátira impiedosa do Brasil oficial, Triste Fim de Policarpo Quaresma narra o destino tragicômico de um nacionalista ingênuo e idealista, completamente alucinado pela ideia de fazer do Brasil um país grandioso. Para isso, ele bola estratégias amalucadas, prega o retorno do tupi-guarani e insiste em redigir documentos oficiais nessa língua. Com uma narrativa leve e cômica, recheada de críticas a vários aspectos da sociedade, a obra faz uma descrição política do Brasil da Primeira República, enfocando fatos históricos do governo de Floriano (1891 - 1894), e traça um rico painel social e humano dos subúrbios cariocas na virada do século. Considerado expoente do Pré-Modernismo brasileiro, Triste Fim de Policarpo Quaresma é uma história farsesca e extremamente divertida.

ISBN-13: 9788540206328
ISBN-10: 8540206323
Ano: 2017 / Páginas: 191
Idioma: português
Editora: Edições Câmara

Ficção / Literatura Brasileira / Romance / Drama / HQ, comics, mangá / Infantil / Infantojuvenil


RESENHA


BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma / Lima Barreto; texto condensado por Celso Leopoldo Pagnan. - 1 ed. - São Paulo : Rideel, 2000. - (Clássicos Rideel)

Lima Barreto, jornalista e romancista brasileiro, nascido na cidade do Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881, foi cronista dos costumes da sociedade do seu tempo e um dos mais expressivos romancistas brasileiros. Filho de um tipógrafo da Imprensa Nacional e de uma professora pública, Lima Barreto era mestiço de nascença e foi iniciado nos estudos pela própria mãe, de quem ficou órfão aos 7 anos de idade. Desenvolvendo um estilo humorístico e satírico, seus romances tornaram-se muitos populares. Entre suas principais obras estão: "Recordações do Escrivão Isaías Caminha", "Triste Fim de Policarpo Quaresma" e "Clara dos Anjos".
“Triste Fim de Policarpo Quaresma” narra a história do personagem Policarpo Quaresma, que possui o título de major. Major Quaresma é extremante patriota e isso faz que o mesmo busque conhecer sobre tudo que é de origem brasileira, tendo aversão a elementos de culturas estrangeiras. Muitas vezes é julgado como louco por seu patriotismo, indo uma vez parar em um hospício por querer implantar o língua tupi como a oficial do Brasil.
Depois de verem que ele estava “curado” desse patriotismo doentio, o tiram do hospício e Policarpo Quaresma resolve ir morar em uma fazenda. Depois de muito tempo vivendo e trabalhando no campo, é chamado, devido ao seu posto de major, para participar de um combate à uma revolta que está ocorrendo no Rio de Janeiro. Indo contra algumas ações da polícia carioca no combate à revolta, Policarpo Quaresma é preso e executado por ir contra à algumas idéias da polícia do Rio de Janeiro.
A obra se trata de uma crítica feita por Lima Barreto ao nacionalismo ufanista surgido no final do século 19 e início do século 20 no Brasil. Tal crítica já induz que a obra se trata do movimento Pré-modernista, pois faz uma crítica à um problema real do país. Lima Barreto vai mais além e sua crítica não se resume apenas a um ideal coletivo, mas também cada personagem da obra. A crítica severa feita aos vários valores colocadas na obra pode ser atribuída ao revoltado temperamento característico do autor. “Triste Fim de Policarpo Quaresma” traz o embate entre a utopia e a realidade, onde um conjunto de idéias construídas por Major Quaresma, idéias estas que buscam valorizar a cultura brasileira na sua vasta complexidade, é severamente criticada e transformadas em alvos de piada pela sociedade, que o julgam louco.
O texto traz uma análise da política autoritária e desenfreada que é presente na época, política esta que age como quer em nome da ordem social. É irônica a forma que Policarpo Quaresma é morto. Um personagem que sempre amou seu país, sempre o valorizou, é morto pela pátria amada por apenas ir contra alguns dos seus ideais. Lima Barreto a partir disso leva o leitor à reflexão dos seus ideais patrióticos e de seu julgamento sobre o que é certo e o que é errado. “Vale a pena amar uma nação que não valoriza o seu valor?” Esse é umas das principais discussões causadas pela reflexão da obra, que põe o leitor no meio da dúvida de seus ideais da sociedade em que vive.

Resenha: Clara dos anjos, de Lima Barreto


 'Clara dos Anjos' narra as desventuras de uma adolescente pobre e mulata do subúrbio carioca prestes a iniciar a sua vida sexual com um malandro branco de classe média. Esta reedição do romance inacabado do autor é acrescido de textos críticos de Sergio Buarque de Holanda, Lúcia Miguel Pereira e Beatriz Resende, bem como o aparato de notas explicativas. Através de conexões biográficas com personagens da história de Clara e Cassi Jones, um dos protótipos literários da malandragem suburbana, estes buscam revelar as opiniões de Lima Barreto acerca de si mesmo e da sociedade brasileira.

ISBN-13: 9788563560391
ISBN-10: 8563560395
Ano: 2012 / Páginas: 304
Idioma: português
Editora: Penguin - Companhia

RESENHA

É um póstumo publicado em 1948, 27 anos após a morte de Lima Barreto que nasceu em 1881 no Rio de Janeiro, é um mulato que sofreu na pele o preconceito racial e não entrou na ABL (Academia Brasileira de Letras), liderada por Machado de Assis, por narrar em suas obras o preconceito que sofrem, (mas existem nomes lá como ex-presidente José Sarney, o cirurgião plástico Ivo Pitanguy e o escritor Paulo Coelho – nomes contestados por escritores e pelo público em geral) a base do livro é uma crítica social, mostra como a sociedade de sua época, via os negros, mulatos e pobres: como inferiores e em relação á mulheres, as negras para fazer sexo, as mulatas para fornicar e brancas para casar. Enxergar os defeitos da sociedade acredito que é o primeiro passo para tentar mudá-la.
Seu livro e relata o subúrbio onde “há casas, casinhas, casebres, barracões, choças, por toda a parte onde se poça fincar quatro estacas de pau uni-las por paredes duvidosas. Todo material para essas construções serve: são latas de fósforos distendidas, telhas velhas, folhas de zinco, e para as nervuras das paredes de taipa, o bambu que não é barato”.

Clara dos Anjos é uma mulata jovem, pobre, humilde, ingênua, que vive no subúrbio carioca com seus pais, Joaquim e Engrácia, seu pai era carteiro, tocava flauta, gostava de violão, compunha valsas, tangos e acompanhamentos de modinhas. Não gostava de sair de casa e sua diversão era passar as tardes de domingo jogando solo com seus dois amigos inseparáveis: o compadre Marramaque, seu padrinho que é semiparalítico e o português Eduardo Lafões, trabalhava muito e passava pouco tempo em casa junto da filha e da esposa sua mãe que sempre deixava as decisões e atitudes para serem tomadas pelo marido e era muito protetora, não precavendo a filha dos perigos que a vida nos reserva, e a vizinha Dona Margarida é quem ensina Clara a costurar e bordar e quando seus pais não podiam sair é quem a acompanhava.

Na comemoração de seu aniversário é convidado Cassi Jones um violeiro de classe média que apos este dia passa a cercar Clara como pode, com passar de meses começa trocando cartas por intermédio do Senhor Menezes dentista não formado de Clara.

Encontraram-se e ela ficando grávida vai ate a casa da família de Cassi e é bombardeada pela mãe do rapaz, que diz se estar envergonhada de uma negra exigir responsabilidade de seu filho e que o seu avô um inglês Lord Jones, que fora cônsul da Inglaterra em Santa Catarina, o que pensaria, uma neguinha exigindo e dizendo que têm direitos. Talvez as cores tenham mudado, porém é algo que muito acontece com as jovens e com pouca ou nenhuma estrutura familiar para perseguir esses rapazes que engravidam moças e simplesmente fogem ou não dão á mínima assistência.

Teve confirmação de que era verdade o que Cassi já fizera com tantas outras jovens, simples e humildes pessoas do subúrbio carioca, sabendo que fora expulso de casa, e achava que ele a amava. Marramaque que tentou alertar a família, foi morto covardemente por Cassi e seu amigo Arnaldo, logo desconfia do rapaz, mas o perdoa, pois ele diz que matou por amor a ela. Clara na ingenuidade de sua idade e na falta de contato com o mundo, concluía que Cassi era um rapaz digno e podia bem amá-la sinceramente. Malandro, mau caráter e perigoso, Cassi já havia se envolvido em problemas com a justiça antes, mas sempre fora acobertado pela sua família, especialmente sua mãe, que não queria que fosse preso. Contando a sua mãe o que ocorreu na visita a abraça e diz: “mamãe, não somos nada nessa vida.”

O livro leva-nos a momentos de grandes pensamentos e atender o período em que ocorre a abolição da escravatura e a proclamação da república onde, não são julgados mais como diferentes pela lei, mas, o preconceito se mantém e pensam “como este crioulo vai estudar na mesma escola de meu filho, sentar na mesma cadeira que ele, se alimentar como ele?”, julgando se diferente de todos e sempre sendo melhores e justificavam isto por serem brancos, o que é uma conduta má destes que sempre estão no poder, e Lima Barreto consegue traduzir em palavras o retrato de uma época em que o status social e a influência do dinheiro valem muito, coisa que pouco se mudou até hoje.

Resenha: Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto



A paixão por seu país leva Policarpo Quaresma à loucura. Mas nem o patriotismo doentio é suficiente para protegê-lo da fúria repressiva do governo Floriano Peixoto. Nesta obra-prima da literatura brasileira, Lima Barreto faz crítica do nacionalismo exagerado e promove uma bem-humorada revisão da história de nossa República.

ISBN-13: 9788508043187
ISBN-10: 850804318X
Ano: 1990 / Páginas: 216
Idioma: português
Editora: Ática

RESENHA

BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma / Lima Barreto; texto condensado por Celso Leopoldo Pagnan. - 1 ed. - São Paulo : Rideel, 2000. - (Clássicos Rideel)

Aloísio Kleyner da Silva Lima Júnior, Colégio Comercial de Serrinha
Lima Barreto, jornalista e romancista brasileiro, nascido na cidade do Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881, foi cronista dos costumes da sociedade do seu tempo e um dos mais expressivos romancistas brasileiros. Filho de um tipógrafo da Imprensa Nacional e de uma professora pública, Lima Barreto era mestiço de nascença e foi iniciado nos estudos pela própria mãe, de quem ficou órfão aos 7 anos de idade. Desenvolvendo um estilo humorístico e satírico, seus romances tornaram-se muitos populares. Entre suas principais obras estão: "Recordações do Escrivão Isaías Caminha", "Triste Fim de Policarpo Quaresma" e "Clara dos Anjos".

“Triste Fim de Policarpo Quaresma” narra a história do personagem Policarpo Quaresma, que possui o título de major. Major Quaresma é extremante patriota e isso faz que o mesmo busque conhecer sobre tudo que é de origem brasileira, tendo aversão a elementos de culturas estrangeiras. Muitas vezes é julgado como louco por seu patriotismo, indo uma vez parar em um hospício por querer implantar o língua tupi como a oficial do Brasil.

Depois de verem que ele estava “curado” desse patriotismo doentio, o tiram do hospício e Policarpo Quaresma resolve ir morar em uma fazenda. Depois de muito tempo vivendo e trabalhando no campo, é chamado, devido ao seu posto de major, para participar de um combate à uma revolta que está ocorrendo no Rio de Janeiro. Indo contra algumas ações da polícia carioca no combate à revolta, Policarpo Quaresma é preso e executado por ir contra à algumas idéias da polícia do Rio de Janeiro.

A obra se trata de uma crítica feita por Lima Barreto ao nacionalismo ufanista surgido no final do século 19 e início do século 20 no Brasil. Tal crítica já induz que a obra se trata do movimento Pré-modernista, pois faz uma crítica à um problema real do país. Lima Barreto vai mais além e sua crítica não se resume apenas a um ideal coletivo, mas também cada personagem da obra. A crítica severa feita aos vários valores colocadas na obra pode ser atribuída ao revoltado temperamento característico do autor. “Triste Fim de Policarpo Quaresma” traz o embate entre a utopia e a realidade, onde um conjunto de idéias construídas por Major Quaresma, idéias estas que buscam valorizar a cultura brasileira na sua vasta complexidade, é severamente criticada e transformadas em alvos de piada pela sociedade, que o julgam louco.

O texto traz uma análise da política autoritária e desenfreada que é presente na época, política esta que age como quer em nome da ordem social. É irônica a forma que Policarpo Quaresma é morto. Um personagem que sempre amou seu país, sempre o valorizou, é morto pela pátria amada por apenas ir contra alguns dos seus ideais. Lima Barreto a partir disso leva o leitor à reflexão dos seus ideais patrióticos e de seu julgamento sobre o que é certo e o que é errado. “Vale a pena amar uma nação que não valoriza o seu valor?” Esse é umas das principais discussões causadas pela reflexão da obra, que põe o leitor no meio da dúvida de seus ideais da sociedade em que vive.

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