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[RESENHA #934] Dom Quixote, de Miguel de Cervantes


Dom Quixote é uma obra-prima da literatura mundial escrita por Miguel de Cervantes. Publicado pela primeira vez em 1605, o livro é considerado um dos mais importantes da história da literatura e um marco na literatura espanhola. Com uma narrativa rica e complexa, Dom Quixote retrata a história de um cavaleiro errante que busca justiça e aventura em um mundo que ele próprio cria em sua mente.

A história de Dom Quixote é ambientada na Espanha do século XVII e gira em torno de um personagem chamado Alonso Quijano, um homem de meia-idade que enlouquece após ler muitos livros de cavalaria. Convencido de que é um cavaleiro andante, ele decide adotar o nome de Dom Quixote e parte em busca de aventuras, acompanhado por seu fiel escudeiro Sancho Pança.

A narrativa de Cervantes é extremamente rica em detalhes e apresenta uma variedade de personagens e situações. Ao longo da história, Dom Quixote se envolve em uma série de episódios cômicos e trágicos, nos quais ele enfrenta moinhos de vento que acredita serem gigantes, desafia cavaleiros imaginários e se apaixona por uma camponesa chamada Dulcineia del Toboso, que ele idealiza como uma princesa.

Uma das características mais marcantes de Dom Quixote é a forma como Cervantes brinca com a realidade e a ficção. O autor utiliza a figura de Dom Quixote para explorar os limites entre a loucura e a sanidade, questionando a natureza da realidade e a importância da imaginação. Ao longo da história, Cervantes faz com que os personagens questionem se Dom Quixote é realmente louco ou se ele está apenas vivendo em um mundo de fantasia.

Além disso, o livro também aborda temas como a honra, a lealdade, a justiça e a busca pelo ideal. Dom Quixote é retratado como um herói idealista que luta por seus princípios, mesmo que isso o leve a situações ridículas e perigosas. Por outro lado, Sancho Pança representa a voz da razão e da realidade, constantemente tentando convencer Dom Quixote de que suas aventuras são apenas ilusões.

A escrita de Cervantes é brilhante e cheia de humor. Ele utiliza uma linguagem rica e poética para descrever as aventuras de Dom Quixote, criando um contraste entre a grandiosidade dos ideais do cavaleiro e a realidade mundana em que ele vive. O autor também utiliza uma série de recursos narrativos, como diálogos, cartas e narrativas dentro da narrativa, para enriquecer a história e explorar diferentes perspectivas.

Além disso, Dom Quixote é uma obra que transcende o tempo e o espaço. Embora seja ambientado na Espanha do século XVII, a história e os personagens são universais e atemporais. A figura de Dom Quixote, com sua busca por justiça e sua luta contra as injustiças do mundo, continua a ressoar com os leitores até os dias de hoje.

Curiosidades

O nome original do livro é "El ingenioso hidalgo don Quijote de la Mancha".
Foi publicado pela primeira vez em dois volumes, em 1605 e 1615.
O autor, Miguel de Cervantes, foi um soldado, escritor e dramaturgo espanhol.
O livro é considerado uma das obras-primas da literatura universal.

Período histórico

O livro foi escrito no período da Espanha Barroca, que se estendeu do século XVI ao XVII. Nesse período, a Espanha era um império poderoso, mas também estava em declínio. O livro reflete esse contexto histórico, ao satirizar os valores da cavalaria medieval, que já estavam ultrapassados.

Importância política

O livro foi importante para a formação da identidade espanhola. Ele ajudou a criar um senso de unidade nacional, ao satirizar os valores da nobreza e exaltar os valores do povo.

Personagens

Os personagens principais do livro são:
  • Dom Quixote: um fidalgo da Mancha que perde a cabeça com os romances de cavalaria.
  • Sancho Pança: um camponês que se torna escudeiro de Dom Quixote.
  • Dulcinéia del Toboso: a amada idealizada de Dom Quixote.

Importância e relevância social

  • O livro é importante por diversos motivos, entre eles:
  • É uma obra de humor e crítica social.
  • É uma reflexão sobre a natureza humana.
  • É um clássico da literatura universal

O livro é relevante para a sociedade moderna por diversos motivos, entre eles:
  • Seus temas são universais e ainda são relevantes hoje.
  • Sua crítica social é ainda atual.
  • É uma obra de arte que continua a encantar leitores de todas as gerações.

O livro “Dom Quixote” é uma obra complexa e rica, que pode ser interpretada de diversas maneiras. É uma obra que continuará a ser estudada e admirada por muitas gerações.

Em suma, Dom Quixote é uma obra-prima da literatura que merece ser lida e apreciada. Com sua narrativa rica e complexa, personagens memoráveis e temas universais, o livro de Miguel de Cervantes continua a encantar e inspirar leitores de todas as idades. Seja pela sua crítica à sociedade, pela sua reflexão sobre a natureza da realidade ou pela sua capacidade de nos transportar para um mundo de aventuras e imaginação, Dom Quixote é uma leitura indispensável para qualquer amante da literatura.

[RESENHA #701] Emma, de Jane Austen

Publicado pela primeira vezem 1815, antes de iniciar a obra, Jane Austen escreveu: Vou escolher uma heroína que, exceto eu, ninguém vai gostar muito. Neste romance, temos a mais independente das protagonistas da autora, além das qualidades magistrais que transformariam seus livros em grandes clássicos da literatura universal: a leveza perspicaz da comédia de costumes, a voz narrativa única, a engrenagem primorosa do enredo, a comicidade dos diálogos e a observação arguta sobre o espaço da mulher em um mundo masculino.

RESENHA


A história se desenrola na pitoresca cidade fictícia britânica de Highbury, onde a protagonista, Emma, é retratada como uma mulher bonita, rica e inteligente, mas também intrometida, iludida e mimada. Sua personalidade não é exatamente agradável, e você pode não se encontrar torcendo por ela ao ler o romance “Emma”.

Depois de ter sucesso em encontrar um par perfeito para sua governanta, a Srta. Taylor, Emma se autodenomina casamenteira. Ela se aproxima da jovem Harriet Smith com a intenção de prepará-la para ser a esposa do Sr. Elton. Quando Harriet revela seus sentimentos por Robert, que também a ama, Emma persuade Harriet a acreditar que Robert está abaixo dela em termos de classe, riqueza e caráter. Sob a influência de Emma, Harriet recusa a proposta de casamento de Robert.

Emma está determinada a “melhorar” Harriet, moldando-a para se adequar à “alta sociedade”, sem perceber que ela mesma pode precisar de algum amadurecimento.

O amigo da família, Sr. Knightley, e o pai de Emma, Sr. Woodhouse, ficam indignados com a interferência de Emma no casamento de Elton e Harriet. O Sr. Knightley tinha uma alta opinião de Robert e achava que ele era adequado para Harriet. Emma só muda de ideia quando o Sr. Elton confessa estar apaixonado por ela, e não por Harriet.

O que é admirável em Austen é a maneira como ela retrata a sociedade sem expressar diretamente suas opiniões. Ela os apresenta aos leitores. Neste caso, isso é feito através da inteligência, arrogância e opiniões fortes de Emma. Ela é teimosa, desagradável e categoriza toda a cidade em caixas de classe bem definidas.

Somos introduzidos a Frank Churchill. Emma, que inicialmente se impressiona com ele, logo se cansa. Em vez disso, ela tenta emparelhar Harriet com ele, após o fracasso do casamento anterior de Harriet com o Sr. Elton. Emma também conhece Jane Fairfax, de quem não gosta, descrevendo-a como “fria” e “cautelosa”. Ela presume que Jane está com ciúmes dela por causa de Frank. Há uma confusão quando Emma presume que Harriet gosta de Frank, quando na verdade Harriet estava se referindo ao Sr. Knightley. Frank, que estava flertando com Emma o tempo todo, foge e se casa com Jane.

Todas essas reviravoltas acontecem de maneira lenta e compreensível. Só quando Harriet confessa seu amor pelo Sr. Knightley é que Emma percebe que também o ama. Knightley também ama Emma - um amor que ele declara depois que Emma lhe diz que nunca gostou realmente de Frank. Eles se casam. Harriet, embora inicialmente se sinta esquecida e traída, acaba se casando com Robert.

Eu entendo que os tempos eram diferentes em 1815, mas quando o Sr. Knightley confessou que gostava de Emma desde que ela tinha 13 anos, o que significa que o próprio Knightley tinha 29 anos na época – eu me senti desconfortável. Toda a narrativa cheirava mais a pedofilia do que a romantismo.

Se você já conhece o estilo de Austen e gosta de seu trabalho, “Emma” seria uma ótima leitura para você. Mas não deixe que este seja o livro que apresenta Jane Austen – comece com “Orgulho e Preconceito” ou “Razão e Sensibilidade”. A falta de progresso narrativo em “Emma” pode afastar novos leitores. “Emma” não é o melhor trabalho de Austen.

A heroína do romance, Emma, é desagradável por causa de sua discriminação de classe e tentativas fracassadas de encontros. Knightley muda isso quando a faz questionar se classe e status são os juízes certos de uma pessoa. Emma, embora inicialmente desagradável, cresce como uma heroína. Ela percebe que a classe não pode ser um prelúdio para o caráter. Como a própria Austen disse: “Vou escolher uma heroína de quem ninguém além de mim vai gostar”. Até que ponto Austen estava correta permanece discutível.

“Emma” de Jane Austen é uma obra que desafia as convenções literárias, apresentando uma heroína que não é imediatamente agradável ou fácil de torcer. Emma, a protagonista, é uma personagem complexa e multifacetada que é ao mesmo tempo atraente e repulsiva. Sua arrogância e intromissão nos assuntos dos outros são compensadas por sua inteligência e determinação.

A narrativa é rica em detalhes e Austen faz um excelente trabalho ao retratar a sociedade da época, com suas rígidas divisões de classe e expectativas sociais. No entanto, a falta de progresso narrativo pode ser frustrante para alguns leitores. A história se desenrola lentamente, com muitas reviravoltas e mal-entendidos que podem ser difíceis de acompanhar.

Austen usa Emma para criticar as normas sociais e a obsessão com o status e a classe. Emma começa o romance como uma personagem mimada e intrometida, mas ao longo da história, ela cresce e aprende a questionar suas próprias crenças e preconceitos. Este crescimento do personagem é um dos pontos fortes do romance.

No entanto, há aspectos do romance que são problemáticos. A confissão do Sr. Knightley de que ele gostava de Emma desde que ela tinha 13 anos é desconfortável e levanta questões sobre a dinâmica de poder em seu relacionamento.

Em resumo, “Emma” é uma leitura desafiadora que oferece uma visão perspicaz da sociedade do século XIX. Embora não seja o melhor trabalho de Austen, é uma adição valiosa à sua obra. Recomendaria este livro para leitores que já estão familiarizados com o estilo de Austen e apreciam sua sagacidade e crítica social. Para aqueles novos na obra de Austen, “Orgulho e Preconceito” ou “Razão e Sensibilidade” podem ser uma introdução mais acessível à sua escrita.

Outras resenhas de Jane Austen que talvez você queira ler:

Orgulho e Preconceito
Amor e Amizade
Sanditon
A abadia de Northanger
Razão e sensibilidade
Lady Susan
Mansfield Park
A história da Inglaterra
Os Watson
Persuasão


A AUTORA

Jane Austen nasceu em 16 de dezembro de 1775, em Steventon, na Inglaterra. Teve pouco tempo de educação formal e terminou os estudos em casa. Começou a escrever textos literários por volta dos doze anos de idade. Mas, em vida, seus livros foram publicados de forma anônima, isto é, sem a identificação de sua autoria.


A romancista, que morreu em 18 de julho de 1817, em Winchester, escreveu obras que apresentam marcas de transição entre o Romantismo e o Realismo ingleses. Assim, suas histórias de amor possuem um tom irônico e fazem crítica social. Essas características também estão presentes em um de seus livros mais conhecidos, o romance Orgulho e preconceito.


Resenha ► Hamlet, de William Shakespeare


ISBN-139788582850145
ISBN-10: 858285014X
Ano: 2015 / Páginas: 320
Idioma: português
Editora: Penguin - Companhia das Letras

Um jovem príncipe se reúne com o fantasma de seu pai, que alega que seu próprio irmão, agora casado com sua viúva, o assassinou. O príncipe cria um plano para testar a veracidade de tal acusação, forjando uma brutal loucura para traçar sua vingança. Mas sua aparente insanidade logo começa a causar estragos - para culpados e inocentes.

Esta é a sinopse da tragédia de Shakespeare, agora em nova e fluente tradução de Lawrence Flores Pereira. Mas a trama inventada pelo dramaturgo inglês vai muito além disso: Hamlet é um dos momentos mais altos da criação artística mundial, um retrato — eletrizante e sempre contemporâneo — da vida emocional de um homo sapiens adulto.

Drama / Literatura Estrangeira / Ficção / Jovem adulto


A morte do rei da Dinamarca, Hamlet, motiva o retorno de seu filho, o príncipe também chamado Hamlet, a Elsenor, cidade em que reside a Corte.

Hamlet se encontra num estado melancólico e completamente perturbado, em virtude da morte do pai. Algo que é ainda mais agravado pela sua inconformidade com o rápido casamento de seu tio Cláudio com sua mãe Gertrudes
Num plano de fundo, a Dinamarca está em disputa com a Noruega, almejando não perder para o príncipe norueguês Fortimbrás, o território que este deseja recuperar, honrado o seu pai que fora morto em confronto com o rei Hamlet.
Apesar do desejo de Hamlet em voltar para a Universidade Wittenberg, da qual saiu em decorrência do falecimento do pai, seu tio e sua mãe o impedem, insistindo para que fique.
Os oficiais Marcelo e Bernardo haviam observado, já por duas vezes, durante suas guardas, o aparecimento de um espectro que muito lembrava o rei falecido, entretanto, Horácio não acreditava no relato dos oficiais até assistir o fato pessoalmente. Então, considerou de suma importância comunicar Hamlet sobre o ocorrido. O príncipe, surpreendido pela notícia, decide acompanhar os homens em suas guardas, esperando o aparecimento do espectro, que assim, vêm novamente e conduz Hamlet a um local mais reservado, onde se identifica como seu pai contando-lhe o real motivo de sua morte, a qual ocorreu devido à aplicação de um veneno em seu ouvido pelas mãos do tio Cláudio, ao contrário da história que havia sido inventada, onde a razão de sua morte seria uma picada de serpente. Nesta aparição, o espectro clama por vingança e designa Hamlet para a realização da mesma. Horácio e Marcelo, que presenciaram a cena, foram obrigados a jurar sigilo.
Com tais revelações Hamlet passa a fingir-se de louco, no intuito de entender os acontecimentos e descobrir se realmente o tio havia assassinado o pai com a intenção de tomar o poder casando-se com a rainha.
O motivo da sua loucura é interpretado por Polônio, homem fiel ao rei, como um amor mal resolvido entre o príncipe e sua filha Ofélia, que, por ordem do pai e conselho do irmão Laertes, passa a recusar suas manifestações de afeto. No entanto, o rei não conformado com esta insanidade apresentada pelo sobrinho, manda Rosencrantz e Guildenstern, homens com quem Hamlet tinha alguma intimidade, averiguarem a situação.
Na intenção de desmascarar seu tio e certificar-se de que é o assassino, Hamlet monta uma peça, onde encena a morte do pai, conforme o relato do espectro, e procura juntamente com Horácio avaliar as atitudes de Cláudio, durante o espetáculo, para concluir se este é ou não culpado. Ao final, a expressão do tio na cena do assassinato é interpretada como a comprovação de seu ato criminoso.
Em meio a tudo isso, o príncipe Fortimbrás promete não invadir a Dinamarca, desde que o rei lhe conceda permissão para atravessar suas terras a fim de atacar a Polônia.
Após o termino da peça, Hamlet encontra Claudio rezando, e por este motivo, não teve coragem para matá-lo.
Posteriormente, no quarto da rainha, quando esta criticava seu filho pelas atitudes tomadas, Hamlet acaba, não intencionalmente, matando Polônio, já que cravara a espada em um homem atrás da cortina, o qual acreditava ser o rei. Na verdade, Polônio se encontrava neste local, sob ordem do rei, com a função de ouvir a conversa. O espectro volta a aparecer, aconselhando Hamlet a acolher sua mãe, além de fortalecer o pedido de vingança, porém desta vez, ele só é visto pelo príncipe, fato que só levou a mãe a ter certeza da loucura do filho.
A partida de Hamlet para Inglaterra foi providenciada depressa, com a morte de Polônio. E, com a morte do pai, Ofélia acaba enlouquecendo, o que só provocara ainda mais o desejo de vingança de Laertes pelo responsável pelas atrocidades. Laertes é convencido por Cláudio, de que Hamlet é o único culpado, e planejam matá-lo, já que estão conscientes de que Hamlet voltara à Dinamarca, a bordo de um navio pirata.
Ofélia acaba suicidando-se, aumentando ainda mais a sede de vingança do irmão. No enterro da moça, Hamlet e Laertes brigam diante da cova, alegando amor a falecida.
Após este episódio, o príncipe conta a Horácio que escapara da morte que lhe estava prevista. No navio havia encontrado ordens que diziam que deveria ser morto pelos ingleses, acabou substituindo estas, por uma que ordenava a morte dos espiões Rosencrantz e Guildenstern.
Hamlet foi convidado para um combate de armas, previamente planejado por Cláudio e Laertes, em que tramaram a sua morte. Nesta luta, Laertes deveria atingi-lo com uma espada envenenada, ou seria oferecida, ao príncipe, uma taça de vinho também envenenada.
Iniciado o combate, a taça é oferecida a Hamlet, que a ignora, porém a mãe acaba tomando o seu conteúdo. Laertes fere Hamlet com a arma envenenada, e então, decorre uma luta entre ambos, onde as armas são trocadas e o príncipe passa a ferir Laertes com a espada contaminada pelo veneno. Ao passo que a rainha está morrendo, Laertes revela a infâmia do rei, que é também atingido por Hamlet com a espada envenenada, e ainda, o força beber o liquido da taça, cumprindo sua vingança. Antes que Laertes morresse, ambos perdoaram-se, visto que se identificaram no mesmo papel. Horácio, fiel ao príncipe, decide morrer junto a ele, mas é impedido pelo mesmo, que não deixa que tome do líquido da taça.
Enquanto morre, Hamlet fica sabendo da morte dos espiões – Rosencrantz e Guildenstern –, e Fortimbrás chega para ocupar o trono e são disparadas uma salva de artilharia, em homenagem ao príncipe que morreu.

A tragédia escrita por William Shakespeare é muito rica, explorando questões como vingança, incesto e moralidade. A posição na qual se encontra o protagonista é de uma dificuldade imensa, visto que se depara com a responsabilidade de vingar a morte de seu pai e livrar o reino da Dinamarca de um imoral. Logo as incertezas justificam seu estado melancólico, assim como seu lado confuso, visto que nenhuma certeza possuía da veracidade daquilo que o espectro o confessara, por exemplo. No entanto, o caminho que segue para obter a clareza dos fatos, expôs seu lado seguro e objetivo.
Na leitura de Hamlet, observamos nas falas do príncipe com outros personagens, a exposição de idéias, que em minha opinião são muito inteligentes e verídicas, por exemplo, quando diz para Rosencrantz, a seguinte frase: "nada é bom ou mau, a não ser por força do pensamento". Certamente as pessoas sentem e percebem as mesmas coisas de forma diferente, e o que determina isso são as experiências prévias e o caráter de cada uma delas. Em Hamlet ainda entendemos, que um comportamento está sempre submetido às circunstâncias, pois são elas que desencadeiam nosso modo de agir, e ainda, que uma ação é sempre motivada pelo nosso interesse. Com esta última idéia, podemos entender que ações puramente interesseiras, como todo o planejamento do rei Cláudio para a obtenção do trono, não pertencem somente à ficção literária, pelo contrário, é algo extremamente real, uma vez que é o desejo e o interesse que nos move.

Resenha: Clara dos anjos, de Lima Barreto


 'Clara dos Anjos' narra as desventuras de uma adolescente pobre e mulata do subúrbio carioca prestes a iniciar a sua vida sexual com um malandro branco de classe média. Esta reedição do romance inacabado do autor é acrescido de textos críticos de Sergio Buarque de Holanda, Lúcia Miguel Pereira e Beatriz Resende, bem como o aparato de notas explicativas. Através de conexões biográficas com personagens da história de Clara e Cassi Jones, um dos protótipos literários da malandragem suburbana, estes buscam revelar as opiniões de Lima Barreto acerca de si mesmo e da sociedade brasileira.

ISBN-13: 9788563560391
ISBN-10: 8563560395
Ano: 2012 / Páginas: 304
Idioma: português
Editora: Penguin - Companhia

RESENHA

É um póstumo publicado em 1948, 27 anos após a morte de Lima Barreto que nasceu em 1881 no Rio de Janeiro, é um mulato que sofreu na pele o preconceito racial e não entrou na ABL (Academia Brasileira de Letras), liderada por Machado de Assis, por narrar em suas obras o preconceito que sofrem, (mas existem nomes lá como ex-presidente José Sarney, o cirurgião plástico Ivo Pitanguy e o escritor Paulo Coelho – nomes contestados por escritores e pelo público em geral) a base do livro é uma crítica social, mostra como a sociedade de sua época, via os negros, mulatos e pobres: como inferiores e em relação á mulheres, as negras para fazer sexo, as mulatas para fornicar e brancas para casar. Enxergar os defeitos da sociedade acredito que é o primeiro passo para tentar mudá-la.
Seu livro e relata o subúrbio onde “há casas, casinhas, casebres, barracões, choças, por toda a parte onde se poça fincar quatro estacas de pau uni-las por paredes duvidosas. Todo material para essas construções serve: são latas de fósforos distendidas, telhas velhas, folhas de zinco, e para as nervuras das paredes de taipa, o bambu que não é barato”.

Clara dos Anjos é uma mulata jovem, pobre, humilde, ingênua, que vive no subúrbio carioca com seus pais, Joaquim e Engrácia, seu pai era carteiro, tocava flauta, gostava de violão, compunha valsas, tangos e acompanhamentos de modinhas. Não gostava de sair de casa e sua diversão era passar as tardes de domingo jogando solo com seus dois amigos inseparáveis: o compadre Marramaque, seu padrinho que é semiparalítico e o português Eduardo Lafões, trabalhava muito e passava pouco tempo em casa junto da filha e da esposa sua mãe que sempre deixava as decisões e atitudes para serem tomadas pelo marido e era muito protetora, não precavendo a filha dos perigos que a vida nos reserva, e a vizinha Dona Margarida é quem ensina Clara a costurar e bordar e quando seus pais não podiam sair é quem a acompanhava.

Na comemoração de seu aniversário é convidado Cassi Jones um violeiro de classe média que apos este dia passa a cercar Clara como pode, com passar de meses começa trocando cartas por intermédio do Senhor Menezes dentista não formado de Clara.

Encontraram-se e ela ficando grávida vai ate a casa da família de Cassi e é bombardeada pela mãe do rapaz, que diz se estar envergonhada de uma negra exigir responsabilidade de seu filho e que o seu avô um inglês Lord Jones, que fora cônsul da Inglaterra em Santa Catarina, o que pensaria, uma neguinha exigindo e dizendo que têm direitos. Talvez as cores tenham mudado, porém é algo que muito acontece com as jovens e com pouca ou nenhuma estrutura familiar para perseguir esses rapazes que engravidam moças e simplesmente fogem ou não dão á mínima assistência.

Teve confirmação de que era verdade o que Cassi já fizera com tantas outras jovens, simples e humildes pessoas do subúrbio carioca, sabendo que fora expulso de casa, e achava que ele a amava. Marramaque que tentou alertar a família, foi morto covardemente por Cassi e seu amigo Arnaldo, logo desconfia do rapaz, mas o perdoa, pois ele diz que matou por amor a ela. Clara na ingenuidade de sua idade e na falta de contato com o mundo, concluía que Cassi era um rapaz digno e podia bem amá-la sinceramente. Malandro, mau caráter e perigoso, Cassi já havia se envolvido em problemas com a justiça antes, mas sempre fora acobertado pela sua família, especialmente sua mãe, que não queria que fosse preso. Contando a sua mãe o que ocorreu na visita a abraça e diz: “mamãe, não somos nada nessa vida.”

O livro leva-nos a momentos de grandes pensamentos e atender o período em que ocorre a abolição da escravatura e a proclamação da república onde, não são julgados mais como diferentes pela lei, mas, o preconceito se mantém e pensam “como este crioulo vai estudar na mesma escola de meu filho, sentar na mesma cadeira que ele, se alimentar como ele?”, julgando se diferente de todos e sempre sendo melhores e justificavam isto por serem brancos, o que é uma conduta má destes que sempre estão no poder, e Lima Barreto consegue traduzir em palavras o retrato de uma época em que o status social e a influência do dinheiro valem muito, coisa que pouco se mudou até hoje.

Resenha: Macunaíma, de Mario de Andrade

Foto: Arte digital / Penguin Companhia


Às margens do Uraricoera, na Floresta Amazônica, nasce o preguiçoso e vaidoso Macunaíma, que desde pequeno, não hesita em mentir e se transformarem outras pessoas para satisfazer seus desejos.Sua mãe logo o abandona e, em sua nova jornada, ele ganha um talismã da Mãe do Mato, mas o perde.Então, parte para o Sudeste do Brasil em busca do amuleto. Macunaíma é um marco modernista e uma reflexão do autor sobre a cultura brasileira. Mescla os dialetos e costumes de diversas regiões na narrativa e aborda a desigualdade social no país.

RESENHA

Publicado pela primeira vez em 1928, Macunaíma, do escritor Mário de Andrade, é um livro modernista que narra a história do herói sem caráter. Nascido índio na Floresta Amazônica, Macunaíma decide viajar até São Paulo em busca de sua muiraquitã, perdida por sua companheira Ci, a Mãe do Mato. Durante sua jornada, elementos da cultura indígena e afro-brasileira são apresentados ao leitor, configurando uma narrativa nacionalista e crítica, que retrata os personagens de forma realista, sem idealizações. Além disso, a obra enriquece a língua portuguesa ao explorar sua diversidade.


"Publicado em 1928, "Macunaíma" é um romance modernista de Mário de Andrade que se destaca pela presença do herói homônimo e de seu antagonista, Piaimã. A narrativa se desenrola em um tempo cronológico situado no início do século XX, com a maior parte da ação ocorrendo na Floresta Amazônica e em São Paulo.


A história gira em torno da busca de Macunaíma por um amuleto perdido, levando o leitor a uma viagem repleta de aventuras e diversidade cultural brasileira. Essa diversidade é a principal característica do livro, que retrata de forma peculiar aspectos da sociedade e da cultura do país.


Com sua linguagem inovadora e sua representação autêntica do Brasil, "Macunaíma" é uma obra fundamental da literatura brasileira, que continua a cativar leitores e críticos até os dias de hoje. Para saber mais sobre essa obra icônica, acesse o link acima e adentre no universo do herói sem caráter."

Foto: Arte digital

Em "Macunaíma", a obra literária de Mário de Andrade, somos apresentados a uma série de personagens que habitam o universo mágico e folclórico da cultura brasileira. Desde o herói sem caráter, Macunaíma, até as inúmeras figuras que cruzam seu caminho ao longo da narrativa, como Cambgique, Capei, Currupira, entre outros.


Cada personagem tem sua própria importância na trama, seja como aliado ou obstáculo para Macunaíma. São seres místicos, animais fantásticos e entidades míticas que povoam o imaginário do autor e nos levam a uma jornada por um Brasil mágico e cheio de surpresas.


Macunaíma, o protagonista da história, é um anti-herói preguiçoso, malandro e sem escrúpulos, que busca o tesouro do mar para se tornar um grande chefe indígena. Ao longo de sua jornada, ele se depara com desafios, aventuras e encontros inusitados que o transformarão e o mostrarão diferentes facetas da cultura e da identidade brasileira.


Com uma linguagem inovadora e repleta de regionalismos, "Macunaíma" nos convida a refletir sobre a nossa ancestralidade, nossas raízes e a riqueza cultural do Brasil. É uma obra que mistura mitologia, folclore e humor, trazendo à tona questões sobre identidade, tradição e modernidade em um país de múltiplas faces.


Ao explorar a riqueza dos personagens e cenários criados por Mário de Andrade, somos levados a uma viagem única e envolvente pelo mundo fantástico de "Macunaíma", onde a magia e a realidade se entrelaçam de forma poética e surpreendente. Uma obra que nos convida a conhecer e valorizar as diversas facetas da cultura brasileira, enquanto nos diverte e nos encanta com suas histórias repletas de encanto e mistério.


O "herói de nossa gente", nasceu no "fundo do mato-virgem" como um menino "preto retinto e filho do medo da noite". No início do livro, é retratado como uma criança que causava alvoroço e que passou os primeiros seis anos sem falar devido à preguiça. No entanto, sua fala foi desencadeada quando lhe deram água em um chocalho.


Pediu à mãe para levá-lo para passear no mato, mas ela recusou. Sofará, companheira de Jiguê, então o levou e, ao deitá-lo na mata, transformou-se em um belo príncipe, brincando com ela. Mesmo tendo um encontro com o Currupira que tentou devorá-lo, Macunaíma escapou e encontrou a cotia, que o fez espirrar e o transformou em um homem adulto, porém com a cabeça de menino.


Em outra ocasião, Macunaíma conheceu Ci e, apesar da resistência da Mãe do Mato, conseguiu "brincar" com ela, mostrando-se como um herói astuto e corajoso em suas aventuras.


Cerca de seis meses depois, Ci deu à luz um filho do herói. O "pecurrucho tinha cabeça chata e Macunaíma a achatava ainda mais batendo nela todos os dias", incentivando a criança a crescer rápido para ir ganhar dinheiro em São Paulo. Infelizmente, o menino acabou morrendo, levando a Mãe do Mato a entregar um muiraquitã ao companheiro antes de subir para o céu por um cipó.


Macunaíma ficou "desinfeliz" ao perder o amuleto, que fora comido por um tracajá e vendido por um mariscador a um regatão peruano chamado Venceslau Pietro Pietra. Esse gigante Piaimã se tornou o grande inimigo do herói, que decidiu enfrentá-lo em São Paulo para recuperar o talismã.


Venceslau morava em um tejupar na rua Maranhão, rodeado de mato, e o herói contava com a companhia de seus irmãos, Jiguê e Maanape, para enfrentar o gigante e sua companheira, Ceiuci.


No caminho para recuperar o amuleto, Macunaíma foi envolvido pelas tentativas de casamento das três filhas de Vei, incluindo a Sol, que desejava que ele se tornasse seu genro. Porém, Macunaíma falhou em cumprir a fidelidade prometida e acabou se envolvendo com outra cunhã.


Após várias peripécias, o herói finalmente conseguiu recuperar a muiraquitã de Venceslau Pietro Pietra e voltou para a floresta com seus irmãos. No entanto, no final da história, Macunaíma foi seduzido pela Uiara.

Resenha: Dom Quixote, de Miguel de Cervantes


ISBN-13: 9788563560551
ISBN-10: 8563560557
Ano: 2012 / Páginas: 1268
Idioma: português
Editora: Penguin Companhia

Dom Quixote de La Mancha não tem outros inimigos além dos que povoam sua mente enlouquecida. Seu cavalo não é um alazão imponente, seu escudeiro é um simples camponês da vizinhança e ele próprio foi ordenado cavaleiro por um estalajadeiro. Para completar, o narrador da história afirma se tratar de um relato de segunda mão, escrito pelo historiador árabe Cide Hamete Benengeli, e que seu trabalho se resume a compilar informações. Não é preciso avançar muito na leitura para perceber que Dom Quixote é bem diferente das novelas de cavalaria tradicionais - um gênero muito cultuado na Espanha do início do século XVII, apesar de tratar de uma instituição que já não existia havia muito tempo. A história do fidalgo que perde o juízo e parte pelo país para lutar em nome da justiça contém elementos que iriam dar início à tradição do romance moderno - como o humor, as digressões e reflexões de toda ordem, a oralidade nas falas, a metalinguagem - e marcariam o fim da Idade Média na literatura. Mas não foram apenas as inovações formais que garantiram a presença de Dom Quixote entre os grandes clássicos da literatura ocidental. Para milhões de pessoas que tiveram contato com a obra em suas mais diversas formas - adaptações para o público infantil e juvenil, histórias em quadrinhos, desenhos animados, peças de teatro, filmes e musicais -, o Cavaleiro da Triste Figura representa a capacidade de transformação do ser humano em busca de seus ideais, por mais obstinada, infrutífera e patética que essa luta possa parecer.

RESENHA/ANÁLISE:

O livro “Dom Quixote de La Mancha” é uma obra literária escrita por Miguel de Cervantes Saavedra que nasceu no dia 29 de setembro de 1547 em uma cidade espanhola chamada Alcalá. Não se sabe ao certo se Cervantes cursou a escola ou a universidade, mas o mesmo estudou gramática e retórica em Madri por volta de 1566. Começou seus escritos literários com poesias sobre a vida e morte de D. Isabel que foi a terceira esposa do rei Felipe II.


Em 1571 Miguel de Cervantes participa da famosa batalha de Lepanto, na qual os turcos tentavam invadir a Europa e acabaram derrotados pela Espanha e Republica de Veneza na Grécia, nesta batalha Cervantes se destacou como soldado e com isso ganhou a consideração do rei D. João da Áustria.


Quatro anos depois Cervantes voltava para Espanha quando o navio em que estava foi atacado por turcos, que o aprisionaram por cinco anos na Argélia, o mesmo só saiu de lá após os amigos e familiares se juntaram para pagar o resgate pedido pelos turcos. Quando chega à Espanha Cervantes tem problemas para se estabelecer economicamente e então começa a trabalhar no setor público, e alcança o cargo de coletor de impostos e por conta disto em 1957 é acusado de corrupção e condenado a prisão da qual saiu em 1598 com a primeira parte de seu grande clássico literário o famoso "Dom Quixote de La Mancha".


Cervantes sai da prisão pobre e então em 1604 é publicado Dom Quixote, que acaba por ser um grande sucesso, nesta época Cervantes tinha 58 anos e empolgado com a bem sucedida publicação de seu livro, lança suas novela, escreve peças de teatro, nas quais não se identifica muito. Em 1615 Cervantes abandona os gêneros anteriormente mencionados e escreve a segunda parte de Dom Quixote, que não lhe rende bens materiais, pois o mesmo se recolhe em um mosteiro franciscano e morre pobre em 22 de abril de 1916, sua morte é registrada no dia 23 e é esse um dos motivos da Espanha comemorar o dia do livro nesta data.
O que resumi muito bem a vida de Miguel de Cervantes é a frase do Padre Antônio Vieira: “Somos o que fazemos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos e nos outro somente duramos.”
A obra, um clássico da literatura.

Dom Quixote de La Mancha é uma crítica que Miguel de Cervantes faz a política Espanhola dos séculos XVI e XVII. Em que o belo e magro fidalgo Dom Quesada ou Quixano, mais conhecido como Dom Quixote, representa a queda do Império Espanhol. É importante ressaltar que toda essa decadência da economia espanhola se refletiu muito na vida de Miguel de Cervantes. O livro traz a idéia de magia e feitiçaria, com pouca ou nenhuma piedade religiosa, pois como pode se notar 

durante um jantar Dom Quixote é visto com maus olhos por um padre.
Dom Quixote de La Mancha apresenta muito bem a seguinte idéia de Iran Ibrahim Jacob: “Seja você mesmo. Não se preocupe com o que vão dizer de você. Seja autêntico e aja obedecendo a suas vontades e impulsos. Entretanto, saiba controlar seu ímpeto para não incomodar as pessoas. O ser humano é livre para ser como realmente é.”


A temática do livro é bem simples, Cervantes traz como protagonista Dom Quixote que é um fidalgo fascinado por histórias de cavaleiros medievais e por conta disto tem uma idéia espetacular de viver sua vida como um cavaleiro andante que busca de qualquer forma provar o amor que sente por uma linda donzela, no caso Dulcinéia de Toboso.
Um dos problemas de Dom Quixote é que tudo na sua história é como nos livros, sua amada diz respeito a um amor platônico, seu fiel escudeiro na verdade é um grande amigo e seu lindo cavalo é o singelo Rocinante. São com todos esses figurões que as idéias de Cervantes vêm à tona, envolvendo os mesmo em diversas aventuras por toda a Espanha, como por exemplo, o capitulo que fala sobre “Calvilenho, o cavalo de madeira.”, em que os protagonistas vivem uma história lúdica criada pelo duque, que já conhecia Dom Quixote devido ao livro que corria na Espanha sobre suas histórias malucas sobre lutas com moinhos de vento que eram gigantes, leões preguiçosos e etc.


Toda essa loucura vivida por Dom Quixote é vista pela sociedade como muito engraçada e inofensiva para eles, pois como se sabe cada um sempre se preocupa consigo mesmo e não com o outro, e como se pode notar Dom Quixote estava totalmente influenciado pelas histórias e que no final o mesmo nota que tudo foi uma grande fantasia, criada em sua cabeça e vivida em seu próprio mundo.
Conclusão.

Assim como cita Dom Quixote, o mundo precisa compreender que: “Onde uma porta se fecha outra se abre.” A única coisa que se precisa para que isto se confirme é a vontade humana de ir em frente sem medo do que possa acontecer, mas como Sancho Pança mostra, o receio deve ser levado em conta, pois nem tudo são flores sem espinhos ou verdade sem mentira, na qual a liberdade de maneira geral não é um pedaço de pão.
Com isso é válido se fazer uma reflexão sobre o pensamento de Augusto Cury: “Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.”


Apesar das loucuras que Dom Quixote vive, ele se tornou uma pessoa única, como uma pérola que estava presa dentro de uma ostra que no caso seria a sociedade espanhola, que o reprimia por suas vontades, idéias e pensamentos. Que para ele era normal, pois os seus amigos eram os livros e os seus melhores amigos eram as histórias que o faziam acreditar que ele era como um diário vivo, que deveria fazer o mundo relembrar do que realmente era importante e que agia com justiça acima de tudo e de todos.
O sonho mencionado no pensamento de Cury faz referência a Sancho Pança que sonha em ter uma ilha assim como Dom Quixote havia prometido, independente de qual seria o seu desempenho que poderia ser um verdadeiro fracasso ou um sucesso tremendo como se pode perceber na leitura do livro, em que Sancho Pança se mostra um governador muito mais justo do que outros que dizem e pareciam saber muito mais que ele. Um atenuante para todo esse sucesso deve-se a vivência de Sancho e ao uso muito bem empregado da lógica casado com o senso comum, sabedoria que não fora aprendida em livros ou com professores.


Os princípios adotados por Dom Quixote mostram que a razão é algo com uma existência objetiva que tem com um caráter subjetivo, em que cada um tem a sua como uma verdadeira digital, que acaba estereotipando o caráter, a conduta, a cultura, o poder, o ser humano como uma peça na sociedade que deve desta forma se ajustar e assim formar um grande quebra – cabeça.


A morte é tratada no livro como algo que salva, fazendo com que a pessoa se transforme no que a sociedade quer que ela seja, assim como aconteceu com Alonso Quixano, o Bom. “Tão bom tão puro e tão honesto que sua vida e sua história trespassarão os séculos, enaltecendo suas virtudes e louvando sua loucura. (Miguel de Cervantes/ Dom Quixote p. 134)”, que na verdade é um velho amigo de Miguel de Cervantes sendo popularmente conhecido como Dom Quixote de La Mancha ou o Cavaleiro da Triste Figura.

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