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10 Razões para Ler 'Além do Rio dos Sinos', de Menalton Braff


"Além do Rio dos Sinos", o aclamado romance de Menalton Braff, é uma obra que tem conquistado leitores em todo o país. Com uma narrativa profunda,  uma exploração sensível da condição humana, este livro se destaca como uma leitura obrigatória para os amantes da literatura contemporânea. Neste post, vamos compartilhar 10 motivos para você se aventurar nesta jornada literária.

1. Enredo Cativante: O romance nos transporta para o universo de uma família que enfrenta desafios e transformações em um cenário marcado pela adversidade. Acompanhar essa trajetória é uma experiência envolvente e emocionante.

2. Personagens Memoráveis: Braff cria personagens complexos e multidimensionais, que se destacam pela profundidade psicológica. Você se encontrará profundamente conectado a esses indivíduos.

3. Riqueza Temática: A obra aborda temas universais, como a luta pela sobrevivência, as dinâmicas familiares, as questões sociais e políticas. Isso a torna uma leitura profundamente relevante.

4. Construção Narrativa Inovadora: O autor adota uma estrutura narrativa polifônica, alternando perspectivas e transitando entre passado, presente e futuro. Isso enriquece a experiência de leitura.

5. Linguagem Cuidadosa: A prosa de Braff é marcada por uma riqueza expressiva, com metáforas, imagens e ritmos que conferem à narrativa uma dimensão poética.

6. Retrato Social Relevante: O romance retrata as transformações sociais e políticas que atingem o país durante o período em que se desenrola a história, oferecendo uma perspectiva crítica e engajada.

7. Exploração da Condição Humana: Além do enredo e dos personagens, a obra se destaca pela profundidade com que aborda questões existenciais e a complexidade da vida.

8. Imersão Emocional: Ao acompanhar a jornada da família Teixeira, o leitor é convidado a se envolver profundamente, vivenciando suas alegrias, tristezas, conflitos e superações.

9. Relevância Contemporânea: Embora ambientado em um contexto histórico específico, o romance ressoa com questões e desafios que permanecem atuais, tornando-o uma leitura relevante para os dias de hoje.

10. Experiência Literária: Ler "Além do Rio dos Sinos" é uma oportunidade de se envolver em uma experiência literária única, que vai além do entretenimento, provocando reflexões e ampliando nossa compreensão sobre a condição humana.

Fica evidente que "Além do Rio dos Sinos" é uma obra que merece a atenção de todos os amantes da literatura. Mergulhe nesta jornada narrativa e prepare-se para ser surpreendido, emocionado e profundamente tocado pela maestria de Menalton Braff.

Resenha: O Último Tiro da Guanabara, de Bruna Meneguetti



APRESENTAÇÃO

O Último Tiro da Guanabara é um romance histórico que mostra as intrigas e os bastidores que levaram ao Golpe Preventivo liderado pelo general Lott em novembro de 1955. Após a vitória de Juscelino Kubitschek e João Goulart nas eleições de 1955, Carlos Luz, Café Filho e Carlos Lacerda articulam um golpe para impedir a posse dos eleitos. Para prevenir os passos dos adversários, JK e Jango contratam o vidente Isaías, que terá papel fundamental para impedir o golpe. O romance narra um momento importante da História, que poderia ter antecipado a ditadura militar em nove anos, no ponto de vista de um vidente cego. Isaías interfere diretamente nos fatos históricos, ajudando o general Lott a adotar uma postura em defesa da Constituição e da posse do presidente eleito. Os limites entre a ficção e a História é o grande dilema do romancista histórico. Até que ponto o ficcionista pode alterar a História Oficial? O chamado novo romance histórico latino-americano, inaugurado por Alejo Carpentier, tem como principal característica possibilitar ao escritor questionar os documentos oficiais e fazer sua própria versão da História. Filiando-se à tradição do romance histórico latino-americano, Bruna Meneguetti não se atém às amarras do romance histórico clássico. Com intenso trabalho de pesquisa, a autora reconstrói o Brasil dos anos 1950, preenchendo as lacunas e recontando a História Oficial. O Último Tiro da Guanabara é bem-sucedido ao trazer à tona um episódio pouco conhecido da História do Brasil de maneira bem-humorada, fluida e instigante.

RESENHA

O romance "O Último Tiro da Guanabara", de Bruna Meneguetti, apresenta uma narrativa complexa e bem fundamentada historicamente sobre os eventos políticos que marcaram a transição de governo no Brasil entre 1955 e 1956. Ambientado em um período de grande instabilidade e disputas pelo poder, o livro retrata de forma envolvente os bastidores das articulações entre políticos, militares e grupos de interesses diversos que buscavam influenciar o rumo dos acontecimentos.

A trama gira em torno da figura de Isaías Monteiro, um vidente cego que se vê envolvido nesse jogo político devido a seus dons especiais. Isaías possui a habilidade de enxergar os símbolos e cores que emanam das pessoas, revelando seus pensamentos, sentimentos e até mesmo o futuro. Essa característica faz com que ele se torne um ator central nos eventos que se desenrolam, pois tanto Juscelino Kubitschek quanto Carlos Luz buscam seus serviços para tentar prever e manipular os rumos da crise.

Além de Isaías, a narrativa apresenta uma série de personagens históricos relevantes, como o general Henrique Lott, o presidente Café Filho, o deputado Carlos Lacerda e o coronel José Bittencourt, entre outros. Esses indivíduos são retratados de forma complexa, com suas motivações, dilemas e ambiguidades, conferindo verossimilhança ao enredo.

Um dos elementos de destaque no livro é a personagem de Cecília Gomes, uma camareira que também se envolve nos acontecimentos devido à sua proximidade com Isaías. Cecília representa a perspectiva dos setores populares e das mulheres, que buscam formas de intervir e influenciar os rumos da crise política, mesmo diante das limitações impostas pela sua condição social e de gênero.

O romance de Bruna Meneguetti demonstra um profundo conhecimento dos eventos históricos que marcaram o período, recorrendo a diversas fontes primárias e secundárias para recriar com precisão o contexto político da época. Questões como o suicídio de Getúlio Vargas, a crise que levou à renúncia de Café Filho, as disputas entre a UDN e o PSD, as articulações dos militares e a posse de Juscelino Kubitschek são abordadas de forma detalhada e bem fundamentada.

Além disso, a autora consegue entrelaçar de maneira orgânica os fatos históricos com a trama ficcional, explorando de forma crítica as motivações, interesses e jogos de poder que permeavam a política brasileira naquele momento. Temas como a fragilidade da democracia, o papel das Forças Armadas, a influência dos grupos econômicos e a manipulação da opinião pública são abordados com nuance e profundidade.

Do ponto de vista formal, o romance apresenta uma estrutura narrativa complexa, com múltiplas perspectivas e saltos temporais. A autora utiliza recursos como a alternância entre capítulos com datas específicas, flashbacks e a inserção de documentos históricos (como cartas e notícias de jornais) para construir uma trama envolvente e repleta de reviravoltas.

A linguagem empregada é cuidadosa e precisa, com descrições detalhadas dos ambientes, das ações e dos estados mentais dos personagens. O uso do ponto de vista do vidente Isaías, que enxerga o mundo de forma sinestésica através de cores e símbolos, confere à narrativa uma dimensão simbólica e metafórica, enriquecendo a compreensão dos conflitos e tensões apresentados.

"O Último Tiro da Guanabara" é uma obra de ficção histórica de alta qualidade, que consegue aliar o rigor da pesquisa acadêmica com a criatividade e o envolvimento da narrativa literária. A autora demonstra um domínio impressionante dos eventos políticos da época, transformando-os em uma trama complexa e instigante, que convida o leitor a refletir sobre os meandros do poder e os desafios da democracia brasileira.

O romance de Bruna Meneguetti se destaca como uma contribuição relevante para a compreensão desse importante momento da história do país, oferecendo uma perspectiva ficcional que complementa e enriquece o entendimento dos fatos históricos. Trata-se, portanto, de uma leitura obrigatória para aqueles interessados em explorar as nuances e os bastidores da política brasileira do século XX.

Resenha: Além do rio dos sinos, de Menalton Braff


O romance "Além do Rio dos Sinos", de Menalton Braff, é uma obra que se destaca pela riqueza de seu enredo e pela profundidade com que aborda temas fundamentais da condição humana. Publicado em 2020, o livro nos convida a adentrar no universo de uma família que enfrenta desafios e transformações em meio a um cenário marcado pela adversidade e pela luta pela sobrevivência.

O enredo de "Além do Rio dos Sinos" se desenvolve em torno da família Teixeira, que vive no alto do Morro do Caipora, em uma região remota e de difícil acesso. A narrativa acompanha as vicissitudes enfrentadas por essa família ao longo de várias décadas, desde a chegada forçada ao morro, passando pela partida do patriarca Nicanor, até a consolidação de Florinda como a matriarca que deve garantir a subsistência do grupo.

Um dos aspectos mais notáveis do enredo é a forma como Braff tece uma trama complexa, entrelaçando os destinos dos diferentes membros da família. Cada personagem é dotado de uma personalidade única e enfrenta desafios que se inter-relacionam, criando um tapete narrativo denso e multifacetado. A partida de Nicanor, por exemplo, desencadeia uma série de consequências que impactam profundamente a vida de Florinda e seus filhos, obrigando-os a se reinventar e a lutar pela sobrevivência.

Outro elemento relevante do enredo é a forma como Braff articula o individual e o coletivo, explorando as tensões e os conflitos que emergem no seio da família. As relações entre os irmãos, as disputas de poder, os ressentimentos e as tentativas de reconciliação são retratados com maestria, revelando a complexidade das dinâmicas familiares.

Além disso, o enredo também se destaca pela maneira como aborda questões sociais e históricas mais amplas, como as transformações políticas e econômicas que atingem o país durante o período retratado. A chegada da luz elétrica, as convulsões sociais e a presença do Estado, com suas forças repressivas, são elementos que se entrelaçam à trajetória da família Teixeira, conferindo ao romance uma dimensão social e política relevante.

A construção narrativa de "Além do Rio dos Sinos" é marcada pela alternância de perspectivas e pela utilização de múltiplas vozes. Braff adota uma estratégia narrativa que transita entre a onisciência do narrador e a focalização interna, permitindo que o leitor tenha acesso aos pensamentos, sentimentos e motivações de diferentes personagens.

Essa abordagem polifônica enriquece a narrativa, conferindo-lhe uma riqueza de nuances e uma profundidade psicológica notáveis. O leitor é convidado a compreender as diversas visões de mundo que coexistem no seio da família, explorando as tensões e os conflitos que emergem dessa pluralidade de perspectivas.

Outro aspecto relevante da construção narrativa é a forma como Braff articula o tempo da narrativa, transitando entre o presente, o passado e o futuro. Essa fluidez temporal permite que o leitor tenha uma visão ampla da trajetória da família, compreendendo as raízes de seus conflitos e as projeções de seus destinos.

Além disso, a linguagem utilizada por Braff é marcada por uma riqueza expressiva, com uma prosa cuidadosamente construída, repleta de metáforas, imagens e ritmos que conferem à narrativa uma dimensão poética. Essa dimensão estética se harmoniza com a profundidade temática, enriquecendo a experiência de leitura.

Em "Além do Rio dos Sinos", Menalton Braff tece um enredo complexo e multifacetado, explorando as vicissitudes de uma família em meio a um cenário de adversidade e transformação. O romance se destaca pela riqueza de sua construção narrativa, com a alternância de perspectivas e a fluidez temporal, bem como pela profundidade com que aborda temas fundamentais da condição humana.

Ao longo da narrativa, o leitor é convidado a mergulhar no universo da família Teixeira, acompanhando suas lutas, seus conflitos e suas tentativas de sobrevivência. Essa jornada revela-se não apenas como um retrato de uma realidade particular, mas também como um espelho que reflete questões sociais, políticas e existenciais mais amplas.

Enfim, "Além do Rio dos Sinos" é uma obra que se impõe como uma leitura essencial, não apenas pelo seu valor literário, mas também por sua capacidade de nos confrontar com os desafios e as complexidades da vida

Resenha: Um caminho particular do futuro, de Ricardo Bernhard


APRESENTAÇÃO

Francine não conhece mais o próprio filho. Um NÃO escrito num papel ― três letras e um til na caligrafia inclinada do Cláudio ― como um ponto de partida para a incompreensão. Cláudio não cuidava direito do adorado sítio da família. Cláudio não passava os fins de semana com a mulher e o filho. Cláudio estragou as suas finanças. Cláudio abdicou da sua vida. Cláudio fazia o que não se pode entender. O que, afinal, o Cláudio fazia? Sentindo-se isolada no Rio de Janeiro, depois da morte precoce do filho caçula, a viúva Francine decide se mudar para o sítio da família no vilarejo de Sebastião de Ararampava, na Região Serrana do estado. O seu objetivo era encontrar algum conforto nas memórias de um tempo em que ela, o marido Antero e os filhos Vicente e Cláudio viviam juntos, um tempo em que era possível entender quem eram os seus e o que faziam. Mas, àquele NÃO escrito no papel, juntaram-se outras perplexidades, trazidas pelas observações de Francine, pelas conversas com os habitantes do vilarejo, por lembranças até então sufocadas ou agora reinterpretadas. Não há conforto em Ararampava. Não é possível deixar Ararampava. Cláudio está morto, e Francine quer tentar compreender quem ele era. Romance de ideias em prosa transparente, Um caminho particular do futuro trilha rotas insuspeitas que ligam o certo ao errado, conforme são abertas por uma busca individual de entendimento. O radicalismo onde só se notava temperança, a intrepidez de quem só se sabia fraco, a grandeza quando só se podia supor a mesquinhez, numa obra em que os extremos se sobrepõem numa dinâmica sutil e, acima de tudo, ingovernável. Pois, ainda que a palavra queira guiar o destino, o futuro não se deixa levar por todos os caminhos.

RESENHA


O livro 'um caminho particular do futuro', do autor Ricardo Bernhard, explora a vida de Francine e seu marido Antero e seus filhos Cláudio e Vicente. A obra que explora as complexidades existentes no seio familiar e a busca individual pelo entendimento acerca do luto transforma toda trama do autor em um exercício de reflexão leitor-protagonista, o que faz o livro se tornar palpável de forma direta e sem rodeios. A obra se inicia com Francine, protagonista e figura central, que, chega à casa de sua propriedade, na companhia do motorista e da caseira Dona Almerinda. Ao observar a deterioração da casa, ela sente uma mistura de nostalgia e desolação. Ela decide não entrar e caminha até a mata para respirar ar fresco e se recuperar do enjoo da viagem. Na mata, ela se recorda de momentos passados com sua família e encontra conforto na memória. Francine então reflete sobre a necessidade de realizar reformas na casa, mas ainda não está pronta para enfrentar as mudanças necessárias.

Francine já nas primeiras páginas narra a perda de seu filho caçula, Cláudio, e a mudança de seu foco de vida para o sítio em Ararampava, que pertencia à família. Ela descreve a solidão que sente no Rio de Janeiro, apesar de ter companhia, e a forma como a casa da cidade ressalta a ausência e a separação da família. Ela reflete sobre as tentativas frustradas de se aproximar de sua nora, Júlia, após a morte do marido e a falta de reciprocidade. Com a morte do marido Antero, ela decide vender o sítio, mas o filho Cláudio se oferece para comprá-lo e mantê-lo como um espaço familiar. No entanto, ela se sente excluída e não visita o local, optando por ficar no apartamento no Rio de Janeiro.

Na infância dos meninos, Isabela era a única criança da vizinhança que sempre se encontrava nas idas a Ararampava. Os três formaram um trio inseparável, com as personalidades de Vicente e Cláudio se complementando para acolhe-la. Eles brincavam juntos, tomavam banho no riacho, visitavam o bar da Ruiva, acampavam no quintal, entre outros costumes. Com o passar dos anos, Isabela se tornou uma jovem bonita e graciosa, e tanto Vicente quanto Cláudio pareciam cativados por ela. No entanto,  Francine, mãe dos meninos, sentia-se desapontada e até mesmo indignada com a situação, achando que eles estavam perdendo tempo com a vizinha. Ela então reflete sobre seu ciúme como mãe e sua intolerância em relação à ideia de Isabela como uma potencial parceira para seus filhos. Conclui que, apesar de suas preocupações, o tempo mostrou que Isabela acabou se envolvendo com um jardineiro local, e não com seus filhos e isso, de momento, lhe deu alívio momentâneo.

Dona Francine, a caseira Dona Almerinda e o Seu Evanildo, na cozinha da casa conversam sobre se Júlia não conhecia a caseira e o Seu Evanildo, e descobre que o Cláudio, seu filho falecido, vinha sozinho à casa, encontrava-se com a vizinha Isabela e saía no mesmo dia. Dona Francine fica intrigada com essa relação e decide procurar a vizinha para descobrir o que ela queria falar com ela. O capítulo revela segredos e gera mais perguntas sobre a relação entre Cláudio, Isabela e a família.

Vicente visita de forma inesperada a sua casa no sítio em Ararampava, apesar de inicialmente parecer feliz, Vicente se mostra angustiado e desestabilizado durante a estadia, realizando ações estranhas como revirar os quartos da casa. Durante um passeio pela cidade, as pessoas confundem Vicente com seu falecido irmão Cláudio, aumentando ainda mais a tensão do personagem. Durante a madrugada, a protagonista flagra Vicente se encontrando com a vizinha Isabela no quintal, mas a interação entre os dois é tensa e sem romantismo, o que alivia suas expectativas. 

Francine então vai ao encontro do padre Eduardo, que revela a história de Isabela, uma moça da mesma idade que Cláudio, vizinha, que engravidou na adolescência. A tragédia resultou na morte de um dos gêmeos e na entrega do outro filho para adoção. O padre destaca a bondade e coragem de Cláudio em ajudar Isabela, mas a narradora fica perplexa com a revelação, questionando por que nunca soube da história. A narradora tenta processar a informação para entender o passado e as memórias que retornam. 

'Um Caminho Particular do Futuro' do autor Ricardo Bernhard é uma verdadeira obra-prima que explora de forma e sensível as complexidades existentes nas relações familiares e a busca individual pelo entendimento acerca do luto. Bernhard consegue criar uma trama emocionante e reflexiva, que nos faz refletir sobre nossas próprias vidas e relações. A obra é, senão, uma primasia da literatura brasileira contemporânea.
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