Crime e castigo é a obra mais célebre de Dostoiévski e um dos romances fundamentais da literatura ocidental. Escrita entre 1865 e 1866, quando Dostoiévski tinha 45 anos, foi publicada em partes na revista Rússki Viéstnik [O Mensageiro Russo], a mesma que vinha publicando, na época, o romance "Guerra e paz", de Liev Tolstói. A ideia do livro surgiu quando Dostoiévski propôs a Katkóv, editor da revista, redigir um "relato psicológico de um crime". Na obra, Raskólnikov, um rapaz sombrio e orgulhoso, retraído mas também aberto à observação humana, precisa interromper seus estudos por falta de dinheiro. Devendo o aluguel à proprietária do cubículo desconfortável em que vive, ele se sente esmagado pela pobreza. Ao mesmo tempo, acha que está destinado a um grande futuro e, desdenhoso da moralidade comum, julga ter plenos direitos para cometer um crime – o que fará de uma maneira implacável. Por meio da trajetória de Raskólnikov, Dostoiévski apresenta um testemunho eloquente da pobreza, do alcoolismo e das condições degradantes que empurram para o abismo anônimos nas grandes cidades. Ainda assim, a tragédia não exclui a perspectiva de uma vida luminosa, e o castigo pelo crime vai lhe abrir um longo caminho em direção à verdade.
RESENHA
Crime e Castigo é um dos romances mais famosos e influentes de Fiódor Dostoiévski, um escritor russo do século XIX. O livro conta a história de Ródion Raskólnikov, um ex-estudante pobre que planeja e executa o assassinato de uma velha agiota, pensando que assim poderá se livrar da miséria e se tornar um homem extraordinário. No entanto, o crime não traz a Raskólnikov a felicidade esperada, mas sim um tormento psicológico e moral, que o leva a questionar seus próprios valores e princípios.
O romance é uma obra-prima da literatura universal, que explora com profundidade e realismo os dilemas existenciais do ser humano, como a culpa, o arrependimento, o livre-arbítrio, a fé, a redenção e o amor. Dostoiévski cria personagens complexos e multifacetados, que expressam suas angústias, suas paixões, suas contradições e suas esperanças. A narrativa é envolvente e cheia de suspense, mantendo o leitor interessado até o final.
Um jovem desesperado e moralmente falho comete um duplo assassinato. Ele fica impune por um tempo, até que um detetive perspicaz o encurrala com uma armadilha sutil. Uma amiga que o aconselha a confessar seu crime, e você tem - bem, talvez não um típico mistério de detetive, mas pelo menos uma trama familiar para um episódio de uma série policial. Essa é a estrutura básica de Crime e Castigo, publicado em 1866, quando Dostoiévski estava se tornando um conservador, depois de ter sido um jovem democrata: por isso a ênfase na confissão, estimulada pela prostituta bondosa que tem um coração de ouro e, portanto, o desprezo de Dostoiévski pelos intelectuais liberais e pelos que culpam a sociedade pelos crimes que cometem. Então Rodion Raskolnikov, que decide matar uma agiota velha e cruel, “uma velhinha mirrada e avarenta, de uns sessenta anos, com olhinhos astutos e malvados, um narizinho pontudo e a cabeça descoberta”, entra com um machado, e depois mata também sua irmã que aparece na hora errada. O tradutor Katz consegue dar ao assassinato um tom adequadamente horrível, com sangue esguichando, olhos esbugalhados e coisas assim.
Crime e Castigo é um livro que merece ser lido por todos que apreciam uma boa literatura e que querem conhecer melhor a obra de Dostoiévski, um dos maiores escritores de todos os tempos. Dostoiévski nasceu em Moscou, em 1821, e teve uma vida difícil, marcada por problemas financeiros, doenças, prisões e exílios. Sua obra literária é caracterizada por uma profunda análise psicológica dos personagens, além de temas como a moralidade, a religião e a sociedade. Dostoiévski é considerado um dos pais do existencialismo, uma corrente filosófica e literária que defende a liberdade individual, a subjetividade e a responsabilidade do ser humano. Dostoiévski morreu em São Petersburgo, em 1881, deixando um legado de obras-primas como Os Irmãos Karamazov, O Idiota, Os Demônios e Memórias do Subsolo.