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Os 10 maiores filmes de terror já produzidos



Se você é fã de arrepiar os cabelos e adora sentir aquele frio na espinha, essa publicação é perfeita para você! Em "Os 10 Melhores Filmes de Terror", mergulhe em uma seleção cuidadosamente escolhida dos filmes mais assustadores e perturbadores já produzidos.

Neste artigo, apresentamos uma lista dos filmes que se destacaram pelo seu impacto no gênero do terror, tanto pela inovação na narrativa quanto pelo poder de instigar o medo e o suspense nos espectadores. Prepare-se para conhecer obras-primas que deixaram sua marca na história do cinema.

Descubra clássicos atemporais e filmes mais recentes que redefiniram os limites do gênero. Cada filme é acompanhado de uma sinopse detalhada, destacando seus elementos mais assustadores, o talento dos diretores e atores envolvidos e as técnicas utilizadas para criar uma atmosfera de terror genuína.

Desde os icônicos monstros do passado até as histórias de suspense psicológico que nos mantêm acordados à noite, explore os diferentes subgêneros do terror, como sobrenatural, slasher, found footage e suspense, e descubra qual deles faz seu coração acelerar mais.

Além disso, mergulhe nas análises e críticas dos filmes, entendendo o impacto cultural que eles tiveram e como influenciaram outras produções do gênero. Descubra também curiosidades dos bastidores e fatos interessantes sobre a produção desses filmes assustadores.

Esteja preparado para enfrentar seus medos e desafiar seus limites enquanto se aventura por essa lista dos 10 melhores filmes de terror. Mas cuidado, pois essa leitura pode deixar você com vontade de assistir a todas essas obras-primas do medo.

Então, apague as luzes, prepare-se para se encolher na poltrona e embarque nessa experiência aterrorizante pelos filmes que conquistaram o mundo com suas histórias assustadoras. Você está pronto para encarar esse desafio?


1. "O Exorcista" (1973):

- Sinopse: O filme conta a história de uma jovem possuída por um demônio e os esforços de um padre para salvá-la através de um exorcismo.

- Recepção da crítica: Recebeu críticas extremamente positivas, sendo elogiado por sua atmosfera sombria, atuações e efeitos especiais.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 400 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 12 milhões de dólares.

- Curiosidades: Durante as filmagens, vários acidentes ocorreram, incluindo um incêndio no set e a morte de nove pessoas associadas ao filme.

- Atores principais: Ellen Burstyn, Max von Sydow e Linda Blair.

2. "Psicose" (1960):

- Sinopse: O filme retrata a história de Norman Bates, um gerente de motel perturbado mentalmente, e sua relação com sua mãe dominadora.

- Recepção da crítica: Considerado um dos melhores filmes de todos os tempos, "Psicose" recebeu elogios por sua direção, roteiro e atuações.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 32 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 800 mil dólares.

- Curiosidades: A cena do chuveiro, em que a personagem principal é assassinada, se tornou uma das cenas mais famosas da história do cinema.

- Atores principais: Anthony Perkins, Janet Leigh e Vera Miles.


3. "O Massacre da Serra Elétrica" (1974):

- Sinopse: Um grupo de amigos é perseguido por uma família de canibais no Texas.

- Recepção da crítica: Recebeu críticas polarizadas, mas se tornou um clássico do gênero, elogiado por sua brutalidade realista e atmosfera angustiante.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 30 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 140 mil dólares.

- Curiosidades: O filme foi inspirado em parte no assassino em série Ed Gein.

- Atores principais: Gunnar Hansen, Marilyn Burns e Edwin Neal.

4. "Halloween" (1978):

- Sinopse: Um psicopata chamado Michael Myers retorna à sua cidade natal para matar adolescentes no Halloween.

- Recepção da crítica: Foi muito bem recebido, elogiado por seu suspense, trilha sonora e a performance de Jamie Lee Curtis.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 70 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 325 mil dólares.

- Curiosidades: Foi o primeiro filme da franquia "Halloween" e estabeleceu muitos dos elementos do gênero slasher.

- Atores principais: Jamie Lee Curtis, Donald Pleasence e Nancy Kyes.

5. "O Iluminado" (1980):

- Sinopse: Baseado no livro de Stephen King, o filme conta a história de um escritor que se torna o zelador de um hotel isolado nas montanhas e gradualmente enlouquece.

- Recepção da crítica: Recebeu críticas positivas, elogiado por sua atmosfera assustadora, direção e a performance icônica de Jack Nicholson.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 44 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 19 milhões de dólares.

- Curiosidades: Durante as filmagens, Stanley Kubrick, o diretor, exigiu que a cena do elevador jorrando sangue fosse filmada várias vezes.

- Atores principais: Jack Nicholson, Shelley Duvall e Danny Lloyd.

6. "O Bebê de Rosemary" (1968):

- Sinopse: Uma jovem grávida suspeita que seus vizinhos estão envolvidos em uma conspiração satânica para roubar seu bebê.

- Recepção da crítica: Recebeu críticas positivas, elogiado por seu suspense, direção e a atuação de Mia Farrow.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 33 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 2,3 milhões de dólares.

- Curiosidades: Durante as filmagens, o diretor Roman Polanski manteve a atriz Mia Farrow isolada do resto do elenco para criar uma sensação de paranoia.

- Atores principais: Mia Farrow, John Cassavetes e Ruth Gordon.


7. "O Sexto Sentido" (1999):

- Sinopse: Um psicólogo infantil tenta ajudar um garoto que afirma ver pessoas mortas.

- Recepção da crítica: Recebeu críticas muito positivas, elogiado por seu roteiro, reviravoltas e a atuação de Haley Joel Osment.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 670 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 40 milhões de dólares.

- Curiosidades: O filme popularizou a frase "I see dead people" (Eu vejo pessoas mortas) e foi indicado a seis Oscars.

- Atores principais: Bruce Willis, Haley Joel Osment e Toni Collette.

8. "O Chamado" (2002):

- Sinopse: Uma jornalista investiga uma misteriosa fita de vídeo que supostamente causa a morte de quem a assiste em sete dias.

- Recepção da crítica: Recebeu críticas mistas a positivas, elogiado por sua atmosfera sombria e a atuação de Naomi Watts.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 249 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 48 milhões de dólares.

- Curiosidades: O filme é baseado em um filme japonês chamado "Ringu" e popularizou a figura da Samara Morgan.

- Atores principais: Naomi Watts, Martin Henderson e Brian Cox.

9. "O Exorcismo de Emily Rose" (2005):

- Sinopse: Inspirado em uma história real, o filme conta a história de uma jovem que morre durante um exorcismo e o julgamento subsequente do padre envolvido.

- Recepção da crítica: Recebeu críticas mistas a positivas, elogiado por sua abordagem mais realista do tema do exorcismo.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 144 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 19 milhões de dólares.

- Curiosidades: O filme foi inspirado na história real de Anneliese Michel, uma jovem alemã que morreu durante um exorcismo em 1976.

- Atores principais: Laura Linney, Tom Wilkinson e Jennifer Carpenter.

10. "Corra!" (2017):

- Sinopse: Um jovem negro visita a família de sua namorada branca e descobre um segredo sinistro.

- Recepção da crítica: Recebeu críticas extremamente positivas, elogiado por sua originalidade, comentários sociais e a direção de Jordan Peele.

- Bilheteria: Arrecadou mais de 255 milhões de dólares em todo o mundo.

- Orçamento: O orçamento foi de aproximadamente 4,5 milhões de dólares.

- Curiosidades: O filme ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original e foi um sucesso surpresa nas bilheterias.

- Atores principais: Daniel Kaluuya, Allison Williams e Bradley Whitford.


Esses são apenas dez exemplos dos maiores filmes de terror já produzidos, cada um com suas próprias características e contribuições para o gênero.

As 10 maiores bilheterias do cinema



Se você é um apaixonado por cinema e sempre se perguntou quais foram os filmes que mais arrecadaram nas bilheterias ao redor do mundo, essa publicação é para você!

Em "As 10 Maiores Bilheterias do Cinema", embarque em uma viagem pelos sucessos que conquistaram milhões de espectadores e quebraram recordes de arrecadação.

Neste artigo, apresentamos uma lista atualizada das produções cinematográficas que se destacaram não apenas pelo enredo cativante, mas também pelo impacto cultural e pela capacidade de atrair multidões aos cinemas.

Desde os clássicos do passado até os blockbusters mais recentes, você encontrará informações detalhadas sobre cada filme, incluindo o valor arrecadado, o elenco principal, a direção e curiosidades dos bastidores que tornaram essas obras verdadeiros fenômenos de público.

Descubra como filmes de diferentes gêneros, como ação, aventura, animação e super-heróis, conquistaram o coração do público e se tornaram verdadeiros marcos na história do cinema.

Além disso, explore as tendências e os fatores que contribuíram para o sucesso dessas produções, como a tecnologia avançada, o marketing eficiente e, é claro, o talento dos diretores e atores envolvidos.

Prepare-se para se surpreender com números impressionantes e histórias fascinantes por trás das maiores bilheterias do cinema.

Não perca a oportunidade de se atualizar sobre os filmes que encantaram milhões de pessoas ao redor do mundo e inspiraram gerações de cinéfilos.
Então, pegue a pipoca, ajeite-se confortavelmente e mergulhe nessa incrível jornada pelas 10 maiores bilheterias do cinema. Você certamente se encantará com essas histórias de sucesso que atravessaram as telas e se tornaram parte da cultura pop mundial.

1. Avatar (2009)

- Orçamento: US$ 237 milhões

- Bilheteria: US$ 2,79 bilhões

- Recepção: O filme dirigido por James Cameron foi um sucesso de público e crítica, sendo elogiado por seus efeitos visuais inovadores e história envolvente.

- Prêmios: Ganhou três Oscars, incluindo Melhor Diretor e Melhores Efeitos Visuais.

- Principais Atores: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver.


2. Vingadores: Ultimato (2019)

- Orçamento: US$ 356 milhões

- Bilheteria: US$ 2,79 bilhões

- Recepção: O filme do Universo Cinematográfico da Marvel foi aclamado pelos fãs e crítica, encerrando de forma épica a saga dos Vingadores.

- Prêmios: Ganhou um Oscar de Melhores Efeitos Visuais.

- Principais Atores: Robert Downey Jr., Chris Evans, Scarlett Johansson.



3. Titanic (1997)

- Orçamento: US$ 200 milhões

- Bilheteria: US$ 2,19 bilhões

- Recepção: Dirigido por James Cameron, o filme é uma obra-prima romântica que conquistou o público e recebeu elogios pela sua história e efeitos especiais.

- Prêmios: Ganhou 11 Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.

- Principais Atores: Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Billy Zane.


4. Star Wars: O Despertar da Força (2015)

- Orçamento: US$ 245 milhões

- Bilheteria: US$ 2,06 bilhões

- Recepção: O retorno da saga Star Wars às telonas foi muito aguardado e bem recebido, trazendo novos personagens e reavivando a paixão dos fãs.

- Prêmios: Recebeu cinco indicações ao Oscar.

- Principais Atores: Daisy Ridley, John Boyega, Harrison Ford.


5. Vingadores: Era de ultron (2015)

- Orçamento: US$ 365 milhões

- Bilheteria: US$ 1,403 bilhões

- Recepção: O desfecho da saga dos Vingadores foi um verdadeiro fenômeno, emocionando os fãs e quebrando recordes de bilheteria.

- Prêmios: Ganhou um Oscar de Melhores Efeitos Visuais.

- Principais Atores: Robert Downey Jr., Chris Evans, Scarlett Johansson.


6. Jurassic World (2015)

- Orçamento: US$ 150 milhões

- Bilheteria: US$ 1,67 bilhão

- Recepção: O retorno da franquia Jurassic Park foi um sucesso, trazendo dinossauros de volta às telas e conquistando tanto fãs antigos quanto novos.

- Prêmios: Recebeu uma indicação ao Oscar.

- Principais Atores: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Irrfan Khan.


7. Os Vingadores (2012)

- Orçamento: US$ 220 milhões

- Bilheteria: US$ 1,52 bilhão

- Recepção: O primeiro encontro dos heróis da Marvel nos cinemas foi um marco, unindo ação, humor e personagens carismáticos.

- Prêmios: Recebeu uma indicação ao Oscar.

- Principais Atores: Robert Downey Jr., Chris Evans, Scarlett Johansson.


8. Velozes e Furiosos 7 (2015)

- Orçamento: US$ 190 milhões

- Bilheteria: US$ 1,51 bilhão

- Recepção: O sétimo filme da franquia Velozes e Furiosos foi marcado pela despedida emocionante de Paul Walker, sendo um sucesso de bilheteria.

- Prêmios: Ganhou um Teen Choice Awards.

- Principais Atores: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson.


9. Vingadores: Guerra Infinita (2018)

- Orçamento: US$ 321 milhões

- Bilheteria: US$ 2,04 bilhões

- Recepção: A primeira parte da batalha contra Thanos foi um sucesso, deixando os fãs ansiosos pelo desfecho.

- Prêmios: Recebeu uma indicação ao Oscar.

- Principais Atores: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Chris Evans.


10. O Rei Leão (2019)

- Orçamento: US$ 260 milhões

- Bilheteria: US$ 1,65 bilhão

- Recepção: O remake live-action do clássico da Disney encantou o público, trazendo uma nova versão da história com visuais impressionantes.

- Prêmios: Ganhou um Oscar de Melhores Efeitos Visuais.

- Principais Atores (vozes originais): Donald Glover, Beyoncé, James Earl Jones.

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[RESENHA #600] As homicidas, de Alia Trabucco Zerán


SOBRE O LIVRO

“Assassinas, respondo eu, repetidas vezes, quando me perguntam sobre o assunto deste livro. Estou pesquisando casos de mulheres assassinas. E, diante de mim, como um roteiro teimoso, […] em vez de ouvir a palavra ‘assassinas’, um estranho lapso mental os leva a entender o oposto: ‘assassinadas’.” É deste modo que Alia Trabucco Zerán inicia As homicidas, livro em que se dedica a investigar quatro assassinatos que chocaram o Chile no século 20. Além de bárbaros, esses crimes também causaram comoção porque suas perpetradoras eram mulheres.

Mesclando pesquisa documental e impressões pessoais, a autora, que com este livro venceu o British Academy Booker Prize de 2022, faz uma apuração detalhada na busca por compreender as motivações, explicar o tratamento dispensado a essas mulheres pela justiça e mostrar como os assassinatos e suas executoras foram representados nas artes.

Mulheres jovens, trabalhadoras braçais ou intelectuais, ricas ou pobres, nenhuma dessas quatro personagens se viu livre de julgamentos tendenciosos e representações fantasiosas de suas personalidades pela imprensa sensacionalista. Por darem lugar ao ódio e à violência, incompatíveis com o que o patriarcado insiste em tratar unicamente como frágil e maternal, os crimes subverteram o que se esperava do comportamento feminino. Como diz a autora, “no corpo das mulheres, a raiva costuma ser adjetivada como desmedida, irracional ou de origem histérica, denominações que cumprem a função de deslegitimar as causas dessa raiva e de apagar seu responsável”.

Neste livro, que nada deve às melhores narrativas do gênero true crime, Alia Trabucco Zerán aborda de forma magistral e surpreendente um tema ao mesmo tempo incômodo e revelador, indo na contramão do imaginário coletivo ao colocar a mulher em uma posição de ataque.

RESENHA

“As homicidas fascina, ilumina e horroriza em igual medida […] É uma leitura sofisticada de como o assassinato revela verdades que a sociedade nunca quer confrontar.” — The Herald

As homicidas é um ensaio que explora quatro casos famosos de assassinatos cometidos por mulheres no Chile. Cada caso, separado no tempo e com características únicas, é minuciosamente analisado e contextualizado dentro de seu período. A autora Alia, aproveita essas histórias para apresentar uma série de ideias sobre o crime e as mulheres. Com uma ampla bibliografia e uma vasta quantidade de informações, o autor conduz uma investigação completa dos homicídios e suas consequências, acompanhando todo o processo até sua resolução judicial. Com sua formação como advogada e um claro espírito pedagógico, a autora revela ideias-chave sobre os homicídios praticados por mulheres. Ela argumenta que esses crimes são frequentemente tratados de forma superficial, com sensacionalismo notável, e que as ações das mulheres são muitas vezes justificadas pela paixão ou por serem consideradas alienadas.

A frase que sintetiza a obra está presente na abertura da obra:

É estranho, senhores juízes, é como se me houvésseis julgado outras vezes. -- Marguerite Yourcenar, Cltemnestra ou o crime.

A frase sintetiza o fardo carregado pelas mulheres em seus julgamentos diários por estarem inseridas em uma sociedade patriarcal, onde a verdade dos homens é a única lembrada, comemorada ou levada em consideração. A narrativa é uma forma prolífica de se explicitar que mulheres podem - e são - capazes de crimes hediondos, ainda que consideradas um sexo frágil. Os crimes cometidos por mulheres são, em sua maioria, considerados surtos de raiva e ódio ou acometidos por paixão, assim sendo, são considerados menos frequentes que as atrocidades cometidas por homens, o que as leva a um julgamento mais brando, como ocorreu no caso María Carolina Geel, que foi julgada, de certa forma, amena, tendo sua condenação apenas transitada em primeira instância, não chegando a concluir toda a sua pena.

A autora não busca inocentar os assassinos em momento algum, mas realiza uma investigação minuciosa e rigorosa, algo que nem sempre é feito, como no caso de María Teresa Alfaro, expondo ao leitor nuances e detalhes que passariam despercebidos em uma mera notícia sensacionalista. Sua análise questiona a versão oficial, buscando abordar de forma mais clara e documentada o que aconteceu e o que pode explicar os eventos. À medida que avançamos cronologicamente e conhecemos os casos mais recentes, o livro ganha força devido às informações disponíveis ao público contemporâneo. Do meu ponto de vista, o aspecto mais bem-sucedido e relevante do trabalho está nas questões que ele levanta e que se repetem em cada caso. O poder e a autoridade se sentem incomodados diante dessas manifestações de violência que surgem dentro de um grupo - o das mulheres - ao qual foi atribuído um espaço muito claro e limitado. Portanto, a transgressão é dupla: ao cometer o crime, essas mulheres também destroem o papel que lhes foi atribuído [ao de previsíveis, sexo frágil]. Os crimes são especialmente chocantes, uma vez que foram perpetrados por mulheres [julgados como raiva acumulada, culpa ou paixão]. Ao realizarem os assassinatos, essas mulheres estavam desafiando o monopólio da violência criminosa que historicamente pertencia aos homens. O valor da investigação está em restaurar a versão oficial para ajustar e explicar adequadamente os atos cometidos.

Ao longo das narrativas dos crimes, a autora, insere comentários acerca de um julgamento mais adequado levando em consideração os fatos descritos. A forma como a qual delineia o comportamento, a ação e o ambiente demonstram uma capacidade de pensamento além do ocorrido, sua escrita é uma forma clara de objetificar o ocorrido como algo, de fato, passível de punição, não mais sendo tratado de forma trivial, como foi feito:

A ré é consciente, lúcida, com controle volitivo adequado, juízo autocrítico e raciocínio dentro dos limites normais. -- p. 153

As análises seguem o roteiro dos fatos, descrevendo com clareza o comportamento e a lucidez das autoras no momento dos ocorridos.

Uma mulher de baixo nível socioeconômico, desenvolvimento vital dentro da normalidade, com bom índice de adaptação ao meio e às circunstâncias de sua vida. --p.152 

Em síntese, a obra da autora é um poderoso resumo dos ocorridos, percorridos de análises cuidadosas e minuciosas dos ocorridos, a autora descreve com clareza, em primeira pessoa, os acontecimentos que levaram as mulheres ao acometimento do crime. Analisa-se também, a partir deste ponto, o período histórico, o julgamento das mulheres perante os homens, a visão idealizada da participação feminina no campo social, e claro, os desdobramentos advindos de seus comportamentos. Uma obra de não-ficção de uma autora contemporânea de grande escalão, que analisa sem rodeios os acontecimentos. Uma obra primorosa e instigante, as nuances do crime somadas ao poder de descrição da autora, somam em uma narrativa impecável e lúdica, completamente viciante.

A AUTORA

Alia Trabucco Zerán nasceu no Chile, em 1983. Seu primeiro romance, La resta, venceu o prêmio de melhor obra literária concedido pelo Conselho de Artes do Chile em 2014 e foi eleito pelo El País como um dos dez melhores romances de estreia de 2015. Em 2019, La resta foi finalista do Internacional Man Booker Prize e traduzido para nove idiomas. A autora também publicou o romance Limpia. As homicidas venceu o British Academy Booker Prize de 2022.

[RESENHA #599] O vento sabe meu nome, de Isabel Allende

APRESENTAÇÃO

Viena, 1938. Samuel Adler tem cinco anos quando seu pai desaparece durante a Noite dos Cristais - a noite em que sua família perde tudo. À medida que a segurança de seu filho se torna cada vez mais difícil de garantir, a mãe de Samuel consegue uma vaga para ele no trem Kindertransport, da Áustria nazista para a Inglaterra. Sozinho, o menino embarca levando apenas seu violino e o peso da solidão e da incerteza, que o acompanharão ao longo de sua vida.

Arizona, 2019. Oito décadas depois, Anita Díaz e sua mãe embarcam em um trem, fugindo dos perigos iminentes em El Salvador e em busca de refúgio nos Estados Unidos. Mas a chegada delas coincide com a nova política de separação familiar, e Anita, de sete anos, se vê sozinha em um acampamento para criancas refugiadas. Assustada, ela se refugia da realidade em um lugar que só ela conhece: Azabahar. Um mundo mágico. Enquanto isso, Selena Durán, uma jovem assistente social, e Frank Angileri, um advogado de sucesso, lutam para reunir a menina e sua mãe, e porporcionar um futuro melhor para ela.

Em O vento sabe meu nome, passado e presente se entrelaçam para contar o drama do desenraizamento, da compaixão e do amor. Um romance atual sobre os sacrifícios que os pais fazem pelos filhos, sobre a surpreendente capacidade de algumas crianças de sobreviver à violência sem parar de sonhar e sobre a tenacidade da esperança, que pode brilhar mesmo nos momentos mais sombrios. Uma história sobre as feridas profundas que a migração forçada produz e as pessoas que lutam para curá-las.

RESENHA

Escritora Chilena nascida no Peru, Allende surpreende com mais um enredo enriquecedor e dramático em o vento sabe meu nome (Bertrand Brasil), inspirado em acontecimentos verídicos de sua própria vida. Em entrevista para a Vogue, a autora declarou:

A inspiração para o vento sabe meu nome vem de um caso que tive através da minha Fundação: uma menina salvadorenha que perdeu a visão e se separou da mãe ao migrar para os Estados Unidos. Quando soube da história deles, comecei a investigar em que outros momentos da história eles separaram meninos e meninas de suas famílias.' Assim, seu romance trata de um assunto que, infelizmente, não é novo e que, no entanto, ainda não tem solução.

A síntese da obra não percorre de forma abstrata os acontecimentos trágicos descritos, mas procura elucidar os tópicos de separação familiar, e a busca da reunião dos membros por meio da busca incessante. A obra é um fomento à discussões acerca dos casos sem soluções que precisam urgentemente de uma atenção.

Este livro mergulha de forma profunda na dinâmica opressiva que está por trás do fenômeno da migração, convidando-nos a ter empatia com os personagens que lutam para reconstruir suas vidas após um evento traumático. A habilidosa escrita de Isabel Allende nos guia de forma cativante ao reconhecimento do trabalho árduo dos advogados que se dedicam a reparar o tecido social e nos permite desenvolver uma profunda empatia pelos personagens.

A história narra a vida de Samuel Adler, um garoto de cinco anos que acaba de se separar do seu pai durante a expropriação dos negócios e das residências judias durante a noite de cristais em 1938, no apogeu da segunda guerra mundial. A obra é um enredo sincero e tocante acerca do reencontro das famílias com as crianças durante um período difícil para a história do povo judeu.

Um livro para ler e se emocionar todos os dias e a todo momento, Isabel Allende usa suas nuances com as problemáticas, para enveredar um enredo único e mágico acerca das tragédias que acometeram as famílias durante a segunda guerra mundial. Uma obra primorosa.

A AUTORA

Isabel Allende é a autora de língua hispânica mais lida no mundo. Com livros publicados em mais de 40 idiomas, estreou na escrita em 1982, com A casa dos espíritos, título mítico da literatura latino-americana que obteve grande sucesso internacional. Em 2014, recebeu das mãos de Barack Obama a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais importante distinção civil dos Estados Unidos. Quatro anos mais tarde, seria agraciada com o National Book Award pelo conjunto de sua obra.

[RESENHA #598] o fim do mundo, de Upton Sinclair


APRESENTAÇÃO

Lanny Budd, protagonista deste O fim do mundo, é um jovem americano que nunca pisou nos Estados Unidos. Nasceu na Suíça e cresceu na Riviera Francesa; seus melhores amigos são um inglês e um alemão. A verdade é que Lanny é um cidadão do mundo, e ele sabe disso no fundo do seu coração. Mas será no decorrer de sua vida, ao testemunhar a própria História, que Lanny Budd se provará um grande emissário da humanidade no século XX.

Este é o mote de O fim do mundo, de Upton Sinclair, um dos mais célebres escritores americanos. Jornalista investigativo e ganhador do Prêmio Pulitzer de Ficção, Sinclair mescla, com maestria e exatidão, fatos e personalidades históricos a um enredo ficcional singular. O resultado é um romance de formação liderado por Lanny Budd, que, com seu olhar curioso, apresenta a leitores e leitoras os paradoxos e as complexidades de um século de disputas políticas, econômicas e éticas.

Junto de Lanny, testemunhamos os eventos que transformarão os rumos da História. Serão apresentados os sentimentos de uma época que permitiram tanto as emoções do jazz quanto os temores dos primeiros bombardeios aéreos. Lanny Budd presencia, em posição privilegiada, a Primeira Guerra Mundial, os bastidores do Tratado de Versalhes, entre outros acontecimentos, enquanto vive dramas individuais e angústias cotidianas – muito próximas das atuais. O fim do mundo é um romance para todos, uma oportunidade para observar um passado que o presente ainda espelha.

Um livro atemporal como os próprios conflitos humanos, este romance é indispensável para quem se interessa por grandes leituras históricas que propõem-se a adentrar em grandes acontecimentos mundiais cujo enredo, tal qual uma boa ficção, são cheios de reviravoltas dignas de serem recontadas inúmeras vezes, pois, esquecê-las, seria um perigo.

RESENHA

O fim do mundo, ou world ends [título da versão americana] é um romance publicado pela primeira vez em 1940 e reeditada pela editora José Olympio, selo do Grupo Editorial Record no Brasil, em 2023. A obra é o primeiro volume de uma série de onze livros que narram a história de seu protagonista Lanny Budd. As obras somam um total de mais de sete mil páginas e percorrem diferentes períodos da história da humanidade, tendo seu apogeu narrando a primeira e segunda parte da primeira guerra mundial.

A ordem da série de livros Lanny Budd, Upton Sinclair:

  1. Fim do mundo [World's ends,1940]
  2. Entre dois mundos [Between Two Worlds,1941]
  3. Dentes de dragão [Dragon's Teeth, 1942]
  4. Largo é o portão [Wide Is the Gate, 1943]
  5. Agente presidencial [Presidential Agent, 1944]
  6. Colheita do dragão [Dragon Harvest, 1945]
  7. Um mundo para ganhar [A World to Win, 1946]
  8. Missão presidencial [Presidential Mission, 1947]
  9. Uma chamada Clara [One Clear Call, 1948]
  10. Ó pastor, fala! [O Shepherd, Speak!, 1949]
  11. O retorno de Lany Budd [The Return of Lanny Budd, 1953]

A RESENHA A SEGUIR CONTÉM REVELAÇÕES SOBRE O ENREDO

Lanny Budd, um garoto de treze anos que passa o verão de 1913 em uma escola de música perto de Dresden. Ele faz amizade com Kurt Meissner, descendente de uma família governante alemã, e Rick Pomeroy-Nielson, filho de um visconde inglês. O autor, Upton Sinclair, narra a história de Lanny e seus amigos ao longo de várias décadas turbulentas na série de onze volumes.

Lanny foi criado na Riviera Francesa por sua mãe, Beauty, enquanto seu pai, Robbie, visitava regularmente para vender armas fabricadas pela família Budd Gunmakers. Embora Robbie nunca tenha se casado com Beauty, ele estabeleceu um fundo para que eles morassem em uma villa à beira-mar em Juan-les-Pins, perto de Cannes. Lanny cresceu sem educação formal, mas teve acesso a idiomas, música e a sociedade dos amigos ricos de Beauty. Robbie ensinou a Lanny história e diplomacia, habilidades necessárias para vender armas às potências europeias. No entanto, Basil Zaharoff, um concorrente perigoso, planeja absorver a empresa Budd e comanda o gigante de armas Vickers.

A vida idílica de Lanny é interrompida por incidentes desconcertantes. Robbie fica furioso ao descobrir que o irmão de Beauty, Jesse, apresentou Lanny a seguidores do sindicalismo. Durante uma viagem de trem de volta para casa após visitar a família de Kurt, um social-democrata adverte Lanny sobre a condição de escravidão dos plebeus na Silésia e aconselha-o a evitar certos aristocratas prussianos, incluindo o pai de Kurt. No mesmo trem, Lanny conhece Johannes Robin, um empreiteiro judeu de Roterdã, o que o faz questionar a ausência de judeus em sua vida até então. De volta à França, um barão russo em quem Lanny confiava o atrai e o agride. Diante dessas novas questões, Beauty contrata um psiquiatra e um tutor para Lanny. Ele absorve o novo conhecimento e descobre que o amigo pintor de Beauty, Marcel Detaze esconde um segredo intrigante.

Lanny, Rick e Kurt se encontram em Londres para assistir a peças e óperas. Lanny é assaltado em uma favela pobre perto do hotel chique de Beauty. Sentado perto do Royal Box em Ascot Racecourse, Lanny pergunta a Rick se o rei está ciente da pobreza. Rick sugere que a educação vai curar a pobreza. Kurt diz que a pobreza não é permitida na Alemanha. Os meninos discutem sexo. Chega a notícia de que o arquiduque Franz Ferdinand da Áustria foi assassinado em Sarajevo. Os amigos concordam que tais assuntos são irrelevantes para sua busca pela arte, mas uma mensagem instrui Kurt a voltar para casa imediatamente. Antes de deixar a Inglaterra, Lanny se apaixona por Rosemary, uma bela aristocrata inglesa.

Lanny e Beauty encontram Robbie em Paris quando a guerra começa. Marcel se junta ao exército francês. Lanny ajuda a transcrever novos pedidos em código Budd para fiação. Rick se torna um piloto de caça britânico; Kurt se junta ao exército alemão. Marcel fica gravemente ferido, mas sobrevive para se casar com Bela. Para consternação de Beauty, Marcel se alista novamente e não se ouve mais falar dele. Robbie permanece neutro na guerra; ele diz que o verdadeiro objetivo da guerra é o petróleo. 

A partir deste ponto, a narrativa ganha ainda mais corpo e forma e torna toda a trama ainda mais intensa e intrigante, o desenvolvimento dos personagens é algo palpável e torna a leitura fluida e misteriosa. Espero ansiosamente, que a editora José Olympio lance todos os volumes desta aventura. Indicado para todos, sem exceção. 

O AUTOR

Upton Beall Sinclair, Jr. foi um autor americano que escreveu cerca de cem livros em vários gêneros. Ele alcançou popularidade na primeira metade do século XX, adquirindo fama particular por seu romance clássico de denúncias, The Jungle (1906). Para reunir informações para o romance, Sinclair passou sete semanas trabalhando disfarçado nos frigoríficos de Chicago. Essas experiências diretas expuseram as terríveis condições na indústria de embalagem de carne dos EUA, causando um alvoroço público que contribuiu em parte para a aprovação, alguns meses depois, da Lei de Alimentos e Medicamentos Puros de 1906 e da Lei de Inspeção de Carne. The Jungle permaneceu continuamente impresso desde sua publicação inicial. Em 1919, ele publicou The Brass Check, uma denúncia do jornalismo americano que divulgou a questão do jornalismo amarelo e as limitações da “imprensa livre” nos Estados Unidos. Quatro anos após a publicação inicial de The Brass Check , o primeiro código de ética para jornalistas foi criado. A revista Time o chamou de "um homem com todos os dons, exceto humor e silêncio". Em 1943, ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção.


[RESENHA #597] O garoto que salvou o pop punk, de Alexander Cooper


APRESENTAÇÃO

Já pensou como seria viver em um mundo onde guitarras, baterias e bandas de Rock são proibidas? Janick e sua turma não tinham conhecimento sobre o que era nada disso, pois no passado, com o avanço do movimento Punk, o governo do mundo todo decidiu proibi-las. Porém, com a ajuda de um velho sábio, o grupo de adolescentes rebeldes enfrenta muitas dificuldades para conseguir lutar pelos seus sonhos, ao som de músicas bastante inspiradoras.

RESENHA


O garoto que salvou o pop punk é um livro de ficção [distopia] escrito pelo autor Alexander Cooper e editado pela editora Flyve. A obra é, segundo o autor, um resgate dos anos dourados do pop punk na cultura brasileira que foi perdendo fãs e adeptos com o passar dos anos, desta forma, o livro funciona como um mecanismo de conexão entre o leitor e o estilo musical. O enredo é totalmente desenvolvido dentro de uma analogia com a realidade, o autor trabalhou a noção de abandono e esquecimento real [da diminuição do público do pop punk] assimilando-a com uma proibição no enredo, em síntese, a obra é uma forma de mostrar que é possível resgatar o estilo musical que imperou por longos anos nas rádios e no gosto popular, funcionando como um catalizador e resgatador de bons momentos, músicas e shows, a fim de provocar no leitor, não apenas o resgate pelo gosto pelo pop punk, mas pelos tempos áureos e solenes destes momentos na vida das pessoas.

O primeiro capítulo do livro welcome to my life, é também título de uma canção de uma banda de rock intitulada simple pan, que teve seu lançamento no ano de 2004, permanecendo nas paradas por quase dez anos consecutivos. Assim como na letra da música, o personagem, Janick Zem, encontra-se em uma fase em que ele sente como se ninguém o ouvisse, como se quisesse fugir ou se sentir vivo novamente, como quando tocava em sua banda com seus amigos da escola: Colson e Landon.

[...] minha garagem é grande, assim podemos ensaiar sem problemas. Como não temos muitos artistas pelo mundo, não é difícil conseguir agradar, e as músicas são fáceis de tocar e cantar. Criamos nossa banda faz dois anos e a chamamos de ''idiotas'' -- welcome to my life, p. 9

o capítulo dois, kill the dj, alusivo à música de da banda Green Day, narra o episódio em que os garotos descobrem um novo ritmo em ascensão das baladas - música eletrônica -  providos por uma máquina por intermédio de uma pessoa chamada Dj (p.11), o que provocou exaustão e ansiedade nos membros da banda, que tentaram se enquadrar no novo estilo musical para não perderem público, até descobrirem que de fato, aquele não era o ritmo da banda. A noite foi marcada pela tristeza do não comparecimento do público esperado, o que os lembrou do dia em que tocaram no colégio, que foi tão ruim quanto.

Deste momento em diante a narrativa ganha forma, aqui, os garotos encontram um novo integrante, aprendem novos instrumentos, gravam, tocam em alguns lugares, encotram-se com haters e claro, a proibição do gênero musical, o que impactaria de forma negativa toda história construída pela banda, o que ocasionou em um julgamento que foi acompanhado por milhares de pessoas que assistiam o julgamento:

[...] chegamos fazendo piadas com os jornalistas sobre a situação: tanta coisa pior no mundo acontecendo e tem gente querendo problematizar algo que não tem nada de mais. -- o julgamento, p.101 - grifos meus. 

Enfim, a obra é interessante, mas todo enredo é construído com pouco foco e clareza, a narrativa se desenvolve demasiadamente de forma descontínua, fazendo toda linha temporal dos acontecimentos não possuir nenhum grau de tensão ou surpresa, tudo ocorre de forma líquida e de forma esperada, quando abrimos a torneira sabendo que toda água irá pelo ralo. O intuito da mensagem é interessante, mas muito subestimado e elaborado com pouco foco, talvez, o autor possa reescrever a obra em um ou dois volumes dando foco e ênfase nas vias de fato, pois pela quantidade de acontecimentos descritos e a rapidez com as quais se finalizam (como no capítulo o julgamento, que é de fato, um dos principais da obra, que se finaliza em apenas quatro páginas, com um desfecho nada interessante e pouco elaborado), a quantidade de páginas torna-se incompatível. Um ótimo livro para quem gosta de leituras curtas e se identifica de alguma forma com o gênero proposto. 

[RESENHA #596] Convencional 80s, de Rodrigo Seara

APRESENTAÇÃO

No seu livro de estreia, Rodrigo Seara nos apresenta 12 contos que transitam por diversos gêneros e sensações, desde o horror repulsivo ao romance de beira de estrada. São histórias fortes, bem elaboradas e baseadas na experiência de alguém que ocupa seu tempo livre com muito “rock”, filmes e autores perturbados.

RESENHA


Convencional 80s e outras histórias é o primeiro livro do autor mineiro  Rodrigo Seara. Editado pela Flyve editora, o livro possui em sua estrutura um emaranhado de contos de terror em suas páginas, cada qual com sua particularidade criativa. As narrativas dialogam-se em categorias não arbitrárias do imaginativo popular, os contos desenvolvem-se em poucas páginas como crônicas e delineiam acontecimentos de horror reflexivo, em suma, o autor desenvolve os contos com uma crítica social nas entrelinhas, a obra torna-se palpável para todo leitor que deseja uma nova experiência descritiva no universo do terror.

O primeiro conto, a velha no telhado, é um conto inovador que ocorre de forma rápida entre a pausa inicial do primeiro acontecimento para o desenvolvimento do clímax, o que torna a leitura mais popular, sobretudo, por sua descrição lenda-urbana sobre uma senhora de dedos longos, queixo fino e unhas quebradas que arranha a madeira de uma antiga antiga e assombra um garoto gorducho, que passa então, a deter o medo em si tendo como reflexo a iniciativa de nunca mais jantar. O motivo, é claro, torna tudo ainda mais lúdico e criativo.

Em, uma noite arrasada, o autor traz um miniconto reflexivo acerca de um escritor em busca da escrita perfeita para um evento literário, a obra é extremamente convidativa, desenvolvendo um enredo único com uma atmosfera de suspense tenso e reflexivo. Apesar de ocupar apenas uma lauda, o conto é um fomento essencial à obra.

Convencional 80s nome homônimo à um conto presente na obra, é um conto sobre quatro amigos que se encontram para o jantar até o desfecho inesperado da noite regrado de muito flashback internacional e conversas embaraçosas e difíceis em meio ao matrimônio. O conto perfeito para alusão presente na obra.

Em síntese, a obra de Rodrigo Seara é um livro incrivelmente bem elaborado e desenvolvido, sua narrativa prolífica demonstra traços de um grande escritor que esmiuça detalhes dos acontecimentos até o último segundo, sua obra, em primeira instância, é um emaranhado poético e sofrido repleto de tensão e horror, como a proposta apresenta. Um livro para se ler todo de uma só vez.

O AUTOR

Rodrigo Seara nasceu em 2003, em Ipatinga, no interior de Minas Gerais. Amante dos filmes antigos, viciado em “rock” clássico e jogos de combate em tempo real, encontrou na escrita a melhor forma de expressar sua engenhosidade criativa.Seu conto de estreia, “Noite Arrastada”, foi um dos selecionados para compor a antologia “+Humor, Por Favor”, do selo Off Flip. E agora lança sua primeira obra solo neste livro de contos.

[RESENHA #595] O poder transformador da comunicação, de Allan Marques


APRESENTAÇÃO

"Você é quem você diz que é. Você faz o que você diz que é capaz de fazer. Você tem o que você diz que merece ter. Você chegará aonde você diz que é capaz de chegar" 

Já se perguntou como um simples carpinteiro conseguiu se tornar conhecido em todo o mundo como Jesus Cristo, o filho de Deus? E qual seria a probabilidade de um músico que perdeu a sua audição conseguir realizar o inimaginável: compor músicas apesar da surdez? E como poderia um homem que perdeu o seu filho primogênito criminosamente, além de ter sofrido os horrores dos campos de concentração nazistas, onde morreram parentes, amigos e esposa, ainda assim ser capaz de reunir forças para viver uma vida longa e feliz? Todas essas histórias e muitas outras que você encontrará neste livro, são reais e só foram possíveis de acontecer por causa da existência de um poder capaz de exercer o domínio sobre todas as coisas, inclusive aquelas aparentemente impossíveis. Convido você a conhecer esse poder que habita em cada um de nós para que seja capaz de usá-lo a seu favor e, assim, mudar a rota do seu destino.

RESENHA

Eu nunca nunca gostei de livros de autoajuda, certa vez, uma amiga me disse que os livros deste gênero só ajudam os responsáveis por sua escrita, desde então, me dediquei a não ê-los mais, pelo simples fato de ter em mim essa convicção não nasceu dentro de mim, mas da experiência de outra pessoa sobre algo pela qual eu não havia experienciado. Que triste engano eu estava. O livro o poder transformador da comunicação, de Allan Marques é uma proposta diferente da qual estamos habituados, sua escrita é menos focada na resolução de problemas, e mais no poder existente dentro do querer mudar e sentir essa necessidade de se conhecer a ponto de conseguir desenvolver qualquer habilidade ou planejamento por meio do poder da crença em si mesmo, e isso é o oposto do qual estamos habituados.

A obra não é um convite dogmático religioso, nem sequer se propõe a tal como imaginamos, ela é além de nossas expectativas, o autor usa uma escrita fluida dentro de aspectos linguísticos que fomentam uma série de reflexões acerca de grandes personalidades e influências artísticas e sociais para descrever o quão longe podemos chegar apenas acreditando em nosso próprio potencial. É claro, a maioria dos livros de autoajuda possuem um gatilho semelhante, mas aqui, não há uma formula mágica para o desenvolvimento de uma válvula de escapa, pelo contrário, ela nos convida a olhar ao nosso redor e conhecer nossos focos e objetivos, que agora, não mais se encontram em estagnação concreta, mas objetiva, em suma, a escolha de permanecer igual ou mudar torna-se linear, não decisiva.

Para tal, o autor inicia a obra fazendo um paralelo do mundo existente atual, para ele, o cérebro é uma máquina do tempo poderosa capaz de transformar nossos dias, pelo simples fato de sermos a única espécie capaz de navegar entre passado, presente e futuro, e esse poder usado de forma errônea pode nos levar à parada reflexiva, tornando nossos dias reflexos constantes do ontem e do amanhã, não sendo focado no agora. Esse poder de reflexão ocasiona em depressão, ansiedades e sentimentos de impotência. A narrativa do autor, procura, de certa forma, estabelecer uma conexão entre o que fazemos que fomentam nossas problemáticas e o que deixamos de fazer quando nos encontramos paralisados pelo medo e pela incerteza.

A industria do entretenimento fatura milhões todos os anos, e isso se deve, talvez, ao fato de que as pessoas recorrem constantemente à uma válvula de escape para os próprios problemas, ignorando a existência de momentos que necessitam de um ponto final e de uma parada reflexiva, uma vez que a fuga da realidade proporciona e fomenta momentos de tensão ansiosa e depressiva, uma vez que tornamo-nos reféns daquilo o que ignoramos e não se é resolvido.

Toda narrativa é focada no poder do desenvolvimento do intelecto humano, não somente sua capacidade de criar e inovar coisas todos os dias, mas por sua ferramenta mais poderosa: a da reflexão. O subconsciente nos possibilita um exercício constante de reflexão e crescimento em nós e em nossos caminhos, projetando-nos para onde desejamos ou almejamos estar.

O que já foi escrito pode ser reeditado. O que foi programado pode ser reprogramado. O que foi destruído pode ser reconstruído. Basta saber utilizar as ferramentas certas e da forma correta. -- Allan Marques, p. 9

O ser humano é único, cada um de nós possui histórias e momentos que moldam quem somos, como enxergamos tudo ao nosso redor e como reagimos à notícias, momentos e aos mais diversos sentimentos. Uma mesma experiência traumática entre duas pessoas possui singularidades e particularidades diferentes, isso porquê o que afeta um de uma maneira, não necessariamente afetará o outro. Para tal, faz-se necessário do uso da programação neurolinguística.

A Programação Neurolinguística (PNL) é uma abordagem que explora a relação entre os processos neurológicos (neuro), a linguagem (linguística) e os padrões de comportamento aprendidos através da experiência (programação). Ela foi desenvolvida na década de 1970 por Richard Bandler e John Grinder, com o objetivo de entender e modelar a excelência humana.

A PNL parte do princípio de que nossos pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados e influenciam uns aos outros. Ela explora como as pessoas processam e dão significado às informações, como constroem suas crenças e como esses processos afetam sua comunicação e comportamento.

O funcionamento da PNL baseia-se em técnicas e estratégias que visam identificar e modificar padrões de pensamentos e comportamentos limitantes, buscando substituí-los por padrões mais positivos e construtivos. Isso é feito através de várias abordagens, como a modelagem de comportamentos de sucesso, a reestruturação de crenças limitantes e a utilização de técnicas de comunicação eficaz.

Os benefícios da PNL para a vida do ser humano são diversos. Algumas das principais vantagens incluem:

1. Autoconhecimento: A PNL ajuda as pessoas a entenderem melhor a si mesmas, seus pensamentos e emoções, permitindo uma maior consciência de si e dos outros.

2. Melhoria na comunicação: Através do estudo e aplicação da linguagem e da comunicação, a PNL proporciona ferramentas para uma comunicação mais eficaz e assertiva, melhorando relacionamentos pessoais e profissionais.

3. Desenvolvimento de habilidades: A PNL pode ajudar a desenvolver habilidades específicas, como liderança, negociação, resolução de conflitos e persuasão, através da modelagem de pessoas bem-sucedidas nessas áreas.

4. Superar limitações e crenças limitantes: A PNL oferece técnicas para identificar e modificar crenças e comportamentos limitantes, permitindo que as pessoas superem obstáculos e alcancem seus objetivos.

5. Melhoria no desempenho: Através da aplicação da PNL, é possível aumentar o desempenho em diversas áreas, como esportes, carreira profissional e desenvolvimento pessoal.

6. Gestão emocional: A PNL oferece ferramentas para lidar com emoções negativas, como medo, ansiedade e estresse, permitindo uma maior gestão emocional e bem-estar emocional.

É importante ressaltar que a PNL é uma abordagem que pode ser aplicada em diferentes contextos e áreas da vida, e seus benefícios podem variar de acordo com a pessoa e a forma como é utilizada. É recomendado buscar profissionais qualificados e certificados em PNL para uma aplicação adequada e segura dessa abordagem.

A obra também estuda os efeitos do medo e da depressão na vida do ser humano, apresentando momentos e figuras importantes da história para ilustrar o poder da tomada de novos caminhos e horizontes por meio do poder da iniciativa. Em suma, uma obra primorosa, pronta para todo leitor desbravar e se reencontrar em suas páginas.

[RESENHA #594] Crônicas exusíacas & estilhaços pelintras, de Luiz Antonio Simas

 

APRESENTAÇÃO

Inédito de Luiz Antonio Simas, o historiador que é referência sobre cultura popular brasileira.

Crônicas exusíacas e estilhaços pelintras reúne registros de assombro e alumbramento sobre a cultura e a gente brasileira. Tocado por Exu – orixá mensageiro, senhor das encruzilhadas – e de seu Zé Pelintra – protetor do povo das ruas -, o historiador Luiz Antonio Simas compartilha visões e táticas fresteiras contra a mortandade produzida pelo desencanto do mundo.

Nos 77 textos que compõem o livro, passeiam personagens vivíssimos – deste ou de outros mundos –, como Jaiminho Alça de Caixão, o “inventor” da profissão de papagaio de pirata; o maestro Tom Jobim tomando uísque com o imperador Nero incorporado em um médium; e a descida da entidade Nelson Rodrigues na Penha Circular. Aparecem também temas como a violência do capital sobre corpos, culturas e territórios, a força do encanto, o samba e o jogo do bicho.

Para o pedagogo e escritor Luiz Rufino, que assina o texto de orelha, “Nos pontos riscados por Luiz Antonio Simas – professor amigo da rua –, as sabedorias praticadas no trivial enredam histórias confiadas com graça, afeto, cisma e firmeza, que honram as memórias plantadas nos quatros cantos da sua aldeia.”

RESENHA


SIMAS, Luiz Antonio -- Crônicas exusíacas & estilhaços pelintras // Luiz Antonio Simas. -- 1ed. -- Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2023. ISBN 978-65-5802-100-1

O livro Crônicas exusíacas e estilhaços pelintras é uma coletânea de relatos que aborda aspectos da cultura brasileira e de seu povo. O autor, Luiz Antonio Simas, é historiador e traz em suas crônicas visões e táticas que têm como inspiração Exu, um orixá mensageiro e senhor das encruzilhadas, e seu Zé Pelintra, considerado o protetor do povo das ruas.

Exu é uma divindade presente na religião afro-brasileira, especialmente no candomblé e na umbanda. Ele é conhecido como um intermediário entre os seres humanos e os orixás, sendo responsável por levar as oferendas e mensagens dos fiéis aos deuses. Além disso, Exu é considerado o senhor das encruzilhadas, lugares que simbolizam pontos de encontro de energias e caminhos diferentes. Sua figura é associada à travessia, às escolhas e aos limites entre o sagrado e o profano.

Zé Pelintra, por sua vez, é uma entidade que faz parte da cultura popular brasileira, principalmente no Nordeste. Ele é retratado como um malandro, um personagem típico das ruas, que possui características de um boêmio e de um protetor do povo que vive à margem da sociedade. Zé Pelintra é conhecido por sua astúcia e habilidade para lidar com as adversidades da vida cotidiana.

Ambos os personagens mencionados no texto possuem ligações com a religiosidade e a espiritualidade presentes na cultura brasileira. Exu é reverenciado e cultuado nas religiões afro-brasileiras, sendo considerado uma das principais divindades. Já Zé Pelintra tem uma presença forte no imaginário popular, sendo frequentemente invocado em rituais e cultos, principalmente relacionados à proteção e à resolução de problemas cotidianos.

A escolha dessas personagens para embasar as crônicas de Luiz Antonio Simas pode ser entendida como uma forma de resgatar e valorizar aspectos da cultura brasileira que muitas vezes são marginalizados ou estigmatizados. Exu e Zé Pelintra representam a força e a sabedoria presentes nas camadas populares da sociedade, trazendo consigo uma visão particular sobre a vida e os desafios enfrentados pelos brasileiros.

Ao utilizar Exu e Zé Pelintra como referências, o autor busca compartilhar visões e táticas "fresteiras" - termo que remete a algo marginal, fora dos padrões estabelecidos - para enfrentar a "mortandade" produzida pelo desencanto do mundo. Nesse contexto, as crônicas apresentam-se como um convite à reflexão sobre a cultura brasileira, suas raízes religiosas e a importância de valorizar e respeitar as diferentes manifestações culturais presentes no país.

O livro composto por 77 textos, nos quais são apresentados personagens vívidos provenientes de diferentes realidades, sejam elas deste mundo ou de outros. Entre esses personagens, destacam-se Jaiminho Alça de Caixão, considerado o "inventor" da profissão de papagaio de pirata, o maestro Tom Jobim em um encontro com o imperador Nero incorporado em um médium, e a manifestação da entidade de Nelson Rodrigues na Penha Circular.

Além das figuras mencionadas, o livro também aborda temas como a violência do capital sobre corpos, culturas e territórios, a força do encanto, o samba e o jogo do bicho. Esses temas são abordados de forma a retratar a realidade social e cultural brasileira, explorando questões relacionadas à exploração econômica, à resistência cultural, à música e às práticas de jogo.

Na apresentação da obra o autor detalha os tópicos que poderão ser abordados em suas narrativas que podem ser lidas em qualquer ordem, não sendo obrigatória uma leitura contínua, uma vez que cada texto progride de forma única dentro de seu universo particular.

[...] breves ensaios sobre o colonialismo, outros sobre mitos e ritos, entrecruzam-se com pequenas aventuras cotidianas de sambistas, papagaios de piratas, apontadores do jogo do bicho, ambulantes, profetas, namorados, membros do esquadrão da morte, defensores intransigentes da vida, espíritos desencarnados, malandros maneiros, erês, assombrações, defuntos frescos, bodes, cachorros, toques de atabaques, sons de agogôs e de rajadas de metralhadora retratada em estilhaços desconexos (p.11) -- grifos meus. 

A presença de personagens como Jaiminho Alça de Caixão, Tom Jobim e Nelson Rodrigues, tanto em situações reais quanto imaginárias, remete à fusão entre o real e o fantástico, criando uma atmosfera de mistério e encantamento. Essa mistura de elementos reais e imaginários pode representar uma forma de criticar e refletir sobre a realidade, utilizando recursos literários para abordar questões sociais e culturais de forma criativa e simbólica.

O livro também parece explorar a diversidade cultural brasileira, abordando o samba e o jogo do bicho como exemplos de manifestações populares que fazem parte da identidade do país. Essas manifestações são apresentadas como elementos importantes da cultura brasileira, mas também podem ser interpretadas como espaços de resistência e de expressão da criatividade popular.

Em suma, o livro em questão apresenta uma coletânea de textos que misturam elementos reais e imaginários, trazendo personagens marcantes e abordando temas como a violência do capital, a força do encanto, o samba e o jogo do bicho. Através dessa abordagem, o autor busca explorar a realidade social e cultural brasileira, convidando o leitor a refletir sobre essas questões de forma criativa e simbólica, como em outras obras escritas pelo o autor.

O AUTOR

Foto: Divulgação // Mídia Ninja --.

Luiz Antonio Simas

É mestre em história pela UFRJ, professor e escritor. Com diversos livros publicados, recebeu o Prêmio Jabuti – Livro do Ano, em parceria com Nei Lopes, pelo Dicionário da história social do samba. Juntos, também escreveram Filosofias africanas. Pesquisador das culturas e religiões populares, publicou O corpo encantado das ruas e Umbandas: uma história do Brasil. Todos os títulos foram lançados pela Editora Civilização Brasileira. Sonetos de birosca & poemas de terreiro, seu primeiro livro de poemas, foi publicado pela Editora José Olympio. Desde 2013, Simas é jurado do Estandarte de Ouro, o mais tradicional prêmio do carnaval carioca.

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