Responsive Ad Slot

Os 10 melhores filmes do cinema brasileiro


Os filmes brasileiros têm conquistado cada vez mais reconhecimento e prestígio tanto no Brasil quanto internacionalmente. Com histórias envolventes, atuações brilhantes e uma rica diversidade cultural, o cinema nacional tem se destacado pela sua capacidade de emocionar e provocar reflexões sobre diversos temas. Neste artigo, apresentaremos uma lista com os 10 melhores filmes brasileiros que merecem ser vistos e apreciados por todos os amantes da sétima arte. Prepare a pipoca e embarque nessa jornada cinematográfica que irá te surpreender e encantar. 


1) Cidade de Deus (2002)   [LEIA A CRÍTICA]

Baseado em fatos reais, o filme retrata a vida de diversos personagens que vivem em uma favela do Rio de Janeiro chamada Cidade de Deus. Narrado pelo personagem Buscapé, o filme aborda temas como violência, criminalidade e o sonho de escapar dessa realidade.



2) Central do Brasil (1998) [LEIA A CRÍTICA]

O filme conta a história de Dora, uma ex-professora que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas na estação de trem Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Após o falecimento de um dos seus clientes, Dora se vê responsável por um menino órfão e juntos partem em busca do pai do garoto.



3) Tropa de Elite (2007) [LEIA A CRÍTICA]


O filme acompanha o cotidiano do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) no combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro. O Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, é o protagonista que busca encarar a corrupção dentro da polícia e lidar com as injustiças sociais.



4) O Quatrilho (1995) [LEIA A CRÍTICA]


Ambientado no início do século XX, o filme narra a história de dois casais de imigrantes italianos que se veem obrigados a se casarem com pessoas que mal conhecem para manterem uma vida estável no Brasil. A trama retrata a complexidade das relações pessoais e o confronto entre os valores individuais e as tradições familiares.



5) O Auto da Compadecida (2000) [LEIA A CRÍTICA]

Baseado na peça de Ariano Suassuna, o filme é uma comédia que retrata o sertão nordestino e suas peculiaridades. As aventuras de João Grilo e Chicó, dois amigos que se envolvem em diferentes tramas, são apresentadas de forma divertida e cheia de referências à cultura popular nordestina.



6) O Pagador de Promessas (1962) [LEIA A CRÍTICA]

Filme clássico brasileiro que conta a história de Zé do Burro, um homem simples que vai até a igreja de Santa Bárbara para pagar uma promessa. No entanto, ele encontra diversas dificuldades para cumprir seu objetivo devido à burocracia da igreja e à intolerância religiosa.



7) Aquarius (2016) [LEIA A CRÍTICA]

O filme retrata a vida de Clara, uma jornalista aposentada e última moradora de um antigo prédio à beira-mar em Recife. A trama se desenvolve quando uma construtora tenta convencer Clara a vender seu apartamento, mas ela se recusa e inicia uma batalha contra a empresa.



8) O Som ao Redor (2012) [LEIA A CRÍTICA]

Ambientado em um bairro de classe média no Recife, o filme aborda as relações entre os moradores e os trabalhadores de uma empresa de segurança privada. Questões sociais, como a desigualdade e as tensões entre classes, são retratadas de forma sutil e crítica.



9) O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006) [LEIA A CRÍTICA]

Passado no ano de 1970, durante a Copa do Mundo, o filme conta a história de Mauro, um menino de 12 anos que é deixado na casa de seu avô por seus pais, que estão fugindo da repressão política no Brasil. O filme mostra a intimidade entre os moradores de um bairro de São Paulo e como a ausência dos pais afeta a vida do protagonista.



10) Que Horas Ela Volta? (2015) [LEIA A CRÍTICA]


O filme retrata a vida de Val, uma empregada doméstica que trabalha na casa de uma família rica em São Paulo. Quando sua filha Jéssica decide visitá-la após anos de separação, as relações de poder e os questionamentos sobre hierarquia social ficam evidentes. O conflito entre as classes sociais é o fio condutor da trama.



[RESENHA #987] Pesadelo tropical, de Marcos Vinícius Almeida

Em 1803, quatro mercenários são contratados pela Coroa Portuguesa para ir ao Mato Grosso em busca de uma aliança com os Guaicurus. Guiados por um gigante albino chamado Cigano, eles devem se unir aos indígenas cavaleiros para atacar a vila de párias construída pelo justiceiro Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, na Serra da Mantiqueira. O relato dessa peregrinação sangrenta é feito por um dos quatro mercenários, um escriba. No entanto, ela é apenas o começo de uma misteriosa trama que extrapola as páginas do próprio livro.

De um lado, uma perseguição sangrenta e sem misericórdia. De outro, a história de um homem escrevendo uma ficção baseada na caçada a Januário.

Faroeste barroco, Pesadelo Tropical não tem medo de explorar os limites do gênero. O primeiro romance de Marcos Vinícius Almeida incorpora elementos da fotografia, do ensaio, pastiche, citação e montagem numa forma híbrida e experimental.


RESENHA


O romance "Pesadelo Tropical", escrito por Marcos Vinícius Almeida, é uma obra que reflete a profundidade e a complexidade da literatura brasileira contemporânea. O autor, que também é jornalista e mestre em Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, traz consigo um vasto repertório de experiências e premiações literárias, destacando-se no III Prêmio UFES de Literatura em 2015, na categoria antologia, e no I Prêmio UFES de Literatura em 2010, na categoria contos.


Em "Pesadelo Tropical", Almeida mergulha em uma pesquisa profunda sobre o imaginário da violência no Sul de Minas Gerais nos séculos XVII e XIX. O livro, resultado de sua pesquisa no programa de pós-graduação em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP, revela a capacidade do autor em explorar temas complexos e relevantes para a história do país.


Percebemos que a obra marca a estreia de Almeida no gênero do romance, após publicar o volume de contos "Paisagem Interior" (Penalux, 2017). O enredo de "Pesadelo Tropical" se passa em 1803 e acompanha um grupo de quatro mercenários liderados por um gigante albino chamado Cigano, que viajam em direção ao Mato Grosso com o objetivo de estabelecer uma aliança com os indígenas guaiacurus, após terem sido contratados pela Coroa Portuguesa. A história narra a vingança de um homem após seu irmão ter sido esfolado vivo.


A imersão histórica e a intensidade narrativa presentes na obra de Marcos Vinícius Almeida envolvem o leitor em uma atmosfera densa e sinistra, proporcionando uma experiência literária marcante. Essas características do livro despertam grande expectativa e interesse nos leitores, que já podem adquirir o romance em pré-venda no site da Aboio. Além disso, estão previstos eventos de lançamento em São Paulo e Minas Gerais, possibilitando ao público conhecer melhor a narrativa intrigante de "Pesadelo Tropical".


Com fotografias, obras de arte e recortes de mapas, o autor cria um mosaico que dialoga com cavaleiros barrocos que perambulam por um Brasil imerso no tempo e amaldiçoado por Deus. Esses elementos visuais complementam a narrativa, criando uma atmosfera ainda mais envolvente e única.


A obra é apresentada do ponto de vista de um dos quatro mercenários, que tem o papel de escriba do grupo. Essa escolha narrativa contribui para o mistério que envolve a trama, pois revela apenas o começo dessa história complexa e intrigante. O autor deixa pistas sutis ao longo do romance e convida o leitor a desvendar os segredos que se escondem além das páginas.


Além disso, "Pesadelo Tropical" traz personagens históricos importantes, como o infame Sete Orelhas, considerado um dos facínoras mais terríveis do interior brasileiro na época. A figura de Sete Orelhas, juntamente com as disputas de terras e a violência característica do período, adiciona camadas de tensão e drama à trama, tornando-a ainda mais impactante.


A escrita de Marcos Vinícius Almeida é rica em detalhes e carregada de simbolismo. Ele cria um cenário vívido e imersivo que transporta o leitor para uma época marcada pela opressão e pela luta pela sobrevivência. "Pesadelo Tropical" é uma obra que instiga, surpreende e provoca reflexões sobre as dinâmicas sociais e históricas do país.


Em suma, "Pesadelo Tropical" é uma obra literária que merece destaque. Com sua narrativa envolvente e complexa, o autor Marcos Vinícius Almeida presenteia os leitores com uma história única e impactante. Para aqueles que se interessam por tramas históricas e misteriosas, esta obra certamente se tornará uma leitura indispensável.


O autor

Marcos Vinícius Almeida é escritor, jornalista e mestre em Literatura e Crítica Literária (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Possui trabalhos publicados em revistas e jornais, como Ilustríssima, Suplemento Literário de Minas Gerais, Revista Cult. Foi um dos laureados no III Prêmio UFES de Literatura, em 2015, na categoria antologia e no I Prêmio UFES de Literatura, em 2010, na categoria contos. É autor do volume de contos Paisagem interior (Penalux, 2017). Pesadelo Tropical é seu primeiro romance.

[RESENHA #986] Sem os dentes da frente, André Balbo


SINOPSE

O desaparecimento dos objetos do apartamento de uma mulher, uma chuva misteriosa sobre um cemitério à beira da privatização, uma descoberta tardia em um orfanato de meninas, a luta pela sobrevivência de uma nova espécie, uma partida de dominó em Araraquara, o segredo de um casal de búfalos, os dias de um dragão na praça de uma pequena cidade, o testemunho de um anão de jardim, as relações entre divórcio, dentes e autoritarismo.

Esse apanhado serve como um desenho do caminho trilhado pelo novo livro de contos de André Balbo. Como escreve Cristhiano Aguiar na orelha, Sem os dentes da frente segue uma tradição insólita latino-americana, ficando, no campo das referências, entre um Julio Cortázar e uma Mariana Enriquez.

RESENHA

"Sem os dentes da frente" é um livro de contos escrito pelo autor paulista André Balbo. Esta obra é, sem dúvida, uma experiência literária diferente. Balbo é o tipo de autor que evoca acontecimentos simples de forma fantástica em um enredo extremamente desenvolvido em suas minúcias. Os contos elaborados pelo autor se mostram intensos e distintos de escritas do mesmo segmento. Analisar todos os contos sob uma ótica crítica requer que entendamos que cada conto possui um universo particular único e transformador. Balbo é conhecedor da alta literatura, da escrita cativante e dos enredos repletos de mistérios, com histórias construídas de forma envolvente e trabalhadas fora da noção do óbvio. Nota-se um empenho e um conhecimento extenso em literatura e produção literária.

O livro é marcado pelo encontro de personagens e momentos distintos que não possuem uma conexão direta, exceto, claro, por sua excentricidade. Com apenas 77 páginas, narra uma série de acontecimentos marcantes. Por exemplo, "Em casa vazia" narra a vida de uma mulher que perde constantemente objetos de sua casa e acaba dormindo no chão do lado de fora de seu apartamento. Outro exemplo é "Os desaparecidos", que narra o surgimento de uma nova espécie que reina entre os humanos e a transição entre aqueles que foram acometidos pouco a pouco da metamorfose. Esses enredos transformam-se em uma experiência de leitura única, não apenas pela satisfação da descrição meticulosamente escrita, mas também pela sua originalidade e proficiência para tal.

O conto homônimo ao título da obra fala sobre uma briga escolar entre dois garotos: Igor e Otávio. A obra narra as provocações feitas pelo valentão da escola, Leonardo, que sempre que pode, provoca Otávio, um garoto nerd, gordo e que acabara de passar pelo sofrimento do tratamento de um câncer. Após algumas provocações, Igor mostra-se, em primeira instância, um garoto que surge para defender Otávio de Leonardo. No entanto, sua moral é ferida ao ser confrontado por um comentário de Leonardo: "Você tem dois palitinhos de altura. E ai, gordão, você precisa desse anãozinho?" Otávio então sente-se instigado a enfrentar Leonardo, porém o mesmo se afasta e a briga se desenvolve entre Otávio e Igor. "Sem os dentes da frente" é como Igor fica ao ser socado no rosto várias vezes por Otávio.

A obra "Sem os dentes da frente" é uma leitura envolvente e cativante, que transporta o leitor para um universo particular de contos intensos e distintos. A escrita precisa de Balbo e sua habilidade em contar histórias de forma original e fora do comum é evidente em cada página. É uma obra que merece destaque na literatura contemporânea.

Compre o livro no site da editora Aboio:

O AUTOR

André Balbo nasceu em São Paulo em 1991. É tradutor e editor-fundador da Lavoura. Cursou Direito na USP, passou pela Folha de S.Paulo e foi professor autônomo de redação e literatura por 6 anos. Cursa Letras na UPM e, além do mercado literário, trabalha em uma editora de educação. Sua primeira tradução, o romance Agostino, de Alberto Moravia, será publicada pela Editora Aboio.

Como escreve: Licia Soares, autora de ❛quando as traças criaram asas❜

Licia Soares de Souza, renomada autora e professora emérita da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e colaboradora do programa Pós-Cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBa), traz em seu mais recente romance distópico, "Quando as traças criaram asas", uma história envolvente e repleta de reflexões sobre poder, resistência e utopia. Publicado pela Editora Autografia no Rio de Janeiro, o livro nos transporta para uma cidade assolada por experimentos transgênicos com insetos, conduzidos por um médico utópico, que, ao perder o controle da situação, desencadeia uma tragédia. Nesse cenário, parte da população se vê obrigada a enfrentar um governo de direita que busca se apropriar dos insetos devoradores para destruir todos os documentos escritos e silenciar os opositores ao regime. Em uma narrativa repleta de suspense e ação, Licia Soares de Souza nos leva a refletir sobre os limites do poder e a importância da resistência em tempos de autoritarismo.


Foto: arte digital


1. Quando decidiu que se tornaria um escritor?


Desde criança, sempre tive vontade de escrever e de ser lida. Comecei com folhetins, isto é, estórias de amor escritas a lápis e amarradas com cordão. O sucesso era tanto que minhas colegas ficavam esperando que eu chegasse no dia seguinte com a continuação. Mas, acabei me desanimando quando recebia de volta meus manuscritos originais rasurados, rasgados, incompletos. Abandonei esta idéia. 



2. Qual foi o seu primeiro livro escrito? Você chegou a concluí-lo? Já abandonou algum projeto de escrita?


Segui a carreira acadêmica, licenciatura, mestrado e doutorado. A minha tese, defendida na Université du Québec à Montréal, versou sobre as telenovelas brasileiras em um programa de semiologia. Discorri sobre o impacto dos folhetins eletrônicos, eu que tinha sonhado em ser escritora de folhetim. Foi o meu primeiro livro publicado : Représentation et Idéologie: les téléromans au service de la publicité, Montréal, Éditions Balzac.1994. 

Continuei escrevendo artigos sobre telenovelas e um livro que saiu pela Fundação Cultural do Estado da Bahia: Televisão e cultura: análise da teleficção seriada, que encorajou alguns pesquisadores que se sentiam constrangidos em trabalhar uma tal narrativa da indústria cultural, nos cursos de Letras.

Nunca abandonei nenhum projeto de escrita. Todos que pensei, realizei.



3. Como você escolhe os temas e o enredo dos seus livros?


Eu sou uma escritora de livros teóricos: Semiótica literária, televisual, fílmica. Comecei na área da criação, escrevendo poemas para declamar nos saraus que estava participando. Fiz poemas em alemão para as festas do Goethe Institut e para estar com os poetas do Nosso Sarau no mesmo instituto.

No Canada, já tinha escrito um romance autobiográfico em francês Livia et le mystère de la Croix du Sud que conta minha estória de amor.


Em 2020, na pandemia de covid-19, vendo traças correndo em meus livros velhos, imaginei a distopia que poderia nascer da ideia de cruzar esses insetos com o mosquito da dengue. Uma nove zoonose surgiria atacando livros e seus leitores, sob uma ditadura militar que reeditaria o abominável AI-5 de 1968. É a oportunidade de se destruir o saber escrito, no país, e de se pensar na criação de bibliotecas virtuais onde poder-se-ia modificar o conteúdo de obras contestadoras. Este romance distópico, evidentemente, tem o poder de abrir debates sobre as vantagens e desvantagens da inteligência artificial na formação de escritores e leitores e de organização das novas bibliotecas. Na minha opinião, é um romance muito didático que parte da mente de uma professora, preocupada sempre em educar.



4. Você se inspira em algum autor ou obra específica para escrever?


O romance distópico tem várias citações, em uma dinâmica intertextual. Euclides da Cunha, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Silviano Santiago, no Brasil, me inspiram. Fora do Brasil, Baudelaire, Sartre, Flaubert, Aldous Huxley, Orwell, Catherine Mavrikakis, Antonio Torres e Oleone Fontes.



5. Existe algum ritual para se escrever um livro? Qual funciona para você?

Nenhum ritual codificado. Para mim, tenho uma ideia, e começo a escrever. Os livros teóricos, nascem de pesquisas acadêmicas. Em novembro de 2023, lancei em Montreal, um livro de poemas, em francês, que foi muito bem apreciado por críticos e poetas de renome na cidade. O título é Les grands espaces germinent sous mes pieds. Comecei em 2016, há 7 anos, e fui mudando os poemas conforme os acontecimentos da época, ao ponto de  refletir bastante, neste exercício poético,  sobre as angústias existenciais provocadas pelo confinamento na pandemia. Tem poema sobre a vida de Mariele Franco, sobre os incêndios de nossas florestas, sobre ditaduras, sobre minha adaptação nos invernos de Montreal.




6. Quais são seus livros publicados atualmente? Qual foi o mais complexo?


Já falei dos atuais. O livro de poemas lançado em Montréal em novembro de 2023 e o romance distópico, Quando as traças criaram asas,  lançado em dezembro do mesmo ano. O mais complexo foi a tese de doutorado que já citei na primeira pergunta.


7. Você utiliza rascunhos, anotações ou esboços para não se perder na escrita?

Usava no passado. Mas, desde que aprendi a escrever diretamente no computador, deixo a cabeça me guiar e perdi o hábito de anotações. É estranho, ainda me pergunto como aconteceu, mas é assim



8. O que não pode faltar durante seu processo criativo? Como você lida com a ausência de inspiração?


Sim, a ausência de inspiração aparece, em dias de cansaço. Quando tenho que sair muito, ir a médico, fazer compras, resolver problemas, perco a vontade de escrever. Tenho que esperar ficar descansada pra recomeçar e restabelecer o diálogo  com meus temas teóricos, ou com meus personagens que eu deixo lá quietinhos até eu voltar à página do computador.



9. O que podemos esperar para os seus próximos livros?


Uma autobiografia sobre o meu confinamento com minha mãe, na pandemia. Sentir todo o pânico que ela viveu, refletir sobre as formas como eu cuidei dela, e continuo cuidando, contar como é o processo de envelhecimento, a paciência de se cuidar de um idoso, a angústia de ver a deterioração de um ser humano no avanço da idade. Essa minha angústia está me corroendo.




10. Como você enxerga a vida dos autores no cenário político atual?


Vejo os autores quase todos preocupados com os riscos de ditadura e com a escalada da extrema direita pelo mundo. Obras literárias sempre são engajadas e prontas a denunciar situações de opressão. Não conhecemos obra literária que defende autoritarismo; isso quem faz é a propaganda, o panfleto. Foi a literatura que denunciou o massacre de Canudos e que revelou os crimes das ditaduras do século XX, por exemplo.



11. Que conselho você daria para alguém que quer escrever o primeiro livro?



Não sei. Cada um tem sua ideia e seu gênero. Crônica, conto, poema, romance? É preciso conversar com o escritor para saber o que ele pretende. Só daí podem nascer os conselhos.

Como escreve: J.F Moreno, autor de ❛Gemini: o signo da liberdade❜


Na matéria de entrevista de hoje, temos o prazer de conversar com J.F. Moreno, autor de "Gemini: o signo da liberdade". Nesta obra, somos levados para a pacata vila de Massana Tukana, localizada no coração da Amazônia brasileira, onde o cético e incrédulo Kadu vive com uma família indígena que prometeu protegê-lo do mal. Após a terceira guerra mundial, a Terra sofre com os atos impensados da ganância humana, e o mundo é unificado sob a bandeira dos Filhos da Luz. Mas os zodíacos foram perdidos entre as guerras ideológicas, exceto a lenda dos indígenas, que afirma que apenas o Geminiano, nascido sob o signo da liberdade, pode mudar essa realidade. Nesta saga emocionante, o destino do mundo está nas mãos de um Geminiano leviano e racional, cuja astuta dualidade em perfeito equilíbrio poderá salvar a raça humana e todos os universos conhecidos da completa aniquilação pelas mãos do senhor da Antimatéria. J.F. Moreno, um escritor estreante nas prateleiras do Brasil, nos apresenta um mundo literário que busca explicar a origem de tudo, numa escrita inovadora e ousada que facilmente se conecta com o leitor, formando, informando e divertindo ao nos conduzir ao universo extremo da diversão oferecida letra a letra nesta obra épica.


Foto: Divulgação

1. Quando decidiu que se tornaria um escritor?

R.: Olha, a jornada foi longa, pois devido a muitas outras decisões tomada ao decorrer da minha vida eu acabei por me distanciar da minha essência, da minha cerne que é a Arte. Mas como todos os rios desembocam no mar, eu acabei por me reencontrar e então decidi não mais me perder de mim e nem deixar que me roubem mais de mim custe o que custar. Daí, como a escrita é meu principal canal de comunicação com o mundo, decidir me tornar um Escritor foi só uma questão de constatação e aceitação de tudo o que penso e o que sou: Um contador de histórias; um construtor de realidades capaz de construir e de mudar mundos.


2. Qual foi o seu primeiro livro escrito? Você chegou a concluí-lo? Já abandonou algum projeto de escrita?


R.: O meu primogênito é o Gemini – O Signo da Liberdade, fora ele eu produzia mais poesias, cartas e crônicas espalhados em cadernos e mais cadernos. Uns perdidos, outro eu taquei fogo mesmo em um desses acessos de fúria fomentado pela crise de identidade típica do ser humano e mais recorrente nos artistas. Desde que me assumi escritor, eu não posso dizer que abandonei algum projeto, mas como tenho a mania de trabalhar em vários escritos simultaneamente, acabo por deixar alguns na geladeira, marinando por algum tempo até voltar neles. Dos que iniciei e concluí tem: Gemini, até já publicado de forma independente e o primeiro volume da Saga Elohim -  O despertar de um Deus que já encaminhei o manuscrito para algumas editoras. Vai que compram minha ideia.


3. Como você escolhe os temas e o enredo dos seus livros?

R.: Isso é bem misterioso até mesmo para mim. A inspiração pode vir de algo que li, de algo que assisti; de uma música, de uma pintura, de uma discussão ou situação da minha ou da vida de outrem. Mas posso dizer com certeza que meu cérebro/imaginação literária se alimenta mais do audiovisual, até porque esse é o meu principal canal de aprendizado seguido da sinestesia, pois nada mais me faz bem aprender do que uma boa experiência imersiva de um bom audiovisual e o bom e velho “mão na massa”. Ah, claro, considero ainda como fonte o que me causa mais estranheza e curiosidade costumando ganhar palco na hora de escolher meus enredos. Mas tudo depende...


4. Você se inspira em algum autor ou obra específica para escrever?

R.: Outra pergunta complicada, pois eu tenho uma ideia um pouco fora da ortodoxia do universo literário comum no que tange inspirar-se em outros autores. Na minha jornada para estabelecer a minha escrita, tendo a buscar informações e formações mais em livros de técnicas de escrita (não ficção), do que em obras dos nossos mestres de ficção. Meus heróis da literatura são em sua maioria esmagadora poetas. Li muitos livros de poesia e poucos romances. Por uma questão de estilo e até mesmo autonomia, evito ao máximo me apoiar nesse ou naquele autor para me inspirar para não correr o risco de reproduzir o já utilizado e assim imprimir a minha própria assinatura quanto a escrita. Claro que não ouso desprezar a máxima “Na Arte nada se cria, tudo se transforma”, porém o meu transformar é embasado em matéria prima o máximo possível “virgem”.


5. Existe algum ritual para se escrever um livro? Qual funciona para você?

R.: Eu não tenho um  ritual específico não, está mais para ambiente adequado e práticas contínuas. Por exemplo: eu só consigo escrever com a companhia do máximo silêncio possível e sem a presença de ninguém. Daí eu coloco o fone de ouvido para tocar música clássica (solos de piano) e deixo fluir. Sempre começo a escrever às 06:00hrs da manhã (quando todos em casa estão dormindo e daí tenho meu ambiente perfeito ou quase já que tem “alguéns” por perto mais ainda dormem) e faço isso todos os dias de segunda a segunda. Talvez isso possa soar como um ritual...rs Então que seja, eis o meu ritual!


6. Quais são seus livros publicados atualmente? Qual foi o mais complexo?

R.: Bom, são eles de não ficção: “Curso de Escrita Criativa Livros I e II”; “OAB Sniper - Método para passar no Exame de Ordem”, e de ficção “Gemini - o Signo da Liberdade”. Desses, o mais complexo foi o curso de escrita criativa. Mas o mais complexo de todos ainda não foi publicado, que é a saga Elohim, o qual considero a obra da minha vida, o meu legado literário.

7. Você utiliza rascunhos, anotações ou esboços para não se perder na escrita?

R.: Sim, uso sim! Eu monto o dossiê do livro contendo a descrição do World Building, definição do Conflito, ficha individual das personagens (características, personalidade, etc.), composição dos núcleos (protagonistas e antagonistas), capitulação onde anoto a intenção de cada capítulo e por fim um gráfico com o desenho da Curva Perfeita de Eventos. Assim fica mais prático seguir com a escrita, identificar furos, inconsistência além de ser uma vacina definitiva contra a falta de coesão e coerência.


8. O que não pode faltar durante seu processo criativo? Como você lida com a ausência de inspiração?

R.: Olha, não pode faltar minha Ritalina de cada dia, Vodka e energético kkk Uma que vez que tenha tudo isso, vai que vai. OBS.: Remédio controlado para tratar meu TDAH. Quanto à falta de inspiração, o tal bloqueio criativo, eu confesso que ainda não o experimentei, pelo menos não de forma aguda a me paralisar na escrita. Coisas da vida, situações humanas sociais podem até refletir na minha vontade de escrever (quando estou puto ou muito chateado num dá pra produzir nada...rs), mas quando eu defino  minha escrita (dossiê formulado), o processo flui de forma contínua, pois quando estou escrevendo tudo no mundo faz sentido, é o único momento que me sinto conectado com a realidade, com o mundo e com essa dimensão e com outras ao mesmo tempo. Escrever é sinônimo de vida para mim. Ou seja, a situação é inversa, me sinto bloqueado criativamente quando não estou escrevendo, quando tenho de conviver e vivenciar a minha personagem nesse mundo, aí é difícil e é quando sinto o peso dos grilhões da realidade. Já quando escrevo sou livre e dá pra faltar inspiração e criatividade ao exercer a nossa liberdade?


9. O que podemos esperar para os seus próximos livros?

R.: Como eu gosto de sempre fazer novas experiências, posso dizer que os próximos livros sempre virão acompanhados de novidades (óbvio que cada novo livro é uma novidade...rs mas me refiro a segmento mesmo). Tenho três romances (tradicional muito amor e paixão...rs), a produzir, não ficção no estilo autoajuda, mais ficção com Elohim (aí é um mix de ciência, religião, filosofia, ciência política, ação, arte da guerra, romance, etc.), estou produzindo uma sequência de crônicas (também embasada em várias temáticas). Enfim, podem esperar de tudo um pouco, inclusive nada!


10. Como você enxerga a vida dos autores no cenário político atual?

R.: Então, dos novos autores a vida não é nada fácil já que não bastasse a luta comum para se destacar no mercado editorial, ainda temos de superar a ultra valorização dos autores internacionais o que acaba por deixar com eles a maior fatia do mercado nacional. Outra batalha a se vencer é contra a leitura como parte da cultura do brasileiro médio que, em geral, lê muito pouco e isso afeta tanto os novos autores como os já consagrados. No geral, a vida dos autores é sempre aquela aventura de montanha russa, afinal escritor é artista e como artista, sofre como tal ante a realidade nacional e pouco (ou nada) nos valorizam.


11. Que conselho você daria para alguém que quer escrever o primeiro livro?

R.: Foco. Aprimore-se tecnicamente a cada dia, pois é fato que Escrita é Arte, Arte é Dom, Dom é poder, mas poder não é nada sem controle (técnica); Dom não é sinônimo de sucesso, sucesso é resultado da soma do seu Dom, com sua técnica e com o uso adequado das ferramentas oferecidas pelo mercado editorial. Acredite em você e em sua escrita. As críticas ajudam, mas só você sabe o que é melhor para sua obra e qual o seu verdadeiro valor; Acredite em você acima de tudo e seja o seu maior fã! Eu acredito em você e saiba sempre: Você não está sozinho!

Como escreve: Elizabete Ferreira, autora de ❛minha avó é uma bruxa... e das boas!❜


Hoje nosso papo é com a autora Elizabete Ferreira, autora do livro ❛minha avó é uma bruxa... e das boas!❜, publicado pela pingo de letra, selo infantil da editora scortecci. Ela nos conta com detalhes sobre os processos da criação de esboço e finalização de um livro infantil.


Nesta matéria, iremos explorar os fascinantes processos de escrita da renomada autora Elizabete Ferreira, que encanta leitores de todas as idades com suas histórias intrigantes e cheias de magia. Conhecida principalmente pelo seu sucesso "Minha Vó é uma Bruxa...e das Boas!", Elizabete nos revelará os bastidores de sua criatividade, inspirações e técnicas utilizadas para construir personagens tão cativantes e tramas envolventes. Prepare-se para desvendar os segredos literários de uma autora talentosa que transporta seus leitores para um mundo mágico cheio de surpresas e aventuras.


Qual é a sua inspiração para escrever livros infantis?

R:  Minha inspiração é a própria vida e tudo que nela contém, ao observá-la encontro sempre inspiração para criar.


Como você escolhe os temas e personagens para seus livros?

R: Escolho os temas com foco nas relações de famílias, meio ambiente e a natureza, os personagens estão sempre relacionados com isto.

 

Qual é a importância da literatura infantil no desenvolvimento das crianças?

R: A literatura infantil no desenvolvimento das crianças é um fator auxiliar na educação e no aprendizado das mesmas, porque através de histórias, contos, fabulas… é possível orientar, educar, auxiliar e falar sobre temas como:  Morte, nascimento, “ falhas”, tristezas, felicidades, ganhos e perdas que fazem parte da vida.


Como você aborda questões educativas ou morais em suas histórias sem ser didático?

 R:  Para mim o jeito mais simples e alegres são as formas mais fáceis de chegar até as crianças. Porém tento ser assertiva, porque as crianças são muito exigentes e curiosas. 


Qual é o seu processo criativo ao escrever para o público infantil?

Como contadora de histórias com mais de 20 anos de experiência possuo uma imaginação muito fértil. Cresci em um ambiente de muita polaridade onde os acontecimentos iam de um extremo a outro com muita facilidade, porém entre um extremo e outro ouvia muitas histórias, fabulas e contos.


Como as ilustrações para a narrativa em seus livros?

 As ilustrações geralmente surgem de uma união entre autora e editora, vamos conversando e vamos chegando ao personagem que está idealizado no plano mental. ( na minha mente) Com exceção o livro “Minha avó é uma Bruxa” … E das boas! Este foram dois dos meus seis filhos que ilustraram.


De que forma você acredita que a leitura pode impactar a vida das crianças?

Penso que pais, orientadores, educadores, etc…devem escolher com cuidado a literatura para crianças. Ler apara si antes de ler para crianças, ou antes de entregar para que as crianças leiam, porque toda literatura, qualquer uma, pode ser impactante.


Como lidar com a diversidade e a representatividade em livros infantil?

Estamos vivendo uma época muito importante para a humanidade, onde as informações estão muito acessíveis e de forma muito rápida, as crianças do século XXl possuem necessidades diferentes das crianças do século XX e isto é um fato. Partindo deste princípio, quanto mais diversidade e representatividade melhor.


Qual é a mensagem que você espera que as crianças recebam de seus livros?

Que elas possam encontrar soluções para adversidades da vida, que  acreditem que é possível ser feliz como criança e também como adulto.

 

Como os pais e educadores podem promover o hábito da leitura nas crianças?

R:  contando-lhes histórias, lendo. Ler para uma criança é plantar a sementinha da leitora ou leitor do futuro, o exemplo é tudo.


Quais são os desafios de escrever para um público em fase de desenvolvimento?

R: Realmente é desafiante, porém gratificante, quando amamos o que fazemos e buscamos sempre melhorar nosso trabalho, vamos superando os desafios. Gosto muito de perguntar: O que essa história tem para mim? Após a resposta  percebo se a posso transmitir ou guardá-la para outra ocasião.


Como você lida com a responsabilidade de influenciar a imaginação e a formação das crianças por meio de seus livros?

   R:  Me sinto grata por influenciar de forma positiva a imaginação das crianças através da literatura, de alguma forma participar do desenvolvimento delas, quando uma criança ler meus livros e diz que também quer ser escritora ou escritor, meu coração se alegra.

          

Qual é a importância do humor e da fantasia na literatura infantil?

R:  Muito boa sua pergunta. Esses dois ingredientes não podem faltar na literatura infantil, porque o humor faz parte das histórias infantis assim como a farinha na preparação de bolos, e a fantasia é como se fosse a cereja do bolo de história.


Como você vê o futuro da literatura infantil, considerando o avanço da tecnologia e das telas?

R:  Penso que o futuro sempre depende do presente, cuidar do presente é se preparar para o futuro, algumas coisas sempre farão parte das nossas vidas, por mais avanços que a tecnologia possa ter. Acredito que sempre existirão pessoas  que não dispensarão a maravilhosa sensação de  tocar em um  livro físico.


Quais  conselhos daria para quem deseja escrever para crianças?

R: O conselho é : Para escrever para crianças é necessário se por na altura delas, observar o mundo como se   criança  fosse e a partir dai iniciar sua escrita, com a pratica vais ver que és capaz.

© all rights reserved
made with by templateszoo