A perpetuação de ciclos traumáticos em diferentes gerações de mulheres é tema do livro de estreia da escritora e roteirista paulistana Patricia Tischler

Foto: Divulgação

A morte de uma tia querida é o início de uma jornada de descobertas e compreensão do amor em “Vanessa Halen: tudo o que não quis mas já é”.


A jornalista investigativa Vanessa Halen precisa lidar com o luto pela morte de Leila, tia-avó e única familiar que realmente impactou sua vida. Porém, ao começar a explorar a história da tia, Vanessa será confrontada por segredos e mistérios que nunca poderia imaginar. É assim que a escritora paulistana Patricia Tischler apresenta o seu primeiro romance, “Vanessa Halen: tudo o que não quis mas já é” (135 págs.).


A obra gira em torno de traumas e do reflexo que os “carmas familiares” têm em diferentes gerações, assim como da capacidade de cada um construir o seu próprio caminho a despeito deles, ainda que aos trancos e barrancos. Em contraponto à dor vivenciada pela personagem, um passeio por seus afetos revela mais sobre a personalidade de Vanessa. Seja nas lembranças sobre a tia Leila ou na relação com a amiga Marta.


Com um enredo dinâmico, que se passa tanto em São Paulo, capital, quanto em Florianópolis (SC), e que mescla as investigações sobre a vida pregressa da tia-avó com a descoberta de um novo amor, o livro aborda a história de mulheres que fazem escolhas difíceis e incomuns, na tentativa de serem felizes à sua própria maneira, sem a necessidade de se conformar ao que é esperado delas.


“Neste livro, crio personagens que procuraram não se render à posição de vítima. Que passaram pelos ciclos de traumas, compreenderam serem eles repetições do que viera antes, e fizeram deles o símbolo do que não querem mais perpetuar”, explica a autora, que se descreve como “nômade, ex-yogi, fotógrafa entusiasta, funcionária do Itamaraty e escritora”. Inicialmente, com um blog sobre suas viagens, a autora, que atualmente vive na Dinamarca, começou a buscar sua voz na escrita por vários caminhos até chegar em seu primeiro livro e também na newsletter In-Sight, onde divulga textos diversos.


Em “Vanessa Halen: tudo o que não quis mas já é”, Patricia explora também a realidade de pessoas, como a protagonista, que por causa do  histórico familiar, nunca tiveram um lar e pela primeira vez se vêem diante da necessidade de criar raízes. Para a autora, as relações intergeracionais têm um grande papel nas escolhas das personagens, que não conseguem se permitir relacionamentos saudáveis por medo de reproduzir o que elas mesmas vivenciaram.  “Gosto de explorar a ideia de ciclos, que se reproduzem e perpetuam, mas sempre com algumas diferenças.”


De Van Halen a Eric Clapton: conheça a história do livro



Ao retornar ao Brasil para receber a herança de sua amada tia Leila, Vanessa Halen se depara com os objetos e memórias contidos naquele apartamento que foi como uma segunda casa e que agora é seu. Enquanto organiza os pertences da tia-avó, acumulados ao longo de 86 anos de vida, Vanessa descobre um armário misterioso, cujo conteúdo desencadeia uma investigação sobre a vida daquela que foi a sua parente mais querida e que ela descobre não ter conhecido tão bem quanto pensava.


Vítima de um ciclo de abusos, desde a criação fragmentada por uma mãe ausente que só proporcionou um nome de trocadilho que irrita Vanessa (uma alusão à banda de hard rock norte-americana Van Halen) e um pai abusivo e moralmente questionável, Vanessa encontra em tia Leila a referência familiar que molda sua personalidade.  A amizade com a tia é evocada em diversas passagens do livro, que enfatizam o amor que as duas compartilharam. Com o faro aguçado de jornalista, Vanessa empreende uma jornada para preencher as lacunas que não conhecia sobre Leila, enquanto descobre mais sobre si e seus afetos.


Durante a resolução de burocracias do processo de luto, Vanessa conhece Eric, que trabalha em um Poupatempo e a coincidência do nome “criativo” de ambos gera uma primeira conexão. Assim como a jornalista, Eric carrega o fardo de um nome famoso nos seus documentos: Eric Clapton Guimarães e Souza. De um flerte inicial despretensioso a uma relação que se desenvolve em meio aos traumas e limitações de ambos, Vanessa começa a abrir sua vida complicada para Eric enquanto vai aprendendo com o que se parece o amor.  


Em pouco tempo, pequenos aspectos de uma rotina amorosa se estabelecem. O retorno ao bar do primeiro encontro, os desenhos de Eric durante cada conversa. O relacionamento com Eric avança paralelo ao processo de luto de Vanessa. Um mix de sentimentos que se revela a cada etapa.


Mas dar esse passo não é um processo fácil. Com uma relação anterior originada em violência, Vanessa precisa lidar com outros tipos de luto, além da perda de sua tia querida. Para isso, também conta com a amiga Marta, que a acompanha durante suas investigações sobre o passado da tia. A relação com a amiga de longa data é um suporte durante um momento difícil, mas também ilustra a possibilidades de novos começos quando Marta conta a Vanessa que está grávida.   



O primeiro romance de Patricia Tischler


Nascida e criada em São Paulo, Patricia já morou em Brasília, Florianópolis, Madri, Londres, Tallinn (entre outras) e atualmente vive em Copenhague. Após deixar a carreira na yoga para trás, encontrou na escrita (de roteiros e, agora, literária) uma maneira de canalizar suas áreas de interesse variadas.


Com o histórico na ginástica durante a juventude e posteriormente a yoga, a relação com a escrita foi postergada por muito tempo. Aos 30 anos, já funcionária do Itamaraty, Patricia teve a primeira missão no exterior em Hanoi, Vietnã, e sentiu a necessidade de compartilhar essa experiência com família e amigos. Fotos e relatos por e-mail deram origem ao primeiro blog da autora.


Patricia sempre foi uma leitora ávida de ficção, dos policiais aos romances históricos, e ao longo da vida fez diversas tentativas de começar a escrever, mas terminava explorando essa sua necessidade por “mundos inventados” apenas em suas leituras. 


Após se dedicar ao estudo de roteiro em instituições como o Sesc-SP, New York Film Academy e London Film Academy, Patricia sentiu dificuldade de encontrar parceiros para produzir suas histórias por meio do audiovisual. Foi então que começou a fazer o curso de narrativas da escritora Ana Rüsche, com quem já estuda há dois anos, e se encantou com a liberdade dada pela escrita em prosa. “Descobri na escrita de ficção uma forma de mostrar as minhas investigações, experiências e descobertas.” 


“Vanessa Halen: tudo o que não quis, mas já é” é o primeiro romance de Patricia e levou pouco mais de dois meses para ser concluído. “Impressionada com as possibilidades que se abriam, tanto para contar as histórias que eu queria, como para divulgar meus textos, nem bem terminei um e já comecei a converter alguns projetos de audiovisual para a narrativa”, conta a autora que já está com vários projetos na fila, como o segundo romance, e o livro de contos “Tragédias Paulistanas", que teve um texto publicado na edição de setembro/outubro da revista The Bard.


Confira trechos do livro:


“Acho que o hábito de escrever cartas foi o que me fez desenvolver um estilo de escrita meio

pessoal, quase conversando com o leitor. Tive editores que tentaram me corrigir, fazer do meu

jornalismo algo impessoal e menos tendencioso, como se isso fosse possível. Existem tantas

realidades quantos pares de olhos que a observam.”


“Sempre penso em sexo com um novo parceiro como uma dança com um par com quem

jamais dancei. Os passos, mesmo que ambos os saibamos, normalmente saem meio desconjuntados no início. E é preciso ter um certo senso de humor para persistir naquela coreografia confusa.”



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Sinan Antoon explora conflitos geracionais e minorias religiosas no Iraque contemporâneo

Foto: Divulgação /Ed. Tabla


Ave Maria, do autor iraquiano Sinan Antoon, é um romance que mergulha na vida de uma família cristã caldeia em Bagdá, destacando o impacto das guerras e perseguições contra minorias no Iraque. O livro está em pré-venda no site da editora Tabla, com 30% de desconto, até dia 15/12. 

A história se passa em um único dia e apresenta os pontos de vista contrastantes de Yussef, um idoso que se agarra à nostalgia do passado, e Maha, uma jovem profundamente marcada pela dor e pelo ressentimento. É por meio do confronto de gerações que o autor nos apresenta a história contemporânea do Iraque. Os dois personagens revivem memórias pessoais e coletivas, revelando traumas familiares e a complexidade de suas identidades em meio à violência política e sectária.

No passado vivido por Yussef há um Iraque onde as divergências entre ser católico siríaco ou caldeu, muçulmano sunita ou xiita, judeu, mandeu ou iazidi, árabe, curdo, armênio ou persa não decorrem de ódios religiosos ou étnicos, mas "da política, do poder e dos jogos de interesses". No presente vivido por Maha há um Iraque intolerante e fanático, dominado por “uma religião difundida pelo fio da espada”.

Samira Osman, na orelha de Ave Maria

O autor também se vale da simbologia da tamareira para falar sobre as mudanças pelas quais o Iraque passou ao longo da segunda metade do século XX, desde a queda da Monarquia até a invasão dos Estados Unidos ao país em 2003.

Através de diálogos íntimos, Sinan Antoon explora de maneira sutil temas como fé, identidade e resistência. Ave Maria foi finalista do International Prize for Arabic Fiction em 2013.

 

 

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Leia alguns trechos:

 

“Será que eu estava fugindo do presente e me refugiando no passado, como ela me acusa de fazer? Mesmo que ela tenha razão, que vergonha há nisso, se o presente é um campo minado, cheio de explosões, morte e horror? Talvez o passado seja como o jardim de nossa casa, que tanto amo e que adotei como se fosse um filho. Me abriguei nele, lá me refugio do ruído do mundo e de seu horror. É meu Éden no centro do inferno, ou minha ‘região autônoma’, como o chamo de vez em quando. Vou defendê-los, o jardim e a casa, pois são tudo que me resta.”

 ...

“Quem são eles? Este país é de todo mundo. É nosso e de nossos antepassados. A história está aí pra provar. Desde os caldeus, os abássidas e os otomanos, até a fundação do Estado do Iraque. Os museus são testemunhas. Sempre estivemos aqui. Se este país não é nosso, de quem é então? O que me diz?”

 ...

“Não sei se acredito na ressurreição do corpo. Nunca consegui imaginar como os ossos serão refeitos e voltarão para debaixo da carne e da pele. O mundo, nesse dia, será igual a um filme de terror. Creio, no entanto, que a alma não morre. E quem sabe para onde vão as almas? Talvez se transformem em pássaros, que voam de árvore em árvore para se fartar da doçura das tâmaras. Quem sabe minha alma retorne para esta casa e permaneça entre as duas tamareiras. Ao pensar nisso, meu coração sorriu e me deleitei diante da ideia de que a morte é um descanso eterno para o corpo e um novo nascimento para a alma.”

 ...

“Cada um chora pelo Iraque de suas memórias, mas, ao ver as fotos e os comentários, percebi que nunca vivi uma época feliz. Talvez isso aconteça quando eu estiver longe do Iraque, da morte, dos carros-bomba e de todo esse ódio. Deixaremos o país para eles, para que o queimem, como se fosse um cadáver, e para que possam chorá-lo depois de ver o último suspiro do tempo que passou.’’

 

Sobre o autor:

Sinan Antoon é poeta, romancista, tradutor e professor na New York University. Nascido e criado em Bagdá, vive hoje na cidade de Nova York e é considerado um dos mais aclamados escritores e intelectuais árabes de sua geração.

Sobre a tradutora:

Jemima Alves é doutora em Letras (CNPq/USP), pós-doutoranda no Departamento de Letras Orientais da FFLCH-USP e atua como tradutora literária árabe-português. Realizou doutorado sanduíche na Universidade de Nova York sob supervisão do professor e escritor iraquiano Sinan Antoon.

Dados do livro:

Título: Ave Maria

Editora: Tabla

Autor: Sinan Antoon

Tradução: Jemima Alves

Projeto Gráfico: Cristina Gu

Número de páginas: 160

Assunto: Literatura árabe

 

Sobre a editora Tabla:

A editora Tabla tem como foco a publicação de autores do Oriente Médio e do Norte da África, estejam eles em sua terra ou na diáspora. O objetivo é dar voz a literaturas sub representadas no Brasil, estabelecendo pontes diretas num eixo sul-sul. O catálogo busca, portanto, representar a diversidade cultural, étnica, linguística e religiosa dessa parte do globo, a fim de combater preconceitos e estereótipos tão difundidos por aqui.

www.editoratabla.com.br 

Alberto Lung estreia na literatura com romance sobre desigualdades, memórias familiares e resiliência

Foto: Divulgação

Publicado pela Editora Labrador, romance autoetnográfico é inspirado na mãe do autor e conta com uma narrativa bilíngue e sensível; lançamento está agendado para dia 15, na Livraria Drummond, em São Paulo

O escritor, antropólogo e criador de conteúdo Alberto Lung lança seu romance de estreia, "la Margarita" (Labrador, 352 páginas), uma narrativa profundamente pessoal que combina elementos de autoetnografia e autoficção. Inspirado pela trajetória de sua mãe, Margarita, o livro explora com sensibilidade temas como desigualdade social, resiliência e pertencimento, estabelecendo uma conexão única entre o íntimo e o universal.

"A obra é mais que uma homenagem à história da minha mãe. É um resgate emocional e cultural que reflete os desafios de uma infância marcada pela pobreza, pelo trabalho forçado e pela violência", conta o autor. "la Margarita" mergulha na força emocional da protagonista, revelando como o espírito humano resiste até mesmo nas circunstâncias mais extremas. Ao iluminar as barreiras de classe que moldam oportunidades e condições de vida, Alberto convida o leitor a refletir sobre as estruturas que perpetuam essas desigualdades.

O autor estará na Livraria Drummond (Av. Paulista, 2073 - Conjunto Nacional, Consolação), em São Paulo, capital, para o lançamento da obra no dia 15 de dezembro, às 15h, com uma sessão de autógrafos aberta ao público.

Além disso, o livro tece de forma crua e honesta os laços familiares, que se mostram ao mesmo tempo cheios de amor, sacrifício e tensões herdadas. A questão da migração — física e emocional — perpassa a narrativa, revelando a busca universal por segurança e identidade em meio à perda de raízes. Memórias familiares e individuais são investigadas, explorando como elas moldam narrativas e significados que atravessam gerações.

O condicionamento cultural e religioso também é abordado, questionando normas sociais e institucionais que impactam as escolhas e os destinos dos personagens. No entanto, mesmo em meio à dureza do cenário, surgem momentos de empatia e solidariedade, reafirmando a importância de pequenos gestos de conexão humana e apoio mútuo.

"Escrever 'la Margarita' foi um ato de reconciliação com minha mãe e comigo mesmo. Durante três anos, me dediquei à coleta de histórias, entrevistas e reflexões, intercalando períodos intensos de escrita com momentos de distanciamento crítico", revela. O resultado é um livro que une memória e imaginação em uma narrativa rica em nuances, capturando a essência da protagonista e das experiências que moldaram sua vida.

O autor e suas influências

Reconhecido como um dos pioneiros do vlogging no Brasil com seu canal Dayloggers, onde discute filosofia e cotidiano, Alberto Lung traz para sua literatura a mesma profundidade e olhar crítico. Suas principais influências literárias incluem David Foster Wallace, Sylvia Plath, Allen Ginsberg e Walt Whitman, além de autores contemporâneos como Annie Ernaux, Édouard Louis e Tatiana Salem Levy.

Natural de Florianópolis, Alberto passou a infância na Argentina, onde começou a vender suas primeiras histórias encapadas por três pesos. Hoje, dedica suas manhãs à escrita e suas tardes à leitura, mantendo uma rotina disciplinada que reflete sua paixão pela literatura. Atualmente, está trabalhando na continuação de “la Margarita”, que será parte de uma trilogia, além de desenvolver um novo projeto literário que explora as complexidades do comportamento humano em situações de caos social.


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Inscrições abertas para a 2ª edição do Tato Literário - Prêmio com.tato de Literatura Independente


Premiação publicará obras inéditas de autores independentes e distribuirá cerca de R$30 mil em prêmios; júri é formado por Dia Nobre, Bruno Inácio, Márcia Silveira, Mar Becker, Yara Fers e Myriam Scotti


Com o objetivo de viabilizar a publicação e distribuição de obras inéditas de autores e autoras independentes, a com.tato lança a 2ª edição do Tato Literário - Prêmio com.tato de Literatura Independente. A premiação é dividida em duas categorias: Conto e Poesia. Para participar, basta fazer a inscrição até o dia 9 de fevereiro de 2025 através deste link. O edital completo da premiação está disponível aqui. A taxa de inscrição é de R$ 100. O resultado será divulgado em abril de 2025. 


"Queremos proporcionar uma experiência positiva para os autores e autoras dentro do mercado literário. Para que eles vejam que é possível trabalhar com literatura no Brasil. E para que vivenciem o lançamento de um livro de forma completa, assim como os autores que estão nas grandes editoras", conta Karoline Lopes, jornalista e fundadora da com.tato.


Na primeira edição do Tato Literário, “a duração entre um fósforo e outro”, da escritora cearense Zulmira Correia  e Beija-Flor de Concreto”, do  escritor piauiense Andrey Jandson, foram as obras premiadas.


Bolsas de estudo e participação em eventos nacionais entre os prêmios


A obra vencedora de cada categoria será contemplada com cerca de R$30 mil em prêmios, com a edição e publicação do livro pelo selo Tato Literário. Cada pessoa receberá 15 exemplares dos livros para venda ou distribuição própria. E a com.tato fará toda a estratégia de comunicação das obras, por um período de três meses.


Na 2ª edição, o Tato Literário conta com duas parcerias na área da educação: os vencedores ganharão uma bolsa de 100% para o curso Escrita Criativa: Desenvolvimento e Prática - Aldeia Literária. Cada pessoa terá acesso à Aldeia entre agosto de 2025 e junho de 2026. A Casa Inventada também vai oferecer duas bolsas integrais, uma para cada categoria, para qualquer curso (aulão ou laboratório), a serem escolhidos pelas pessoas ganhadoras, no primeiro semestre de 2025 (janeiro a julho). 


A leitura crítica do livro vencedor da categoria Conto será realizada pela escritora Carla Guerson, autora dos livros "O som do tapa" (contos, editora Patuá), "Fogo de Palha" (poesia, editora Pedregulho) e  "Todo mundo tem mãe, Catarina" (romance, ed. Reformatório). Na categoria Poesia, a leitura crítica será feita pela escritora Laura Redfern Navarro, que é poeta, jornalista, fotógrafa experimental e crítica literária. Foi vencedora do ProAC em 2022 com o projeto "O Corpo de Laura", que consiste em um livro e uma plaquete.


"Além de tudo isso, para aumentar a circulação das obras, os títulos terão lançamentos garantidos nos principais eventos literários do país: Feira do Livro de São Paulo, Bienal do Rio de Janeiro, Bienal do Paraná e Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2025”, revela Marcela Güther, sócia da com.tato e coordenadora da assessoria de imprensa.


Jurados de diferentes regiões do país


Para avaliar as obras, o Tato Literário contará com subcomissões julgadoras compostas por profissionais da literatura definidos pela com.tato. As obras finalistas serão analisadas por um júri formado por autores e autoras que são referência no cenário literário nacional.


Os livros de contos serão avaliados por Dia Nobre, de Juazeiro do Norte, no Ceará. Doutora em História e escritora, em 2021 lançou pela Editora Penalux o livro de contos “No útero não existe gravidade”, finalista do 3° Prêmio Mix Literário 2021. Em 2024 lançou o livro de não ficção “Incêndios da Alma” pela Editora Planeta e participou da coletânea de contos “O dia escuro”, publicada pela Companhia das Letras. Seu primeiro romance será publicado pela Companhia das Letras em 2025.


O segundo jurado da categoria Conto é Bruno Inácio. Nascido em Ituverava, interior de São Paulo, mas radicado em Uberlândia, Minas Gerais, Bruno é jornalista, mestre em comunicação e autor de “Desprazeres existenciais em colapso” (Patuá), “Desemprego e outras heresias” (Sabiá Livros) e “De repente nenhum som” (Sabiá Livros). É colaborador do Jornal Rascunho e da São Paulo Review e tem textos publicados em veículos como Le Monde Diplomatique, Rolling Stone Brasil e Estado de Minas. Seus livros foram elogiados por grandes nomes da literatura brasileira contemporânea, inclusive Monique Malcher, Xico Sá, Marcela Dantés, Jacques Fux, Lilia Guerra e Carlos Eduardo Pereira.


A carioca Márcia Silveira, é a terceira jurada na categoria Conto. Márcia é graduada em Filosofia e pós-graduada em História da Arte. Escritora e crítica literária, é colaboradora do Jornal Diário do Rio e escreve crônicas e ensaios sobre Literatura, Filosofia e Arte na newsletter "Página 23". Em 2023 publicou o livro de crônicas "Inventário de vagas lembranças" (Litteralux). Seu primeiro romance, "Dona das Dores" (Urutau, 2024), foi contemplado pelo MinC com o Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres 2023. 


Na categoria Poesia, os finalistas serão analisados pela escritora Mar Becker. Natural de Passo Fundo (RS), mora em São Paulo (SP). Vencedora dos prêmios Minuano e Ages, ambos do Estado do RS, e finalista do Jabuti, publicou mais recentemente “Canção derruída”, pela Assírio & Alvim (Portugal), e “Cova profunda é a boca das mulheres estranhas” (plaquete), pela Círculo de Poemas/Editora Fósforo. Assinou ensaios poéticos para mostras no Museu Nacional da República, e é uma das seis poetas convidadas para a série-documentário “Poesia e Música”, curadoria de Heloísa Buarque de Hollanda e produção musical de Lan Lahn.


Yara Fers também faz parte do júri de Poesia. Ela é mentora e professora de escrita, fundadora da Editora Arpillera, editora do portal Fazia Poesia e da Revista Aorta. Natural de Ribeirão Preto (SP), Yara mora na Bahia e publicou os livros “Sádica sílaba”, “Desmecanismos”, “Haicactos e mandacarus”, “Meio magma, meio magnólia”, “Anatomia de um quase corpo”, “O som do pólen derramado” e “O peito perfurado da terra”. Foi reconhecida em concursos como o 1º Lugar Concurso Tâmaras 2023; 1° Lugar Prêmio Book Brasil 2022 (2 categorias, prosa e poesia), 3° Lugar Poesia Prêmio Off Flip 2022, 5° lugar Poesia Prêmio Barueri de Literatura 2021, 2° Lugar Slam Momento Lírico Educa Rap UFRB 2022, entre outros. Participa dos coletivos Escreviventes, Poexistência e Papel Mulher.


Completa o trio de juradas Myriam Scotti. Nasceu em 1981, em Manaus (AM). É escritora, crítica literária e mestre em Literatura pela PUC-SP. Seu romance "Terra Úmida" foi vencedor do Prêmio Literário de Manaus 2020. Em 2021, seu romance juvenil “Quem chamarei de lar?” (editora Pantograf) foi aprovado no PNLD literário e escolhido pelo edital Biblioteca de São Paulo. Em 2023, lançou o livro de poemas “Receita para explodir bolos” (editora Patuá). Foi finalista do prêmio Pena de Ouro 2021 na categoria Conto. Sua escrita percorre diversos gêneros literários, entre eles, romance, contos, crônicas, poesia e ensaios. Seu último título, "Tudo um pouco mal", de crônicas, foi publicado pela editora Patuá, durante a Flip 2024.


Critérios para inscrição


Cada pessoa poderá inscrever quantas obras desejar, desde que sigam os critérios descritos no edital: os livros precisam ser inéditos (apenas 10% do conteúdo pode ter sido publicado em redes sociais, revistas e antologias) e não podem estar disponíveis em plataformas digitais. As obras de poesia devem ter, no mínimo, 40 laudas. Já na categoria conto, o mínimo de laudas solicitado é 50.


"Os textos precisam estar em português do Brasil e não será necessário o envio de paratextos como orelha, prefácio etc. Nossa equipe ficará responsável pela edição desses materiais. É importante que os candidatos fiquem atentos também à seguinte regra: os arquivos deverão ser enviados apenas com o título da obra inscrita, sem mencionar o nome do autor ou pseudônimo", diz Karoline. Dúvidas sobre o processo de inscrição podem ser enviadas para karol@comtato.co.


Sobre a com.tato


A com.tato é uma agência que tem como objetivo fortalecer a imagem de autores, autoras e editoras independentes. Formada por profissionais distribuídos em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Acre, a com.tato oferece serviços de divulgação como assessoria de imprensa, consultoria para redes sociais, aproximação de influenciadores digitais, participação em eventos literários e produção de eventos. E serviços editoriais, entre eles, os de revisão, preparação de texto e leitura crítica. Acesse: www.comtato.co ou siga no Instagram (@comtatocomunicacao).

Entre a brutalidade e a doçura: escritora e roteirista carioca Luiza Conde explora o tempo e a morte por meio do fantástico e do terror em “Relógios partidos”

Acervo pessoal / Divulgação 

Roteirista carioca se inspira na literatura fantástica para tecer histórias sobre os temas que fascinam a condição humana em livro de estreia publicado pela Litteralux


“Um delicioso humor sombrio é marca da autora, enquanto o duplo e o outro talvez sejam os grandes temas vibrando nesta estreia muito bem-vinda que é Relógios partidos.”

Leonardo Villa-Forte, escritor e pesquisador, no texto de orelha de “Relógios partidos”


Rituais longínquos, maldições pregadas na parede e amigos monstruosos. Um ônibus para lugar nenhum, um metrô infinito e uma coleção sanguínea. Esses são cenários que atravessam “Relógios partidos” (Editora Litteralux, 114 páginas), o primeiro livro da roteirista carioca Luiza Conde (@luizacma). Com uma carreira profícua no roteiro, Luiza agora se lança na literatura fantástica com 12 contos sobre o tempo e os principais medos que acometem a humanidade: envelhecer, ficar só, errar, escolher, morrer, viver.  A autora fará uma sessão de autógrafos no dia 10 de outubro, na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2024, no espaço para autores independentes promovido pela feira, às 14h.


A obra tem texto de orelha assinado pelo escritor e pesquisador Leonardo Villa-Forte. Dividido em três partes que remetem ao passado (“Tempos que foram”), presente (“Tempos que são”) e futuro (“Tempos que podem ser”), “Relógios partidos” é influenciado pelas obras de autoras que conversam com o insólito e o terror, como Mariana Enriquez, Lygia Fagundes Telles, Silvina Ocampo e Socorro Acioli. 


“O tempo sempre foi uma ideia fascinante para mim, desde pequena. Sempre amei histórias de viagem no tempo, com as suas intrincadas regras de funcionamento e os seus paradoxos”, conta Luiza. Em “Relógios partidos”, o tempo pode ser medido pelas noites passadas em claro desejando um bibelô, os anos lamentando escolhas não feitas, as badaladas defeituosas de um sino, os vagões de um trem, as horas dedicadas a construir uma máquina do tempo ou a duração de uma jornada para um destino desconhecido. “Acho incrível que consigamos dar formas ao futuro, algo que ainda não existe”, explica, justificando a temática escolhida. “E que tenhamos um passado coletivo compartilhado que nos impacta mesmo que não o tenhamos vivido.” 


“Relógios partidos” nasceu de uma oficina de escrita de contos ministrada por Leonardo Villa-Forte. O processo de escrita e reescrita foi atravessado por duras perdas na vida da autora: primeiro o pai, depois a mãe. No livro, a morte aparece como um catalisador de transformações internas e externas nas personagens. “O livro traz uma mensagem de não conformismo, tanto de um ponto de vista individual, de romper com os papéis que somos obrigados a performar socialmente, com o que é esperado de nós; quanto coletivamente de ruptura com o status quo”, define a escritora, frisando que a obra sustenta algo que lhe é muito caro artisticamente. “A ideia de que a arte deve causar algum tipo de incômodo, de desconforto, de deslocamento, porque isso gera reflexão e investigação”, aponta.


Processos de escrita e projetos futuros



Nascida no Rio de Janeiro em 1989, Luiza é formada em Letras — Português e Russo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e trabalhou no mercado editorial por dez anos. Mas desde cedo soube que queria escrever: “Sempre adorei ler, e já pequena veio essa vontade de contar as histórias que surgiam na minha cabeça. Escrevi meu primeiro livrinho aos 9 anos. Mas foi com 13, depois de ler ‘Crime e Castigo’ [de Fiódor Dostoiévski], que a ideia de ser escritora de fato surgiu”, recorda. Entre os autores que inspiram sua escrita, a autora vai de clássicos, passando pela ficção científica e o realismo mágico latino-americano, citando Machado de Assis, Jorge Luis Borges, William Faulkner, Sylvia Plath, Clarice Lispector, Adolfo Bioy Casares, Ursula K. Le Guin e Isaac Asimov. 


Luiza trocou o mercado editorial pelo audiovisual aos 27 anos, área em que atua até hoje. Como roteirista, trabalhou nas séries “Sem filtro” (Netflix), “Vai que cola” (Multishow) e “Detetives do prédio azul” (Gloob), e é coautora do longa “Jogada ensaiada” (Vitrine Filmes), vencedor do Prêmio Cabíria na categoria Argumento de longa infantojuvenil em 2021. 


O futuro de Luiza Conde está cheio de estreias. Ela também pretende começar a escrever seu primeiro romance, “A Hóspede”, em breve, além de lançar uma nova coletânea de contos fantásticos, dessa vez com a temática dos labirintos. Em 2025, estreia a primeira peça que assina como dramaturga, “Memórias da superfície”, uma sátira sobre influenciadores e a nossa relação com redes sociais.


Confira um trecho do livro (pág. 69):


“Sou capaz de jurar de pés juntos que o monstro que vivia debaixo da minha cama era bastante amigável. Mas na primeira noite em que eu dormi sozinha na casa, sua aparição provocou em mim uma reação bastante insensata, e até (tenho vergonha de admitir agora depois de tantos anos) um pouco ridícula.”


Adquira “Relógios partidos”, de Luiza Conde, no site da Editora Litteralux: https://www.editoralitteralux.com.br/loja/relogios-partidos?utm_source=IGShopping&utm_medium=Social 

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