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Entrevista: Vinicius Ariola, autor de ❝Cuatro Vientos❞



Cuatro Vientos fala de como um jovem pobre de uma cidade do Sul do Brasil fez para conhecer 14 países de diferentes culturas e ter uma maravilhosa experiência direta com Energia Eólica e as dificuldades enfrentadas nessa profissão dia a dia.

Cuatro Vientos é um livro biográfico escrito pelo autor Vinicius Ariola. A obra é uma musicalidade poética presente na história do autor em relação ao seu trabalho com energia eólica. Prolífico na arte da escrita o autor nos brinda com sua sensibilidade e genialidade expondo todo processo criativo de sua obra nesta entrevista.

Cuantro Vientos / colagem digital

Como foi a sua transformação de um jovem pobre do sul do Brasil para um viajante internacional? 

Tudo começou quando minha mãe recebeu um convite para morar na Argentina. Isso aconteceu muito rapidamente.

Quais foram os 14 países que você visitou e como essas culturas diferem da brasileira? 

Visitei França, Alemanha, Egito, África do Sul, Porto Rico, Chile, Uruguai, Argentina, Noruega, Espanha, Itália, Brasil, Reino Unido e Peru.

Você poderia compartilhar uma experiência marcante que teve em um desses países? 

Antes de começar a trabalhar com energia eólica, eu estava passando por um momento difícil. Cheguei a comer comida do lixo em Paris, pois não tinha dinheiro. Estava em um momento tão difícil que não quis pedir ajuda à minha mãe, que naquele momento estava vivendo na Argentina.

Como você se envolveu com a energia eólica? 

Conheci uma moça chamada Isabel, que me apresentou ao seu namorado. Foi assim que soube onde entregar meu currículo e tudo começou.

Quais foram algumas das dificuldades que você enfrentou na profissão de energia eólica? 

A falta de companheirismo em alguns momentos foi um desafio, porque muitas pessoas que sabiam como realizar certos tipos de trabalho não te ensinavam.

Como é um dia típico de trabalho para você? 

Nosso dia sempre começa com o DDS - Diálogo Diário de Segurança. Após isso, verificamos nossa programação de atividades.

Cuantro Vientos / Colagem Digital

Você mencionou que “viver no trecho” no Brasil é difícil. Você poderia expandir sobre isso? 

Sim, viver no trecho não é nada fácil. Existem muitas pessoas que não conseguem concluir um projeto. Isso implica, muitas vezes, ter o apoio da família. Por exemplo, se o profissional não tiver sua vida familiar bem resolvida, isso acaba acarretando vários fatores, como discussões com sua esposa, filhos, pais, etc. Estar no trecho é saber o verdadeiro motivo pelo qual estou abrindo mão de muitas coisas importantes.

Quais são algumas das coisas que você teve que renunciar para seguir essa carreira? I

inconscientemente, posso dizer que foi a família, de certa forma, mas meu foco sempre foram eles.

Como você lida com a falta de tempo com a família devido ao seu trabalho? 

Hoje em dia é um pouco mais fácil devido à tecnologia. Obviamente, estar sem a presença física, sem o calor do abraço de minha esposa e filhos é muito difícil. Mencionei a tecnologia porque antigamente só tínhamos os famosos orelhões e era com fichas. Hoje temos celulares com câmeras, isso minimiza a saudade de alguma maneira.

Como você lida com trabalhar em condições climáticas extremas? 

Conseguimos, de certa maneira, nos adaptar ao clima.

Você perdeu algum evento significativo, como o nascimento de um filho ou um aniversário, devido ao seu trabalho? 

Sim, perdi o nascimento da minha filha mais nova, pois não consegui estar no Brasil. Também não pude estar presente quando meu padrasto faleceu.

Como você equilibra a vida profissional e pessoal enquanto trabalha longe de casa? 

Graças a Deus, minha esposa é minha grande amiga e temos um ótimo diálogo. Isso facilita muito. Conversamos sobre tudo o que vamos fazer, tanto na parte familiar quanto na nossa empresa.

Como o seu trabalho impacta o sustento da sua família? 

Tudo o que tenho, primeiramente, agradeço a Deus e à energia eólica. Graças ao meu trabalho, ajudo não só a minha família, mas também outras pessoas que precisam. O meu livro “Cuatro Vientos”, na época da pandemia, quando cheguei ao Brasil, já tinha relançado o livro no Brasil. Ao me deparar com a situação de muitas pessoas na minha cidade, me deparei com uma situação muito difícil. Foi então que tivemos a ideia, junto à minha esposa Nacaiame, de comprar livros a preço de custo e vender para comprar cestas básicas para fazer doações.

O que você gostaria que as pessoas soubessem sobre a vida e o trabalho no setor de energia eólica? 

É um trabalho maravilhoso, com grande desenvolvimento diário em escala mundial. O profissional, se desejar, pode construir uma carreira na área em qualquer empresa.

Se você pudesse dar um conselho para alguém que está considerando uma carreira em energia eólica, qual seria? 

O melhor conselho é não se limitar a aprender, pois dentro dessa área o profissional pode aprender desde a parte elétrica até a mecânica, e como se tornar um líder. O limite que se coloca é, algumas vezes, o próprio profissional por estar em um setor, então ele se acomoda e fica com medo de novos desafios.

Como foi o processo de escrever este livro? Houve algum desafio específico? 

Escrever “Cuatro Vientos”, desde o início, foi um desafio, pois ele fala de mim em primeira pessoa. Começar a escrever foram dias de muito choro, onde a emoção da lembrança tomava conta em alguns momentos. Outros dias foram de êxtase, felicidade, amor e sentimento de conquista.

O que inspirou você a compartilhar sua história em forma de livro? 

Saber que muitas pessoas que vivem neste mundo, não só referente à energia eólica, mas todas as pessoas que querem vencer, são capazes de realizar seus sonhos.

Como você decidiu quais experiências incluir e quais deixar de fora do livro? 

Na verdade, foi fácil, pois tudo que naquele momento eu quis escrever, fiz com todo o coração. Não deixei muitas coisas de lado.

Houve alguma parte do livro que foi particularmente difícil de escrever? 

Sim, falar sobre a morte de Carol e o nascimento do meu filho foram difíceis. Outro momento difícil foi falar que quase morri por estar em depressão e usar drogas, e até mesmo o momento em que pensei em me suicidar.

Como você espera que os leitores se sintam depois de ler o seu livro? 

Espero que se sintam motivados em saber que uma pessoa cheia de sonhos conseguiu o que queria. Não deixei que a solidão e o desespero me vencessem, mas sabia que todos que realmente estiverem dispostos a pagar o preço conseguirão vencer. Hoje, eu me sinto um vitorioso. Vivi tudo que vivi e hoje posso dizer que Deus esteve sempre comigo e está sempre comigo. Hoje tenho passos mais firmes que antes, minha base é minha família e, graças a eles, consigo me manter firme e com foco em tudo que quero realizar.

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