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Romance de estreia de Daniel Longhi, A violência gentil navega por memórias familiares e traumas geracionais em um Brasil de constantes transformações

 

Divulgação

Publicado pela editora Cachalote, o livro será lançado no dia 7 de dezembro na bibla, livraria de rua em São Paulo

Mosaico complexo, impermanente e incessante, a memória é crucial. Explorando o vínculo essencial entre as memórias subjetiva e coletiva, A violência gentil, romance de estreia de Daniel Longhi, navega por uma história familiar em um Brasil de constantes transformações. E questiona: se um gesto de violência pode ecoar por gerações, que mudança é necessária para interromper o ciclo? O livro, recém-publicado pela editora Cachalote, selo de literatura brasileira do grupo editorial Aboio, tem lançamento marcado para o dia 7 de dezembro (sábado), a partir das 14h, na bibla, livraria de rua em São Paulo. 

No romance, a narrativa acompanha Augusto Baldemar, um advogado trabalhista cujo cotidiano é preenchido pelos dramas de seus clientes — suas lutas, injustiças e anseios por reparação. O tédio com que percebe a vida é refletido no barulho mecânico e constante de um ar-condicionado velho, imagem que inspirou a ilustração da capa, assinada pela artista Heloisa Akiyama. A monotonia do cotidiano, porém, é quebrada quando surge um caso envolvendo a mãe falecida do protagonista, obrigando-o a confrontar aquilo que sempre evitou: o seu próprio passado. 

Como afirma Thaís Campolina, que assina a orelha do livro, trata-se de “uma escavação arqueológica subjetiva [...] em busca da verdadeira história de sua família, e, especialmente, de sua mãe”, mas não somente, pois, ao percorrer décadas da história brasileira, com seus conflitos históricos e violências estruturais, apresentando personagens migrantes que carregam o peso de suas origens e a força da sua memória, Longhi “reinventa com originalidade dramas envolvendo segredos familiares, identidade, masculinidade e transformação.”



Confira um trecho de A violência gentil, de Daniel Longhi


Aquela casa estava igual ao que sempre foi. Ou: aquela casa nunca existira. Ou: aquela casa devolvia para ele a careta que ele fazia para ela. Devolvia seu olhar. Ele olhava. Olhava a parede gasta, a telha escurecida pelo tempo. O prego solto na calha, como pode ninguém ter arrumado? Defeitos ignorados são uma herança passada entre gerações. Aquele prego um dia furou uma bola. Aquele prego foi testemunha de um garoto que cuspia no rosto do seu irmão mais novo, que chorava. Como pode ninguém ter arrumado.


FICHA TÉCNICA

Título A violência gentil

Autor Daniel Longhi

Gênero Romance

Dimensões 14x21cm

Nº de Páginas 352

Preço R$ 69,90


Sobre Daniel Longhi

Daniel Longhi foi criado em Recife e é hoje radicado em São Paulo. É servidor público federal e mestre em Políticas Públicas pela Universidade de Chicago, tendo textos publicados pela Chicago Policy Review.  A violência gentil (Cachalote, 2024) é seu primeiro romance.

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