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A evolução da moeda no Brasil: da colonização à atualidade


Durante toda sua história, o Brasil utilizou as seguintes moedas: real (português), real (brasileiro), cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo e cruzeiro real. A moeda atual em circulação é o Real. O Banco Central produz cédulas de 2, 5 ,10 ,20 ,50 ,100 e 200 reais juntamente com uma variedade de moedas incluindo aquelas com valores entre cinco centavos até um real.

Durante as transações comerciais, ao longo do tempo essas moedas eram usadas como meio de entrega para produtos. Quando os povos indígenas realizaram trocas através do escambo no período colonial aqui no Brasil, a utilização das primeiras moedas cunhadas foi introduzida.

História da moeda no Brasil

Real Português [Período colonial até 7 de outubro de 1833 (303 anos)]

A história da evolução da moeda no Brasil teve início no período colonial, quando a economia brasileira ainda estava em formação. Naquela época, a moeda utilizada era o real de oito, uma moeda de prata cunhada com o valor de oito reales, que era a moeda corrente em toda a América Espanhola.

Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, foi criado o Banco do Brasil e passou-se a utilizar o real português como moeda oficial no país. Em 1834, foi criado o cruzeiro, que se tornou a moeda oficial do país até 1942.

Durante a primeira metade do século XX, o Brasil passou por diversas reformas monetárias, resultando na criação de diversas moedas, como o mil réis, o cruzeiro novo, o cruzeiro, o cruzeiro real e o cruzado. Essas mudanças refletiam a instabilidade econômica do país e a necessidade de controlar a inflação.


Real brasileiro [8 de outubro de 1833 a 31 de outubro de 1942 (109 anos)

A moeda utilizada no Brasil desde a sua colonização até 5 de outubro de 1942 foi o Real (plural réis), que foi então substituído pelo Cruzeiro na proporção de um Cruzeiro para cada mil reais.

Por não poder ser dividido (ao contrário do Real, que foi adotado em 1994 e pode ser dividido em centavos), predominou o uso de "réis" no plural. Na verdade, um real equivale a um centavo, enquanto 100 réis equivalem a um real (moeda atual). Esta comparação não pretende ser uma taxa de conversão, mas sim um exemplo. Semelhante ao iene moderno, que não pode ser dividido, os réis funcionavam de forma semelhante. Além disso, uma vez que esta unidade circulou por um longo período em múltiplas notas no valor de 1000 de uma só vez, tornou-se prática comum naquela época referir-se coletivamente como “mil-ré ;is”(pronuncia-se "mir-rees") como se tivessem acabado de se juntar juntos ou representavam outra unidade monetária distinta. Mil reais hoje teriam, portanto, equivalência genérica com unidades de dez reais, como 'dez reais'.


Cruzeiro [1 de novembro de 1942 a 30 de novembro de 1964 (22 anos)]

A moeda brasileira conhecida como Cruzeiro (Cr$ ou ₢$) foi usada de 1942 a 1967, novamente de 1970 a 1986 e mais uma vez em 1990-93. Foi introduzido pela primeira vez durante o período do Estado Novo na história brasileira para padronizar o dinheiro circulante. O valor de um Cruzeiro equivalia a mil réis. Mais tarde, na administração do Presidente Castelo Branco, ocorreram alterações que a substituíram temporariamente por outra moeda denominada "Cruzeiro novo". Porém, mais tarde, sob o comando da equipe liderada pelo presidente José Sarney, surgiu algo novo chamado Plano Cruzado, que trouxe de volta não apenas a estabilidade, mas também reviveu o uso desta unidade baseada em valor econômico mais antigo, ou seja, os cruzeiros originais foram restaurados. Collor finalmente decidiu que seria melhor substituí-lo completamente e introduziu o que conhecemos hoje - a forma ligeiramente alterada: talvez apelidada na época igualmente tão real em boxe!


Cruzeiro: retirada dos centavos [1 de dezembro de 1964 a 12 de fevereiro de 1967 (2 anos)]

De 1942 a 1967, de 1970 a 1986 e novamente de 1990 a 1993, O Cruzeiro (Cr$ ou ₢$) foi a moeda oficial do Brasil. Foi adoptado pela primeira vez durante a reestruturação dos padrões financeiros do governo do Estado Novo com o objectivo de unificar o dinheiro em circulação. Um cruzeiro equivale a mil réis. Durante a administração Castelo Branco, O Cruzeiro passou por uma reforma monetária que o substituiu temporariamente pelo "cruzeiro novo". O Plano Cruzado trouxe de volta esta forma de moeda sob a liderança do presidente José Sarney, antes de ser eliminado mais uma vez pela decisão de Collor de introduzir o “Cruzeiro Real” em seu lugar em 1993.


Cruzeiro novo [13 de fevereiro de 1967 a 14 de maio de 1970 (3 anos)]

O "Cruzeiro Novo" (NCr$) foi uma moeda brasileira que circulou brevemente no Brasil de 13 de fevereiro de 1967 a 14 de maio de 1970. Sua implantação ocorreu durante a ditadura militar sob a liderança do marechal Artur da Costa e Silva, que governou de 1967 a 1969.

Refere-se a um padrão que foi criado devido à desvalorização do Cruzeiro, moeda em vigor desde 1942. A enorme desvalorização ocorreu por causa da instabilidade política e do descontrole das contas públicas, que estão entre alguns supostos motivos para o golpe de estado em 1964 que levou à ditadura militar do Brasil até 1985.

Cruzeiro (CR$) [15 de maio de 1970 a 14 de agosto de 1984 (14 anos)]

A moeda brasileira, conhecida como Cruzeiro (Cr$ ou ₢$), foi usada de 1942 a 1967, novamente de 1970 a 1986 e mais uma vez entre os anos de 1990 e 1993.  Sua introdução ocorreu pela primeira vez durante o Estado Novo em um esforço para padronizar a circulação de dinheiro em todo o Brasil. Um cruzeiro tem valor equivalente a mil réis. O governo de Castelo Branco introduziu uma reforma monetária que substituiu temporariamente o Cruzeiro pelo seu sucessor - o "cruzeironovo". Mais tarde, uma iniciativa de recuperação do presidente José Sarney restabeleceu o uso juntamente com a implementação do Plano Cruzado; após esse programa de sucesso, o mandato de Collor voltou a usá-lo, mas com uma conversão de dinheiro agora melhorada com base no Cruzeiro Real, que o substituiu antes do final do ano de 1993.


Cruzeiro (retirada dos centavos) [15 de agosto de 1984 a 27 de fevereiro de 1986 (1 ano)]

De 1942 a 1967, de 1970 a 1986, e novamente no período entre 1990-1993, a moeda do Brasil era conhecida como O Cruzeiro (Cr$ ou ₢$). A sua introdução ocorreu durante o regime do Estado Novo com o objectivo de uniformizar o dinheiro em circulação. Um cruzeiro equivale a mil réis. Durante o mandato do Presidente Castelo Branco, este sistema monetário sofreu uma reforma que envolveu a substituição temporária pelo 'cruzeiro novo'. Mais tarde, foi revivido no governo do presidente José Sarney por meio de suas iniciativas do Plano Cruzado, antes de ser colocado novamente em circulação pelo então governo Collor, embora finalmente substituído mais uma vez; desta vez, a substituição permanente ocorreu quando o 'Cruzeiro Real' passou a fazer parte da política oficial no lugar de sua versão provisória antecessora - com efeito a partir do ano mil novecentos e noventa e três em diante.


Cruzados (volta dos centavos) [28 de fevereiro de 1986 a 15 de janeiro de 1989 (2 anos)]

O Cruzado foi a moeda criada no Brasil pelo Plano Cruzado em 28 de fevereiro de 1986, como parte de um pacote de medidas destinadas a conter a inflação. O nome foi derivado de uma antiga moeda portuguesa em ouro, que costumava ser negociada no Brasil durante a época colonial e possuía um valor estimado em cerca de 400 réis.

A partir de meados da década de 1970, ocorreu um intenso processo inflacionário que atingiu seu ápice no início da década de 1980. Este desequilíbrio prevaleceu durante a breve existência do Cruzado e contribuiu para a reputação de “Década Perdida” do Brasil ao longo da década de 1980. O símbolo utilizado foi Cz$, sendo que 1,00 Cz$ equivale a 1000,00 Cr$. Além disso, o código ISO 4217 adotado era BRC. A volta da subdivisão dos "centavos" na moeda foi uma mudança marcante, já que eles foram abolidos em 1984 devido à desvalorização do cruzeiro.

Cruzado Novo (CRz$) [16 de janeiro de 1989 a 15 de março de 1990 (1 ano)]

O cruzado novo (NCz$) foi a moeda brasileira de 16 de janeiro de 1989 a 16 de março de 1990. Resultou da reforma monetária promovida pelo Plano Verão e instituída pelo Ministro Maílson da Nóbrega em 1989. O cruzado novo correspondia a mil cruzados velhos como três zeros foram retirados em 16 de janeiro daquele ano.


Cruzeiro (Cr$) [16 de março de 1990 a 31 de julho de 1993 (3 anos)]

De 1942 a 1967, de 1970 a 1986 e de 1990 a 1993, o padrão monetário brasileiro era conhecido como O Cruzeiro (Cr$ ou ₢$) [1]. Foi introduzido pela primeira vez durante a era do Estado Novo no Brasil com o objetivo de unificar o dinheiro circulante. Um cruzeiro equivalia a mil réis. No governo do presidente Castelo Branco, ocorreu uma reforma monetária que substituiu temporariamente O Cruzeiro pelo Cruzeiro Novo. A equipe de José Sarney reintegrou O Cruzeiro após implementar o Plano Cruzado, enquanto Fernando Collor presidiu sua reintrodução até que finalmente foi substituído por outra unidade chamada "Cruzero Real" em 1993.

Cruzeiro Real (cr$) [1 de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994 (10 meses e 29 dias)]

De 1º de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994, o real (CR$) foi o padrão monetário do Brasil até ser substituído pelo real - a atual moeda oficial do Brasil.

Durante o período do terceiro cruzeiro, de 1990 a 1993, as altas taxas de inflação fizeram com que os preços diários dos produtos ao consumidor fossem expressos em milhares de crus e as flutuações fossem registradas em milhões de crus. Em resposta, em 28 de julho de 1993, o governo de Itamar Franco emitiu a Medida Provisória nº 336, que posteriormente foi convertida na Lei nº 8.697, em 27 de agosto, criando uma nova moeda: o "cruzeiro real", equivalente a mil crus cada. Embora houvesse planos de emissão de moedas com valores em centavos referentes a este sistema monetário no âmbito da medida provisória; tais moedas nunca apareceram, resultando em notas e moedas carimbadas de acordo com os padrões anteriores que circulavam como se valessem dez "crus" por cento sempre que correspondessem a valores inferiores ou iguais a 1.000 caixas sendo consideradas como centavos pelas pessoas que as utilizavam nas transações do dia-a-dia durante seu tempo de circulação

Real (moeda atual) [Desde 1 de julho de 1994 (29 anos]

O Real Brasileiro (ISO 4217: BRL, abreviado como R$) é a moeda oficial do Brasil. Foi desenvolvido em 1º de julho de 1994 após diversas trocas monetárias e em conjunto com uma redução significativa nas taxas de inflação. Esta moeda estável foi estabelecida durante o mandato do Presidente Itamar Franco, sob a liderança do então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, que mais tarde foi eleito presidente. Na época do lançamento, Rubens Ricupero havia assumido o cargo de Ministro da Fazenda, uma vez que FHC já havia saído para se desqualificar do cargo para poder concorrer à Presidência.

O real é a 16ª moeda mais negociada no mundo e ocupa o segundo lugar entre as moedas latino-americanas, bem como o quarto lugar entre todas as moedas das Américas. Estima-se que mais de oito milhões de moedas foram perdidas ou extraviadas. Embora seja a moeda oficial do Brasil, as moedas privadas e sociais emitidas por bancos comunitários só podem circular em áreas locais se aderirem às diretrizes estabelecidas pelo Banco Central do Brasil; para cada moeda não oficial emitida, o banco emissor deverá manter uma reserva de reais por unidade circulada.

No dia 2 de setembro de 2020 foi colocada em circulação a nova cédula no valor de R$ 200. Atualmente é a denominação mais alta em circulação. A razão para tal valor deveu-se ao acúmulo de dinheiro durante a pandemia de COVID-19, resultando em notas em menor circulação. 

Emergindo de uma situação de turbulência inflacionista que causou instabilidade económica, o objectivo era estabelecer uma moeda mais forte que inspirasse maior confiança do que as suas antecessoras, resultante de planos económicos mal sucedidos. O nome escolhido "real" coincide com a primeira moeda do Brasil (plural: réis), herdada por Portugal e utilizada em todas as suas colônias.

Diferentemente das moedas anteriores, o real não traz em suas notas números históricos nacionais. Em vez disso, mostra animais da vida selvagem brasileira. Esta decisão surgiu depois de famílias de pessoas homenageadas em notas, como Mário de Andrade, terem reclamado da sua inclusão . Além disso, houve pouco tempo para negociar com essas famílias devido às demandas prementes de produção. A partir de então, várias opções foram consideradas, como piranhas e tucunarés ou mesmo peixinhos lambari e lobos-guará - porém uma decisão final só poderia restringir cinco: beija-flores, garças/garças, araras/aranas, onças/onças-pintadas e garoupas/garoupas (uma versão apresentando todos os 5).

O Real foi concebido em três fases a partir de meados de 1993. Em primeiro lugar, houve um plano de austeridade com o Plano de Acção Imediata (PAI) seguido do Fundo Social de Emergência (FSE). O objectivo destas medidas - de acordo com as declarações do governo na altura - era criar um mecanismo de financiamento para programas sociais, libertando ao mesmo tempo as obrigações da União para com outras entidades, conforme descrito na Constituição de 1988; em segundo lugar, houve a criação da Unidade de Valor Real (URV), que serviu apenas como unidade de contabilidade enquanto as moedas e notas do Cruzeiro Real permaneceram em circulação como valor e meio de pagamento; finalmente, em 1º de julho de 1994, a moeda real entrou em operação substituindo todas as demais funções anteriormente desempenhadas pelo Cruzeiro Real. 

A moeda foi criada pela Medida Provisória que instituiu o Plano Real, inicialmente sob regime de câmbio fixo em relação a um conjunto de moedas liderado pelo dólar dos Estados Unidos. Isto significava que existiam limites previamente definidos, tanto para um limite superior como para um limite inferior, dentro dos quais o valor da moeda flutuaria. Se a cotação atingiu o seu limite máximo, então está empenhada em vender dólares para forçar a descida do seu preço; inversamente, se atingir o seu piso, serão tomadas medidas para aumentar a procura. Por mais surpreendente que seja (para muitos), após o lançamento, o logotipo Real foi significativamente apreciado! Após uma breve valorização no final de 1994 e início de 1995, quando avaliada em US$ 1:20 (taxas de câmbio comercial em 31 de março de 1995), o controle do Banco Central do Brasil resultou gradualmente na desvalorização da moeda de 1 Real: US$ 1 em 1995, caindo até aproximadamente um pouco acima ou próximo da paridade com o dólar em relação a final de 1998(14)[14].

Contudo, em Janeiro de 1999, a crise financeira resultante do incumprimento russo e das crises subsequentes na Argentina levaram o Banco Central do Brasil a abandonar o seu modelo de taxa de câmbio semifixa e a permitir uma moeda flutuante livre. A repentina desvalorização do real no início daquele ano marcou o fim das taxas de câmbio previsíveis. Entre 1999 e 2003, as flutuações foram erráticas mas geralmente não resultaram em depreciação; no final de 2002, no entanto, atingiu um mínimo recorde em relação ao dólar americano, a R$ 3,90:1, antes de finalmente se estabilizar em torno de R$ 2:1 novamente em meados de 2006, onde permaneceu até o início de 2015[14][16]. Em 28 de julho de 2023, a Taxa de Câmbio (Ptax) foi registrada em R$5,72 por USD [17].

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